VALIDAÇÃO DA <i>SCALE FOR THE ENVIRONMENT EVALUATION OF PROFESSIONAL NURSING PRACTICE</i> PARA O BRASIL

Perondi, Alessandro Rodrigues; Trindade, Letícia de Lima; Ribeiro, Olga Maria Pimenta Lopes; Gomes, Jane Tavares; Menegaz, Jouhanna do Carmo; Santos, José Luís Guedes dos

doi:10.1590/1980-265X-TCE-2022-0298pt

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Artigo Original • Texto contexto - enferm. 33 • 2024 • https://doi.org/10.1590/1980-265X-TCE-2022-0298pt copiar

VALIDAÇÃO DA SCALE FOR THE ENVIRONMENT EVALUATION OF PROFESSIONAL NURSING PRACTICE PARA O BRASIL

Autoria SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS

RESUMO

Objetivo:

realizar a adaptação linguística, cultural e validação da Scale for the Environment Evaluation of Professional Nursing Practice (SEE - Nursing Practice) para o Brasil.

Método:

estudo metodológico utilizando uma amostra de 291 enfermeiros, atuantes em oito hospitais brasileiros. A coleta de dados ocorreu no período de julho a outubro de 2021. A consistência interna do instrumento foi avaliada pelo coeficiente alfa de Cronbach e a validade da estruturação da escala por domínios foi avaliada pela Análise Factorial Exploratória com extração por componentes principais e rotação Varimax e medidas de adequação e de esfericidade.

Resultados:

na subescala da dimensão Estrutura uma solução de 6 fatores explicou 63,1% da variância total, ficando constituída por 40 itens, distribuídos em seis fatores. Na subescala da dimensão Processo, a análise factorial exploratória de cinco fatores, explicou 62% da variância total e ficou constituída por 33 itens. A análise factorial exploratória da subescala da dimensão Resultado apontou uma solução de dois fatores que explicaram 67,7% da variância total e constituída por 13 itens. As subescalas da SEE - Nursing Practice - Estrutura, Processo e Resultado obtiveram uma consistência interna de 0,956, 0,929 e 0,937, respectivamente.

Conclusão:

a versão brasileira da SEE - Nursing Practice é uma ferramenta válida e confiável utilizada para avaliar se os ambientes de prática profissional de enfermagem são promotores de qualidade de atendimento.

DESCRITORES:
Enfermagem; Ambiente de trabalho; Prática profissional; Hospitais; Estudos de validação

Fator 1: Gestão de pessoas e liderança no serviço
1	O enfermeiro gestor orienta os profissionais de enfermagem numa atuação condizente com os padrões de qualidade dos cuidados de enfermagem.	0,570
2	O enfermeiro gestor gere os conhecimentos e as capacidades de toda a equipe de enfermagem de modo a que sejam alcançados os objetivos definidos.	0,650
3	O enfermeiro gestor utiliza os erros como oportunidades de aprendizagem.	0,673
4	O enfermeiro gestor apoia os profissionais de enfermagem da equipe nas dificuldades que emergem no dia a dia, mesmo quando em conflito com outros profissionais.	0,696
5	O enfermeiro gestor valoriza a opinião e as ideias inovadoras dos profissionais de enfermagem.	0,783
6	Há equidade nos horários de trabalho e flexibilidade para alterações nos mesmos.	0,587
7	O enfermeiro gestor proporciona momentos de reflexão sobre a prática.	0,771
8	O enfermeiro gestor cria condições que potencializam o desenvolvimento profissional dos membros da equipe de enfermagem que lidera.	0,767
9	O enfermeiro gestor enaltece o empenho dos profissionais de enfermagem da equipe em melhorar continuamente a qualidade dos cuidados.	0,781
10	Os enfermeiros têm oportunidade de participar na elaboração e implementação do plano de ação do serviço.	0,651
Fator 2: Participação e envolvimento dos enfermeiros nas políticas, estratégias e no funcionamento da instituição
11	A instituição disponibiliza serviços de apoio/especializados aos profissionais de enfermagem que se deparam com situações problemáticas.†		0,529
12	A instituição tem uma política de incentivo à inovação e à investigação em enfermagem.		0,632
13	A instituição promove a participação dos profissionais de enfermagem em comissões/grupos de trabalho no âmbito da melhoria contínua da qualidade.		0,452
14	A instituição define uma cultura de segurança dos profissionais de enfermagem.		0,502
15	A instituição apresenta estratégias de motivação, bem como de recompensa e incentivo aos profissionais de enfermagem.		0,686
16	A política de formação institucional considera as necessidades formativas dos profissionais de enfermagem.		0,695
17	A instituição cria condições para que os profissionais de enfermagem possam investir na formação relevante para o seu desenvolvimento profissional.†		0,735
18	A instituição reconhece a formação pós-graduada dos enfermeiros (residência, especialização, mestrado, doutorado).†		0,747
Fator 3: Condições para o funcionamento adequado do serviço
19	Os equipamentos clínicos são adequados às necessidades do serviço.			0,738
20	As tecnologias de informação e comunicação são adequadas às necessidades do serviço.			0,598
21	A manutenção das infraestruturas do serviço é apropriada.			0,795
22	A manutenção dos equipamentos do serviço é apropriada.			0,742
23	O espaço disponível no serviço é adequado às necessidades dos clientes.			0,782
24	O ambiente físico é agradável e confortável para os profissionais de enfermagem.			0,631
Fator 4: Organização e sustentabilidade da prática de enfermagem
25	A instituição promove a mobilidade interna dos profissionais de enfermagem entre serviços, de modo a amenizar déficits de profissionais.				0,433
26	No serviço adota-se um plano de integração para os profissionais de enfermagem recém-admitidos.				0,589
27	No serviço estão definidos os modelos teóricos de enfermagem que devem orientar a prática profissional.				0,582
28	Existe no serviço protocolos e procedimentos orientadores da prática de enfermagem.				0,718
29	A instituição define indicadores de qualidade dos cuidados de enfermagem.†				0,518
30	Na instituição, os projetos de melhoria contínua da qualidade têm em consideração os padrões de qualidade dos cuidados de enfermagem.†				0,511
Fator 5: Política institucional para qualificação profissional
31	Há envolvimento e participação dos enfermeiros da equipe em processos de auditoria.†					0,688
32	O enfermeiro gestor dá feedback aos profissionais de enfermagem sobre os indicadores, as auditorias e os processos avaliativos da assistência de enfermagem.†					0,601
33	A formação em serviço tem sido planejada com a colaboração dos profissionais de enfermagem.†					0,446
34	Os profissionais de enfermagem são consultados para a seleção de materiais e equipamentos.†					0,474
35	A instituição promove a participação dos profissionais de enfermagem na definição das políticas internas.†					0,673
36	Os profissionais de enfermagem conhecem o planejamento estratégico da instituição.†					0,501
Fator 6: Qualidade e segurança dos cuidados de enfermagem
37	O serviço apresenta um dimensionamento de técnicos e auxiliares de enfermagem/clientes apropriado.†						0,560
38	O serviço apresenta um dimensionamento enfermeiro/clientes apropriado.†						0,587
39	No serviço a distribuição dos clientes pelos enfermeiros é feita em função da intensidade, complexidade e continuidade dos cuidados.†						0,678
40	A metodologia de trabalho de enfermagem adotada no serviço é promotora da qualidade dos cuidados e garante práticas seguras.†						0,527
% Variância Explicada (Total= 63,1)		15,0	13,0	10,6	8,0	7,9	6,1
α (Total=0,956)		0,92	0,90	0,89	0,81	0,84	0,77

Fator 1: Colaboração e trabalho em equipe
1	Os enfermeiros demonstram autonomia na tomada de decisão sobre os cuidados.	0,540
2	Os planos de cuidados de todos os clientes são sistematicamente atualizados pelos enfermeiros.	0,552
3	A comunicação entre os membros da equipe é precisa e garante o planejamento adequado dos cuidados.	0,658
4	O sistema de informação em suporte eletrônico dá resposta às necessidades de documentação e contribui para a continuidade dos cuidados.	0,642
5	Existem relações de colaboração entre os diferentes membros da equipe de saúde.	0,757
6	A relação de trabalho entre médicos e os profissionais de enfermagem facilita a assistência aos clientes.	0,754
7	A opinião clínica dos enfermeiros é considerada no planejamento da alta dos clientes.	0,655
8	O trabalho em equipe que existe no serviço entre os profissionais de enfermagem, permite dar resposta às necessidades de cuidados.†	0,696
9	No âmbito da equipe multiprofissional, há entre os diferentes profissionais compreensão e valorização das respectivas funções e responsabilidades.†	0,614
10 ‡	A prática dos profissionais de enfermagem está fundamentalmente centrada na prevenção de complicações.†	0,540
Fator 2: Estratégias para garantia da qualidade dos cuidados
11	Existem na equipe momentos de partilha de conhecimento e experiências sobre a assistência aos clientes.		0,501
12	Na delegação de tarefas para profissionais funcionalmente dependentes, os enfermeiros realizam uma supervisão apropriada.		0,551
13	A supervisão dos cuidados de enfermagem é uma atividade planejada e sistematizada.		0,611
14	A avaliação dos cuidados de enfermagem é realizada com base nos padrões de qualidade dos cuidados de enfermagem.		0,562
15	Há reflexão sobre os indicadores de qualidade dos cuidados de enfermagem, de modo a que sejam alcançados os objetivos definidos.		0,680
16	Há reflexão sobre as auditorias e os processos avaliativos da assistência de enfermagem, de modo a promover a melhoria da qualidade dos cuidados.		0,624
17	Na avaliação inicial os enfermeiros colhem, de forma rigorosa, os dados relevantes para a concepção de cuidados de enfermagem.†		0,509
18	Os enfermeiros promovem o envolvimento dos clientes no planejamento dos cuidados de enfermagem.†		0,621
19	Os enfermeiros avaliam os resultados das intervenções de enfermagem.†		0,707
Fator 3: Práticas autônomas no exercício profissional
20	Na prática dos enfermeiros denota-se um enfoque significativo nas respostas humanas a problemas reais e potenciais.			0,604
21	Os enfermeiros evidenciam preocupação em valorizar suas intervenções.			0,637
22	Os enfermeiros focam a sua atenção nas capacidades das pessoas, em detrimento de uma perspectiva centrada na sua substituição.			0,694
23	Nos clientes com potencial, a prática dos enfermeiros está centrada na reconstrução da autonomia.			0,760
24	Assistir os clientes nos processos de transição constitui o papel mais relevante dos enfermeiros.			0,680
25	Os enfermeiros na sua prática profissional adotam modelos assistenciais centrados nos clientes e, consequentemente, na individualização dos cuidados.			0,587
26	Na concepção de cuidados, os enfermeiros centram-se nos clientes, mais do que no processo de doença.			0,550
Fator 4: Subsídios teóricos e legais para o exercício profissional
27	A prática dos profissionais de enfermagem está sustentada em referenciais teóricos de enfermagem.				0,716
28	Os profissionais de enfermagem agem em consonância com os instrumentos reguladores do exercício profissional.				0,616
29	A equipe de enfermagem empenha-se em sustentar a sua prática profissional na melhor evidência científica.				0,807
30	Na prática profissional, os enfermeiros valorizam o conhecimento do domínio da enfermagem.				0,722
Fator 5: Interdependência no exercício profissional
31 ‡	A prática dos profissionais de enfermagem está fundamentalmente centrada na gestão de sinais e sintomas da doença.					0,766
32 ‡	Os profissionais de enfermagem estão essencialmente focados na resposta a prescrições de outros profissionais, numa valorização clara da interdependência.					0,842
33 ‡	Os profissionais de enfermagem têm a percepção de que com a concretização das intervenções interdependentes, o trabalho fica realizado.					0,777
% Variância Explicada (Total= 62,0)		17,3	13,5	12,2	9,7	9,3
α (Total=0,929)		0,85	0,91	0,87	0,82	0,82

Fator 1: Avaliação sistemática dos cuidados e dos indicadores de enfermagem
1	A cultura de segurança é monitorizada de forma sistemática.	0,778
2	A qualidade dos cuidados de enfermagem é monitorizada de forma sistemática.	0,829
3	A satisfação dos clientes com os cuidados prestados é monitorizada de forma sistemática.	0,783
4	Os indicadores de enfermagem são monitorizados, tendo em vista a melhoria contínua da qualidade.	0,769
5	Os indicadores de prevenção de complicações são monitorizados de forma sistemática.	0,823
6	Os indicadores de ganhos em saúde são monitorizados de forma sistemática.	0,712
7	Os cuidados omissos (cuidados que ficam por realizar) são monitorizados de forma sistemática.	0,595
Fator 2: Avaliação sistemática do desempenho e supervisão dos enfermeiros
8	A satisfação dos profissionais de enfermagem é monitorizada de forma sistemática.		0,725
9	A avaliação de desempenho dos profissionais de enfermagem é precisa e rigorosa, sendo reveladora do seu real desempenho.		0,710
10	O absentismo dos profissionais de enfermagem é monitorizado de forma sistemática.		0,703
11	Os acidentes de trabalho dos profissionais de enfermagem são monitorizados de forma sistemática.		0,504
12	A sobrecarga de trabalho dos enfermeiros é monitorizada de forma sistemática.		0,846
13	A rotatividade de enfermeiros no serviço é monitorizada de forma sistemática.		0,851
% Variância Explicada (Total= 67,7)		35,9	31,8
α (Total=0,937)		0,93	0,88

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[1] AUTOR CORRESPONDENTE
Alessandro Rodrigues Perondi alessandroperondi@prof.unipar.br