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Interrupções de atividades de enfermeiros e a segurança do paciente: revisão integrativa da literatura1 1 Artigo extraído da dissertação de mestrado "Interrupções de atividades realizadas por enfermeiros de um hospital universitário: implicações para a segurança do paciente", apresentada à Escola Paulista de Enfermagem, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.

Resumos

OBJETIVOS:

identificar características relacionadas à interrupção de enfermeiros em sua prática profissional, bem como avaliar as implicações para a segurança do paciente.

MÉTODO:

foi realizada revisão de literatura do tipo integrativa, com busca nas bases de dados Pubmed/Medline, LILACS, SciELO e Biblioteca Cochrane, utilizando os descritores interruptions e patient safety. A data inicial não foi limitada e a data final foi 31 de dezembro de 2013, identificando-se 29 artigos que atenderam aos critérios de inclusão.

RESULTADOS:

todos os artigos revisados descreveram a interrupção como fator prejudicial à segurança do paciente. A análise destes estudos revelou três categorias relevantes: características da interrupção, implicações da interrupção para a segurança do paciente e intervenções para minimizar as interrupções.

CONCLUSÃO:

a interrupção favorece a ocorrência de erros na saúde. Assim, notou-se necessidade de novas pesquisas para compreender tal fenômeno e seus efeitos na prática clínica.

Descritores
Enfermagem; Segurança do Paciente; Engenharia Humana


OBJECTIVES:

to identify characteristics related to the interruption of nurses in professional practice, as well as to assess the implications of interruptions for patient safety.

METHOD:

integrative literature review. The following databases were searched: Pubmed/Medline, LILACS, SciELO and Cochrane Library, using the descriptors interruptions and patient safety. An initial date was not established, but the final date was December 31, 2013. A total of 29 papers met the inclusion criteria.

RESULTS:

all the papers included describe interruptions as a harmful factor for patient safety. Data analysis revealed three relevant categories: characteristics of interruptions, implications for patient safety, and interventions to minimize interruptions.

CONCLUSION:

interruptions favor the occurrence of errors in the health field. Therefore, there is a need for further studies to understand such a phenomenon and its effects on clinical practice.

Descriptors
Nursing; Patient Safety; Human Engineering


OBJETIVOS:

identificar características relacionadas a la interrupción que sufren los enfermeros en su práctica profesional, así como evaluar las implicaciones para la seguridad del paciente.

MÉTODO:

fue realizada una revisión de literatura de tipo integradora, con búsqueda en las bases de datos Pubmed/Medline, LILACS, SciELO y Biblioteca Cochrane, utilizando los descriptores interruptions y patient safety. La fecha inicial no fue limitada y la fecha final fue 31 de diciembre de 2013, se identificaron 29 artículos que atendieran a los criterios de inclusión.

RESULTADOS:

todos los artículos revisados describieron la interrupción como un factor perjudicial a la seguridad del paciente. El análisis de estos estudios reveló tres categorías relevantes: características de la interrupción, implicaciones de la interrupción para la seguridad del paciente e intervenciones para minimizar las interrupciones.

CONCLUSIÓN:

la interrupción favorece la ocurrencia de errores en la salud. Así, se notó la necesidad de realizar nuevas investigaciones para comprender ese fenómeno y los efectos del mismo en la práctica clínica.

Descriptores
Enfermería; Seguridad del Paciente; Ingeniería Humana


Introdução

A segurança do paciente é problemática da área de saúde em nível mundial. Pesquisa realizada nos Estados Unidos da América (EUA) identificou que a ocorrência de eventos adversos durante o atendimento à saúde representa a oitava causa de morte no país( 1Kohn LT, Corrigan JM, Donaldson MS (eds.). To err is human: building a safer health system. Institute of Medicine, Washington: National Academy Press; 2000. 536 p. ). Um número significativo destes eventos adversos é evitável, por ser decorrente de erros humanos, com origem sistêmica( 2Leape LL. A systems analysis approach to medical error. J Eval Clin Pract. 1997;3(3):213-22. ). Acrescenta-se que, grande parte destes erros ocorre em razão da complexidade do cuidado, considerável variabilidade na qualificação, quantidade de profissionais de saúde disponíveis para a provisão de cuidados, diversidade de procedimentos, deficiências de infraestrutura e de gestão, sendo eminentemente decorrentes, portanto, de falhas em sistemas de atividade que desconsideram o fator humano no desenho e concepção das ações( 1Kohn LT, Corrigan JM, Donaldson MS (eds.). To err is human: building a safer health system. Institute of Medicine, Washington: National Academy Press; 2000. 536 p. - 2Leape LL. A systems analysis approach to medical error. J Eval Clin Pract. 1997;3(3):213-22. ).

A equipe de enfermagem exerce função fundamental na garantia da segurança do cliente, uma vez que assiste direta e permanentemente o paciente e a família, constituindo a maior categoria de profissionais da área da saúde no mundo( 3Harada MJCS, Pedreira MLG, Peterlini MAS, Pereira SR. O erro humano e a segurança do paciente. São Paulo: Atheneu; 2006. 217 p. ).

Como participantes diretos na garantia da segurança do paciente, é fundamental compreender as condições e complexidades do ambiente de trabalho em que os enfermeiros atuam e que podem comprometer a qualidade da assistência, sobretudo no que concerne às interrupções das atividades desenvolvidas por estes profissionais.

Segundo o relatório To Err is Human: Building a Safer Health System, do Institute of Medicine (IOM)( 1Kohn LT, Corrigan JM, Donaldson MS (eds.). To err is human: building a safer health system. Institute of Medicine, Washington: National Academy Press; 2000. 536 p. ), as interrupções contribuem para a ocorrência de erros na saúde, constituindo a principal causa de falhas relacionadas ao ambiente de trabalho e bastante comuns em instituições hospitalares( 4Rivera-Rodriguez AJ, Karsh BT. Interruptions and distractions in healthcare: review and reappraisal. Qual Saf Health Care 2010;19(4):304-12. - 5McGillis Hall L, Pedersen C, Hubley P, Ptack E, Hemingway A, Watson C, et al. Interruptions and pediatric patient safety. J Pediatr Nurs. 2010;25(3):167-75. ).

A interrupção ocorre quando a tarefa principal é suspensa para que se possa realizar uma atividade secundária( 6Colligan L, Bass EJ. Interruption handling strategies during paediatric medication administration. BMJ Qual Saf. 2012;21(11):912-7. ). Podem ser classificadas como intrusões (encontros inesperados por alguém que interrompa a atividade principal, temporariamente): distrações (reações psicológicas desencadeadas por estímulos externos ou ambientais, ou por atividades secundárias, que interrompam a concentração na tarefa primária), pausas (recessos planejados ou espontâneos de uma tarefa) e discrepâncias (incertezas percebidas pelo profissional entre seus próprios conhecimentos, expectativas e observações que são relevantes para o trabalho que está realizando)( 7Jett QR, George JM. Work interrupted: a closer look at the role of interruptions in organizational life. Acad Manage Rev. 2003;28(3):494-507. ).

Ademais, tais interrupções podem ser um fator perturbador, prejudicando a concentração do profissional e causando atrasos no atendimento ao paciente, o que impede que termine, com sucesso, as atividades realizadas, favorecendo a ocorrência de erros que coloquem pacientes em risco, além de desperdiçar recursos do sistema de saúde( 8Brixey JJ, Robinson DJ, Johnson CW, Johnson TR, Turley JP, Zhang J. A concept analysis of the phenomenon interruption. ANS Adv Nurs Sci. 2007;30(1):26-42. ). Além disso, a carga cognitiva constitui fator influenciador no impacto da interrupção na assistência, uma vez que a memória humana possui limitações, o que dificulta a assimilação simultânea de múltiplas informações.

No entanto, algumas interrupções são essenciais para o processo de atendimento ao paciente e fornecem a transmissão necessária das informações( 4Rivera-Rodriguez AJ, Karsh BT. Interruptions and distractions in healthcare: review and reappraisal. Qual Saf Health Care 2010;19(4):304-12. ).

Constantemente, o enfermeiro realiza múltiplas atividades e necessita desenvolver mecanismos cognitivos que permitam manter o foco de atenção no raciocínio clínico, necessário para prestar cuidados ao paciente. Este dinamismo de atividades requer reflexão e habilidades psicomotoras e cognitivas complexas, a fim de garantir uma assistência qualificada e segura. As interrupções durante a prática podem comprometer a atenção do profissional, gerar distrações e, portanto, representar riscos à segurança do paciente.

Tais distrações podem estar mais relacionadas às falhas dos sistemas do que ao próprio desempenho individual( 9Redding DA, Robinson S. Interruptions and geographic challenges to nurses' cognitive workload. J Nurs Care Qual. 2009;24(3):194-200. - 1010 Kalisch BJ, Aebersold M. Interruptions and multitasking in nursing care. Jt Comm J Qual Patient Saf. 2010;36(3):126-32. ).

Ressalta-se que, a segurança do paciente é resultado da qualidade das interações entre todos os componentes do sistema de atendimento, não sendo determinada unicamente pelo indivíduo, tipo de atividade, infraestrutura e tecnologia( 1111 Pedreira MLG. Enfermagem para segurança do paciente. In: Pedreira MLG, Harada MJCS, (orgs.). Enfermagem dia a dia: segurança do paciente. São Caetano do Sul: Yendis; 2009. p.3-22. ). Desta forma, para alcançar bons resultados, é fundamental conceber e desenhar ambientes e processos de trabalho na saúde e enfermagem, cujos princípios fundamentais de atendimento norteiem-se pelas necessidades do paciente e de sua família, compreendendo causas e consequências de interrupções.

Diante das evidências de que as interrupções favorecem a ocorrência de erros durante a assistência ao paciente, da escassez de pesquisas internacionais e nenhuma no contexto brasileiro que caracterize esta ocorrência e descreva o seu impacto sobre a prática clínica, o atual estudo visa realizar revisão de literatura, que possibilite compreender as características das interrupções e os fatores que contribuem para tal fenômeno, a fim de, posteriormente, implementar estratégias para reduzir sua ocorrência e, consequentemente, melhorar a qualidade da assistência.

Assim, a questão norteadora desta pesquisa foi: "Quais são as interrupções vivenciadas pelo enfermeiro em sua prática e como podem comprometer a segurança do paciente?".

Objetivos

Este estudo objetivou identificar, na literatura nacional e internacional, características relacionadas à interrupção de enfermeiros em sua prática profissional, bem como avaliar as implicações para a segurança do paciente.

Método

Estudo do tipo revisão integrativa de literatura sobre a interrupção de enfermeiros, as implicações para a segurança do paciente e os fatores que contribuem para minimizar a ocorrência de tais interrupções.

Este tipo de revisão tem a finalidade de sintetizar um assunto ou referencial teórico para promover compreensão, entendimento de uma questão e incorporação das evidências na prática clínica. As etapas para sua construção são a identificação do tema, seleção da questão de pesquisa, estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão dos estudos, definição das informações a serem extraídas das pesquisas selecionadas, avaliação dos estudos incluídos na revisão, interpretação dos resultados e apresentação da revisão( 1212 Mendes KDS, Silveira RCCP, Galvão CM. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto contexto - enferm. 2008;17(4):758-64. ).

Os descritores utilizados para a busca foram: interruptionse patient safety. As bases de dados utilizadas foram: Medical Literature Analysis and Retrieval System on Line(Medline), National Library of Medicine (Pubmed), Literatura Latino-Americana de Ciências da Saúde (LiLACS), Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e Biblioteca Cochrane. A data inicial de busca não foi limitada e a data final foi 31 de dezembro de 2013.

Os critérios de inclusão para a seleção dos artigos foram: indexação nas bases de dados especificadas anteriormente, textos em inglês, português ou espanhol, objetivo do estudo contendo questões que indicassem a abordagem da interrupção do enfermeiro em sua prática e artigos disponíveis na íntegra.

Os critérios de exclusão abrangeram artigos que tratavam da interrupção de atividades desenvolvidas por outros profissionais de saúde, capítulos de livros e cartas ao leitor.

Primeiramente, foi realizada a leitura do título da publicação, seguida pela leitura criteriosa do resumo, para verificar a adequação dos critérios de inclusão descritos anteriormente. Nos casos em que o título e o resumo não foram suficientes para definir a temática pesquisada, buscou-se a publicação na íntegra, de forma que todos os critérios pudessem ser aplicados e os artigos que respondessem à questão norteadora do estudo fossem selecionados.

A busca nas bases de dados resultou na identificação de 290 artigos e, ao se aplicarem os critérios de inclusão e exclusão, o número total de textos foi reduzido para 29 (10%).

Foi desenvolvido um formulário de coleta de dados para direcionamento da leitura e extração dos dados pertinentes, o qual foi preenchido para cada artigo da amostra final do estudo. Foram coletados dados sobre a identificação do artigo e autores; ano e país de publicação; objetivos do estudo; características metodológicas; resultados; conclusões; e implicações para a prática de enfermagem.

A apresentação dos resultados e análise dos dados obtidos foi feita de forma descritiva.

Resultados

Dos 29 artigos analisados, identificou-se que todos foram publicados em periódicos editados no exterior. Quanto às bases de dados, 19 (65,5%) artigos foram identificados tanto no PubMed quanto no Medline, nove (31%) no PubMed e um (3,5%) no Medline.

Dentre os 29 (100%) artigos analisados, 12 (41,4%) foram desenvolvidos nos EUA, cinco (17,2%) no Canadá, quatro (13,8%) na Austrália, dois (7%) na Itália, dois (7%) no Reino Unido, um (3,4%) na China, um (3,4%) na Dinamarca, um (3,4%) na Alemanha e um (3,4%) na Suécia.

Em 13 (44,8%%) artigos a amostra estudada foi composta exclusivamente por enfermeiros, em seis (20,7%) abrangeu equipe cirúrgica (cirurgião, anestesista e enfermeiro), em três (10,4%) foi composta por médicos e enfermeiros e em um (3,4%) investigou-se a equipe multidisciplinar. Seis (20,7%) artigos analisados são do tipo revisão de literatura.

Todos os artigos revisados exploraram ou citaram a interrupção como fator prejudicial ao processo cognitivo do enfermeiro, causando maior número de erros e, consequentemente, comprometendo a segurança do paciente.

A Figura 1 apresenta os estudos analisados, sendo apresentados segundo o autor, delineamento metodológico, amostra, objetivo do estudo e principais resultados.

Figura 1 -
Apresentação dos artigos quanto ao tipo, população, objetivo de estudo, principais resultados e discussão.

A análise dos artigos possibilitou identificar, como principais aspectos de relevância frente à interrupção de enfermeiros no cotidiano assistencial, três categorias: características da interrupção, que inclui frequência de ocorrência, tipo, causa e fonte de interrupção, atividade interrompida e local em que ocorreu este fenômeno; implicações da interrupção para a segurança do paciente; e intervenções para minimizar as interrupções.

Discussão

Características da Interrupção

O número de interrupções vivenciadas pelos enfermeiros variou de 0,4 a 13,9 por hora, de acordo com o tipo de unidade observada( 5McGillis Hall L, Pedersen C, Hubley P, Ptack E, Hemingway A, Watson C, et al. Interruptions and pediatric patient safety. J Pediatr Nurs. 2010;25(3):167-75. , 9Redding DA, Robinson S. Interruptions and geographic challenges to nurses' cognitive workload. J Nurs Care Qual. 2009;24(3):194-200. , 1313 Brixey J, Robinson D, Tang Z, Johnson T, Zhang J, Turley J. Interruptions in workflow for RNs in a level one trauma center. AMIA Symp Proc 2005:86-90. - 1414 Potter P, Wolf L, Boxerman S, Grayson D, Sledge J, Dunagan C, et al. An analysis of nurses' cognitive work: a new perspective for understanding medical errors. In: Advances in Patient Safety: From Research to Implementation. Rockville, MD: Agency for Healthcare Research and Quality; 2005. p.39-50. , 1616 Collins S, Currie L, Patel V, Bakken S, Cimino JJ. Multitasking by clinicians in the context of CPOE and CIS use. Stud Health Technol Inform. 2007;129(2):958-62. , 1818 Sevdalis N, Forrest D, Undre S, Darzi A, Vincent C. Annoyances, disruptions, and interruptions in surgery: the Disruptions in Surgery Index (DiSI). World J Surg 2008;32(8):1643-50. - 1919 Brixey JJ, Tang Z, Robinson DJ, Johnson CW, Johnson TR, Turley JP, et al. Interruptions in a level one trauma center: a case study. Int J Med Inform. 2008;77(4):235-41. , 2323 McGillis Hall L, Pedersen C, Fairley L. Losing the moment: understanding interruptions to nurses' work. J Nurs Adm. 2010;40(4):169-76. - 2424 McGillis Hall L, Ferguson-Paré M, Peter E, White D, Besner J, Chisholm A, et al. Going blank: factors contributing to interruptions to nurses' work and related outcomes. J Nurs Manag. 2010;18(8):1040-7. , 2828 Buchini S, Quattrin R. Avoidable interruptions during drug administration in an intensive rehabilitation ward: improvement project. J Nurs Manag. 2012;20(3):326-34. , 3535 Sørensen EE, Brahe L. Interruptions in clinical nursing practice. J Clin Nurs. 2014;23(9-10):1274-82.

36 Berg LM, Källberg A-S, Göransson KE, Östergren J, Florin J, Ehrenberg A. Interruptions in emergency department work: an observational and interview study. BMJ Qual Saf. 2013;22(8):656-63.
- 3737 Antoniadis S, Passauer-Baierl S, Baschnegger H, Weigl M. Identification and interference of intraoperative distractions and interruptions in operating rooms. J Surg Res. 2014;188(1):21-9. , 3939 Biron AD, Loiselle CG, Lavole-Tremblay M. Work interruptions and their contribution to medication administration errors: An evidence review. Worldviews Evid Based Nurs. 2009;6(2):70-86. ). Destaca-se que, houve maior número de interrupções em unidade pediátrica, fato que pode ser compreendido por se tratar de ambiente de cuidado peculiar, devido às características fisiológicas e de desenvolvimento complexos desta população, além de ser dinâmico e de alta rotatividade de familiares, acompanhantes e profissionais( 5McGillis Hall L, Pedersen C, Hubley P, Ptack E, Hemingway A, Watson C, et al. Interruptions and pediatric patient safety. J Pediatr Nurs. 2010;25(3):167-75. ).

Adicionalmente, a pesquisa constatou que o enfermeiro raramente é capaz de completar uma atividade sem ser interrompido, o que pode relacionar-se às atividades do profissional, desenvolvidas de forma ininterrupta, com atribuições que abrangem a gerência da unidade, da assistência e o cuidado direto ao paciente, sendo mais acionado para o fornecimento de informações ao paciente, família e demais profissionais( 3939 Biron AD, Loiselle CG, Lavole-Tremblay M. Work interruptions and their contribution to medication administration errors: An evidence review. Worldviews Evid Based Nurs. 2009;6(2):70-86. ).

As interrupções foram mais frequentes durante atividades de cuidado direto ao paciente, terapia medicamentosa e documentação( 4Rivera-Rodriguez AJ, Karsh BT. Interruptions and distractions in healthcare: review and reappraisal. Qual Saf Health Care 2010;19(4):304-12. - 5McGillis Hall L, Pedersen C, Hubley P, Ptack E, Hemingway A, Watson C, et al. Interruptions and pediatric patient safety. J Pediatr Nurs. 2010;25(3):167-75. , 1414 Potter P, Wolf L, Boxerman S, Grayson D, Sledge J, Dunagan C, et al. An analysis of nurses' cognitive work: a new perspective for understanding medical errors. In: Advances in Patient Safety: From Research to Implementation. Rockville, MD: Agency for Healthcare Research and Quality; 2005. p.39-50. , 2323 McGillis Hall L, Pedersen C, Fairley L. Losing the moment: understanding interruptions to nurses' work. J Nurs Adm. 2010;40(4):169-76. - 2424 McGillis Hall L, Ferguson-Paré M, Peter E, White D, Besner J, Chisholm A, et al. Going blank: factors contributing to interruptions to nurses' work and related outcomes. J Nurs Manag. 2010;18(8):1040-7. , 3535 Sørensen EE, Brahe L. Interruptions in clinical nursing practice. J Clin Nurs. 2014;23(9-10):1274-82. - 3636 Berg LM, Källberg A-S, Göransson KE, Östergren J, Florin J, Ehrenberg A. Interruptions in emergency department work: an observational and interview study. BMJ Qual Saf. 2013;22(8):656-63. ). Alguns estudos avaliaram a interrupção especificamente durante as atividades que envolvem a administração de medicamentos( 6Colligan L, Bass EJ. Interruption handling strategies during paediatric medication administration. BMJ Qual Saf. 2012;21(11):912-7. , 2020 Kreckler S, Catchpole K, Bottomley M, Handa A, McCulloch P. Interruptions during drug rounds: an observational study. Br J Nurs. 2008;17(21):1326-30.

21 Biron AD, Lavoie-Tremblay M, Loiselle CG. Characteristics of work interruptions during medication administration. Nurs Scholarsh. 2009;41(4):330-6.
- 2222 Trbovich P, Prakash V, Stewart J, Trip K, Savage P. Interruptions during the delivery of high-risk medications. J Nurs Adm. 2010;40(5):211-8. , 2727 Tomieto M, Sartor A, Mazzocoli E, Palese A. Paradoxical effects of a hospital-based, multi-intervention programme aimed at reducing medication round interruptions. J Nurs Manag. 2012;20(3):335-43. - 2828 Buchini S, Quattrin R. Avoidable interruptions during drug administration in an intensive rehabilitation ward: improvement project. J Nurs Manag. 2012;20(3):326-34. , 3131 Fore AM, Sculli GL, Albee D, Neily J. Improving patient safety using the sterile cockpit principle during medication administration: a collaborative, unit-based project. J Nurs Manag. 2013;21(1):106-11. , 3434 Raban MZ, Westbrook JI. Are interventions to reduce interruptions and errors during medication administration effective?: a systematic review. BMJ Qual Saf 2013;0:1-8. ). Outros evidenciaram interrupções durante procedimentos cirúrgicos( 1717 Wiegmann DA, ElBardissi AW, Dearani JA, Daly RC, Sundt TM. Disruptions in surgical flow and their relationship to surgical errors: an exploratory investigation. Surgery 2007;142(5):658-65. - 1818 Sevdalis N, Forrest D, Undre S, Darzi A, Vincent C. Annoyances, disruptions, and interruptions in surgery: the Disruptions in Surgery Index (DiSI). World J Surg 2008;32(8):1643-50. , 3030 Gillespie BM, Chaboyer W, Fairweather N. Interruptions and miscommunications in surgery: an observational study. AORN Journal. 2012; 95(5):576-90. , 3333 Clark GJ. Strategies for preventing distractions and interruptions in the OR. AORN J. 2013;97(6):702-7. , 3737 Antoniadis S, Passauer-Baierl S, Baschnegger H, Weigl M. Identification and interference of intraoperative distractions and interruptions in operating rooms. J Surg Res. 2014;188(1):21-9. - 3838 Palmer G, Abernathy JH, Swinton G, Allison D, Greenstein J, Shappell S, et al. Realizing improved patient care through human-centered operating room design: a human factors methodology for observing flow disruptions in the cardiothoracic operating room. Anesthesiology. 2013;119(5):1066-77. ).

Dentre os profissionais da equipe cirúrgica, o cirurgião é o mais interrompido, seguido pelo enfermeiro( 3030 Gillespie BM, Chaboyer W, Fairweather N. Interruptions and miscommunications in surgery: an observational study. AORN Journal. 2012; 95(5):576-90. , 3737 Antoniadis S, Passauer-Baierl S, Baschnegger H, Weigl M. Identification and interference of intraoperative distractions and interruptions in operating rooms. J Surg Res. 2014;188(1):21-9. ). Contudo, em pesquisa que avaliou a autopercepção dos profissionais sobre este fenômeno, verificou que cirurgiões relataram ser, significativamente, menos interrompidos do que enfermeiros ou anestesistas( 1818 Sevdalis N, Forrest D, Undre S, Darzi A, Vincent C. Annoyances, disruptions, and interruptions in surgery: the Disruptions in Surgery Index (DiSI). World J Surg 2008;32(8):1643-50. ). Adicionalmente, notou-se correlação linear positiva e significativa entre interrupções no fluxo de trabalho de procedimentos cirúrgicos e a ocorrência de erros (p<0,001)( 1717 Wiegmann DA, ElBardissi AW, Dearani JA, Daly RC, Sundt TM. Disruptions in surgical flow and their relationship to surgical errors: an exploratory investigation. Surgery 2007;142(5):658-65. ).

Apenas três estudos classificaram a interrupção segundo o tipo, sendo mais frequentemente resultante de intrusão e distração e, com menor frequência de discrepância e pausa( 5McGillis Hall L, Pedersen C, Hubley P, Ptack E, Hemingway A, Watson C, et al. Interruptions and pediatric patient safety. J Pediatr Nurs. 2010;25(3):167-75. , 2323 McGillis Hall L, Pedersen C, Fairley L. Losing the moment: understanding interruptions to nurses' work. J Nurs Adm. 2010;40(4):169-76. - 2424 McGillis Hall L, Ferguson-Paré M, Peter E, White D, Besner J, Chisholm A, et al. Going blank: factors contributing to interruptions to nurses' work and related outcomes. J Nurs Manag. 2010;18(8):1040-7. ).

As principais fontes de interrupção de enfermeiros foram por outros profissionais de saúde, membros da equipe de enfermagem, telefone,pagers, pacientes, membros da família, visitantes e autointerrupção( 5McGillis Hall L, Pedersen C, Hubley P, Ptack E, Hemingway A, Watson C, et al. Interruptions and pediatric patient safety. J Pediatr Nurs. 2010;25(3):167-75. , 1313 Brixey J, Robinson D, Tang Z, Johnson T, Zhang J, Turley J. Interruptions in workflow for RNs in a level one trauma center. AMIA Symp Proc 2005:86-90. - 1414 Potter P, Wolf L, Boxerman S, Grayson D, Sledge J, Dunagan C, et al. An analysis of nurses' cognitive work: a new perspective for understanding medical errors. In: Advances in Patient Safety: From Research to Implementation. Rockville, MD: Agency for Healthcare Research and Quality; 2005. p.39-50. , 1818 Sevdalis N, Forrest D, Undre S, Darzi A, Vincent C. Annoyances, disruptions, and interruptions in surgery: the Disruptions in Surgery Index (DiSI). World J Surg 2008;32(8):1643-50. , 2020 Kreckler S, Catchpole K, Bottomley M, Handa A, McCulloch P. Interruptions during drug rounds: an observational study. Br J Nurs. 2008;17(21):1326-30. , 2222 Trbovich P, Prakash V, Stewart J, Trip K, Savage P. Interruptions during the delivery of high-risk medications. J Nurs Adm. 2010;40(5):211-8.

23 McGillis Hall L, Pedersen C, Fairley L. Losing the moment: understanding interruptions to nurses' work. J Nurs Adm. 2010;40(4):169-76.
- 2424 McGillis Hall L, Ferguson-Paré M, Peter E, White D, Besner J, Chisholm A, et al. Going blank: factors contributing to interruptions to nurses' work and related outcomes. J Nurs Manag. 2010;18(8):1040-7. , 2727 Tomieto M, Sartor A, Mazzocoli E, Palese A. Paradoxical effects of a hospital-based, multi-intervention programme aimed at reducing medication round interruptions. J Nurs Manag. 2012;20(3):335-43. , 3030 Gillespie BM, Chaboyer W, Fairweather N. Interruptions and miscommunications in surgery: an observational study. AORN Journal. 2012; 95(5):576-90. , 3535 Sørensen EE, Brahe L. Interruptions in clinical nursing practice. J Clin Nurs. 2014;23(9-10):1274-82. , 3737 Antoniadis S, Passauer-Baierl S, Baschnegger H, Weigl M. Identification and interference of intraoperative distractions and interruptions in operating rooms. J Surg Res. 2014;188(1):21-9. ). Acrescenta-se ainda, que as características físicas do ambiente( 5McGillis Hall L, Pedersen C, Hubley P, Ptack E, Hemingway A, Watson C, et al. Interruptions and pediatric patient safety. J Pediatr Nurs. 2010;25(3):167-75. , 1313 Brixey J, Robinson D, Tang Z, Johnson T, Zhang J, Turley J. Interruptions in workflow for RNs in a level one trauma center. AMIA Symp Proc 2005:86-90. , 3838 Palmer G, Abernathy JH, Swinton G, Allison D, Greenstein J, Shappell S, et al. Realizing improved patient care through human-centered operating room design: a human factors methodology for observing flow disruptions in the cardiothoracic operating room. Anesthesiology. 2013;119(5):1066-77. ) e a falta ou falha de suprimentos e equipamentos necessários à assistência( 1313 Brixey J, Robinson D, Tang Z, Johnson T, Zhang J, Turley J. Interruptions in workflow for RNs in a level one trauma center. AMIA Symp Proc 2005:86-90. , 2121 Biron AD, Lavoie-Tremblay M, Loiselle CG. Characteristics of work interruptions during medication administration. Nurs Scholarsh. 2009;41(4):330-6. , 3030 Gillespie BM, Chaboyer W, Fairweather N. Interruptions and miscommunications in surgery: an observational study. AORN Journal. 2012; 95(5):576-90. , 3838 Palmer G, Abernathy JH, Swinton G, Allison D, Greenstein J, Shappell S, et al. Realizing improved patient care through human-centered operating room design: a human factors methodology for observing flow disruptions in the cardiothoracic operating room. Anesthesiology. 2013;119(5):1066-77. ) favorecem as interrupções no fluxo de trabalho. Estudiosos identificaram que enfermeiros foram, com maior frequência, interrompidos para responderem a perguntas referentes a assuntos profissionais, devido à necessidade de obter informações relacionadas ao paciente( 3535 Sørensen EE, Brahe L. Interruptions in clinical nursing practice. J Clin Nurs. 2014;23(9-10):1274-82. ). Quanto aos locais em que as interrupções aconteceram, pesquisas verificaram maior ocorrência no posto de enfermagem, seguido pela sala de armazenamento e preparo de medicações, sala da equipe médica, áreas próximas ao leito e corredores( 3535 Sørensen EE, Brahe L. Interruptions in clinical nursing practice. J Clin Nurs. 2014;23(9-10):1274-82. - 3636 Berg LM, Källberg A-S, Göransson KE, Östergren J, Florin J, Ehrenberg A. Interruptions in emergency department work: an observational and interview study. BMJ Qual Saf. 2013;22(8):656-63. ).

Um estudo notou que um enfermeiro foi interrompido 43 vezes em um período de 10 horas, e que 23% destas ocorrências foram decorrentes de falhas operacionais, tais como a falta de materiais, equipamentos ou pessoal( 4040 Potter P, Boxerman S, Wolf L, Marshall J, Grayson D, Sledge J, et al. ''Mapping the nursing process: a new approach for understanding the work of nursing.'' J Nurs Admin 2004;34(2):101-9. ). Estas interrupções causadas por falhas no sistema são evitáveis e, portanto, os processos de trabalho em organizações de saúde devem ser melhorados, a fim de reduzir tais ocorrências. Ao corrigir estas falhas, o enfermeiro despenderá menor tempo com resolução de falhas institucionais e, em decorrência, terá mais tempo para assistência direta ao paciente( 4141 Tucker AL, Spear SJ. Operational failures and interruptions in hospital nursing. Health Serv Res. 2006;41(3):643-62. ).

Característica observada em pesquisa que analisou interrupções durante a atividade de medicação foi que, dentre 14 causas dessas ocorrências, nove (64,3%) foram consideradas evitáveis. As razões mais frequentes de interrupção foram: prescrições médicas ilegíveis ou incompletas, atendimento à solicitação de médicos e/ou outros profissionais e alarmes, sendo todas evitáveis( 2828 Buchini S, Quattrin R. Avoidable interruptions during drug administration in an intensive rehabilitation ward: improvement project. J Nurs Manag. 2012;20(3):326-34. ).

A fim de compreender as atividades realizadas e as interrupções no fluxo de trabalho, foi desenvolvido o instrumento "Hybrid Method to Categorize Interruptions and Activities" (HyMCIA). Este método classificou as atividades usando a Teoria Grounded e, simultaneamente, desenvolveu um método híbrido para classificar as interrupções observadas. A análise destas observações resultou no desenvolvimento de taxonomia de interrupções e cronologia de atividades e interrupções, o que auxiliou no entendimento das descontinuidades no fluxo de trabalho, ocasionadas por interrupções( 1515 Brixey JJ, Robinson DJ, Johnson CW, Johnson TR, Turley JP, Patel V, et al. Towards a hybrid method to categorize interruptions and activities in healthcare. Int J Med Inform. 2007;76(11-12):812-20. ).

As interrupções foram categorizadas em: destinatário - pessoa que foi interrompida; destinatário não intencional - não pretendido para ser interrompido; destinatário indireto - pessoa indiretamente afetada por uma interrupção; autointerrupção - o próprio profissional causa a interrupção de sua atividade, sem a intervenção de outra pessoa; distração - interrupção causada pela desatenção do profissional; estrutura organizacional - interrupção provocada por falhas na estrutura física da área de trabalho; falta de suprimentos - interrupção originada pela necessidade de adquirir materiais e equipamentos não disponíveis no espaço de trabalho; e iniciador - o causador da interrupção( 1515 Brixey JJ, Robinson DJ, Johnson CW, Johnson TR, Turley JP, Patel V, et al. Towards a hybrid method to categorize interruptions and activities in healthcare. Int J Med Inform. 2007;76(11-12):812-20. ).

Implicações da Interrupção para a Segurança do Paciente

Interrupções têm efeito prejudicial no desempenho da atividade e podem comprometer o processo de decisão do profissional e sua eficiência, quando ocorrem durante a realização de atividades mais complexas e que requerem maior concentração( 7Jett QR, George JM. Work interrupted: a closer look at the role of interruptions in organizational life. Acad Manage Rev. 2003;28(3):494-507. ). Essas ocorrências são comuns na prática do enfermeiro e impactam na qualidade e segurança da assistência prestada ao paciente, visto que interferem no processo cognitivo, possibilitando maior número de erros( 4Rivera-Rodriguez AJ, Karsh BT. Interruptions and distractions in healthcare: review and reappraisal. Qual Saf Health Care 2010;19(4):304-12.

McGillis Hall L, Pedersen C, Hubley P, Ptack E, Hemingway A, Watson C, et al. Interruptions and pediatric patient safety. J Pediatr Nurs. 2010;25(3):167-75.
- 6Colligan L, Bass EJ. Interruption handling strategies during paediatric medication administration. BMJ Qual Saf. 2012;21(11):912-7. , 1313 Brixey J, Robinson D, Tang Z, Johnson T, Zhang J, Turley J. Interruptions in workflow for RNs in a level one trauma center. AMIA Symp Proc 2005:86-90. - 1414 Potter P, Wolf L, Boxerman S, Grayson D, Sledge J, Dunagan C, et al. An analysis of nurses' cognitive work: a new perspective for understanding medical errors. In: Advances in Patient Safety: From Research to Implementation. Rockville, MD: Agency for Healthcare Research and Quality; 2005. p.39-50. , 1616 Collins S, Currie L, Patel V, Bakken S, Cimino JJ. Multitasking by clinicians in the context of CPOE and CIS use. Stud Health Technol Inform. 2007;129(2):958-62. - 1717 Wiegmann DA, ElBardissi AW, Dearani JA, Daly RC, Sundt TM. Disruptions in surgical flow and their relationship to surgical errors: an exploratory investigation. Surgery 2007;142(5):658-65. , 2222 Trbovich P, Prakash V, Stewart J, Trip K, Savage P. Interruptions during the delivery of high-risk medications. J Nurs Adm. 2010;40(5):211-8.

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- 2424 McGillis Hall L, Ferguson-Paré M, Peter E, White D, Besner J, Chisholm A, et al. Going blank: factors contributing to interruptions to nurses' work and related outcomes. J Nurs Manag. 2010;18(8):1040-7. , 2626 Magrabi F, Li SY, Dunn AG, Coeira E. Challenges in measuring the impact of interruption on patient safety and workflow outcomes. Methods Inf Med 2011;50(5):447-53. - 2727 Tomieto M, Sartor A, Mazzocoli E, Palese A. Paradoxical effects of a hospital-based, multi-intervention programme aimed at reducing medication round interruptions. J Nurs Manag. 2012;20(3):335-43. , 2929 Li SYW, Magrabi F, Coiera E. A systematic review of the psychological literature on interruption and its patient safety implications. J Am Med Inform Assoc. 2012;19(1):6-12. - 3030 Gillespie BM, Chaboyer W, Fairweather N. Interruptions and miscommunications in surgery: an observational study. AORN Journal. 2012; 95(5):576-90. , 3535 Sørensen EE, Brahe L. Interruptions in clinical nursing practice. J Clin Nurs. 2014;23(9-10):1274-82. ). Além disso, a pesquisa verificou que interrupções desnecessárias para assistência geram frustração, estresse e desmotivação do profissional( 3535 Sørensen EE, Brahe L. Interruptions in clinical nursing practice. J Clin Nurs. 2014;23(9-10):1274-82. - 3636 Berg LM, Källberg A-S, Göransson KE, Östergren J, Florin J, Ehrenberg A. Interruptions in emergency department work: an observational and interview study. BMJ Qual Saf. 2013;22(8):656-63. ).

Estudos identificaram que, de 88,9% a 90% das interrupções resultaram em consequências negativas, tais como atraso no tratamento e perda de concentração do profissional( 5McGillis Hall L, Pedersen C, Hubley P, Ptack E, Hemingway A, Watson C, et al. Interruptions and pediatric patient safety. J Pediatr Nurs. 2010;25(3):167-75. , 2323 McGillis Hall L, Pedersen C, Fairley L. Losing the moment: understanding interruptions to nurses' work. J Nurs Adm. 2010;40(4):169-76. - 2424 McGillis Hall L, Ferguson-Paré M, Peter E, White D, Besner J, Chisholm A, et al. Going blank: factors contributing to interruptions to nurses' work and related outcomes. J Nurs Manag. 2010;18(8):1040-7. ). Outras pesquisas relacionaram a interrupção com maior probabilidade de ocorrerem erros de medicação( 6Colligan L, Bass EJ. Interruption handling strategies during paediatric medication administration. BMJ Qual Saf. 2012;21(11):912-7. , 2727 Tomieto M, Sartor A, Mazzocoli E, Palese A. Paradoxical effects of a hospital-based, multi-intervention programme aimed at reducing medication round interruptions. J Nurs Manag. 2012;20(3):335-43. ).

Contudo, a literatura mostrou que as interrupções nem sempre levam a eventos adversos e algumas podem ter impacto positivo sobre o desempenho do profissional e assistência do paciente, visto que algumas interrupções podem contribuir para o aumento da segurança, proporcionar melhoria no estado e conforto do paciente e auxiliar o enfermeiro na precisão de suas atividades( 5McGillis Hall L, Pedersen C, Hubley P, Ptack E, Hemingway A, Watson C, et al. Interruptions and pediatric patient safety. J Pediatr Nurs. 2010;25(3):167-75. ).

Assim, considera-se relevante desenvolver novas pesquisas sobre esta temática, com metodologia adequada e de acordo com o objetivo do estudo( 2525 Magrabi F, Li SY, Dunn AG, Coiera E. Why is it so difficult to measure the effects of interruptions in healthcare? Stud Health Technol Inform. 2010;160(Pt1):784-8. - 2626 Magrabi F, Li SY, Dunn AG, Coeira E. Challenges in measuring the impact of interruption on patient safety and workflow outcomes. Methods Inf Med 2011;50(5):447-53. ), que permitam avaliar o impacto na assistência, uma vez que algumas interrupções podem ser necessárias para o cuidado( 4Rivera-Rodriguez AJ, Karsh BT. Interruptions and distractions in healthcare: review and reappraisal. Qual Saf Health Care 2010;19(4):304-12. - 5McGillis Hall L, Pedersen C, Hubley P, Ptack E, Hemingway A, Watson C, et al. Interruptions and pediatric patient safety. J Pediatr Nurs. 2010;25(3):167-75. , 3232 Hopkinson SG, Jennings BM. Interruptions during nurses' work: a state-of-the-science review. Res Nurs Health. 2013;36(1):38-53. , 3535 Sørensen EE, Brahe L. Interruptions in clinical nursing practice. J Clin Nurs. 2014;23(9-10):1274-82. - 3636 Berg LM, Källberg A-S, Göransson KE, Östergren J, Florin J, Ehrenberg A. Interruptions in emergency department work: an observational and interview study. BMJ Qual Saf. 2013;22(8):656-63. ).

Intervenções para Minimizar a Interrupção

Após a análise dos dados, verificou-se a notável necessidade de melhorar e reestruturar o sistema de saúde, a fim de gerenciar e minimizar o número de interrupções deletérias, garantindo a segurança do paciente e a qualidade do trabalho do enfermeiro.

A identificação das condições que causam interrupções no trabalho de enfermeiros pode contribuir para o desenvolvimento de estratégias que visem evitar esta ocorrência e minimizar seus impactos para a assistência. No entanto, estas intervenções serão mais eficazes quando conseguirem envolver e conscientizar toda a equipe de saúde quanto à maior probabilidade de riscos aos pacientes.

Dez estudos abordaram estratégias de intervenção. Dentre elas, o uso de gestão de processos, ferramentas de atividades de apoio, sinalização de zonas de não interrupção e educação contínua da equipe, a fim de capacitar tanto quem sofre interrupção quanto quem interrompe, controlando as interrupções e considerando as prioridades e os momentos com maior risco de prejuízo ao processo de trabalho e à segurança do paciente( 4Rivera-Rodriguez AJ, Karsh BT. Interruptions and distractions in healthcare: review and reappraisal. Qual Saf Health Care 2010;19(4):304-12. , 6Colligan L, Bass EJ. Interruption handling strategies during paediatric medication administration. BMJ Qual Saf. 2012;21(11):912-7. , 2020 Kreckler S, Catchpole K, Bottomley M, Handa A, McCulloch P. Interruptions during drug rounds: an observational study. Br J Nurs. 2008;17(21):1326-30. , 2424 McGillis Hall L, Ferguson-Paré M, Peter E, White D, Besner J, Chisholm A, et al. Going blank: factors contributing to interruptions to nurses' work and related outcomes. J Nurs Manag. 2010;18(8):1040-7. , 2727 Tomieto M, Sartor A, Mazzocoli E, Palese A. Paradoxical effects of a hospital-based, multi-intervention programme aimed at reducing medication round interruptions. J Nurs Manag. 2012;20(3):335-43.

28 Buchini S, Quattrin R. Avoidable interruptions during drug administration in an intensive rehabilitation ward: improvement project. J Nurs Manag. 2012;20(3):326-34.
- 2929 Li SYW, Magrabi F, Coiera E. A systematic review of the psychological literature on interruption and its patient safety implications. J Am Med Inform Assoc. 2012;19(1):6-12. , 3131 Fore AM, Sculli GL, Albee D, Neily J. Improving patient safety using the sterile cockpit principle during medication administration: a collaborative, unit-based project. J Nurs Manag. 2013;21(1):106-11. , 3333 Clark GJ. Strategies for preventing distractions and interruptions in the OR. AORN J. 2013;97(6):702-7. - 3434 Raban MZ, Westbrook JI. Are interventions to reduce interruptions and errors during medication administration effective?: a systematic review. BMJ Qual Saf 2013;0:1-8. ).

Outros fatores importantes, os quais permitem colocar em prática mudanças que acarretem menor número de interrupções, referem-se à educação, motivação e cooperação da equipe; empenho e interesse dos gestores; número adequado e prática colaborativa entre os profissionais; redução da carga de trabalho; e mudança no comportamento de outros profissionais, pacientes e/ou familiares( 4Rivera-Rodriguez AJ, Karsh BT. Interruptions and distractions in healthcare: review and reappraisal. Qual Saf Health Care 2010;19(4):304-12. , 6Colligan L, Bass EJ. Interruption handling strategies during paediatric medication administration. BMJ Qual Saf. 2012;21(11):912-7. , 2424 McGillis Hall L, Ferguson-Paré M, Peter E, White D, Besner J, Chisholm A, et al. Going blank: factors contributing to interruptions to nurses' work and related outcomes. J Nurs Manag. 2010;18(8):1040-7. , 2828 Buchini S, Quattrin R. Avoidable interruptions during drug administration in an intensive rehabilitation ward: improvement project. J Nurs Manag. 2012;20(3):326-34. , 3333 Clark GJ. Strategies for preventing distractions and interruptions in the OR. AORN J. 2013;97(6):702-7. ).

Um programa de intervenção desenvolvido para reduzir o número de interrupções durante a atividade de medicação implementou a estruturação de um local exclusivamente destinado ao preparo de medicamentos, com o uso de colete vermelho pelo enfermeiro responsável pela administração de medicação, indicando "Por favor, não me interrompa, eu estou administrando medicamentos" e utilização de estratégias educacionais( 2727 Tomieto M, Sartor A, Mazzocoli E, Palese A. Paradoxical effects of a hospital-based, multi-intervention programme aimed at reducing medication round interruptions. J Nurs Manag. 2012;20(3):335-43. ). Contudo, após tais intervenções, notou-se aumento no número de interrupções, em especial durante a fase de preparo de medicação, ocasionadas, sobretudo, por membros da equipe. No entanto, houve diminuição do tempo de interrupção e aumento do tempo do enfermeiro para execução de atividades de cuidado direto a um número maior de pacientes( 2727 Tomieto M, Sartor A, Mazzocoli E, Palese A. Paradoxical effects of a hospital-based, multi-intervention programme aimed at reducing medication round interruptions. J Nurs Manag. 2012;20(3):335-43. ). Outro estudo, que implementou estratégias utilizadas no campo de aviação (sterile cokpit), evidenciou redução do número de interrupções durante a atividade de administração de medicamentos, principalmente quando as fontes foram equipe de saúde e pacientes( 3131 Fore AM, Sculli GL, Albee D, Neily J. Improving patient safety using the sterile cockpit principle during medication administration: a collaborative, unit-based project. J Nurs Manag. 2013;21(1):106-11. ).

Entretanto, mesmo após orientação da equipe e adoção de estratégias para redução de interrupções, inevitavelmente podem ocorrer, dependendo da necessidade do paciente e da aderência da equipe às recomendações.

Assim, é necessário que o enfermeiro saiba lidar com a ocorrência de interrupções. Pesquisa realizada com a finalidade de compreender como os enfermeiros gerenciam as interrupções durante a administração de medicamentos identificou quatro estratégias de manejo. Destas, três permitem a interrupção: quando a tarefa primária é suspensa e pode ser retomada após a realização da tarefa secundária de maior prioridade; quando o profissional divide a atenção entre atividade primária e secundária, visto que possuem prioridades similares; e quando a interrupção é mediada com uma ação que suporta retomar a tarefa primária (memória prospectiva). Entretanto, a quarta intervenção, denominada bloqueio, ocorre quando a tarefa primária tem maior importância e a interrupção deve ser bloqueada, mantendo-se a atenção nesta atividade. Acrescenta-se que, estas estratégias dependem da carga de trabalho, da avaliação clínica realizada e são influenciadas pelos fatores relacionados à atividade e experiência profissional( 6Colligan L, Bass EJ. Interruption handling strategies during paediatric medication administration. BMJ Qual Saf. 2012;21(11):912-7. ).

Conclusão

A ocorrência de interrupções é constante no ambiente de cuidados de saúde, uma vez que envolve pacientes com diferentes níveis de complexidade, dinamicidade da assistência, além de interação com diversos profissionais e setores.

A partir desta revisão foi possível identificar aspectos relevantes da prática de enfermagem que favorecem a ocorrência de interrupções. Apesar disso, foram identificados poucos estudos que descrevem o impacto das interrupções para a prática clínica e segurança do paciente, sendo que a maior parte dos artigos apenas descreve as características da interrupção e apresenta poucas propostas de intervenções de aplicabilidade para a prática.

Assim, evidenciou-se a necessidade de realizar novas pesquisas, a fim de identificar fatores ambientais e humanos que contribuam para a ocorrência de interrupções, avaliar o impacto causado na assistência, o desenho dos sistemas de trabalho e desenvolver estratégias eficazes e de fácil aplicabilidade, que possam subsidiar o manejo da interrupção por enfermeiros em um ambiente de trabalho complexo e dinâmico.

Considerações finais

Estudos apresentados nesta revisão revelaram escassez de textos que abordam a interrupção durante a prática do enfermeiro, o que pode estar relacionado a não existência de um descritor usado mundialmente nesta temática. Ademais, nenhuma pesquisa neste âmbito foi realizada no Brasil, o que pode dificultar comparações com a realidade em que, com frequência, os enfermeiros trabalham corrigindo falhas do sistema e a equipe de enfermagem é composta prevalentemente por profissionais de nível médio.

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  • Apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Brasil, processo nº 476088/2010-0 e 303006/2012-9.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan-Feb 2015

Histórico

  • Recebido
    24 Jun 2014
  • Aceito
    05 Nov 2014
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