ESTRATÉGIAS DE <i>COPING</i> UTILIZADAS POR ENFERMEIRAS DE EMERGÊNCIA HOSPITALAR

Santana, Thiago da Silva; Servo, Maria Lúcia Silva; Sousa, Anderson Reis de; Fontoura, Elaine Guedes; Góis, Rebeca Maria Oliveira de; Merces, Magno Conceição das

RESUMO

Objetivo:

analisar as Estratégias de Coping utilizadas por enfermeiras de emergência hospitalar.

Método:

estudo descritivo, exploratório e qualitativo, realizado com 15 enfermeiras de uma emergência hospitalar da Rede Pública de um município do estado da Bahia, Brasil. Utilizou-se a entrevista semiestruturada em profundidade. A coleta de dados ocorreu no período de abril a junho do ano de 2017. Os achados estão ancorados no método do Discurso do Sujeito Coletivo, suportados pelo referencial teórico de Coping.

Resultados:

a presença de situações geradoras de estresse é marcante no trabalho da enfermeira de emergência hospitalar, fazendo emergir repercussões sociais, laborais e psicossomáticas, desarranjos emocionais ou psiquiátricos que afetam a funcionalidade do corpo, abarcando as repercussões físicas. O desenvolvimento de Estratégias de Coping surge frente à necessidade de enfrentamento aos estressores. Envolvem o emprego de recursos pessoais, sociais e espirituais, e revelam-se em respostas positivas e/ou negativas. O discurso revelou que, quando centradas no problema (gestão do agente estressor), buscam o fortalecimento do suporte social, planejam suas atividades diárias e estabelecem relação dialógica e de ajuda mútua com a equipe; quando centradas na emoção (regulação de emoções ou angústias), exercitam a busca e a manutenção do controle emocional, praticam o autocontrole, afastam-se do elemento estressor e investem em práticas de atividade física e lazer.

Conclusão:

a enfermeira emprega diferentes Estratégias de Coping, sendo essenciais e indispensáveis para evitar a elevação dos níveis de estresse e o desencadeamento de repercussões negativas. As estratégias empreendidas evidenciadas ora estão centradas no problema, ora na emoção.

DESCRITORES:
Estratégias de enfrentamento; Enfermeira; Estresse ocupacional; Serviços de saúde de emergência; Hospitais públicos

[1] AUTOR CORRESPONDENTE
Thiago da Silva Santana tssantana@uefs.br

Estratégia	Discurso
Estratégia centrada no problema:	Cada enfermeira tem uma maneira diferente de enfrentar o estresse, eu já me acostumei, já trabalhei meu emocional já aprendi a conviver aqui, há momentos em que não consigo me desligar totalmente da emergência, diante dos estressores, aceito a realidade como ela se apresenta, procuro manter a calma e o controle da situação, saber o que estou fazendo, ter segurança e procurar agir racionalmente, com o intuito de proporcionar o melhor atendimento ao paciente, faz toda diferença. Aqui na emergência, somos colaborativas uma com a outra, pois sabemos que não trabalhamos sozinhas, sempre dependemos do outro, portanto, mantenho um bom relacionamento dentro do meu grupo, da equipe de Enfermagem e com outros profissionais também, médicos e fisioterapeutas, é uma forma da gente trabalhar melhor, na base do diálogo para tentar resolver problemas do dia a dia, como a falta de materiais e equipamentos e lidar com as condições de trabalho ruins. Aqui eu faço um planejamento das minhas atividades e trabalho com prioridades, o que é mais urgente, tenho feito àquilo que está ao meu alcance, tento manter uma relação de transparência com os pacientes e familiares, faço supervisão do setor, participo de reuniões, treinamentos e capacitações para me qualificar, sempre estou estudando para aprimorar meus conhecimentos. Eu desabafo com as colegas, familiares, abro meu coração, já pedi para mudar de setor algumas vezes, já chorei por diversas, várias vezes aqui na emergência.
Estratégia centrada na emoção:	Hoje em dia, quando eu saio do meu plantão, procuro deixar aqui todos os problemas relacionados ao trabalho. Nos primeiros anos, eu não conseguia me desconectar, hoje, eu tento resolver tudo aqui, procuro separar as coisas, não converso nem penso nele, tento não levar nada para casa. Eu tenho uma filha pequena, pra mim talvez a minha terapia seja estar mais tempo com ela. Tento ter alguns momentos de lazer para ter uma vida saudável, faço atividade física e corro quatro vezes na semana, faço curso de capacitação, tento participar das reuniões e eventos de família. Participo de reuniões e encontros com colegas fora do hospital para discutir questões da nossa vida pessoal fora do contexto hospitalar para minimizar o estresse. Eu peço apoio a Deus porque temos muitos problemas não só na emergência como no hospital todo, mas esse é o momento que a gente tem que descansar e pedir a Deus pra ajudar.