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Uso das novas tecnologias e promoção da amamentação: revisão integrativa da literatura

RESUMO

Objetivo:

Identificar as redes sociais mais utilizadas e os conteúdos mais consumidos pelas mulheres que procuram apoio e esclarecimento sobre amamentação/aleitamento materno.

Fontes de dados:

Revisão integrativa da literatura, nas bases de dados Psychology & Behavioral Sciences Collection, MEDLINE Complete, CINAHL Complete, MedicLatina, Academic Search Complete e Education Resources Information Center (ERIC). A busca foi realizada em abril de 2020. Os critérios de inclusão foram: publicações em português, inglês ou espanhol com vários descritores, tais como Breast-Feeding, Social Networking, Social Media, Breast-Feeding Promotion, no título e resumos, com a combinação dos operadores booleanos AND e OR, estudos originais de natureza primária, disponibilizados na íntegra e publicados entre 2015 e 2020.

Síntese dos dados:

Dos 93 artigos inicialmente avaliados, dez compuseram a síntese descritiva. Foram envolvidos estudos dos Estados Unidos, Suécia, Nova Zelândia, Brasil, Austrália, Indonésia e Suiça. Observou-se que as mulheres utilizam uma variedade de redes sociais, estimuladas pelo fácil acesso à internet e ao seu conteúdo, mediante os mais diversos meios eletrônicos e muitas vezes em mais de um equipamento simultaneamente. A maioria das questões eram temas universalmente reconhecidos como alguns dos motivos mais comuns para a interrupção do aleitamento materno.

Conclusões:

Os estudos analisados evidenciam que as mulheres procuram no Facebook, aplicativos, sites, vídeos on-line, podcasts e e-mail o esclarecimento das suas dúvidas em vez de o ambiente tradicional dos serviços de saúde. Realçamos a importância desses grupos de apoio na promoção da amamentação e a necessidade de os profissionais de saúde se introduzirem nas redes sociais para chegarem às mães.

Palavras-chave:
Aleitamento materno; Rede social; Mídias sociais; Promoção da saúde; Pessoal de saúde

ABSTRACT

Objective:

To identify the most used social networks and the most consumed contents by women seeking support and further understanding of breastfeeding/breast milk.

Data source:

An integrative literature review was performed using the Psychology & Behavioral Sciences Collection, MEDLINE Complete, CINAHL Complete, MedicLatina, Academic Search Complete and ERIC databases. The search was conducted in April, 2020. The inclusion criteria were: publications in Portuguese, English or Spanish with several keywords, such as “Breastfeeding”, “Social Networking”, “Social Media”, “Breastfeeding Promotion”, in the title and in the abstract, with the combination of the Boolean operators “AND” and “OR”, in original articles of primary source, which were available in full text and were published between 2015 and 2020.

Data synthesis:

Out of the 93 articles that were first examined, 10 were used in the descriptive summary. Studies from the United States, Sweden, New Zealand, Brazil, Australia, Indonesia, and Switzerland were included in the review. Women were found to use several social networks, which is facilitated by an easy access to the Internet and to its content through several electronic resources, often using more than one device simultaneously. Most issues were universally recognized as some of the most common reasons for interrupting breastfeeding.

Conclusions:

The analyzed studies show that women seek to clarify their doubts outside the traditional health services’ environment, using Facebook, apps, websites, online videos, podcasts and e-mail. We stress the importance of these support groups for promoting breastfeeding and the need for health professionals to introduce themselves in social networks to reach mothers.

Keywords:
Breastfeeding; Social networking; Social media; Health promotion; Health personnel

INTRODUÇÃO

Os benefícios da amamentação e do aleitamento materno para a criança e a mãe são bem conhecidos.11. United Nations Children’s Fund, World Health Organization. Capture the moment: early initiation of breastfeeding: the best start for every newborn. New York: The United Nations; 2018.,22. United Nations Children’s Fund. The state of the world’s children 2019: children, food and nutrition: growing well in a changing world [homepage on the Internet]. New York: The United Nations; 2019 [cited 2020 Mar 10]. Available from: https://www.unicef.org/reports/state-of-worlds-children-2019
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A amamentação é a estratégia isolada mais forte na prevenção da mortalidade infantil, promoção da saúde física e mental da criança e da mulher que amamenta.33. Cardoso Neto A, Cardoso AM, Oliveira MS. Fatores que levam ao desmame precoce com puérperas da unidade básica de saúde Palmeiras em Santa Inês Maranhão. Proceedings of the XV Safety, Health and Environment World Congress; 2015 July 19-22; Porto, Portugal. p. 288-92. São recomendadas a amamentação de forma exclusiva durante os primeiros 6 meses de vida da criança e a sua manutenção com alimentos complementares até os 2 anos de idade ou mais.44. World Health Organization [homepage on the Internet]. 10 facts on breastfeeding [cited 2020 Mar 10]. Geneva: WHO; 2017. Available from: http://www.who.int/features/factfiles/breastfeeding/en/
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No entanto, mundialmente, apenas 40% das crianças menores de 6 meses são amamentadas exclusivamente e três em cada cinco recém-nascidos não são amamentados na primeira hora de vida.44. World Health Organization [homepage on the Internet]. 10 facts on breastfeeding [cited 2020 Mar 10]. Geneva: WHO; 2017. Available from: http://www.who.int/features/factfiles/breastfeeding/en/
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Outros dados revelam que apenas duas em cada cinco crianças com menos de 6 meses de idade são amamentadas exclusivamente.22. United Nations Children’s Fund. The state of the world’s children 2019: children, food and nutrition: growing well in a changing world [homepage on the Internet]. New York: The United Nations; 2019 [cited 2020 Mar 10]. Available from: https://www.unicef.org/reports/state-of-worlds-children-2019
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Em Portugal, em 2014, a prevalência de aleitamento materno exclusivo aos 3, 4 e 6 meses foi de 55,9, 48,5 e 30,3%, respetivamente.55. República Portuguesa. Conselho Nacional de Saúde. Gerações mais saudáveis: políticas públicas de promoção da saúde das crianças e jovens em Portugal. Lisboa: CNS; 2018.

Reconhecendo a amamentação como a melhor fonte de nutrição para recém-nascidos e crianças pequenas, constitui meta global que até 2025 pelo menos 50% das crianças sejam exclusivamente amamentadas nos primeiros 6 meses de vida.66. World Health Organization [homepage on the Internet]. Global nutrition targets 2025: policy brief series [cited 2020 Mar 10]. Geneva: WHO; 2014. Available from: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/149018/WHO_NMH_NHD_14.2_eng.pdf?ua=1
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Vários são os fatores que estão na origem desse abandono precoce. Capacitar as mulheres é fundamental e deve ser um dos esforços de todos os países.77. United Nations Children’s Fund. Breastfeeding: a mother’s gift, for every child [homepage on the Internet]. New York: The United Nations; 2018 [cited 2020 Mar 10]. Available from: https://www.unicef.org/publications/files/UNICEF_Breastfeeding_A_Mothers_Gift_for_Every_Child.pdf
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De fato, estudos descobriram que a implementação de intervenções pró-amamentação nos sistemas de saúde e na comunidade tem potencial para aumentar as taxas de aleitamento materno exclusivo por 2,5 vezes, contudo as mães precisam de informações e apoio para amamentar imediatamente após o nascimento. Devem também existir normas que apoiem e incentivam a amamentação, até mesmo em espaços públicos. Nas comunidades, o apoio de conselheiros e colegas treinados, incluindo outras mães e familiares, é igualmente relevante. Ainda, o apoio dos homens, maridos e parceiros não pode ser subestimado.77. United Nations Children’s Fund. Breastfeeding: a mother’s gift, for every child [homepage on the Internet]. New York: The United Nations; 2018 [cited 2020 Mar 10]. Available from: https://www.unicef.org/publications/files/UNICEF_Breastfeeding_A_Mothers_Gift_for_Every_Child.pdf
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No sentido de promover, proteger e apoiar o aleitamento materno, várias iniciativas têm sido implementadas em todo o mundo, destacando-se a iniciativa Hospitais Amigos dos Bebês, que preconiza a adoção de dez medidas para o sucesso do aleitamento materno, divididas em dois grupos: procedimentos de gestão clínica e práticas clínicas-chave.44. World Health Organization [homepage on the Internet]. 10 facts on breastfeeding [cited 2020 Mar 10]. Geneva: WHO; 2017. Available from: http://www.who.int/features/factfiles/breastfeeding/en/
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Nessas recomendações, destacam-se os seguintes passos:

  • Ter uma política de promoção do aleitamento materno escrita que seja transmitida regularmente a toda a equipe de cuidados de saúde e aos pais;

  • Discutir com todas as grávidas e suas famílias as vantagens e a prática do aleitamento materno;

  • Ajudar as mães a reconhecer os apelos para a alimentação dos seus bebês e reagir a eles;

  • Informar as mães sobre os riscos da utilização de mamadeiras, bicos artificiais e chupetas;

  • Coordenar a alta do hospital ou da maternidade, de forma que os pais e os bebês tenham acesso atempado aos serviços existentes de apoio e cuidados.

Embora a iniciativa Hospitais Amigos dos Bebês preconize o encorajamento e apoio presencial à amamentação pelos profissionais de saúde,88. Aguiar AM, Carvalho S. Redes on-line de apoio à maternidade: empoderamento feminino. In: Carvalho MR, Gomes, F, editors. Amamentação: bases científicas. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2017. p. 492-8. a sua motivação é fundamental para a decisão de amamentar, dependente das crenças pessoais da mulher e do apoio que ela recebe da sua família e da sociedade.99. Nascimento MB. Equipamentos e tecnologia em amamentação. In: Carvalho MR, Gomes F, editors. Amamentação: bases científicas. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2017. p. 298-307. Nesse sentido, o que se verifica é que muitas vezes as mulheres não dispõem desses grupos, tanto a nível da comunidade como familiar, acabando por contar com uma rede presencial menor.88. Aguiar AM, Carvalho S. Redes on-line de apoio à maternidade: empoderamento feminino. In: Carvalho MR, Gomes, F, editors. Amamentação: bases científicas. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2017. p. 492-8.

Para preencher essa lacuna, as mulheres passaram a procurar apoio e orientações nas redes sociais,88. Aguiar AM, Carvalho S. Redes on-line de apoio à maternidade: empoderamento feminino. In: Carvalho MR, Gomes, F, editors. Amamentação: bases científicas. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2017. p. 492-8. nos seus computadores, tablets e smartphones.1010. Guimarães CM, Imamura ME, Richter S, Monteiro JC. Breastfeeding and mHealth technologies: analysis of mobile applications for tablets and smartphones. Rev Eletr Enf. 2018;20:1-11. https://doi.org/10.5216/ree.v20.48578
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De fato, a mídia social tornou-se a ferramenta da internet preferida dos consumidores e é considerada o meio de comunicação mais importante nesse ambiente.1111. Martins TS, Matoso AF, Cruz JA, Ahlfeldt R. Facebook influence on consumer behavior. Rev Científica Hermes. 2015;13:86-106. Trata-se de uma vasta rede de apoio on-line, estimulada pela facilitação do acesso à internet e ao seu conteúdo pelos mais diversos meios eletrônicos, em que as informações disponíveis se têm tornado mais especializadas, porém é um recurso novo e pouco estudado, demonstrando ser um campo promissor para o desenvolvimento de estudos nessa área.88. Aguiar AM, Carvalho S. Redes on-line de apoio à maternidade: empoderamento feminino. In: Carvalho MR, Gomes, F, editors. Amamentação: bases científicas. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2017. p. 492-8.

Diante do exposto, surgiu o interesse por este estudo, cujo objetivo consiste em identificar as redes sociais mais utilizadas e os conteúdos mais consumidos pelas mulheres que procuram apoio e esclarecimento sobre amamentação/aleitamento materno. Afigura-se a pertinência de destacar o panorama das evidências científicas das redes sociais sobre amamentação/aleitamento materno, dado constituir-se um importante meio de veicular informação.

MÉTODO

Desenvolveu-se uma revisão integrativa da literatura, seguindo a classificação do nível de evidência e as seis etapas recomendadas:1212. Melnyk BM, Fineout-Overholt E. Evidence-based practice in nursing & healthcare: a guide to best practice. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins; 2011.,1313. Moher D, Liberati A, Tetzlaff J, Altman, DG, PRISMA Group. Preferred reporting items for systematic reviews and meta-analyses: the PRISMA statement. Int J Surg. 2010;8:336-41. https://doi.org/10.1016/j.ijsu.2010.02.007
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seleção do tema e questão norteadora; estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão; amostragem (seleção dos artigos); categorização dos artigos selecionados; análise e interpretação dos dados; e síntese do conhecimento por meio da apresentação da revisão integrativa.

Na primeira etapa, definiu-se a seguinte questão norteadora: Quais são as redes sociais mais utilizadas e os conteúdos mais consumidos pelas mulheres que procuram apoio e esclarecimento sobre amamentação/aleitamento materno?

Na segunda etapa, os critérios de inclusão foram os artigos com amostras de mulheres que procuram apoio e esclarecimento sobre amamentação/aleitamento materno nas redes sociais, classificados como originais de natureza primária, nos idiomas português, inglês ou espanhol, de livre acesso, disponibilizados na íntegra e publicados entre 2015 e 2020. Excluíram-se artigos de revisão. Foi feita pesquisa de artigos por dois pesquisadores, de forma independente, em abril de 2020, acedendo às bases de dados Psychology & Behavioral Sciences Collection, MEDLINE Complete, CINAHL Complete, MedicLatina, Academic Search Complete e Education Resources Information Center (ERIC). Fez-se a pesquisa em títulos e resumos, utilizando-se os descritores Networking Social, Networking Social On-line, Facebook, Social Media, Twitter, LinkedIn, Instagram, E-technologies, Digital Technology, Electronic Technology, Mobile Devices, Internet, Technology e Breast-Feeding, Lactation, Breast-Feeding Promotion, Lactation Promotion, Human Milk Promotion, e os operadores booleanos AND e OR. Ao todo, foram recuperados nas bases de dados 93 artigos, e após identificação e exclusão, por meio da leitura de título ou resumo (38) e dos duplicados (32), encaminharam-se para avaliação 23 artigos com textos integrais. Nessa fase foram excluídos 13, por não darem resposta ao objetivo. Assim, dez artigos foram incluídos para a extração de dados (Figura 1).

Figura 1
Fluxograma das etapas de identificação, seleção e inclusão dos artigos.

RESULTADOS

A pesquisa realizada permitiu aceder a dez estudos, incluídos na presente revisão por darem resposta à questão formulada e ao objetivo definido. Nove estudos foram publicados em inglês e um em português, dois no ano de 2016, dois em 2017, três em 2018 e três em 2019, com grande diversidade em relação ao local de publicação, em termos de continentes e países. Quanto ao tipo de estudo, três são quantitativos e sete qualitativos. Um deles enquadra-se no nível de evidência II e os restantes no nível de evidência VI. Apresenta-se a Tabela 1 com a síntese das características dos estudos incluídos.

Tabela 1
Características dos artigos incluídos (n=10).

Após a leitura dos artigos, procedeu-se ao agrupamento das informações mais relevantes de cada artigo (Tabela 2). Assim, foram criados quatro blocos: redes sociais/tecnologias de informação utilizadas, temas/conteúdos consumidos, vantagens das redes sociais e problemas ou dificuldades com o uso das redes sociais.

Tabela 2
Síntese das informações disponibilizadas pelos artigos incluídos.

Redes sociais/tecnologias de informação utilizadas

O estudo desenvolvido por Demirci et al.1414. Demirci JR, Cohen SM, Parker M, Holmes A, Bogen DL. Access, use, and preferences for technology-based perinatal and breastfeeding support among childbearing women. J Perinat Educ. 2016;25:29-36. https://doi.org/10.1891/1058-1243.25.1.29
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sobre o uso e as preferências em relação à tecnologia para obter apoio perinatal e sobre amamentação apurou que as tecnologias mais comumente utilizadas foram os aplicativos, internet, sites sobre gravidez/parentalidade e e-mail. Outras fontes tecnológicas adicionais foram usadas, nomeadamente: o Facebook, mensagens de texto, vídeos e cursos/aulas on-line, revistas médicas eletrônicas, fóruns de pares, e-books e podcasts.1414. Demirci JR, Cohen SM, Parker M, Holmes A, Bogen DL. Access, use, and preferences for technology-based perinatal and breastfeeding support among childbearing women. J Perinat Educ. 2016;25:29-36. https://doi.org/10.1891/1058-1243.25.1.29
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Também Tomfohrde e Reinke,1515. Tomfohrde OJ, Reinke JS. Breastfeeding mothers’ use of technology while breastfeeding. Comput Human Behav. 2016;64:556-61. https://doi.org/10.1016/j.chb.2016.07.057
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no estudo realizado para colher informações acerca de aleitamento materno e mídia social, verificaram que, das participantes que indicaram usar mídias sociais ou e-mail durante a amamentação, 92% relataram usar o Facebook. As participantes apontaram para o uso de outras plataformas de mídia social: Pinterest, Twitter, Instagram, BabyCenter e Glide.

Similarmente, Power et al.1616. Power JM, Braun KL, Bersamin A. Exploring the potential for technology-based nutrition education among WIC recipients in remote Alaska native communities. J Nutr Educ Behav. 2017;49(Suppl 2):S186-91. https://doi.org/10.1016/j.jneb.2016.11.003
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apuraram, no estudo que desenvolveram com o objetivo de apreciar o uso da tecnologia de mídia nas comunidades nativas do Alasca sobre educação nutricional, que o uso da tecnologia de mídia era comum. Os entrevistados relataram ter acesso a uma ampla variedade de tecnologias, como smartphones (78,8%), tablets (44,8%) e computadores (38,4%). As mensagens de texto eram a tecnologia de mídia mais usada, seguida do Facebook. No total, 80,3% dos entrevistados usavam a internet. As formas mais populares de receber informações nutricionais foram e-mail (67,8%), vídeos online (60,4%), Facebook (58,0%) e mensagens de texto (54,4%).

Analogamente, Wennberg et al.,1717. Wennberg AL, Jonsson S, Janke JZ, Hörnsten Å. Online perceptions of mothers about breastfeeding and introducing formula: qualitative study. JMIR Public Health Surveill. 2017;3:e88. https://doi.org/10.2196/publichealth.8197
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que se basearam na análise de 370 posts publicados, e Alianmoghaddam et al.,1818. Alianmoghaddam N, Phibbs S, Benn B. “I did a lot of Googling”: a qualitative study of exclusive breastfeeding support through social media. Women Birth. 2018;32:147-56. https://doi.org/10.1016/j.wombi.2018.05.008
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que exploraram a influência das mídias sociais na prática da amamentação exclusiva, constataram que a maioria das mães (22 em 30) usou a internet e as mídias sociais para apoiar a sua prática de amamentação, sendo os meios de apoio e mecanismos de pesquisa mais utilizados o Google, o Facebook e sites para pais. Verificaram igualmente que algumas das participantes, com familiares residentes em outros países, utilizaram o Skype ou o telefone. Por sua vez, as participantes dos estudos desenvolvidos por Wennberg et al.,1717. Wennberg AL, Jonsson S, Janke JZ, Hörnsten Å. Online perceptions of mothers about breastfeeding and introducing formula: qualitative study. JMIR Public Health Surveill. 2017;3:e88. https://doi.org/10.2196/publichealth.8197
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Araújo et al.,1919. Araújo JC, Lima TS, Santos JA, Costa ES. Use of whatsapp app as a tool to education and health promotion of pregnant women during prenatal care. Anais do 1º Congresso Norte-Nordeste de Tecnologias em Saúde; 2018 Dez 5-8; Teresina, Brasil. p. 85-90. Bridges et al.,2020. Bridges N, Howell G, Schmied V. Exploring breastfeeding support on social media. Int Breastfeed J. 2018;13:1-9. https://doi.org/10.1186/s13006-018-0166-9
https://doi.org/10.1186/s13006-018-0166-...
Dewanti et al.,2121. Dewanti LP, Februhartanty J, Roshita A, Dewanti LP. Online mother support group: the new way of peer support for improving breastfeeding performance. J Health Educ. 2019;4:22-8. https://doi.org/10.15294/jhe.v4i1.29407
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Rezaallah et al.2222. Rezaallah B, Lewis DJ, Pierce C, Zeilhofer H-F, Berg B-I. Social media surveillance of multiple sclerosis medications used during pregnancy and breastfeeding: content analysis. J Med Internet Res. 2019;21:e13003. https://doi.org/10.2196/13003
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e Wagg et al.2323. Wagg AJ, Callanan MM, Hassett A. Online social support group use by breastfeeding mothers: a content analysis. Heliyon. 2019;5:e01245. https://doi.org/10.1016/j.heliyon.2019.e01245
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recorreram a posts publicados em fóruns on-line, utilização do aplicativo WhatsApp como ferramenta de educação e promoção de saúde de gestantes, na assistência pré-natal, grupos fechados do Facebook de apoio à amamentação e grupo on-line de apoio à mãe.

Temas/conteúdos consumidos

Apoio, incentivo e expectativas sobre a evolução da amamentação no período pós-parto, sinais de produção adequada de leite e nutrição infantil, representações visuais de como fazer o posicionamento adequado e aconselhamento de especialistas e colegas foram os conteúdos mais consumidos pelas puérperas do estudo de Demirci et al.1414. Demirci JR, Cohen SM, Parker M, Holmes A, Bogen DL. Access, use, and preferences for technology-based perinatal and breastfeeding support among childbearing women. J Perinat Educ. 2016;25:29-36. https://doi.org/10.1891/1058-1243.25.1.29
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Também, do relato das entrevistas das participantes do estudo desenvolvido por Alianmoghaddam et al.,1818. Alianmoghaddam N, Phibbs S, Benn B. “I did a lot of Googling”: a qualitative study of exclusive breastfeeding support through social media. Women Birth. 2018;32:147-56. https://doi.org/10.1016/j.wombi.2018.05.008
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emergiram quatro temas:

  • As mães da geração Y precisam de informações on-line sobre alimentação infantil;

  • Aplicativos para smartphone podem ser uma boa opção para promover a amamentação;

  • Fracos laços entre mães que amamentam, conforme Facebook e outros sites de mídia social, facilitam a disseminação de informações;

  • A utilidade de suporte de alimentação infantil geograficamente distante, via Skype.

Similarmente, das 72 perguntas específicas da amamentação, Bridges et al.2020. Bridges N, Howell G, Schmied V. Exploring breastfeeding support on social media. Int Breastfeed J. 2018;13:1-9. https://doi.org/10.1186/s13006-018-0166-9
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categorizaram 55 (76%) em três áreas: manejo da amamentação, amamentação e saúde e amamentação e trabalho. “Equilibrando entre as expetativas sociais e confiança na sua capacidade parental”, “Esforçando-se para ser uma boa mãe”, “Esforçando-se para o seu próprio bem-estar” e “Esforçando-se para descobrir o seu próprio caminho”, destacaram Wennberg et al.1717. Wennberg AL, Jonsson S, Janke JZ, Hörnsten Å. Online perceptions of mothers about breastfeeding and introducing formula: qualitative study. JMIR Public Health Surveill. 2017;3:e88. https://doi.org/10.2196/publichealth.8197
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Por sua vez, Araújo et al.,1919. Araújo JC, Lima TS, Santos JA, Costa ES. Use of whatsapp app as a tool to education and health promotion of pregnant women during prenatal care. Anais do 1º Congresso Norte-Nordeste de Tecnologias em Saúde; 2018 Dez 5-8; Teresina, Brasil. p. 85-90. Dewanti et al.,2121. Dewanti LP, Februhartanty J, Roshita A, Dewanti LP. Online mother support group: the new way of peer support for improving breastfeeding performance. J Health Educ. 2019;4:22-8. https://doi.org/10.15294/jhe.v4i1.29407
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Rezaallah et al.2222. Rezaallah B, Lewis DJ, Pierce C, Zeilhofer H-F, Berg B-I. Social media surveillance of multiple sclerosis medications used during pregnancy and breastfeeding: content analysis. J Med Internet Res. 2019;21:e13003. https://doi.org/10.2196/13003
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e Wagg et al.2323. Wagg AJ, Callanan MM, Hassett A. Online social support group use by breastfeeding mothers: a content analysis. Heliyon. 2019;5:e01245. https://doi.org/10.1016/j.heliyon.2019.e01245
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afirmam que as participantes nos estudos evidenciaram dúvidas relacionadas com as mudanças devidas aos diferentes períodos gestacionais, alimentação, atividade sexual durante a gestação, automedicação, saúde oral, vacinação durante a gestação, exames, alterações no corpo e emocionais, cuidados com o bebê, amamentação, tipos de parto, importância do apoio familiar, prática de atividade física, vacinação da criança e rede de cuidados materno-infantis.

Vantagens das redes sociais

Os resultados dos diferentes estudos evidenciaram que a natureza onipresente do uso da tecnologia representa uma oportunidade para oferecer apoio e educação a mulheres que de outra forma não poderiam recebê-los no ambiente tradicional de um consultório médico,1414. Demirci JR, Cohen SM, Parker M, Holmes A, Bogen DL. Access, use, and preferences for technology-based perinatal and breastfeeding support among childbearing women. J Perinat Educ. 2016;25:29-36. https://doi.org/10.1891/1058-1243.25.1.29
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,1919. Araújo JC, Lima TS, Santos JA, Costa ES. Use of whatsapp app as a tool to education and health promotion of pregnant women during prenatal care. Anais do 1º Congresso Norte-Nordeste de Tecnologias em Saúde; 2018 Dez 5-8; Teresina, Brasil. p. 85-90. permite o suporte de alimentação infantil em populações geograficamente distantes1616. Power JM, Braun KL, Bersamin A. Exploring the potential for technology-based nutrition education among WIC recipients in remote Alaska native communities. J Nutr Educ Behav. 2017;49(Suppl 2):S186-91. https://doi.org/10.1016/j.jneb.2016.11.003
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e informa as gestantes não só sobre a gravidez, mas também sobre o parto, pós-parto, amamentação, alimentação infantil1818. Alianmoghaddam N, Phibbs S, Benn B. “I did a lot of Googling”: a qualitative study of exclusive breastfeeding support through social media. Women Birth. 2018;32:147-56. https://doi.org/10.1016/j.wombi.2018.05.008
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e cuidados infantis.2121. Dewanti LP, Februhartanty J, Roshita A, Dewanti LP. Online mother support group: the new way of peer support for improving breastfeeding performance. J Health Educ. 2019;4:22-8. https://doi.org/10.15294/jhe.v4i1.29407
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,2323. Wagg AJ, Callanan MM, Hassett A. Online social support group use by breastfeeding mothers: a content analysis. Heliyon. 2019;5:e01245. https://doi.org/10.1016/j.heliyon.2019.e01245
https://doi.org/10.1016/j.heliyon.2019.e...
É um meio que possibilita partilhar medos, angústias e troca de experiências entre gestantes de diferentes idades e distintos períodos de gestação1919. Araújo JC, Lima TS, Santos JA, Costa ES. Use of whatsapp app as a tool to education and health promotion of pregnant women during prenatal care. Anais do 1º Congresso Norte-Nordeste de Tecnologias em Saúde; 2018 Dez 5-8; Teresina, Brasil. p. 85-90., obter ajuda emocional, encorajamento e uma forma de socializar com as outras mães.2121. Dewanti LP, Februhartanty J, Roshita A, Dewanti LP. Online mother support group: the new way of peer support for improving breastfeeding performance. J Health Educ. 2019;4:22-8. https://doi.org/10.15294/jhe.v4i1.29407
https://doi.org/10.15294/jhe.v4i1.29407...

Problemas ou dificuldades com a utilização das redes sociais

De acordo com o estudo de Tomfohrde e Reinke,1515. Tomfohrde OJ, Reinke JS. Breastfeeding mothers’ use of technology while breastfeeding. Comput Human Behav. 2016;64:556-61. https://doi.org/10.1016/j.chb.2016.07.057
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o uso de tecnologia durante a amamentação pode fazer com que as mães percam a oportunidade de fazer contato visual e de interagir com o filho. Também, Dewanti et al.2121. Dewanti LP, Februhartanty J, Roshita A, Dewanti LP. Online mother support group: the new way of peer support for improving breastfeeding performance. J Health Educ. 2019;4:22-8. https://doi.org/10.15294/jhe.v4i1.29407
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destacaram que algumas mães manifestaram que, com a utilização das redes sociais, se sentiram sobrecarregadas com muitas informações e por consumirem muito tempo.

Power et al.1616. Power JM, Braun KL, Bersamin A. Exploring the potential for technology-based nutrition education among WIC recipients in remote Alaska native communities. J Nutr Educ Behav. 2017;49(Suppl 2):S186-91. https://doi.org/10.1016/j.jneb.2016.11.003
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verificaram que, dos 63 entrevistados que não usavam a internet, as barreiras mais comuns ao seu uso foram por não ter acesso a ela (36,4%), não ter acesso ao computador (28,8%) e por causa do seu alto custo (13,6%). Apenas dois (3%) entrevistados que não usavam internet relataram que simplesmente não estavam interessados nela. As possíveis barreiras ao recebimento de informações nutricionais por tecnologias de mídia incluíam internet lenta (50,1%), nenhum acesso a computadores (41,7%) e alto custo da internet (34,9%).

DISCUSSÃO

A utilização de novas tecnologias de informação e comunicação tem crescido nos últimos tempos,2424. Prevedello BP, Dotto PP, Santos BZ. Animation in the video format as a technology for the promotion of breastfeeding. Res Soc Dev. 2020;9:e199911864. https://doi.org/10.33448/rsd-v9i1.1864
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pois a geração atual é conhecida como a geração Y, ou a geração da internet”.1818. Alianmoghaddam N, Phibbs S, Benn B. “I did a lot of Googling”: a qualitative study of exclusive breastfeeding support through social media. Women Birth. 2018;32:147-56. https://doi.org/10.1016/j.wombi.2018.05.008
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Recorrem ao uso das novas tecnologias as mulheres em idade fértil, grávidas ou mães de um filho, procurando nas mídias sociais informações sobre gravidez, nascimento e cuidados com seus filhos.88. Aguiar AM, Carvalho S. Redes on-line de apoio à maternidade: empoderamento feminino. In: Carvalho MR, Gomes, F, editors. Amamentação: bases científicas. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2017. p. 492-8.,1414. Demirci JR, Cohen SM, Parker M, Holmes A, Bogen DL. Access, use, and preferences for technology-based perinatal and breastfeeding support among childbearing women. J Perinat Educ. 2016;25:29-36. https://doi.org/10.1891/1058-1243.25.1.29
https://doi.org/10.1891/1058-1243.25.1.2...
1616. Power JM, Braun KL, Bersamin A. Exploring the potential for technology-based nutrition education among WIC recipients in remote Alaska native communities. J Nutr Educ Behav. 2017;49(Suppl 2):S186-91. https://doi.org/10.1016/j.jneb.2016.11.003
https://doi.org/10.1016/j.jneb.2016.11.0...
,1818. Alianmoghaddam N, Phibbs S, Benn B. “I did a lot of Googling”: a qualitative study of exclusive breastfeeding support through social media. Women Birth. 2018;32:147-56. https://doi.org/10.1016/j.wombi.2018.05.008
https://doi.org/10.1016/j.wombi.2018.05....
,1919. Araújo JC, Lima TS, Santos JA, Costa ES. Use of whatsapp app as a tool to education and health promotion of pregnant women during prenatal care. Anais do 1º Congresso Norte-Nordeste de Tecnologias em Saúde; 2018 Dez 5-8; Teresina, Brasil. p. 85-90.,2121. Dewanti LP, Februhartanty J, Roshita A, Dewanti LP. Online mother support group: the new way of peer support for improving breastfeeding performance. J Health Educ. 2019;4:22-8. https://doi.org/10.15294/jhe.v4i1.29407
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As redes sociais representam uma estratégia de baixo custo na melhoria e nos cuidados de saúde da mãe e da criança.88. Aguiar AM, Carvalho S. Redes on-line de apoio à maternidade: empoderamento feminino. In: Carvalho MR, Gomes, F, editors. Amamentação: bases científicas. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2017. p. 492-8.

De fato, atualmente, as mães têm uma vasta rede de apoio on-line, estimuladas pelo fácil acesso à internet e ao seu conteúdo pelos mais diversos meios eletrônicos e muitas vezes em mais de um equipamento ao mesmo tempo: computadores, notebooks, smartphones, tablets e telefones celulares,88. Aguiar AM, Carvalho S. Redes on-line de apoio à maternidade: empoderamento feminino. In: Carvalho MR, Gomes, F, editors. Amamentação: bases científicas. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2017. p. 492-8.,1010. Guimarães CM, Imamura ME, Richter S, Monteiro JC. Breastfeeding and mHealth technologies: analysis of mobile applications for tablets and smartphones. Rev Eletr Enf. 2018;20:1-11. https://doi.org/10.5216/ree.v20.48578
https://doi.org/10.5216/ree.v20.48578...
,1414. Demirci JR, Cohen SM, Parker M, Holmes A, Bogen DL. Access, use, and preferences for technology-based perinatal and breastfeeding support among childbearing women. J Perinat Educ. 2016;25:29-36. https://doi.org/10.1891/1058-1243.25.1.29
https://doi.org/10.1891/1058-1243.25.1.2...
1616. Power JM, Braun KL, Bersamin A. Exploring the potential for technology-based nutrition education among WIC recipients in remote Alaska native communities. J Nutr Educ Behav. 2017;49(Suppl 2):S186-91. https://doi.org/10.1016/j.jneb.2016.11.003
https://doi.org/10.1016/j.jneb.2016.11.0...
,1818. Alianmoghaddam N, Phibbs S, Benn B. “I did a lot of Googling”: a qualitative study of exclusive breastfeeding support through social media. Women Birth. 2018;32:147-56. https://doi.org/10.1016/j.wombi.2018.05.008
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o que lhes permite participar de comunidades, grupos, páginas, blogs e redes sociais (Facebook, aplicativos e sites, vídeos on-line, psdcasts e e-mail), partilhando conhecimentos e experiências com outras pessoas em situações semelhantes.1010. Guimarães CM, Imamura ME, Richter S, Monteiro JC. Breastfeeding and mHealth technologies: analysis of mobile applications for tablets and smartphones. Rev Eletr Enf. 2018;20:1-11. https://doi.org/10.5216/ree.v20.48578
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,1414. Demirci JR, Cohen SM, Parker M, Holmes A, Bogen DL. Access, use, and preferences for technology-based perinatal and breastfeeding support among childbearing women. J Perinat Educ. 2016;25:29-36. https://doi.org/10.1891/1058-1243.25.1.29
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1616. Power JM, Braun KL, Bersamin A. Exploring the potential for technology-based nutrition education among WIC recipients in remote Alaska native communities. J Nutr Educ Behav. 2017;49(Suppl 2):S186-91. https://doi.org/10.1016/j.jneb.2016.11.003
https://doi.org/10.1016/j.jneb.2016.11.0...
,1818. Alianmoghaddam N, Phibbs S, Benn B. “I did a lot of Googling”: a qualitative study of exclusive breastfeeding support through social media. Women Birth. 2018;32:147-56. https://doi.org/10.1016/j.wombi.2018.05.008
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2323. Wagg AJ, Callanan MM, Hassett A. Online social support group use by breastfeeding mothers: a content analysis. Heliyon. 2019;5:e01245. https://doi.org/10.1016/j.heliyon.2019.e01245
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Contudo algumas mães referem experiências desfavoráveis por se sentirem sobrecarregadas com muitas informações, haver desvio dos objetivos principais e esses meios consumirem muito tempo.2121. Dewanti LP, Februhartanty J, Roshita A, Dewanti LP. Online mother support group: the new way of peer support for improving breastfeeding performance. J Health Educ. 2019;4:22-8. https://doi.org/10.15294/jhe.v4i1.29407
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Os temas/conteúdos mais consumidos na internet pelas mães são as informações sobre si ou sobre o seu filho e particularmente o aleitamento materno,99. Nascimento MB. Equipamentos e tecnologia em amamentação. In: Carvalho MR, Gomes F, editors. Amamentação: bases científicas. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2017. p. 298-307.,2525. Dalmaso MS, Bonamigo AW. Online breastfeeding research: between a common sense and the WHO in the digital age. Rev Electron Comun Inf Inov Saude. 2019;13:911-21. https://doi.org/10.29397/reciis.v13i4.1635
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gestação, parto, regresso ao trabalho, introdução alimentar e educação de filhos.88. Aguiar AM, Carvalho S. Redes on-line de apoio à maternidade: empoderamento feminino. In: Carvalho MR, Gomes, F, editors. Amamentação: bases científicas. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2017. p. 492-8. Dados semelhantes foram observados nos estudos da nossa revisão,1414. Demirci JR, Cohen SM, Parker M, Holmes A, Bogen DL. Access, use, and preferences for technology-based perinatal and breastfeeding support among childbearing women. J Perinat Educ. 2016;25:29-36. https://doi.org/10.1891/1058-1243.25.1.29
https://doi.org/10.1891/1058-1243.25.1.2...
,1717. Wennberg AL, Jonsson S, Janke JZ, Hörnsten Å. Online perceptions of mothers about breastfeeding and introducing formula: qualitative study. JMIR Public Health Surveill. 2017;3:e88. https://doi.org/10.2196/publichealth.8197
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2323. Wagg AJ, Callanan MM, Hassett A. Online social support group use by breastfeeding mothers: a content analysis. Heliyon. 2019;5:e01245. https://doi.org/10.1016/j.heliyon.2019.e01245
https://doi.org/10.1016/j.heliyon.2019.e...
em que ficou patente que os tópicos de procura de informações foram mais frequentemente relacionados com a progressão da gravidez e o desenvolvimento fetal, questões e preocupações gerais sobre gestação, uso de medicamentos durante o período reprodutivo, parto, trabalho de parto, pós-parto e cuidados com o bebê, amamentação, amamentação e saúde, amamentação e trabalho, amamentação e medicação, coleta e armazenamento do leite, cuidados e saúde infantil, introdução de alimentos sólidos e substitutos do leite materno.

É frequente a mulher que amamenta, sobretudo a que se encontra a amamentar pela primeira vez, sentir dúvidas quanto às suas capacidades e ao modo de amamentação dos seus filhos, e numerosas são as situações relacionadas, quer com a mãe, quer com a criança, que poderão estar na base do abandono precoce do aleitamento materno. Nos estudos analisados,1414. Demirci JR, Cohen SM, Parker M, Holmes A, Bogen DL. Access, use, and preferences for technology-based perinatal and breastfeeding support among childbearing women. J Perinat Educ. 2016;25:29-36. https://doi.org/10.1891/1058-1243.25.1.29
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,1717. Wennberg AL, Jonsson S, Janke JZ, Hörnsten Å. Online perceptions of mothers about breastfeeding and introducing formula: qualitative study. JMIR Public Health Surveill. 2017;3:e88. https://doi.org/10.2196/publichealth.8197
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,2020. Bridges N, Howell G, Schmied V. Exploring breastfeeding support on social media. Int Breastfeed J. 2018;13:1-9. https://doi.org/10.1186/s13006-018-0166-9
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os autores verificaram que a maioria das questões das mães era sobre temas reconhecidos como alguns dos motivos mais comuns para a interrupção do aleitamento materno (tempo e frequência das mamadas, recusa da mama, posicionamento e colocação do mamilo, mastites, amamentação durante a doença da criança, dieta da mãe durante a amamentação, doenças da mãe e amamentação, armazenamento de leite materno, lidar com dificuldades na amamentação, fornecimento e produção de leite).

Destaca-se que as mulheres procuram nas redes sociais o esclarecimento das suas dúvidas, e não no ambiente tradicional dos serviços de saúde. Nesse sentido, fica um alerta para os profissionais de saúde se introduzirem também nesses espaços para chegarem às mães88. Aguiar AM, Carvalho S. Redes on-line de apoio à maternidade: empoderamento feminino. In: Carvalho MR, Gomes, F, editors. Amamentação: bases científicas. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2017. p. 492-8. e prestarem esclarecimentos sobre as técnicas adequadas e a preparação prévia para as dificuldades que podem advir da amamentação.2626. Galvão DM, Cardoso CM. Enfermeiros especialistas em enfermagem de saúde infantil e pediatria e promoção da amamentação após o regresso ao trabalho. Infad Psicol Infanc Adolesc. 2017;1:153-62. https://doi.org/10.17060/ijodaep.2017.n1.v3.1020
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Conhecer a rede social da mulher é de grande importância para que se possam identificar os indivíduos mais influentes e compreender a interação dessas pessoas com a mulher no processo de amamentar.2727. Primo CC, Dutra PR, Lima EF, Alvarenga SC, Leite FM. Social networks that support women during breastfeeding. Cogitare Enferm. 2015;20:426-33. http://dx.doi.org/10.5380/ce.v20i2.37453
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Considera-se como sugestão para futuros estudos o desenvolvimento de pesquisas que analisem intervenções desenvolvidas por profissionais de saúde em grupos de suporte social on-line para apoiar a amamentação.2323. Wagg AJ, Callanan MM, Hassett A. Online social support group use by breastfeeding mothers: a content analysis. Heliyon. 2019;5:e01245. https://doi.org/10.1016/j.heliyon.2019.e01245
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Por fim, como limitação desta revisão, salienta-se que os resultados revelam a realidade de contextos socioculturais específicos dos países onde se realizaram os estudos. Além disso, o fato de os estudos serem na sua maioria de caráter qualitativo e revelarem grande variedade dos conteúdos publicados na mídia social dificultou uma análise mais comparável.

  • Financiamento
    O estudo não recebeu financiamento.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    01 Set 2021
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    01 Jul 2020
  • Aceito
    04 Out 2020
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