Resumo
Este estudo teve como objetivo analisar a produção do conhecimento no Brasil sobre o tema pedagogia histórico-crítica e Educação Física, em um recorte temporal de 1996 a 2019. Identificamos 163 produções, das quais extraímos os seguintes aspectos: 1) Saltos quantitativos na produção do conhecimento; 2) O debate no interior de eventos científicos; 3) Instituições e regiões mais prolíficas; 4) Principais orientadores de teses e dissertações; 5) Obras/autores mais citados; 6) Relações entre os autores. Identificamos que, após 2012, a produção aumentou progressivamente, porém as relações de cooperação são restritas. Concluímos que, apesar dos avanços recentes, novos laços e parcerias devem ser edificados para a construção coletiva da Educação Física à luz desta teoria pedagógica.
Palavras-chave:
Revisão; Indicadores de Produção Científica; Educação; Educação Física
Abstract
This study aimed to analyze Brazilian knowledge production on historical-critical pedagogy and Physical Education in 1996-2019. We found 163 works, from which we selected the following aspects: 1) Quantitative leaps in knowledge production; 2) The debate within scientific events; 3) More prolific institutions and regions; 4) Main supervisors of theses and dissertations; 5) Most cited works/authors; 6) Relations among authors. We found that production increased progressively after 2012 but cooperation relations are still restricted. We concluded that, despite recent advances, new ties and partnerships must be built for the collective advancement of Physical Education in the light of this pedagogical theory.
Keywords:
Review; Scientific Publication Indicators; Education; Physical Education
Resumen
Este estudio tuvo como objetivo analizar la producción de conocimiento en Brasil sobre el tema pedagogía histórico-crítica y Educación Física, en un recorte temporal que va de 1996 a 2019. Identificamos 163 producciones, de las cuales extrajimos los siguientes aspectos: 1) Saltos cuantitativos en la producción de conocimiento; 2) El debate dentro de eventos científicos; 3) Instituciones y regiones más prolíficas; 4) Principales Supervisores de tesis y disertaciones; 5) Obras/autores más citados; 6) Relaciones entre los autores. Encontramos que, a partir de 2012, la producción aumentó progresivamente, pero las relaciones de cooperación son escasas. Concluimos que, pese a los avances recientes, se deben establecer nuevos lazos y colaboraciones para la construcción colectiva de la Educación Física a la luz de esta teoría pedagógica.
Palabras clave:
Revisión; Indicadores de Producción Científica; Educación; Educación Física
1 INTRODUÇÃO
Na virada dos anos 1970 para os anos 1980 o debate entre os intelectuais críticos em educação buscava a superação das teorias hegemônicas, denominadas por Saviani (2008) como não-críticas1 e crítico-reprodutivistas2. O primeiro grupo se propunha a solucionar os problemas sociais pela escola de modo determinista, sem nunca ter conseguido êxito. Já o segundo grupo explica a razão do suposto fracasso sem propor caminhos para superação. Portanto, apresentava-se a necessidade de uma nova teoria com proposições teórico-metodológicas dialéticas em consonância com os objetivos da classe trabalhadora.
Nesse contexto, fundamentada em Marx, Gramsci e outros clássicos marxistas, estruturando-se desde 1979 e se consolidando nas discussões pedagógicas em 1983, surge a pedagogia histórico-crítica como uma teoria de formulação coletiva (SAVIANI, 2012). A pedagogia histórico-crítica é uma teoria pedagógica contra-hegemônica que compreende a escola como espaço fundamental para a educação da classe trabalhadora, reconhecendo seu potencial para a luta de classes.
Em diversas disciplinas escolares, há buscas por aproximações com a referida teoria, tanto no campo da produção do conhecimento quanto no chão da escola. Em relação à Educação Física, Silva (2013) mapeou as produções que estabeleciam relações com a pedagogia histórico-crítica, publicadas entre 1984 e 2012. Nessa pesquisa pioneira, o autor encontrou 24 obras como fonte primária, sendo que 20 estabeleciam implicitamente esta relação e quatro explicitamente. O autor concluiu que a produção ainda era incipiente e aponta a necessidade da continuidade dos estudos sobre o tema. Silva (2014) também se dedicou a mapear as produções entre Educação Física e pedagogia histórico-crítica, tendo como fonte os trabalhos presentes nos anais do CONRACE de 2009, 2011 e 2013. Nessa pesquisa também ficou constatada uma baixa produção na temática.
Nesta mesma direção, a proposta do presente artigo é compreender melhor essa aproximação. Para isso, realizamos uma pesquisa bibliográfica que identifica as produções da Educação Física brasileira que assumem a pedagogia histórico-crítica como teoria da educação escolar, em um recorte temporal de 1996 a 2019. O objetivo foi captar as redes sociais de cooperação entre autores e produções, identificando o número de produções por ano, as instituições as quais os autores estão vinculados e as produções mais citadas.
Ressaltamos que o ano de 1992 foi um marco para este tema, visto que foi publicado o livro Metodologia do Ensino de Educação Física de Soares et al. (1992), onde foi gestada a abordagem crítico-superadora que é reconhecidamente a principal expressão da pedagogia histórico-crítica na Educação Física. Esta obra ficou conhecida no campo como Coletivo de Autores e representa um esforço inicial de aproximação entre Educação Física e pedagogia histórico-crítica.
No entanto, assumimos aqui como ponto de partida do recorte temporal o ano de 1996, pois, segundo Silva (2013), foi quando ocorreu a publicação da primeira dissertação explícita entre Educação Física e pedagogia histórico-crítica, um marco na produção a nível stricto sensu. Desse modo, este artigo apresenta uma síntese de como a produção do conhecimento se encontra e quem são os sujeitos que vêm contribuindo para essa construção coletiva.
2 METODOLOGIA
Esta pesquisa caracteriza-se como bibliométrica, que, segundo Macias-Chapula (1998), consiste no estudo dos aspectos quantitativos da produção, disseminação e uso dos dados registrados. Para a análise, utilizamos técnicas sociométricas que exploram a matriz de relacionamentos estabelecida entre atores sociais3 e estatísticas aplicadas aos indicadores de cooperação4 (MORENO, 1972). Segundo Ensslin e Silva (2008), a sociometria e as técnicas bibliométricas contribuem para difundir o conhecimento científico, principalmente com a identificação das produções e as redes sociais de parceria ou aproximação teórica entre autores ou instituições.
Fizemos uma busca em seis fontes disponíveis na internet, utilizando os descritores “educação física” e “histórico-crítica”; “educação física” e “histórico-cultural”, no recorte temporal de 1996 a 2019. Optamos em utilizar o segundo e quarto descritor e não o termo pedagogia histórico-crítica ou psicologia histórico-cultural5, pois assim abarcamos um número maior de resultados, podendo ter liberdade para eleger os critérios de inclusão e exclusão que melhor contemplassem nossos objetivos.
Ainda sobre a escolha dos descritores, defendemos que a pedagogia histórico-crítica e psicologia histórico-cultural têm unidade teórica no contexto da educação escolar (MARTINS, 2016). Segundo Martins (2011), a pedagogia histórico-crítica pode ser vista como fundamento pedagógico da psicologia histórico-cultural e, igualmente, a psicologia histórico-cultural como fundamento psicológico da pedagogia histórico-crítica, portanto, são teorias dialeticamente imbricadas. Assim, incluímos em nosso banco de dados apenas obras da psicologia histórico-cultural que apresentam essa unidade.
Outros critérios de inclusão foram: ter um aporte explícito na pedagogia histórico-crítica e na Educação Física; conter os descritores no título ou no resumo ou nas palavras-chave (em caso de resumo simples, conter no título ou introdução). Consideramos os seguintes critérios para exclusão: produções estritas acerca do Ensino Desenvolvimental, entendendo que existem distinções entre os métodos propostos por Davidov e o método de Saviani; produções que se repetem em diferentes fontes, a exemplo de teses e dissertações encontradas a priori na BDTD e, posteriormente, em buscas no Google Acadêmico; monografias ou trabalhos de conclusão de curso de graduação.
Fizemos o levantamento de produções entre 1996 e 2019 na BDTD (Biblioteca Digital de Teses e Dissertações), Google Acadêmico, Anais do Conbrace (1997/1999/2005/2007/2009/2011/2013/2015/2017/2019), Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação - Anped (Biblioteca Virtual), Anais do Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino - Endipe (2008/2010/2012/2014/2016)6, Anais dos Congressos da Pedagogia Histórico-Crítica (1994/2009/2012/2015/2018/2019). Após leitura dos títulos, palavras-chave e resumos (quando necessário) extraímos as obras que de fato tinham relação com nosso recorte temático, totalizando 140 obras como fonte principal.
Para a exposição dos dados, utilizamos tabelas e o software de diagramação Lucidchart para apresentar as redes sociométricas por sociogramas7. Após a identificação dos 140 trabalhos, repetimos a busca com os termos “histórico-crítica”, “histórico-cultural” e “educação física” nas referências bibliográficas de cada um destes trabalhos, encontrando novos resultados. Ao final dessa pesquisa, encontramos o total de 163 trabalhos que foram tomados como fonte primária de análise, sendo 23 produções derivadas desta segunda aproximação, onde 109 produções foram captadas pelo descritor “histórico-crítica” e 54 com o descritor “histórico-cultural”.
3 EDUCAÇÃO FÍSICA E PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA: O QUE TEMOS ATÉ AQUI?
Iniciamos enfatizando que os eventos da Anped e Endipe se destacaram como lócus de debate inexistente com a temática analisada. Realizamos uma busca na biblioteca da Anped (http://www.anped.org.br/biblioteca) onde encontramos dois trabalhos com o tema pedagogia histórico-crítica, mas sem relação com a Educação Física, assim como 39 resultados acerca da Educação Física, mas sem vinculação com a pedagogia histórico-crítica, por isso foram desconsiderados. Sobre o Endipe, realizamos uma pesquisa no site oficial (https://endipe.pro.br/site/eventos-anteriores/) onde estão presentes os Anais de grande parte dos eventos (1979 - 2018): XIII, XI, X, XI, XII, XIII e XIV e XVIII ENDIPE8. Fizemos a análise de cada obra presente nos anais seguindo o recorte proposto em nossa metodologia e não encontramos nenhum trabalho que tematizasse a Educação Física e a pedagogia histórico-crítica.
Concluímos assim que a Anped e o Endipe não têm produções sobre Educação Física e pedagogia histórico-crítica em seus arquivos digitais e acervo de 1996 a 2019. Portanto, vemos que existe uma fragilidade na produção teórica nesses eventos, que, apesar de serem tradicionais na pós-graduação em educação e nos estudos sobre a didática, não apresentam representatividade no debate entre Educação Física e pedagogia histórico-crítica.
Essa constatação reforça a compreensão de que as concepções teóricas hegemônicas nos referidos eventos são outras, como visto na pesquisa longitudinal de Ventorim (2016) que mapeia os autores mais citados do Endipe no campo da formação de professores, que são Nóvoa (14), D. Schön (14), P. Perrenoud (10). Estes autores são referências nas discussões de formação de professores em perspectivas vinculadas com as abordagens do professor reflexivo e epistemologia da prática, concepções alinhadas aos interesses neoliberais para a educação (DUARTE, 2000).
Sobre a produção em geral, captada nas demais fontes de pesquisa, podemos evidenciar um movimento ascendente. A seguir, apresentamos no Gráfico 1 o quantitativo de publicações por tipo e ano e no Gráfico 2 o quantitativo de produções por tipo de publicação.
Notam-se três saltos em relação à quantidade de produções, constituindo três períodos emblemáticos. No período entre 1996 e 2007, vemos uma quantidade ainda incipiente (15 produções), demonstrando que as aproximações da Educação Física com a pedagogia histórico-crítica ainda eram iniciais, com recorrência entre uma e três publicações anuais. Neste período de 11 anos, a maior parte das produções estava nas dissertações, totalizando oito produtos nesse intervalo.
O primeiro salto ocorreu no período de 2008 a 2012, com uma expansão quantitativa (44 produções), sendo quatro a quantidade mínima e oito a máxima de publicações anuais. As dissertações continuam presentes de forma significativa, sendo seis no total. Entretanto, predominam as publicações de artigos em periódicos científicos que totalizaram 12 nesse intervalo de cinco anos. O segundo salto ocorreu nos anos de 2013 e 2014, em que em apenas dois anos vemos 21 produções, em sua maioria teses e dissertações (8). O terceiro salto ocorre nos anos de 2015 a 2019, quando acontece um considerável avanço (93 produções), potencializado pelos eventos científicos, sendo que 43 são de trabalhos publicados, contemplando os formatos de resumos simples, expandidos ou trabalhos completos. Todavia, no terceiro salto temos um amplo número de teses e dissertações (23), assim como artigos em periódicos (14), que superam a recorrência dos anos anteriores.
Os números do terceiro salto seriam ainda maiores se tivéssemos tido acesso aos anais do Congresso “Pedagogia Histórico-Crítica: em defesa da Escola Pública e Democrática em tempos de Projetos de ‘Escolas sem Partidos” realizado em 2018. Temos ciência de que esse evento contou com submissão de trabalhos, porém não houve a disponibilização dos anais na internet, nem mesmo no site do evento. O mesmo ocorreu com outro evento realizado em 2019, o Congresso “Pedagogia Histórico-crítica: quadragésimo ano”, realizado na Universidade Federal da Bahia. Até a elaboração deste artigo, não haviam sido disponibilizados os Anais deste evento.
Apesar disto, o ano com maior produção é 2019, sendo o ápice, com 15,3% de toda produção, com forte influência dos trabalhos (15) advindos do “XXI CONBRACE & VIII CONICE” realizado na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, evento tradicional no campo da Educação Física. O ano de 2017 é o segundo maior, chegando a 12,2% do total de publicações, contendo três teses, duas dissertações, cinco artigos e dez resumos. Este ano também teve forte influência do “XX CONBRACE & VII CONICE” realizado na Universidade Federal de Goiás. Dessa forma, fica evidenciada a importância do referido evento para a temática que envolve a relação entre Educação Física e pedagogia histórico-crítica.
O terceiro ano com maior quantidade de publicações foi 2016, que contou com 19 produções, sendo cinco artigos e 14 trabalhos oriundos do Congresso “Pedagogia histórico-crítica: educação e desenvolvimento humano”, realizado na UNESP de Bauru/SP em 20159. Esse é um lócus importante para as aproximações da Educação Física com a referida teoria pedagógica, pois esses eventos estão se tornando marcos na história e desenvolvimento da pedagogia histórico-crítica.
Entre os anos de 1996 e 2008, podemos notar que não há mais do que uma dissertação por ano, após essa data temos um aumento expressivo, chegando ao ápice em 2018. Considerando que as teses e dissertações são as formas de escrita acadêmica mais desenvolvidas, constatamos que 2014 (6), 2018 (9) e 2019 (6) foram os anos com maior quantitativo destas produções resultantes de pós-graduação stricto sensu. Destacamos que a primeira tese de doutorado foi publicada no ano de 2010 e, desde então, outras teses também foram produzidas. Ao todo, tivemos 13 teses e 38 dissertações, demonstrando o fortalecimento recente desta temática.
Observa-se no Gráfico 1 que os três saltos quantitativos na produção do conhecimento ocorrem após o ano de 2008, data que coincide com o “Seminário Pedagogia histórico-crítica: 30 anos”, realizado na Unesp de Araraquara em comemoração aos 30 anos dessa teoria pedagógica. Para Marsiglia (2016), este evento representa uma retomada vigorosa na pedagogia histórico-crítica, tanto pela articulação de seus intelectuais quanto nas várias publicações (livros, artigos, teses e dissertações) pós-evento. Isto é indício de uma possível influência desta retomada dos eventos na produção do campo da Educação Física.
4 INSTITUIÇÕES E ORIENTADORES STRICTO SENSU: PROTAGONISTAS NAS PRODUÇÕES TEÓRICAS
Olhando mais de perto as 163 produções presentes nos gráficos 1 e 2, identificamos os autores de cada trabalho, captamos suas redes de cooperação e as instituições a que eles se vinculam. Para isso, tomamos o vínculo institucional dos autores e coautores por meio dos dados constantes nos próprios artigos, teses e dissertações analisadas ou por meio do currículo da Plataforma Lattes, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Nos casos de autores de diferentes instituições, contabilizamos para ambas, por isso o total de “vinculações” das produções com instituições é 172. Essa pequena diferença evidencia que há pouca parceria interinstitucional entre os autores. Na Figura 1 podemos visualizar o percentual de produção por região do Brasil e na Tabela 1, as instituições com maior quantidade de produções.
Ao todo foram 53 instituições de vinculação dos autores, entre Universidades Federais, Estaduais, Particulares e Institutos Federais. Em nossa análise encontramos vínculos com 24 Universidades Federais, três Institutos Federais, 18 Universidades Estaduais, duas estrangeiras e seis privadas. É notável que a produção acadêmica vinculada ao tema acontece com superioridade nas instituições públicas, que contabilizam mais de 85% dos lócus. Este é um dado importante que escancara como a produção científica acontece no interior das instituições públicas.
Entre as instituições com maior número de autores, notamos a UFBA, com 19, a UFG com 14, UFJF com 13, Unicamp com 11 e a Unesp com oito. Em relação à Unesp, destacamos que no campus Araraquara existe o Grupo de Pesquisa Estudos Marxistas em Educação (Unesp/Araraquara), formado em 2002 e liderado por Newton Duarte e Lígia Márcia Martins, que são referências no desenvolvimento e constituição da pedagogia histórico-crítica (SAVIANI, 2011). Dos trabalhos advindos dessa universidade, temos duas teses, três dissertações e três artigos, dos quais seis foram encontrados com o descritor “histórico-cultural” e dois pelo descritor “histórico-crítica”. O autor Viotto Filho se destaca entre os demais desta instituição, pois figura em dois artigos articulados à psicologia histórico-cultural e aos fundamentos da pedagogia histórico-crítica na educação escolar.
A Unicamp, também com 11 trabalhos, é sede do Grupo de Estudos e Pesquisas HISTEDBR - "História, Sociedade e Educação no Brasil", que, entre outros temas, dedica-se ao desenvolvimento dos fundamentos da pedagogia histórico-crítica e tem como coordenador geral o Professor Dermeval Saviani, principal referência dessa teoria pedagógica. Das produções vinculadas à Unicamp, três são de um mesmo autor, Matheus Bernardo Silva, e uma é de autoria de seu orientador, Dermeval Saviani.
Na UFJF, das 13 produções, nove estão vinculadas ao Núcleo de Estudos sobre Trabalho e Educação (NETEC), que tem objetivo de estudar a relação entre formas de produção da existência humana em sua interface com a educação escolar e não escolar11. Ainda sobre essas produções, notamos que seis trabalhos são de professores do Colégio de Aplicação João XXIII da Universidade Federal de Juiz de Fora.
Em relação às 13 produções vinculadas à UFG, se destaca o CEPAE12, como lócus de origem de dez trabalhos, sendo cinco de professores da instituição e seis oriundos de dissertações e trabalhos em eventos de discentes do Mestrado em Ensino na Educação Básica. Os professores da Faculdade de Educação Física e Dança também contribuíram com duas produções. É importante ressaltar que seis dos autores destas obras tiveram sua formação inicial nesta faculdade.
Por fim, a Universidade Federal da Bahia é a instituição com maior número de publicações, contabilizando ao todo 19 trabalhos. Nos artigos são declaradas as vinculações de inúmeros autores com o LEPEL - Linha de Estudo e Pesquisa em Educação Física & Esporte e Lazer - que é um grupo inserido na Linha Educação, Cultura Corporal e Lazer do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia, mas que possui núcleos em outras universidades. A principal representante desse grupo é a Professora Celi Nelza Zülke Taffarel, uma das autoras originais do livro Metodologia do Ensino de Educação Física e idealizadora da abordagem crítico-superadora que continuou comprometida com a difusão e desenvolvimento da pedagogia histórico-crítica na Educação Física nos últimos 23 anos, participando diretamente de dez produções, sendo seis como autora e quatro como orientadora.
Com estas análises, notamos que a pós-graduação stricto sensu impacta diretamente na produção deste tema, portanto, as relações que proporcionam essas produções carecem ser vistas mais de perto. Na Figura 2, vemos a rede de cooperação entre orientandos e seus respectivos orientadores em relação às produções de teses e dissertações.
A Figura 2 expressa os laços13 entre orientador e orientando presentes nas teses, representadas pela cor verde e dissertações, pela cor roxa. Salientamos que neste sociograma constam apenas orientadores com mais de um trabalho orientado.
Podemos observar que a professora Celi Taffarel tem o maior destaque no panorama geral, centralizada em vermelho, como a principal orientadora, tendo quatro produtos de sua orientação, sendo três teses e uma dissertação. Todas as produções são advindas do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia.
Destacamos ainda Vidalcir Ortigara, em rosa no sociograma, como segunda principal referência nas orientações acerca dessa temática no Brasil. O professor é docente da Universidade do Extremo Sul Catarinense e membro do GEPEFE - Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação Física e Escola: conhecimento e intervenção.
Outros orientadores com contribuições significativas foram: Alcir Horácio da Silva e Sônia Costa, da UFG, Cláudio de Lira Santos Júnior e Elza Margarida de Mendonça Peixoto, da UFBA, Silvia Christina Finck, da UEPG, e Manoel Oriosvaldo de Moura da USP e Marcelo Húngaro14, da UNB, que orientaram dois trabalhos cada.
Todavia, é importante destacarmos um laço fundamental. Nos referimos à orientação de Dermeval Saviani à tese de Silva (2018). Essa aproximação demonstra um marco da Educação Física com o principal nome e idealizador da pedagogia histórico-crítica (SAVIANI, 2011). Desse modo, constatamos que na produção stricto sensu em âmbito nacional, entre as produções que relacionam a Educação Física com a pedagogia histórico-crítica, há pelo menos um laço com o núcleo central da teoria pedagógica em questão, carecendo de novas e sucessivas aproximações.
Se tomarmos somente os laços entre os principais orientadores, presentes na Figura 2, podemos dizer que os difusores centrais da pedagogia histórico-crítica para a Educação Física, no âmbito da pós-graduação brasileira, entre 1996 e 2019, estão nas regiões Nordeste, Sul e Centro-Oeste. Todavia, quando levamos em consideração toda produção stricto sensu, 51 no total, vemos a maior quantidade no Sudeste, com 25 produtos, seguida do Nordeste com dez, Centro-Oeste e Sul, apenas com oito. A Região Norte não apresenta nenhuma tese ou dissertação a partir dos critérios estabelecidos em nossa pesquisa.
5 EDUCAÇÃO FÍSICA E PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA: AS PRINCIPAIS REFERÊNCIAS NA PRODUÇÃO TEÓRICA
Apesar de existirem diversas produções, é importante compreender como essas obras repercutem no cenário brasileiro. Para isso, analisamos todas as referências de todos os trabalhos identificando e quantificando as citações entre pares dentro de nosso recorte temporal. Além disso, verificamos, com o auxílio do Google Acadêmico, o número de citações de modo geral realizadas por outros trabalhos para além de nosso recorte. O Quadro 1 foi produzido a partir das citações encontradas nas referências e o dado do Google Acadêmico foi acrescentado para melhor evidenciar o impacto no debate acadêmico.
A partir das citações encontradas nas referências dos 163 trabalhos selecionados, verificamos que Reis et al. (2013) têm 12 citações, Silva (2013) seis, Loureiro (1996), Sampaio (2013) e Nascimento (2014) com cinco cada. Reis et al. (2013) é um livro, em formato de coletânea de textos, que aparece como a obra mais citada, todavia devemos evidenciar duas questões: 1) As citações não estão coerentemente referenciadas15; 2) A obra é citada por 12 pares, mas não cita ninguém do debate, se embasando prioritariamente em clássicos da pedagogia histórico-crítica.
Silva (2013) realiza um mapeamento das produções entre pedagogia histórico-crítica e Educação Física, entre 1984 e 2013, com ênfase em quatro periódicos do campo. Loureiro (1996, p.8) é a dissertação pioneira sobre o tema, e teve como objetivo geral “compreender como e por que surge o projeto histórico-crítico na Educação Física brasileira”. Sampaio (2013, p. 11) apresenta um sólido debate acerca das “apropriações dos fundamentos da teoria histórico-cultural [pelas] concepções pedagógicas da Educação Física, nas décadas de 1980 e 1990”. Nascimento (2014, p. 44) faz um estudo sobre as “relações essenciais” das “atividades da cultura corporal”. Destacamos ainda que Nascimento (2014) e Reis et al. (2013) são os mais citados no Google Acadêmico.
Além dos autores mais citados pelos pares, outros se destacaram ainda pela quantidade de obras produzidas e citadas. Adiante, salientamos aqueles que têm acima de três obras citadas: Celi Taffarel, Tiago Lavoura e Leonardo Pina. Referente à primeira autora temos: (LORDELO; TAFFAREL,2016); (LORENZINI; TAFFAREL, 2016); (TAFFAREL, 2016, 2015, 2013). Já acerca das produções do segundo autor temos: (GONÇALVES; LAVOURA, 2011), (LAVOURA, 2013), (SILVA; LAVOURA; VIANA, 2014) e (COSTA; MIRANDA; LAVOURA, 2016). A respeito do terceiro autor temos seis produtos: (QUELHAS; PINA, 2007), (PINA, 2014, 2012, 2008b, 2008a), e a coautoria no livro de Reis et al. (2013).
Na Figura 3, apresentamos as redes de cooperação a partir das citações pelos pares. Ressaltamos que os “traços” representam as redes, sempre saindo de quem está citando e indicando com uma seta na extremidade quem está sendo citado.
Ao tomar como objeto de análise as citações entre os pares, a Figura 3 indica os nexos de cooperação entre os autores que estudam a Educação Física e a pedagogia histórico-crítica. A rede central (vermelho) envolveu 12 atores que citaram Reis et al. (2013), sendo que um destes era da rede robusta16 (roxa), um da rede intermediária17 (rosa), dois de redes periféricas18 (amarela) e oito atores isolados19 (verde). Como explicado anteriormente, apesar de bastante citada, esta obra não cita nenhuma dos pares.
Nas redes que denominamos como robustas isto ocorre de modo similar, com exceção de Silva (2013), que, além de ter sido citado por seis vezes20, também cita outros nove trabalhos, dentre eles duas grandes redes (azul), Viotto Filho (2009) e Lavoura (2013), assim como duas redes menores (alaranjado), Cararo (2008) e Frizzo (2013). Todavia, o trabalho de Silva (2013) se dedicou a exatamente isso, mapear a produção teórica do campo, por isso apresenta mais relações.
Vale ressaltar que diversos21 trabalhos encontrados pelas buscas com o descritor “histórico-cultural” compõe a Figura 3, como referência para os estudos dos demais. Isso reforça a unidade entre psicologia e teoria pedagógica. Segundo Martins (2016), a psicologia histórico-cultural e a pedagogia histórica-crítica têm unidade teórico-metodológica acerca do desenvolvimento humano, sendo a primeira representante da psicologia e a segunda da pedagogia como práxis fundamental para se pensar o ensino na educação escolar. Destacamos Nascimento (2014) e Sampaio (2013) como grandes redes e Viotto Filho (2009) como uma rede intermediária (três citações), autores(as) que localizamos a partir do descritor “histórico-cultural”.
Destacamos ainda que Cauper (2019) mantém vínculo com cinco atores, citando todos eles, destacando-se como um trabalho que estabelece grande número de relações citando outras produções. Tal procedimento de revisar a literatura existente, que é básico e fundamental na produção científica, apresenta-se de modo limitado nas redes de cooperação aqui analisadas, evidenciando uma fragilidade das produções neste aspecto.
Para além da pouca referência aos trabalhos de seus pares, podemos captar na leitura das referências das obras mais citadas uma grande aproximação com os clássicos22 do marxismo, da psicologia histórico-cultural, da pedagogia histórico-crítica e da própria Educação Física. Portanto, em nosso olhar, existe a carência de aproximação entre os pares, mas uma sólida aproximação com os fundamentos.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Enquanto síntese provisória das articulações teóricas e epistemológicas entre pedagogia histórico-crítica e Educação Física, apontamos os seguintes elementos: 1) Houve três saltos na produção do conhecimento, sendo o primeiro no período de 2008 a 2012, o segundo entre 2013 e 2014 e o terceiro de 2015 a 2019, em um movimento ascendente; 2) Os eventos que contêm a produção mais abundante no debate são o CONBRACE e aqueles específicos da pedagogia histórico-crítica, que influenciam fortemente no quantitativo geral. O Endipe e a Anped têm uma produção nula; 3) As instituições mais prolíficas na produção para o debate são a UFBA (19), a UFG (14), UFJF (13), Unicamp (11) e a Unesp (oito), já as regiões, são Nordeste e Sudeste; 4) A principal orientadora de teses e dissertações é a professora Celi Taffarel, seguida de Vidalcir Ortigara. Salientamos que Saviani foi um dos orientadores encontrados; 5) Os autores mais citados foram Reis et al. (2013), Silva (2013), Loureiro (1996), Sampaio (2013) e Nascimento (2014); 6) Outros autores importantes, pelo número de produções citadas, são Celi Taffarel, Tiago Lavoura e Leonardo Pina.
Reiteramos que o objetivo desta pesquisa foi analisar a produção do conhecimento no Brasil acerca do tema pedagogia histórico-crítica e Educação Física em um recorte temporal de 1996 a 2019. Compreendemos que as produções sobre o tema não são mais incipientes, mas também não podem ser consideradas suficientemente desenvolvidas. Podemos afirmar que após o ano de 2012 a produção é progressiva em quantidade, contendo cerca de 70% da produção em geral. Identificamos poucas redes de cooperação e defendemos a necessidade de aproximações entre os autores e fomento de parcerias, para assim avançar no desenvolvimento coletivo da Educação Física no interior dessa teoria pedagógica. Dessa forma, destacamos a importância da edificação de novos laços e do fortalecimento na produção coletiva.
REFERÊNCIAS
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- COSTA, Juliete Barbosa; MIRANDA, Fernanda Santos Brasil; LAVOURA, Tiago Nicola. Atividade de ensino na Educação Física e a formação do pensamento teórico. Psicologia Educacional, n. 42, p. 71-80, jun. 2016.
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1
Pedagogias Tradicional, Nova e Tecnicista.
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2
Teoria do Sistema de Ensino enquanto Violência Simbólica, a Teoria da Escola enquanto Aparelho Ideológico de Estado e a Teoria da Escola Dualista.
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3
Neste caso, as obras e seus autores.
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4
Este termo será adotado para explicitar as relações de orientação e citação entre as obras.
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5
Alguns trabalhos utilizavam prefixos como “perspectiva”, “teoria”, “corrente”, entre outros que só puderam ser captados devido à escolha mais genérica dos descritores.
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6
Os demais anais estavam todos fora do ar, portanto indisponíveis.
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7
Sociograma é uma técnica própria das pesquisas sociométricas que apresenta os dados sob a forma de um gráfico ou figura em formato de rede, podendo explicitar os vínculos/laços entre os autores.
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8
I, IV, V, VI, XIII, XI, X, XI, XII, XIII e XIV não estavam disponíveis naquela oportunidade <https://www.ufmt.br/endipe2016/anais-eletronicos/> acesso em 24/04/2020.
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9
Apesar dos anais terem sido publicados apenas em 2016.
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10
Foram levados em consideração apenas as produções no país, sendo que 0,5% são produtos vinculados a universidades estrangeiras (Uruguai e Portugal).
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11
Núcleo de Estudos sobre Trabalho e Educação (NETEC) - http://www.ufjf.br/netec/.
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12
Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada a Educação
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13
Termo recorrente na literatura da sociometria para se referir às relações entre os autores. Laços sociais são fundamentais para a análise das redes de relacionamento, podendo inclusive serem subdivididos em laços fracos e laços fortes. Tomaremos esse termo para indicar estritamente as relações de orientação.
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14
Líder do Grupo de Pesquisa e Formação Sociocrítica em Educação Física, Esporte e Lazer - AVANTE, que desenvolve estudos e aproximações com o tema no centro-oeste brasileiro.
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15
Em diversas ocasiões o livro é citado inadequadamente em seu conjunto, sendo que nessas oportunidades deveria ser citado por capítulo.
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16
(SILVA, 2013).
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18
(TAFFAREL, 2015); (OLIVEIRA, 2015).
- 19
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20
(TAFFAREL, 2015); (GARCEZ, 2018); (MARTINS, 2019); (SILVA; ALVES, 2017); (SILVA,2016); (CAUPER, 2018).
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21
(SAMPAIO, 2013); (NASCIMENTO, 2014); (VIOTO FILHO, 2009); (NASCIMENTO; DANTAS, 2009); (SAMPAIO et al., 2017); entre outros.
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22
Maiores informações em Marsiglia, Lavoura e Martins (2019).