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TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL DO QUESTIONÁRIO PATIENT MEASURE OF SAFETY (PMOS) PARA O PORTUGUÊS BRASILEIRO

RESUMO

Objetivo

realizar a tradução e adaptação transcultural do questionário Patient Measure of Safety para o português brasileiro.

Método

estudo de adaptação transcultural realizado em seis etapas: tradução, síntese, retrotradução, revisão por um comitê de especialistas, pré-teste e apresentação da documentação de todo o processo para os autores do instrumento.

Resultados

na etapa inicial da tradução e adaptação transcultural, foram originadas duas versões do questionário. As divergências entre as duas versões e outras sugestões foram discutidas e as decisões tomadas por consenso originando-se uma versão única. Na etapa de retrotradução não houve diferenças significativas entre as versões e o instrumento original. A avaliação das equivalências semântica, idiomática, cultural e conceitual dos itens do Patient Measure of Safety foi realizada por um comitê de dez especialistas de diferentes regiões do Brasil. Os resultados do índice de validade de conteúdo foram acima de 0,9 para a maioria dos itens. O pré-teste foi realizado com 30 pacientes. O tempo médio para a aplicação do questionário foi de 31,9 minutos. Em relação à compreensão dos itens do questionário pelos pacientes foi identificada uma interpretação regular ou ruim para somente 6 dos 44 itens, os quais foram alterados.

Conclusão

o “Questionário de Avaliação da Segurança pelo Paciente”, denominação atribuída à versão traduzida e adaptada transculturalmente, resultou de um processo criterioso, apresentando consistência na equivalência da tradução e constituindo um instrumento aplicável e compreendido pelo público-alvo.

DESCRITORES
Tradução; Segurança do paciente; Assistência centrada no paciente; Assistência hospitalar; Enfermagem

ABSTRACT

Objective

to translate and culturally adapt the Patient Measure of Safety questionnaire to Brazilian Portuguese.

Method

a transcultural adaptation study conducted in six stages: translation, synthesis, back-translation, review by experts committee, pre-test, and presentation of the documentation of the entire process to the authors of the instrument.

Results

in the initial translation and cultural adaptation stage, two versions of the questionnaire were generated. The divergences between both versions and other suggestions were discussed, and the decisions were made by consensus, thus creating a single version. In the back-translation stage, there were no significant differences between the versions and the original instrument. The assessment of the semantic, idiomatic, cultural and conceptual equivalences of the Patient Measure of Safety items was performed by a committee of experts from different Brazilian regions. The results of the content validity index were above 0.9 for most of the items. The pre-test was conducted with 30 patients. The mean time for the application of the questionnaire was 31.9 minutes. In relation to the understanding of the items by the patients, a regular or poor interpretation was identified only for 6 of the 44 items, which were modified.

Conclusion

the “Questionário de Avaliação da Segurança pelo Paciente”, name given to the translated and transculturally adapted version, resulted from a thoughtful process, presenting consistency in the equivalence of the translation and constituting an applicable instrument understood by the target population.

DESCRIPTORS
Translation; Patient safety; Patient-centered care; Hospital care; Nursing

RESUMEN

Objetivo

realizar la traducción y adaptación transcultural del cuestionario Patient Measure of Safety al portugués de Brasil.

Método

estudio de adaptación transcultural realizado en seis etapas: traducción, síntesis, retrotraducción, revisión a cargo de un comité de especialistas, prueba previa y presentación de la documentación de todo el proceso a los autores del instrumento.

Resultados

en la etapa inicial de la traducción y adaptación transcultural se generaron dos versiones del cuestionario. Se debatieron las divergencias entre las dos versiones y otras sugerencias, y las decisiones se tomaron por consenso, dando así origen a una versión única. En la etapa de retrotraducción no hubo diferencias significativas entre las versiones y el instrumento original. La evaluación de las equivalencias semántica, idiomática, cultural y conceptual de los ítems del Patient Measure of Safety estuvo a cargo de un comité de diez especialistas de diferentes regiones de Brasil. Los resultados del índice de validez de contenido fueron superiores a 0,9 para la mayoría de los ítems. La prueba previa se realizó con 30 pacientes. El tiempo medio para aplicar el cuestionario fue de 31,9 minutos. En relación con la comprensión de los ítems del cuestionario por parte de los pacientes, se identificó un nivel regular o deficiente de interpretación solamente en 6 de los 44 ítems, los cuales fueron modificados.

Conclusión

el “Questionário de Avaliação da Segurança pelo Paciente”, denominación asignada a la versión traducida y adaptada transculturalmente, fue el resultado de un proceso criterioso, que presentó consistencia en la equivalencia de la traducción y se constituye como un instrumento aplicable y bien comprendido por el público al que está destinado.

DESCRIPTORES
Traducción; Seguridad del paciente; Asistencia centrada en el paciente; Asistencia hospitalaria; Enfermería

INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, tornou-se evidente que os hospitais não são locais seguros para os pacientes. Estudos apontam incidência elevada de eventos adversos relacionados à assistência em saúde, chegando a atingir um em cada sete pacientes internados em hospitais.11. D’Amour D, Dubois CA, Tchouaket E, Clarke S, Blais R. The occurrence of adverse events potentially attributable to nursing care in medical units: cross sectional record review. Int J Nurs Stud [Internet]. 2014 [cited 2017 Nov 27];51(6):88291. Available from: https://doi.org/10.1016/j.ijnurstu.2013.10.017
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Diante disso, as organizações de saúde têm procurado implementar práticas seguras no sentido de evitar a ocorrência de eventos adversos.22. Wise J. Patient Safety lessons from the world’s experts. BMJ [Internet]. 2018 [cited 2019 May 13];363:k5211. Available from: https://doi.org/10.1136/bmj.k5211
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Dentre as diversas estratégias para promoção da segurança do paciente, a assistência centrada no paciente tem sido defendida como uma intervenção capaz de reduzir eventos adversos,33. Berger Z, Flickinger TE, Pfoh E, Martinez KA, Dy SM. Promoting engagement by patients and families to reduce adverse events in acute care settings: a systematic review. BMJ Quality & Safety [Internet]. 2014 [cited 2019 May 13];23(7):548-55. Available from: https://doi.org/10.1136/bmjqs-2012-001769
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-55. Severinsson E, Holm A. Patients’ role in their own safety: a systematic review of patient involvement in safety. Open J Nurs [Internet]. 2015 [cited 2017 Nov 28];5(7):642-53. Available from: http://doi.org/10.4236/ojn.2015.57068
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sendo incluída como elemento essencial nas reformas dos sistemas de saúde de alguns países.66. Gomes PHG, Mendes Júnior WV. O cuidado centrado no paciente nos serviços de saúde: estratégias de governos e organizações não governamentais. Revista Acreditação [Internet]. 2017 [cited 2018 Jan 12];7(13):23-43. Available from: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=6130783
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Atualmente, a assistência centrada no paciente consiste em uma filosofia e cultura que se expressam por meio de parcerias entre pacientes, familiares e prestadores de cuidados de saúde.77. Gandhi TK, Kaplan GS, Leape L, Berwich DM, Edgman-Levitan S, Edmondson A, Meyer GS. Transforming concepts in patient safety: a progress report. BMJ Quality & Safety [Internet]. 2018 [cited 2019 May 13];27:1019-26. Available from: http://doi.org/10.1136/bmjqs-2017-007756
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-88. Santana MJ, Manalili K, Jolley RJ, Zelinsky S, Quan H, Lu M. How to practice person-centred care: a conceptual framework. Health Expect. [Internet]. 2018 [cited 2019 May 13];21(2):429-40. Available from: https://doi.org/10.1111/hex.12640
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Essa filosofia valoriza a experiência do paciente adotando uma abordagem individualizada e integrada de cuidados, a partir das necessidades físicas e emocionais do paciente. Inclui a participação do paciente no seu cuidado de forma a ser respeitado e sua autonomia incentivada, permitindo que expresse suas crenças e valores em uma comunicação aberta com o profissional de saúde.99. Clarke S, Ells C, Thombs BD, Clarke D. Defining elements of patient-centered care for therapeutic relationships: a literature review of common themes. Eur J Person C Healthcare [Internet]. 2017 [cited 2019 May 13];5(3):362-72. Available from: http://www.ejpch.org/ejpch/article/view/1337
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-1010. Kumar R, Chattu VK. What is the name? Understanding terminologies of patient-centered, person-centered, and patient-directed care! J Family Med Prim Care [Internet]. 2018 [cited 2019 May 13];7(3):487-8. Available from: https://doi.org/10.4103/jfmpc.jfmpc_61_18
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Sob essa perspectiva, pacientes podem contribuir para cuidados seguros de diversas maneiras, tais como, aquisição de conhecimentos em saúde; pelo questionamento em relação às medicações, assuntos médicos gerais e prática de higiene das mãos pelos profissionais; participação ativa e postura comunicativa com os profissionais de saúde; pelo desenvolvimento de práticas de segurança e automonitorização e fornecendo informações sobre sua experiência de cuidado, riscos e eventos adversos.1111. Lastinger A, Gomez K, Manegold E, Khakoo R. Use of a patient empowerment tool for hand hygiene. Am J Infect Control [Internet]. 2017 [cited 2019 May 13];45(8):824-9. Available from: https://doi.org/10.1016/j.ajic.2017.02.010
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-1414. Rainey H, Ehrich K, Mackintosh N, Sandall J. The role of patients and their relatives in “speaking up” about their own safety: a qualitative study of acute illness. Health Expect [Internet]. 2015 [cited 2017 Nov 28];18(3):392-405. Available from: https://doi.org/10.1111/hex.12044
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A obtenção de informações pelo paciente para melhorar a qualidade da assistência em saúde tem sido uma prática crescente em alguns países. Nesse sentido, foram desenvolvidos diversos instrumentos de avaliação da experiência do paciente buscando-se extrair dados sobre questões específicas dos processos e eventos de saúde.1515. Giles SJ, Lawton RJ, Din I, McEachan RR. Developing a patient measure of safety (PMOS). BMJ Quality & Safety [Internet]. 2013 [cited 2017 Nov 24];22(7):554-62. Available from: https://doi.org/10.1136/bmjqs-2012-000843
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-1616. Beattie M, Murphy DJ, Atherton L, Lauder W. Instruments to measure patient experience of healthcare quality in hospitals: a systematic review. Syst Rev [Internet]. 2015 [cited 2017 Nov 26];4:97. Available from: https://doi.org/10.1186/s13643-015-0089-0
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Contudo, a maioria desses instrumentos solicita que o paciente informe sobre os resultados dos seus cuidados (incidentes de segurança, por exemplo), ao invés dos fatores que poderiam representar falhas em estruturas e processos do cuidado ou ambiente de cuidado que resultariam em incidentes de segurança, no caso desse exemplo.1717. Lawton R, O’Hara JK, Sheard L, Reynolds C, Cocks K, Armitage G et al. Can staff and patient perspectives on hospital safety predict harm-free care? An analysis of staff and patient survey data and routinely collected outcomes. BMJ Quality & Safety [Internet]. 2015 [cited 2017 Nov 25];24:369-376. Available from: http://doi.org/10.1136/bmjqs-2014-003691
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Por isso, devido à falta de um instrumento que pudesse fornecer informações do paciente sobre a segurança dos seus cuidados ou do ambiente de cuidados, para serem utilizadas na melhoria da segurança em nível da própria unidade, surgiu o questionário Patient Measuare of Safety (PMOS), desenvolvido por pesquisadores do Yorkshire Quality and Safety Research Group (YQSR Group) a partir de 2011 na Inglaterra.1515. Giles SJ, Lawton RJ, Din I, McEachan RR. Developing a patient measure of safety (PMOS). BMJ Quality & Safety [Internet]. 2013 [cited 2017 Nov 24];22(7):554-62. Available from: https://doi.org/10.1136/bmjqs-2012-000843
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,1818. McEachan RR, Lawton RJ, O’Hara JK, Armitage G, Giles S, Parveen S et al. Developing a reliable and valid patient measure of safety in hospitals (PMOS): a validation study. BMJ Quality & Safety [Internet]. 2014 [cited 2017 Nov 25];23(7):565-73. Available from: https://doi.org/10.1136/bmjqs-2013-002312
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O PMOS foi criado para ser utilizado na unidade de internação hospitalar como uma ferramenta de diagnóstico, visando identificar áreas de força e fragilidade com base nas informações apresentadas pelos pacientes e permitindo-se intervir e evitar que os erros ocorram.1515. Giles SJ, Lawton RJ, Din I, McEachan RR. Developing a patient measure of safety (PMOS). BMJ Quality & Safety [Internet]. 2013 [cited 2017 Nov 24];22(7):554-62. Available from: https://doi.org/10.1136/bmjqs-2012-000843
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Trata-se de um instrumento de mensuração voltado para o futuro, proporcionando uma avaliação proativa dos fatores locais e organizacionais que podem causar incidentes de segurança nos pacientes em hospitais.1717. Lawton R, O’Hara JK, Sheard L, Reynolds C, Cocks K, Armitage G et al. Can staff and patient perspectives on hospital safety predict harm-free care? An analysis of staff and patient survey data and routinely collected outcomes. BMJ Quality & Safety [Internet]. 2015 [cited 2017 Nov 25];24:369-376. Available from: http://doi.org/10.1136/bmjqs-2014-003691
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Estudos utilizando o PMOS obtiveram uma alta participação dos pacientes (86%), demonstrando que estes estão dispostos a fornecer informações sobre a segurança de seus cuidados. Também apontaram ser um instrumento capaz de informar ações de melhoria da segurança apropriadas às unidades onde foi aplicado, sendo apropriado para prevenir novos danos e complementar resultados de outros métodos de avaliação da segurança do paciente, como as notificações de erros e eventos adversos e a identificação da cultura de segurança do paciente, realizados com os profissionais de saúde.1919. Lawton R, O’Hara JK, Sheard L, Reynolds C, Cocks K, Armitage G. Can staff and patient perspectives on hospital safety predict harm-free care? An analysis of staff and patient survey data and routinely collected outcomes. BMJ Quality & Safety [Internet]. 2015 [cited 2019 May 13];24(6):368-76. Available from: https://doi.org/10.1136/bmjqs-2014-003691
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-2121. O’Hara JK, Reynolds C, Moore S, Armitage G, Sheard L, Marsh C. What can patient tell us about the quality and safety of hospital care? Findings from a UK multicentre survey study. BMJ Quality & Safety [Internet]. 2018 [cited 2019 May 13];27:673-82. Available from: http://doi.org/10.1136/bmjqs-2017-006974
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Na atualidade, apesar de identificarmos diversas formas de promover a participação do paciente nos processos de assistência em saúde e ferramentas como o PMOS que podem contribuir para a segurança do paciente, no Brasil ainda é uma temática pouco explorada.66. Gomes PHG, Mendes Júnior WV. O cuidado centrado no paciente nos serviços de saúde: estratégias de governos e organizações não governamentais. Revista Acreditação [Internet]. 2017 [cited 2018 Jan 12];7(13):23-43. Available from: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=6130783
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Nesse contexto, o PMOS seria uma ferramenta útil a ser incorporada no contexto brasileiro no sentido de promover a assistência centrada no paciente e melhorar a qualidade e segurança da assistência em saúde. É importante destacar que é uma ferramenta que tem sido testada, apresentando-se válida, confiável e bem recebida pelos pacientes.1515. Giles SJ, Lawton RJ, Din I, McEachan RR. Developing a patient measure of safety (PMOS). BMJ Quality & Safety [Internet]. 2013 [cited 2017 Nov 24];22(7):554-62. Available from: https://doi.org/10.1136/bmjqs-2012-000843
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,1717. Lawton R, O’Hara JK, Sheard L, Reynolds C, Cocks K, Armitage G et al. Can staff and patient perspectives on hospital safety predict harm-free care? An analysis of staff and patient survey data and routinely collected outcomes. BMJ Quality & Safety [Internet]. 2015 [cited 2017 Nov 25];24:369-376. Available from: http://doi.org/10.1136/bmjqs-2014-003691
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-1818. McEachan RR, Lawton RJ, O’Hara JK, Armitage G, Giles S, Parveen S et al. Developing a reliable and valid patient measure of safety in hospitals (PMOS): a validation study. BMJ Quality & Safety [Internet]. 2014 [cited 2017 Nov 25];23(7):565-73. Available from: https://doi.org/10.1136/bmjqs-2013-002312
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Considerando-se que o desenvolvimento de instrumentos é um processo demorado e envolve custos, a adaptação transcultural de um instrumento já desenvolvido e validado pode ser uma boa alternativa. Além disso, o uso de um instrumento já validado possibilita a realização de estudos em diferentes populações e a comparação de características de indivíduos pertencentes a diferentes contextos culturais.2222. Borsa JC, Damásio BF, Bandeira DR. Cross-cultural adaptation and validation of psychological instruments: some considerations. Paideia [Internet]. 2012 [cited 2017 Nov 28];22(53):423-32. Available from: https://doi.org/10.1590/S0103-863X2012000300014
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Assim, reconhecendo as qualidades do PMOS e a necessidade de se incluir iniciativas centradas no paciente e segurança do paciente na assistência em saúde do Brasil, o presente estudo teve como objetivo realizar a tradução e adaptação transcultural do PMOS para o português brasileiro.

MÉTODO

Trata-se de um estudo de tradução e adaptação transcultural do questionário PMOS para o português brasileiro. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina e realizado no período de abril a novembro de 2017. A autorização pelas autoras do instrumento para realização do estudo foi concedida por e-mail em fevereiro de 2016.

Para a realização do estudo, foram seguidos os preceitos éticos da pesquisa em seres humanos estabelecidos pela Resolução nº 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde. Foram obedecidos os princípios da bioética, de autonomia, não maleficência, beneficência, justiça e equidade.

Questionário Patient Measure of Safety (PMOS)

A versão original do PMOS é composta por 44 itens que avaliam 9 domínios considerados críticos por contribuir para incidentes de segurança dos pacientes em hospitais, são eles: comunicação e trabalho em equipe (9 itens); organização e planejamento do cuidado (5 itens); acesso a recursos (4 itens); tipo e apresentação da enfermaria (11 itens); fluxo da informação (3 itens); atribuições e responsabilidades da equipe (4 itens); treinamento da equipe (2 itens); equipamento (design e funcionamento) (2 itens) e atrasos ( 2 itens). O item 1 (Eu sempre fui tratado com dignidade e respeito) não está incluído em nenhum dos domínios e o item 25 (Outros - por favor especifique), apesar de constar no domínio “tipo e apresentação da enfermaria”, não somam na totalização dos itens desse domínio.1515. Giles SJ, Lawton RJ, Din I, McEachan RR. Developing a patient measure of safety (PMOS). BMJ Quality & Safety [Internet]. 2013 [cited 2017 Nov 24];22(7):554-62. Available from: https://doi.org/10.1136/bmjqs-2012-000843
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,1717. Lawton R, O’Hara JK, Sheard L, Reynolds C, Cocks K, Armitage G et al. Can staff and patient perspectives on hospital safety predict harm-free care? An analysis of staff and patient survey data and routinely collected outcomes. BMJ Quality & Safety [Internet]. 2015 [cited 2017 Nov 25];24:369-376. Available from: http://doi.org/10.1136/bmjqs-2014-003691
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,2323. Lawton R, McEachan RRC, Giles SJ, Sirriyeh R, Watt IS, Wright J. Development of an evidence-based framework of factors contributing to patient safety incidents in hospital settings: a systematic review. BMJ Quality & Safety [Internet]. 2012 [cited 2017 Nov 25];21(5):369-80. Available from: https://doi.org/10.1136/bmjqs-2011-000443
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Os itens do questionário são apresentados como declarações com as quais os pacientes são questionados a concordar ou discordar em uma escala Likert de cinco pontos: “discordo totalmente” (1); “discordo” (2); “não concordo nem discordo” (3); “concordo” (4); “concordo totalmente” (5). Os itens com palavras negativas são recodificados e os respondentes também podem selecionar uma opção “não aplicável”.1717. Lawton R, O’Hara JK, Sheard L, Reynolds C, Cocks K, Armitage G et al. Can staff and patient perspectives on hospital safety predict harm-free care? An analysis of staff and patient survey data and routinely collected outcomes. BMJ Quality & Safety [Internet]. 2015 [cited 2017 Nov 25];24:369-376. Available from: http://doi.org/10.1136/bmjqs-2014-003691
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-1818. McEachan RR, Lawton RJ, O’Hara JK, Armitage G, Giles S, Parveen S et al. Developing a reliable and valid patient measure of safety in hospitals (PMOS): a validation study. BMJ Quality & Safety [Internet]. 2014 [cited 2017 Nov 25];23(7):565-73. Available from: https://doi.org/10.1136/bmjqs-2013-002312
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Apesar de o instrumento original não conter dados sociodemográficos, foram inseridas as seguintes informações no estudo: idade, sexo, escolaridade, profissão, procedência (cidade), tempo de internação, hospital, unidade de internação, motivo da internação e número de internações anteriores.

Procedimentos para Tradução e Adaptação transcultural

O método de tradução e adaptação transcultural do questionário PMOS para o português brasileiro seguiu as seguintes etapas recomendadas internacionalmente para tradução e adaptação transcultural de instrumentos (Figura 1): tradução, síntese, retrotradução, revisão por um comitê de especialistas, pré-teste e apresentação da documentação de todo o processo para os autores do instrumento. Cada etapa foi registrada mediante um relatório escrito.2424. Beaton D, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Recommendations for the cross-cultural adaptation of the DASH & QuickDASH outcome measures. Toronto (CA): Institute for Work and Health; 2007. Available from: http://www.dash.iwh.on.ca/sites/dash/files/downloads/cross_cultural_adaptation_2007.pdf
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Figura 1 -
Fluxograma das etapas da tradução e adaptação transcultural do Patient Measure of Safety (PMOS) para o português brasileiro. Florianópolis, SC, Brasil, 2017.

Etapa I- Tradução

Nesta etapa dois tradutores, bilíngues, ambos com a língua-mãe o português brasileiro - sendo um deles profissional de saúde com conhecimento em segurança do paciente e o outro leigo quanto ao tema -, produziram duas versões traduzidas (T1 e T2) de forma independente.

Etapa II - Síntese

Da etapa II participaram a pesquisadora, o tradutor da versão T1 do instrumento (profissional de saúde com conhecimento em segurança do paciente) e uma tradutora profissional. Nesta etapa, foi realizada a síntese dos resultados das traduções T1 e T2, produzindo uma tradução comum T1-2.

Etapa III - Retrotradução (Back translation)

Desta etapa participaram duas tradutoras bilíngues, nativas do idioma inglês e com fluência no português brasileiro. Estas realizaram a tradução do instrumento (versão T1-2) de volta para a língua original, independentemente e totalmente às cegas à versão original e aos conceitos do construto, gerando duas versões retraduzidas (RT1 e RT2).

Etapa IV - Comitê de Especialistas

A versão síntese da tradução do PMOS (T1-2) foi submetida a um comitê de especialistas para identificar sua validade de conteúdo por meio da avaliação das equivalências semântica, idiomática, cultural e conceitual de cada item do questionário. Este comitê foi composto por dez especialistas de diferentes regiões do Brasil (Sul, Sudeste e Centro-Oeste) com doutorado, domínio da língua portuguesa e inglesa e desenvolvimento de pesquisas e publicações na área.

Os especialistas avaliaram as equivalências semântica, idiomática, cultural e conceitual das versões original e traduzida de todos os itens do questionário acessando a plataforma SurveyMonkey®. A concordância ou discordância dos especialistas foi pontuada de acordo com uma escala assinalando as seguintes opções: -1 = não equivalente, 0 = não é possível avaliar/não sei, +1= equivalente, conforme outros estudos.2525. Carvalho REFL. Adaptação transcultural do Safety Attitudes Questonnaire para o Brasil: Questionário de Atitudes de Segurança [Tese]. Ribeirão Preto, SP(BR): Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto; 2011. Available from: https://doi.org/10.11606/T.22.2011.TDE-30112011-085601
https://doi.org/10.11606/T.22.2011.TDE-3...
-2626. Weber B. Tradução, adaptação transcultural e validação do método INTERMED para a língua portuguesa: estudo em pacientes hospitalizados [Tese]. Ribeirão Preto SP(BR): Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto; 2012. Available from: https://10.11606/T.7.2012.tde-08102012-161016
https://10.11606/T.7.2012.tde-08102012-1...
Para os itens com pontuações -1 ou 0 foi solicitado aos especialistas que descrevessem suas sugestões ou comentários.

O consenso entre os especialistas foi estabelecido pelo cálculo do índice de validade de conteúdo (IVC), obtido pelo cálculo do número de respostas +1 dividido pelo número total de respostas, adotando-se o valor acima de 0,9 como aceitável.2727. Polit D F, Beck CT. The content validity index: are you sure you know what’s being reported? Critique and recommendations. Res Nurs Health [Internet]. 2006 [cited 2017 Nov 28];29(5):489-97. Available from: https://doi.org/10.1002/nur.20147
https://doi.org/10.1002/nur.20147...

Etapa V - Pré-Teste

Com o objetivo de verificar a compreensão do instrumento pela população-alvo e verificar a sua aplicabilidade, foi realizado um pré-teste com 30 pacientes, conforme recomendado,2424. Beaton D, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Recommendations for the cross-cultural adaptation of the DASH & QuickDASH outcome measures. Toronto (CA): Institute for Work and Health; 2007. Available from: http://www.dash.iwh.on.ca/sites/dash/files/downloads/cross_cultural_adaptation_2007.pdf
http://www.dash.iwh.on.ca/sites/dash/fil...
internados em unidades de internação cirúrgica, médica e maternidade de um hospital universitário do Sul do Brasil.

Participaram do pré-teste pacientes com idade acima de 18 anos, nacionalidade brasileira com fluência no idioma português do Brasil e período de internação mínimo de 24h (critérios de inclusão). Foram excluídos pacientes sem capacidade para consentir em participar da pesquisa (por exemplo, devido a alterações neurológicas, psiquiátricas, doença avançada ou em uso de sedação); ou pacientes que estavam muito debilitados ou angustiados (por exemplo, por dificuldade respiratória, dor ou pós-operatório imediato).

Durante o pré-teste, foram observados o tempo para responder às questões e compreensão das mesmas. Essa etapa não forneceu informações sobre as propriedades psicométricas do questionário, que podem modificar pelo processo de tradução e adaptação transcultural.

Os pacientes, após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, responderam à versão pré-final do questionário e à questão referente à avaliação de sua compreensão, classificando-a em boa, regular ou ruim. Os itens com interpretação ruim e regular foram revisados e modificados.

Etapa VI - Submissão e apreciação de todos os relatórios escritos aos criadores do instrumento

Nesta etapa foram enviados todos os relatórios e formulários às autoras do instrumento para verificar se os estágios recomendados foram seguidos e os relatórios refletiram positivamente o processo.

RESULTADOS

O instrumento original e a versão traduzida e adaptada transculturalmente do questionário PMOS para o português brasileiro estão apresentados no Quadro 1.

Quadro 1 -
Instrumento original e versão traduzida e adaptada transculturalmente do questionário Patient Measure of Safety (PMOS) para o português brasileiro. Florianópolis-SC, Brasil, 2017.

Na etapa inicial (I) do processo de tradução e adaptação transcultural do PMOS, foram originadas duas versões do questionário (T1 e T2). As divergências entre T1 e T2 e outras sugestões foram discutidas, e as decisões tomadas por consenso originando-se a versão síntese T1-2 (etapa II).

Nessa etapa (II) os tópicos discutidos e suas soluções foram as seguintes: o título, ao invés de “Medida de Segurança do Paciente”, optou-se por “Medida da Segurança pelo Paciente”; “drugs” (item 3), optou-se por “medicamentos” (T1) e não “drogas” (T2), por ser o termo mais utilizado; “shift change” (item 7), foi traduzido como “mudança de plantão” (T2) e não “passagem de plantão”, apesar desta ser uma expressão frequentemente utilizada; “to deal” (item 15), apesar da indicação de “lidar” (T1 e T2), foi traduzido por “atender", considerada mais apropriada para o item; “poor” (item 23) foi traduzida como “inadequada” (T1) ao invés de “pobre” (T2); para “poor” (item 26) foi escolhida a palavra “insatisfatória” (T1) e não “pobre” (T2); para “on time”, ao invés de “em tempo” (T1), traduziu-se como “na hora certa”, por considerar-se melhor compreendida; “hoists” (item 39), foi traduzido como “elevadores” (T1) e não “guindastes” (T2); e as expressões “drug charts” e “medical notes”, foram traduzidas como “prescrição de medicamentos” e “anotações médicas” e não como “gráficos de drogas” e “notas médicas” (T1 e T2).

Em relação às retrotraduções (RT1 e RT2), produzidas a partir da versão T1-2 (etapa III), não houve diferenças significativas entre elas e o instrumento original. Embora alguns itens não contivessem as mesmas palavras do instrumento original, demonstraram conteúdo e ideias similares.

Na etapa Comitê de Especialistas (IV), foram realizadas as avaliações das equivalências semântica, idiomática, cultural e conceitual dos domínios e itens do instrumento.

A maioria dos resultados de IVC dos itens do PMOS (média das equivalências semântica, idiomática, conceitual e cultural de cada um dos itens) foi acima de 0,9 conforme apresentado no Quadro 2. Resultados de IVC de 0,9 ou abaixo foram encontrados para os seguintes itens: título do PMOS (0,78), itens 3 (0,90), 5 (0,90), 6 (0,88), 7 (0,83), 9 (0,90), 13 (0,85), 15 (0,90), 18 (0,80), 26 (0,85), 32 (0,85) e enunciado dos itens 20 a 25 (0,88). Já as médias do IVC por equivalências resultaram em valores acima de 0,9, com os seguintes resultados: 0,93 para equivalência semântica; 0,96 para as equivalências idiomática e conceitual e 0,92 para a equivalência cultural.

Quadro 2 -
Índices de validade de Conteúdo (IVC) da versão traduzida (T1-2) do Patient Measure of Safety (PMOS) para o português brasileiro. Florianópolis-SC, Brasil, 2017.

Embora a maior parte dos itens avaliados tenha recebido, de forma geral (por item ou equivalência), pontuações de IVC superior a 0,9, o que indicaria um nível de concordância aceitável entre os especialistas; na segunda rodada de avaliação foi identificada a necessidade de alterações de ordem gramatical, inversão de palavras da frase e substituição de alguns termos por sinônimos, algumas sugeridas pelos especialistas na primeira rodada de avaliação.

Sendo assim, foram realizadas as seguintes alterações buscando-se uma melhor adequação semântica, idiomática, conceitual e cultural: título foi modificado para “Questionário de Avaliação da Segurança pelo Paciente (PMOS)”, mantendo-se a sigla em inglês para facilitar sua identificação nas bases de dados; quanto aos itens do questionário, a palavra “prescritos” (item 3) foi substituída por “receitados”, mais facilmente compreendida pelo público-alvo do questionário; “meu plano de cuidados” e “a outra equipe” (item 6), foram modificados respectivamente por “meu tratamento” e “outros profissionais”, para facilitar o entendimento; “mudança” (item 7) foi alterada por “troca”, mais adequada conceitualmente; a expressão “não foi capaz” (item 9) foi substituída por “não sabia”; “na hora certa” (item 10) foi modificada por “na hora marcada”; “posição” (item 11) foi alterada por “localização; houve complementação (item 13) com a expressão “de materiais e equipamentos” para facilitar o entendimento; “equipe” (item 16) foi substituído por “funcionários”, considerando-se que quem atende a campainha não é toda a equipe, mas os funcionários que compõem a equipe; “era claro” (item 17) foi modificado por “eu sabia; “lidar com aspectos” (item 18) foi alterado por “realizar”; “não foi capaz” (item 19) foi alterado por “não sabia; a palavra “ruído” (item 20), foi trocada por “barulho”; a palavra “maqueiros” (item 31) foi substituída pela expressão “transporte em maca”, por não ser comum à maioria das instituições a existência profissionais (maqueiros) exclusivamente para o transporte de pacientes e este ser, na maioria das vezes, feito por profissionais de enfermagem; foi retirada a palavra “elevadores” (itens 33 e 39), pois estes equipamentos, utilizados para movimentação ou remoção de pacientes, ainda são pouco utilizados na maioria dos hospitais brasileiros; “ficou aguardando” (item 35) foi modificado por “tinha que esperar”, por esta se aproximar mais da intenção do item que é avaliar o fluxo da informação; funcionários (item 36) foi substituída por “profissionais”; “enfermeira” (item 38) foi substituída por “enfermeiro/enfermeira” considerando-se a questão de gênero; “equipe” (itens 40 e 43) foi modificada por profissionais para evitar generalizações e facilitar o entendimento.

Conforme os resultados do pré-teste (etapa V), o tempo médio para a sua aplicação foi de 31,9 minutos. Em relação aos respondentes, 53,3% foram do sexo masculino e 46,7% do sexo feminino, a maioria com ensino médio (63,3%) e os demais com ensino fundamental (30%) e superior (6,7%), internados nas unidades cirúrgica (50%), médica (40%) e maternidade (10%), com um tempo médio de internação de 9,16 dias.

Quanto à compreensão dos itens do questionário, foi identificada interpretação regular ou ruim para 6 itens , os quais receberam as seguintes alterações: no item 17 foi acrescentada a palavra “enfermagem”, pois alguns respondentes tinham dúvida se a questão referia-se a enfermagem ou medicina; no item 27 modificou-se a palavra “profissional” por “médico”, pois o termo profissional ficou vago para o paciente e também considerando-se que o significado de “consultant” (inglês britânico) é médico; no item 31, devido à dificuldade de compreensão, foi retirada a palavra “maca”, pois se mantida desconsideraria outros tipos de transporte como cadeira ou ambulância, por exemplo; no item 32, a expressão “em conjunto” foi substituída por “juntos” para facilitar a compreensão; no item 38 “enfermeiro/enfermeira” foi alterado para “profissional de enfermagem”, considerando-se as diferentes categorias de enfermagem existentes no Brasil e no item 42 a expressão “se esforçar” foi alterada por “dificuldade”, pois na versão anterior o sentido é adverso ao que a questão pretende avaliar.

Finalmente, todos os relatórios e versões do instrumento referentes ao processo de tradução e adaptação transcultural do PMOS foram encaminhados às autoras do instrumento original.

DISCUSSÃO

A adaptação transcultural do questionário PMOS para o português brasileiro seguiu rigorosamente as etapas propostas por Beaton et al.,2424. Beaton D, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Recommendations for the cross-cultural adaptation of the DASH & QuickDASH outcome measures. Toronto (CA): Institute for Work and Health; 2007. Available from: http://www.dash.iwh.on.ca/sites/dash/files/downloads/cross_cultural_adaptation_2007.pdf
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processo este que vem sendo seguido no Brasil2828. Lino CRM, Brüggemann OM, Souza ML, Barbosa SFF, Santos EKA. The cross-cultural adaptation of research instruments, conducted by nurses in Brazil: an integrative review. Texto Contexto Enferm [Internet]. 2017 [cited 2018 Jan 12]; 26(4):e1730017. Available from: https://doi.org/10.1590/0104-07072017001730017
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e internacionalmente na maioria dos estudos de adaptação transcultural.2929. Arafat SMY, Chowdhury HR, Qusar S, Hafez MA. Cross cultural adaptation and psychometric validation of research instruments: a methodological review. J Behav Health [Internet]. 2016 [cited 2017 Dec 26];5(3):129-36. Available from: https://doi.org/10.5455/jbh.20160615121755
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Na etapa inicial do processo de adaptação transcultural, não houve discrepâncias entre as traduções T1 e T2, pois muitas das diferenças entre as duas traduções foram relativas à utilização de sinônimos e estrutura dos itens (sintaxe). Optou-se pelas palavras e estruturação das frases consideradas mais adequadas pelos avaliadores da etapa de síntese.

Realizar a síntese das versões de um instrumento consiste em compará-las e avaliar as suas diferenças visando chegar a uma versão única. Nesse processo, escolhas inapropriadas são identificadas e resolvidas por meio de discussão entre os avaliadores, juntamente com os pesquisadores responsáveis pela tradução.2222. Borsa JC, Damásio BF, Bandeira DR. Cross-cultural adaptation and validation of psychological instruments: some considerations. Paideia [Internet]. 2012 [cited 2017 Nov 28];22(53):423-32. Available from: https://doi.org/10.1590/S0103-863X2012000300014
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As retrotraduções da versão síntese do PMOS demonstraram semelhança quando comparadas entre si e ao instrumento original, bem como a qualidade de consistência da versão síntese do PMOS. Dessa forma, originou-se a primeira versão traduzida do PMOS para ser submetida ao comitê de especialistas.

A retrotradução é um processo de verificação da precisão da tradução. Nesta etapa do processo de adaptação transcultural, o instrumento traduzido (versão síntese) é retrotraduzido ao seu idioma e então comparado à versão original,3030. Coster WJ, Mancini MC. Recommendations for translation and cross-cultural adaptation of instruments for occupational therapy research and practice. Rev Ter Ocup Univ São Paulo [Internet]. 2015 [cited 2017 Nov 28];26(1):50-7. Available from: https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v26i1p50-57
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buscando-se avaliar se a versão síntese reflete os conteúdos da versão original para assegurar a consistência da tradução.3131. Ferreira L, Neves AN, Campana MB, Tavares MCGCF. AAOS/IWH guide: Suggestions for cross-cultural scale adaptation. Aval Psicol [Internet]. 2014 [cited 2017 Nov 25];13(3):457-61. Available from: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/avp/v13n3/v13n3a18.pdf
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Preconizam-se também, para uma tradução adequada, as equivalências semântica, idiomática, conceitual e cultural. Caso não sejam encontradas essas equivalências, deve-se proceder alterações buscando-se alcançá-las.2424. Beaton D, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Recommendations for the cross-cultural adaptation of the DASH & QuickDASH outcome measures. Toronto (CA): Institute for Work and Health; 2007. Available from: http://www.dash.iwh.on.ca/sites/dash/files/downloads/cross_cultural_adaptation_2007.pdf
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Neste estudo, foram seguidas as recomendações para se obter essas equivalências, garantindo-se assim um instrumento adaptado para a cultura do Brasil. As sugestões dos avaliadores foram consideradas e procederam-se alterações da maioria dos elementos do PMOS, mesmo daqueles com IVCs considerados adequados. Também convém considerar que a seleção de avaliadores de diferentes locais do país e com as qualificações citadas foram fundamentais para uma adaptação transcultural adequada e apropriada ao contexto do Brasil como um todo.

A versão brasileira do PMOS foi submetida ao pré-teste, o qual visa manter o sentido da versão original, melhorar a compreensão e encontrar erros ou problemas na aplicação do instrumento em processo de adaptação.2424. Beaton D, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Recommendations for the cross-cultural adaptation of the DASH & QuickDASH outcome measures. Toronto (CA): Institute for Work and Health; 2007. Available from: http://www.dash.iwh.on.ca/sites/dash/files/downloads/cross_cultural_adaptation_2007.pdf
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Consiste em uma fase importante, pois permite identificar se foi possível aplicar a versão traduzida e se os termos utilizados foram adequados à população.3232. Costa Neto F, Lopes MBG, Oliveira FVP, Alves FRV, Melo MRF, Souza CD. Translation and transcultural adaptation of the Hip Fracture Recovery Score assessment tool. Rev Bras Ortop [Internet]. 2016 [cited 2017 Nov 23];51(3):353-65. Available from: https://doi.org/10.1016/j.rboe.2015.08.020
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A realização do pré-teste da versão traduzida do PMOS demonstrou boa aceitação e facilidade de compreensão, acarretando poucas alterações. A aplicação a uma amostra com diferentes perfis deu garantia aos resultados de avaliação da compreensão do instrumento. Assim, a versão brasileira do PMOS foi traduzida e adaptada transculturalmente, revelando uma ferramenta que pode ser utilizada em nosso meio para avaliação, pelo paciente, de aspectos que podem comprometer a sua segurança no ambiente hospitalar.

Procurando-se identificar outras experiências de aplicação do PMOS similares a esta, não foi encontrado estudo de adaptação transcultural do PMOS para outro idioma. Porém, encontrou-se um estudo em que o PMOS foi adaptado para ser utilizado para pacientes idosos com acidente vascular cerebral, infarto agudo do miocárdio e fratura de quadril em hospitais australianos. Nesse estudo, além de alterações de termos de saúde menos comuns no contexto australiano, a alteração chave para o PMOS consistiu na redução dos itens redigidos negativamente de 56% para 28% (24 para 12 itens), com intuito de diminuir a possibilidade de confusão ou provocar respostas não confiáveis. Justificaram esta decisão com base em estudos anteriores com pacientes adultos, idosos e hospitalizados de forma aguda, em que se descobriu que as questões simples seriam mais eficazes.3333. Taylor N, Hogden E, Clay-Williams R, Li Z, Lawton R, Braithwaite J. Older, vulnerable patient view: A pilot and feasibility study of the patient measure of safety (PMOS) with patients in Australia. BMJ Open [Internet]. 2016 [cited 2017 Nov 29];6:e011069. Available from: https://doi.org/10.1136/bmjopen-2016-011069
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No processo de adaptação transcultural do PMOS para o Brasil, não foram identificadas dificuldades relacionadas aos itens redigidos negativamente, portanto foram mantidos como no instrumento original.

Em outro estudo, o PMOS serviu como base para construção de um instrumento que permitiu aos pacientes fornecerem feedback sobre fatores contribuintes para possíveis incidentes de segurança na atenção primária, denominado Primary Care Patient Measure of Safety (PC PMOS). O PC PMOS final consistiu em uma ferramenta com 50 itens e 15 domínios que foi recebida positivamente por pacientes e profissionais durante o teste de validade de face. Neste estudo, os fatores contributivos para incidentes de segurança centraram-se principalmente na comunicação, no acesso aos cuidados, em fatores relacionados ao paciente, no planejamento e organização dos cuidados, no desempenho das tarefas e no fluxo de informações.3434. Hernan AL, Giles SJ, O’Hara JK, Fuller J, Johnson JK, Dunbar JA. Developing a primary care patient measure of safety (PC PMOS): a modified Delphi process and face validity testing. BMJ Quality & Safety [Internet]. 2016 [cited 2018 Jan 12];25(4):273-80. Available from: https://doi.org/10.1136/bmjqs-2015-004268
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Assim, ainda que tenham sido realizadas pequenas alterações devido a diferenças entre o Brasil e Inglaterra, o processo de tradução e adaptação transcultural do PMOS para uso no Brasil foi bem-sucedido, sendo realizado de forma sistematizada e cumprindo todas as etapas preconizadas. Não houve eliminação de itens do questionário original, e o instrumento apresentou valores satisfatórios de validade de conteúdo.

Como limitação da pesquisa, destaca-se o fato de a escala não ter passado pelo processo de tradução e adaptação transcultural para outros países na sua forma original, dificultando a discussão e a comparação dos resultados.

CONCLUSÃO

O Questionário de Avaliação da Segurança pelo Paciente (PMOS) resultou de um processo criterioso de adaptação transcultural. O presente estudo demonstrou a importância de seguir os passos preconizados para este processo resultando em um instrumento aplicável e compreendido pelo público-alvo, apresentando consistência na equivalência da tradução e adaptação transcultural para o Brasil.

Hoje, considerando-se o destaque à segurança do paciente mundialmente, o reconhecimento do papel do paciente nos processos de assistência em saúde e a indisponibilidade no Brasil de um instrumento de avaliação pelo paciente de aspectos que podem comprometer a sua segurança, verifica-se que o instrumento, adaptado transculturalmente por meio deste estudo, pode ser útil no Brasil.

No campo do ensino e da pesquisa, a contribuição do processo de adaptação transcultural do PMOS reside na descrição detalhada de cada uma de suas etapas. Assim, o processo metodológico deste estudo pode ser reproduzido na adaptação transcultural de outros instrumentos, ou mesmo a própria versão adaptada do PMOS também pode motivar outras pesquisas.

A versão adaptada demonstrou equivalências semântica, idiomática, cultural e conceitual. Contudo, recomenda-se a avaliação de suas propriedades psicométricas em estudos futuros para identificação de sua confiabilidade e validade, esta por meio de outras avaliações. Somente por meio desta avaliação será possível identificar se o instrumento adaptado possui as propriedades de medição necessárias.

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NOTAS

  • ORIGEM DO ARTIGO

    Extraído da tese - Tradução, Adaptação Transcultural e Validação do Questionário Patient Measure of Safety (PMOS) para o Português Brasileiro, apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina, em 2018.
  • APROVAÇÃO DE COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

    Aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina, parecer n. 2.391.005. Certificado de apresentação para apreciação ética CAAE: 65699817.2.0000.0121.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    26 Abr 2021
  • Data do Fascículo
    2021

Histórico

  • Recebido
    03 Dez 2018
  • Aceito
    10 Jun 2019
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