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Efeitos das ações fonoaudiológicas em grupo voltadas à saúde vocal do professor: uma revisão integrativa da literatura

RESUMO

Objetivo:

realizar uma revisão integrativa sobre os efeitos das ações fonoaudiológicas em grupo voltadas à saúde vocal do professor, além de identificar, avaliar e discutir as abordagens terapêuticas, os instrumentos de avaliação, duração das ações e número de encontros, e efetividade destas, a partir de artigos publicados entre os anos de 2007 e 2017.

Métodos:

a pesquisa foi realizada a partir dos descritores “voz”, “docentes”, “terapia de grupo” e “treinamento da voz” e seus correspondentes na língua inglesa, nas bases de dados: LILACS, SciELO e PubMed.

Resultados:

a busca resultou em 1.944 artigos. Após as etapas de seleção, 9 estudos atenderam os critérios de inclusão e exclusão estabelecidos.

Conclusão:

as ações fonoaudiológicas em grupo para a saúde vocal do professor geram efeitos na qualidade de vida relacionadas à voz, reduzindo os sintomas vocais e emocionais causados pela multifatoriedade presente no contexto de trabalho. A abordagem terapêutica mais utilizada foi a eclética, bem como houve variações da duração das ações e número de encontros entre os estudos. Dentre os instrumentos de avaliação, a autoavaliação vocal e análise perceptivo-auditiva foram as que mais se destacaram. Além disso, a maioria dos estudos consideraram os resultados de suas ações efetivas.

Descritores:
Voz; Docentes; Processos Grupais; Treinamento da Voz; Promoção da Saúde; Fonoterapia

ABSTRACT

Objective:

to conduct an integrative literature review on the effect of group speech-language pathology actions related to teachers’ vocal health, and to identify, evaluate and discuss therapeutic approaches, assessment instruments, duration of actions, number of meetings, and their effectiveness, from articles published between 2007 and 2017.

Methods:

this research was conducted using the “voice”, “faculty”, “psychotherapy group” and “voice training” descriptors, and their corresponding descriptors in Portuguese, using the databases: LILACS, SciELO and PubMed.

Results:

the search resulted in 1,944 papers. After the selection, 9 studies fulfilled the inclusion and exclusion criteria.

Conclusion:

the group speech-language pathology actions related to teachers’ vocal health have an effect on the voice-related quality of life, reducing the vocal and emotional symptoms caused by work-related factors. The eclectic therapeutic approach was the most used one, and there were variations in the duration of actions and number of meetings among the studies. In terms of assessment instruments, the self-assessment of voice and the auditory-perceptual analysis were the most highlighted ones. Furthermore, most studies considered the results of their actions as effective.

Descriptors:
Voice; Faculty; Group Processes; Voice Training; Health Promotion; Speech Therapy

Introdução

A voz é o elemento essencial para a comunicação humana e seu uso é indispensável para os profissionais que a utilizam como instrumento de trabalho, como o professor11. Ribas TM, Penteado RZ, García-Zapata MTA. Quality of life related with the voice of teachers: exploratory systematic review of literature. Rev. CEFAC. 2014;16(1):294-306.

2. Behlau M, Zambon F, Guerrieri AC, Roy N. Epidemiology of voice disorders in teachers and nonteachers in Brazil: prevalence and adverse effects. J Voice. 2012;26(5): 665.e18.
-33. Anhaia TC, Klahr PS, Cassol M. Association between teaching experience and voice self-assessment among professors: a cross-sectional observational study. Rev. CEFAC. 2015;17(1):52-7.. Os professores são uma das categorias mais pesquisadas na área de voz por apresentarem alta incidência de distúrbios a ela relacionados, devido à multifatoriedade característica de seu trabalho, somado ao uso intensivo da voz44. Dragone MLS, Ferreira LP, Giannini SPP, Simões-Zenari M, Vieira VP, Behlau M. Voz do professor: uma revisão de 15 anos de contribuição fonoaudiológica. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2010;15(2):289-96.

5. Caporossi C, Ferreira LP. Sintomas vocais e fatores relativos ao estilo de vida em professores. Rev. CEFAC. 2011;13(1):132-9.
-66. Silva GJ, Almeida AA, Lucena BTL, Silva MFBL. Vocal symptoms and self-reported causes in teachers. Rev. CEFAC. 2016;18(1):158-66..

No momento em que o professor desenvolve um distúrbio de voz devido ao trabalho que exerce, pode haver comprometimentos em diversos aspectos, tanto na vida social, como profissional77. Servilha EAM, Costa ATF. Knowledge about voice and the importance of voice as an educational resource in the perspective of university professors. Rev. CEFAC. 2015;17(1):13-26.. Dentre algumas consequências decorrentes do adoecimento vocal, pode-se destacar o comprometimento no desempenho da atividade em sala, problemas na autoestima, problemas emocionais, interferência negativa no processo de ensino-aprendizagem, entre outros77. Servilha EAM, Costa ATF. Knowledge about voice and the importance of voice as an educational resource in the perspective of university professors. Rev. CEFAC. 2015;17(1):13-26.

8. Rodrigues ALV, Medeiros AM, Teixeira LC. Impact of the teacher's voice in the classroom: a literature review. Distúrb. Comun. 2017;29(1):2-9.

9. Costa DB, Lopes LW, Silva EG, Cunha GMS, Almeida LNA, Almeida AAF. The risk factors and emotional on the voice of teachers with and without vocal complaints. Rev. CEFAC. 2013;15(4):1001-10.
-1010. Kasama ST, Martinez EZ, Navarro VL. Proposta de um programa de bem estar vocal para professores: estudo de caso. Distúrb. Comun. 2011;23(1):35-42.. Na literatura², estudos revelam que, devido aos riscos para o desenvolvimento de distúrbios de voz em consequência da profissão, o professor reflete, muitas vezes, sobre mudar de carreira para obter melhor qualidade de vida.

Uma revisão44. Dragone MLS, Ferreira LP, Giannini SPP, Simões-Zenari M, Vieira VP, Behlau M. Voz do professor: uma revisão de 15 anos de contribuição fonoaudiológica. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2010;15(2):289-96. composta por estudos brasileiros relacionados à voz do professor revelou que, das 500 publicações analisadas, apenas 14% tinham por objetivo avaliar os efeitos de programas de intervenções vocais. Em contrapartida, 86% dos estudos pretendiam realizar avaliações. Tais resultados evidenciam o baixo número de pesquisas que possuem o objetivo de investigar os efeitos de ações de promoção e prevenção de distúrbios de voz em professores.

Contudo, quando promovidas ações em prol da saúde vocal do professor, a literatura aponta que há contribuições positivas, como a redução significativa de sinais e sintomas vocais, melhora da qualidade de vida e de voz no trabalho, avanços na capacidade de identificar os comportamentos vocais inadequados e aprendizado de estratégias para minimizar as sensações proprioceptivas desagradáveis1111. Anjos LM, Paletot YA, Souza SMA, Lima-Silva MFB. Contribuições de um programa de intervenção fonoaudiologica em voz para professores causas In: One GMC, Albuquerque HN (eds). Saúde e meio ambiente: os desafios da interdisciplinaridade nos ciclos da vida humana. Campina Grande - PB: IBEA, 2017. p.407-25.

12. Pizolato RA, Mialhe FL, Barrichelo RCO, Rehder MIBC, Pereira AC. Práticas e percepções de professores, após a vivência vocal em um programa educativo para a voz. Rev Odonto. 2012;20(39):35-44.
-1313. Silverio KCA, Gonçalves CGO, Penteado RZ, Vieira TPG, Libardi A, Rossi D. Ações em saúde vocal: proposta de melhoria do perfil vocal de professores. Pró-Fono R. Atual. Cient. 2008;20(3):177-82.. Além disso, os professores que participam desse tipo de intervenções sentem-se satisfeitos e referem o quanto o aprendizado adquirido é importante para desenvolverem a atividade profissional com mais saúde e bem-estar vocal1414. Almeida KA, Nuto LTS, Oliveira GC, Holanda FEBPN, Freitas BMR, Almeida MM. Prática da interdisciplinaridade do petsaúde com professores da escola pública. Rev. Bras. Promoç. Saúde. 2012;25(1):80-5..

Na maioria das vezes, essas ações fonoaudiológicas são realizadas no próprio âmbito escolar para que o professor se sinta mais à vontade em frequentar as atividades, bem como geram possibilidades de discussões sobre fatores ambientais e organizacionais presentes na instituição de ensino1212. Pizolato RA, Mialhe FL, Barrichelo RCO, Rehder MIBC, Pereira AC. Práticas e percepções de professores, após a vivência vocal em um programa educativo para a voz. Rev Odonto. 2012;20(39):35-44.,1515. Ribas TM, Penteado RZ, García-Zapata MTA. Voice-related quality of life: impact of a speech language pathology intervention with teachers. Rev. CEFAC. 2014;16(2):554-65.,1616. Xavier IALN, Santos ACO, Silva DM. Vocal health of teacher: phonoaudiologic intervention in primary health. Rev. CEFAC. 2013;5(4):976-85.. Nesse sentido, as ações de saúde vocal em grupo são apontadas na literatura1616. Xavier IALN, Santos ACO, Silva DM. Vocal health of teacher: phonoaudiologic intervention in primary health. Rev. CEFAC. 2013;5(4):976-85.

17. Almeida LNA, Fahning AKCA, Trajano FMP, Anjos UU, Almeida AAF. Group voice therapy and its effectiveness in the treatment of dysphonia: a systematic review. Rev. CEFAC. 2015;17(6):2000-8.
-1818. Luchesi KF, Mourão LF, Kitamura S. Efetividade de um programa de aprimoramento vocal para professores. Rev. CEFAC. 2012;14(3):459-70. como um tipo de terapia positiva para os participantes.

Dentre algumas contribuições da terapia em grupo com ações de saúde vocal, é possível verificar que a mesma possibilita a tomada de consciência por parte do professor acerca do problema, promove reflexão, discussão, troca de experiências e a construção de conhecimentos compartilhados entre o grupo, criando uma rede de apoio1212. Pizolato RA, Mialhe FL, Barrichelo RCO, Rehder MIBC, Pereira AC. Práticas e percepções de professores, após a vivência vocal em um programa educativo para a voz. Rev Odonto. 2012;20(39):35-44.,1616. Xavier IALN, Santos ACO, Silva DM. Vocal health of teacher: phonoaudiologic intervention in primary health. Rev. CEFAC. 2013;5(4):976-85.,1919. Souza APR, Crestani AH, Vieira CR, Machado FCM, Pereira LL. O grupo na fonoaudiologia: origens clínicas e na saúde coletiva. Rev. CEFAC. 2011;13(1):140-51..

Na intervenção, seja individual ou em grupo, pode-se utilizar três tipos de abordagens terapêuticas diferentes: direta, indireta e eclética. A abordagem direta se caracteriza pela realização de exercícios e técnicas vocais específicas com foco na respiração, fonação, ressonância e articulação, para modificar aspectos da produção vocal e permitir um melhor padrão de fonação. Os aconselhamentos e orientações sobre higiene vocal, com objetivo de realizar um aprendizado e cuidado com a voz, são característicos da abordagem indireta. Estas duas formas de abordagens não são excludentes e podem ser associadas, constituindo-se, assim, uma abordagem eclética2020. Santos ACM, Borrego MCM, Bhelau M. Effect of direct and indirect voice training in Speech-Language Pathology and Audiology students. CoDAS. 2015;27(4): 384-91.,2121. Anhaia TC, Gurgel LG, Vieira RH, Cassol M. Direct and indirect vocal interventions for teachers: a systematic review of the literature. ACR. 2013;18(4):363-8..

Estudos de revisão2121. Anhaia TC, Gurgel LG, Vieira RH, Cassol M. Direct and indirect vocal interventions for teachers: a systematic review of the literature. ACR. 2013;18(4):363-8.,2222. Penteado RZ, Ribas TM. Processos educativos em saúde vocal do professor: análise da literatura da Fonoaudiologia brasileira. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2011;16(2):233-9. revelam que, nas ações fonoaudiológicas realizadas com professores, a abordagem eclética é a mais comum, destacando-se os conteúdos: comportamentos vocais, hábitos e cuidados de higiene e saúde vocal, exercícios e técnicas vocais, e noções de anátomo-fisiologia da produção vocal.

Para verificar as possíveis evoluções adquiridas a partir da intervenção fonoaudiológica promovida, é necessário que se realize uma avaliação vocal2323. Cielo CA, Cappellari VM. Tempo máximo de fonação de crianças pré-escolares. Rev Bras Otorrinolaringol. 2008;74(4):552-60.,2424. Souza LBR, Pernambuco LA, Santos MM, Silva JCV. Queixa vocal, análise perceptiva auditiva e autoavaliação da voz de mulheres com obesidade mórbida. ABCD Arq Bras Cir Dig. 2015;28(supl.1):23-5., seja por medidas perceptivo-auditivas, acústicas, aerodinâmicas, laringológicas ou de autoavaliação, no momento pré e pós-intervenção, de forma que permita comparar se a ação realizada apresentou potencial ou não para promover benefícios à saúde vocal.

A modalidade de intervenção em grupo permite a criação de um espaço para o diálogo e enfrentamento de problemas, contribuindo tanto emocionalmente quanto socialmente para reabilitação do sujeito1717. Almeida LNA, Fahning AKCA, Trajano FMP, Anjos UU, Almeida AAF. Group voice therapy and its effectiveness in the treatment of dysphonia: a systematic review. Rev. CEFAC. 2015;17(6):2000-8.,1919. Souza APR, Crestani AH, Vieira CR, Machado FCM, Pereira LL. O grupo na fonoaudiologia: origens clínicas e na saúde coletiva. Rev. CEFAC. 2011;13(1):140-51.. E nos últimos anos, essa modalidade vem ganhando destaque na Fonoaudiologia e por isso, compreender como está sendo desenvolvida e aplicada, bem como os benefícios desta para a saúde vocal do professor, são relavantes para expandir o conhecimento dessa prática na área de voz.

Diante do contexto exposto, este estudo de revisão integrativa tem por objetivo verificar os efeitos das ações fonoaudiológicas em grupo voltadas à saúde vocal do professor, além de identificar, avaliar e discutir os instrumentos de avaliação, abordagens terapêuticas, duração das ações/número de encontros e a efetividade destas, a partir de artigos publicados entre os anos de 2007 e 2017.

Métodos

Foi realizada uma revisão integrativa da literatura, a qual tem o propósito de identificar, analisar e sintetizar resultados de estudos que envolvem a mesma temática investigada, colaborando para a construção de uma visão ampla do que vem sendo desenvolvido no campo de um determinado tema específico2525. Souza MT, Silva MD, Carvalho R. Revisão integrativa: o que é e como fazer. Einstein. 2010;8(1 Pt 1):102-6..

A seguinte pergunta norteou o presente estudo: Será que as ações fonoaudiológicas em grupo voltados à saúde vocal do professor geram efeitos para a saúde e bem-estar vocal? Para seleção dos artigos foram consultadas as bases de dados Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e Public Medicine Library (PubMed). Foram selecionadas tais bases de dados pelo fato de apresentarem alta credibilidade científica e por se entender que apresentam um número significativo de publicações em que os professores são sujeitos de pesquisa.

Os critérios de inclusão para os estudos foram: artigos publicados no período de 2007 a 2017, com proposta de ações fonoaudiológicas em saúde vocal, realizadas em grupo, com professores da rede municipal ou estadual de ensino, publicados nos idiomas português ou inglês e que estivessem disponíves na íntegra. Foi realizado um levantamento prévio das publicações relacionadas a terapia em grupo para a voz do professor e, verificou-se que, houve maior concentração de artigos nesse período selecionado pelo presente estudo.

A partir da pergunta de pesquisa, foram selecionados os descritores que possivelmente contemplariam os estudos sobre o tema e, para tal finalidade, foi realizada uma consulta ao Descritores em Ciências da Saúde - DeCS.

Os descritores utilizados e suas respectivas combinações, nos idiomas português e inglês, foram: voz e docentes; voz e terapia de grupo; voz e treinamento da voz; treinamento da voz e terapia de grupo; terapia de grupo e docentes; treinamento da voz e docentes; “voice and faculty”; “voice and psychotherapy group”; “voice and voice training”; “voice training and psychotherapy group”; “psychotherapy group and faculty”; and “voice training and faculty”. Além disso, foram aplicados filtros para facilitar a busca, sendo estes: artigos publicados de 2007 a 2017, modelo artigo, nos idiomas português e inglês e disponíveis para acesso. O número total de artigos selecionados nesta revisão integrativa foi 1.944, sendo 307 da plataforma LILACS, 289 da SciELO e 1.348 da PubMed. O fluxograma de seleção dos artigos está exibido na Figura 1.

Figura 1:
Fluxograma de seleção dos artigos

A busca nas bases de dados e a seleção dos artigos foram realizadas de forma independente e cega por duas pesquisadoras, no período de setembro a novembro de 2017. Nos casos de discordância, houve discussão fundamentada nos critérios de inclusão.

A busca inicial resultou em 1.944 artigos. Desses, foram excluídos 394 por repetição, 1.458 excluídos pelos critérios de elegibilidade, 75 excluídos pelo título e resumo, por não atenderem aos critérios de elegibilidade ou não estarem de acordo com o tema estudado, e 8 excluídos pela leitura do texto completo. A seleção final resultou em 9 artigos para compor a presente revisão.

Os estudos selecionados foram analisados e deles foram extraídos os seguintes dados: 1) autor/ano; 2) localidade/tipo de estudo; 3) amostra; 4) objetivo; 5) tipo de abordagem terapêutica; 6) instrumento de avaliação pré e pós-intervenção; 7) duração da ação e número de encontros; e 8) efetividade da intervenção, como mostra a Figura 2.

Figura 2:
Relação das publicações analisados por autor/ano, localidade/tipo de estudo, amostra (n), objetivo, instrumento de avaliação pré e pós intervenção, tipo de abordagem terapêutica, duração da ação e número de encontros, e efetividade da intervenção

Vale destacar que a efetividade das intervenções em cada estudo foi baseada a partir da opinião dos próprios autores com o desenvolvimento das ações propostas.

A seguir, na revisão da literatura, os temas estão divididos em: abordagens terapêuticas, instrumentos de avaliação pré e pós-intervenção, duração da ação e número de encontros realizados e, efetividade das intervenções.

Revisão da Literatura

Com base nos critérios de elegibilidade, foram encontrados 9 estudos, todos desenvolvidos no Brasil, entre os anos de 2008 e 2015, sendo 11,1% publicado nos últimos cinco anos. Os estudos foram realizados na região Sudeste (n = 5), região Nordeste (n = 3) e na região Centro-Oeste (n = 1).

Em relação à metodologia empregada nos estudos, verificou-se que dois artigos não explicitaram o delineamento estabelecido. Desta forma, com base no que foi analisado por meio da leitura, foram determinadas as seguintes características metodológicas: quanti-qualitativo (n = 1), quase-experimental (n = 1), pesquisa-ação (n = 1), experimental (n = 1), estudo de caso (n = 2) e longitudinal (n = 3).

O número de participantes dos estudos variou de 5 a 90, com média de 29,4 sujeitos. Todos os estudos usaram a abordagem eclética, com exceção de um que empregou a indireta, de forma isolada, em um grupo controle2626. Pizolato RA, Rehder MIBC, Meneghim MC, Ambrosano GMB, Mialhe FL, Pereira AC. Impact on quality of life in teachers after educational actions for prevention of voice disorders: a longitudinal study. Health Qual Life Outcomes. 2013;11(28):1-9.. A utilização desta abordagem pelos estudos pode ser justificada pelo fato de que a combinação de estratégias informativas e práticas resulta em maior efetividade, visto que fornece conhecimento necessário para que o professor seja agente da sua própria saúde1111. Anjos LM, Paletot YA, Souza SMA, Lima-Silva MFB. Contribuições de um programa de intervenção fonoaudiologica em voz para professores causas In: One GMC, Albuquerque HN (eds). Saúde e meio ambiente: os desafios da interdisciplinaridade nos ciclos da vida humana. Campina Grande - PB: IBEA, 2017. p.407-25.. O número de encontros variou de 1 a 12, com média de 7,1. A duração das ações oscilou entre 30 minutos a 2 horas, com média de 63,8 minutos de intervenção. Apenas um estudo2727. Trigueiro JS, Silva MLS, Brandão RS, Torquato IMB, Nogueira MF, Alves GAS. A voz do professor: um instrumento que precisa de cuidado. J. Res. Fundam. Care. 2015;7(3):2865-73. promoveu uma oficina focal, com duração de duas horas em sua totalidade.

Identificou-se que houve diversas formas de designar as ações fonoaudiológicas promovidas pelos estudos selecionados, como: reuniões semanais, sessões de orientações, oficina de voz, vivência em voz e programa educativo teórico-prático. Por mais que se tenha verificado divergências nos termos, todos os estudos foram realizados em grupo e no próprio âmbito escolar.

Dentre os artigos incluídos nesta revisão integrativa, foi possível identificar que foram estabelecidos tais objetivos: verificar o impacto das ações na qualidade de vida em voz (n=3), analisar as queixas vocais dos professores pré e pós-intervenção (n=3), verificar a percepção dos professores sobre a ação realizada (n=1), explorar a situação de saúde de forma interdisciplinar (fisioterapeuta e fonoaudiólogo) (n=1) e descrever uma vivência de educação em voz com professores (n=1).

Abordagens Terapêuticas

A maioria dos estudos analisados para esta revisão utilizou a abordagem eclética como metodologia para promoção e prevenção da saúde vocal, com exceção de um estudo, já citado, que aplicou apenas a abordagem indireta em grupo controle2626. Pizolato RA, Rehder MIBC, Meneghim MC, Ambrosano GMB, Mialhe FL, Pereira AC. Impact on quality of life in teachers after educational actions for prevention of voice disorders: a longitudinal study. Health Qual Life Outcomes. 2013;11(28):1-9..

No que diz respeito à abordagem direta, um estudo2727. Trigueiro JS, Silva MLS, Brandão RS, Torquato IMB, Nogueira MF, Alves GAS. A voz do professor: um instrumento que precisa de cuidado. J. Res. Fundam. Care. 2015;7(3):2865-73. não esclareceu na metodologia quais exercícios e técnicas vocais foram utilizadas, o que dificulta a compreensão e, até mesmo, a reprodutibilidade da ação. Dentre os exercícios mais utilizados na abordagem direta pelos estudos, destacaram-se: som nasal1010. Kasama ST, Martinez EZ, Navarro VL. Proposta de um programa de bem estar vocal para professores: estudo de caso. Distúrb. Comun. 2011;23(1):35-42.,1515. Ribas TM, Penteado RZ, García-Zapata MTA. Voice-related quality of life: impact of a speech language pathology intervention with teachers. Rev. CEFAC. 2014;16(2):554-65.,1616. Xavier IALN, Santos ACO, Silva DM. Vocal health of teacher: phonoaudiologic intervention in primary health. Rev. CEFAC. 2013;5(4):976-85.,1818. Luchesi KF, Mourão LF, Kitamura S. Efetividade de um programa de aprimoramento vocal para professores. Rev. CEFAC. 2012;14(3):459-70.,2626. Pizolato RA, Rehder MIBC, Meneghim MC, Ambrosano GMB, Mialhe FL, Pereira AC. Impact on quality of life in teachers after educational actions for prevention of voice disorders: a longitudinal study. Health Qual Life Outcomes. 2013;11(28):1-9., vibração de língua/lábios1313. Silverio KCA, Gonçalves CGO, Penteado RZ, Vieira TPG, Libardi A, Rossi D. Ações em saúde vocal: proposta de melhoria do perfil vocal de professores. Pró-Fono R. Atual. Cient. 2008;20(3):177-82.

14. Almeida KA, Nuto LTS, Oliveira GC, Holanda FEBPN, Freitas BMR, Almeida MM. Prática da interdisciplinaridade do petsaúde com professores da escola pública. Rev. Bras. Promoç. Saúde. 2012;25(1):80-5.

15. Ribas TM, Penteado RZ, García-Zapata MTA. Voice-related quality of life: impact of a speech language pathology intervention with teachers. Rev. CEFAC. 2014;16(2):554-65.
-1616. Xavier IALN, Santos ACO, Silva DM. Vocal health of teacher: phonoaudiologic intervention in primary health. Rev. CEFAC. 2013;5(4):976-85., mastigação selvagem1313. Silverio KCA, Gonçalves CGO, Penteado RZ, Vieira TPG, Libardi A, Rossi D. Ações em saúde vocal: proposta de melhoria do perfil vocal de professores. Pró-Fono R. Atual. Cient. 2008;20(3):177-82., fricativos surdos e sonoros em tempo máximo de fonação (TMF)1010. Kasama ST, Martinez EZ, Navarro VL. Proposta de um programa de bem estar vocal para professores: estudo de caso. Distúrb. Comun. 2011;23(1):35-42.,1313. Silverio KCA, Gonçalves CGO, Penteado RZ, Vieira TPG, Libardi A, Rossi D. Ações em saúde vocal: proposta de melhoria do perfil vocal de professores. Pró-Fono R. Atual. Cient. 2008;20(3):177-82.

14. Almeida KA, Nuto LTS, Oliveira GC, Holanda FEBPN, Freitas BMR, Almeida MM. Prática da interdisciplinaridade do petsaúde com professores da escola pública. Rev. Bras. Promoç. Saúde. 2012;25(1):80-5.

15. Ribas TM, Penteado RZ, García-Zapata MTA. Voice-related quality of life: impact of a speech language pathology intervention with teachers. Rev. CEFAC. 2014;16(2):554-65.
-1616. Xavier IALN, Santos ACO, Silva DM. Vocal health of teacher: phonoaudiologic intervention in primary health. Rev. CEFAC. 2013;5(4):976-85., rotação de língua no vestíbulo1414. Almeida KA, Nuto LTS, Oliveira GC, Holanda FEBPN, Freitas BMR, Almeida MM. Prática da interdisciplinaridade do petsaúde com professores da escola pública. Rev. Bras. Promoç. Saúde. 2012;25(1):80-5. e bocejo-suspiro1515. Ribas TM, Penteado RZ, García-Zapata MTA. Voice-related quality of life: impact of a speech language pathology intervention with teachers. Rev. CEFAC. 2014;16(2):554-65.; um estudo1818. Luchesi KF, Mourão LF, Kitamura S. Efetividade de um programa de aprimoramento vocal para professores. Rev. CEFAC. 2012;14(3):459-70. utilizou firmeza glótica e a manipulação digital de laringe; um estudo1616. Xavier IALN, Santos ACO, Silva DM. Vocal health of teacher: phonoaudiologic intervention in primary health. Rev. CEFAC. 2013;5(4):976-85. adicionou ao programa de intervenção o gargarejo sonorizado com água; e três estudos1010. Kasama ST, Martinez EZ, Navarro VL. Proposta de um programa de bem estar vocal para professores: estudo de caso. Distúrb. Comun. 2011;23(1):35-42.,1515. Ribas TM, Penteado RZ, García-Zapata MTA. Voice-related quality of life: impact of a speech language pathology intervention with teachers. Rev. CEFAC. 2014;16(2):554-65.,1818. Luchesi KF, Mourão LF, Kitamura S. Efetividade de um programa de aprimoramento vocal para professores. Rev. CEFAC. 2012;14(3):459-70. utilizaram a voz salmodiada. Para trabalhar a articulação, houve estudos1010. Kasama ST, Martinez EZ, Navarro VL. Proposta de um programa de bem estar vocal para professores: estudo de caso. Distúrb. Comun. 2011;23(1):35-42.,1313. Silverio KCA, Gonçalves CGO, Penteado RZ, Vieira TPG, Libardi A, Rossi D. Ações em saúde vocal: proposta de melhoria do perfil vocal de professores. Pró-Fono R. Atual. Cient. 2008;20(3):177-82.,1616. Xavier IALN, Santos ACO, Silva DM. Vocal health of teacher: phonoaudiologic intervention in primary health. Rev. CEFAC. 2013;5(4):976-85. que utilizaram também o trava-línguas. Todas as ações promovidas pelos estudos contemplaram atividades de relaxamento, alongamento (cervical e/ou corporal), respiração e coordenação pneumofonoarticulatória1010. Kasama ST, Martinez EZ, Navarro VL. Proposta de um programa de bem estar vocal para professores: estudo de caso. Distúrb. Comun. 2011;23(1):35-42.,1212. Pizolato RA, Mialhe FL, Barrichelo RCO, Rehder MIBC, Pereira AC. Práticas e percepções de professores, após a vivência vocal em um programa educativo para a voz. Rev Odonto. 2012;20(39):35-44.

13. Silverio KCA, Gonçalves CGO, Penteado RZ, Vieira TPG, Libardi A, Rossi D. Ações em saúde vocal: proposta de melhoria do perfil vocal de professores. Pró-Fono R. Atual. Cient. 2008;20(3):177-82.

14. Almeida KA, Nuto LTS, Oliveira GC, Holanda FEBPN, Freitas BMR, Almeida MM. Prática da interdisciplinaridade do petsaúde com professores da escola pública. Rev. Bras. Promoç. Saúde. 2012;25(1):80-5.

15. Ribas TM, Penteado RZ, García-Zapata MTA. Voice-related quality of life: impact of a speech language pathology intervention with teachers. Rev. CEFAC. 2014;16(2):554-65.
-1616. Xavier IALN, Santos ACO, Silva DM. Vocal health of teacher: phonoaudiologic intervention in primary health. Rev. CEFAC. 2013;5(4):976-85.,1818. Luchesi KF, Mourão LF, Kitamura S. Efetividade de um programa de aprimoramento vocal para professores. Rev. CEFAC. 2012;14(3):459-70.,2626. Pizolato RA, Rehder MIBC, Meneghim MC, Ambrosano GMB, Mialhe FL, Pereira AC. Impact on quality of life in teachers after educational actions for prevention of voice disorders: a longitudinal study. Health Qual Life Outcomes. 2013;11(28):1-9.,2727. Trigueiro JS, Silva MLS, Brandão RS, Torquato IMB, Nogueira MF, Alves GAS. A voz do professor: um instrumento que precisa de cuidado. J. Res. Fundam. Care. 2015;7(3):2865-73..

A inclusão de exercícios vocais, seja de aquecimento ou desaquecimento, proporciona, fisiologicamente, melhoras como: maior mobilidade da mucosa das pregas vocais, equilíbrio da emissão vocal, maior projeção vocal e diminuição do esforço fonatório2828. Pereira LPP, Masson MLV, Carvalho FM. Vocal warm-up and breathing training for teachers: randomized clinical trial. Rev. Saúde Pública. 2015;49:67.,2929. Cielo CA, Beber BC. Saúde vocal do teleoperador. Distúrb. Comun. 2012;24(1):109-16., que podem ser percebidos a partir de medidas vocais acústicas, perceptivo-auditivas, de autoavaliação e aerodinâmicas relacionadas à fonação3030. Ribeiro VV, Frigo LF, Bastilha GR, Cielo CA. Vocal warm-up and cool-down: systematic review. Rev. CEFAC. 2016;18(6):1456-65..

Quanto à abordagem indireta, as orientações de higiene vocal mais referidas nos estudos foram: importância da hidratação, maus hábitos vocais, como lidar com o ruído em sala, importância dos exercícios de aquecimento e desaquecimento vocal, e anatomofisiologia da fonação1010. Kasama ST, Martinez EZ, Navarro VL. Proposta de um programa de bem estar vocal para professores: estudo de caso. Distúrb. Comun. 2011;23(1):35-42.,1212. Pizolato RA, Mialhe FL, Barrichelo RCO, Rehder MIBC, Pereira AC. Práticas e percepções de professores, após a vivência vocal em um programa educativo para a voz. Rev Odonto. 2012;20(39):35-44.,1313. Silverio KCA, Gonçalves CGO, Penteado RZ, Vieira TPG, Libardi A, Rossi D. Ações em saúde vocal: proposta de melhoria do perfil vocal de professores. Pró-Fono R. Atual. Cient. 2008;20(3):177-82.,1515. Ribas TM, Penteado RZ, García-Zapata MTA. Voice-related quality of life: impact of a speech language pathology intervention with teachers. Rev. CEFAC. 2014;16(2):554-65.,1616. Xavier IALN, Santos ACO, Silva DM. Vocal health of teacher: phonoaudiologic intervention in primary health. Rev. CEFAC. 2013;5(4):976-85.,1818. Luchesi KF, Mourão LF, Kitamura S. Efetividade de um programa de aprimoramento vocal para professores. Rev. CEFAC. 2012;14(3):459-70.,2626. Pizolato RA, Rehder MIBC, Meneghim MC, Ambrosano GMB, Mialhe FL, Pereira AC. Impact on quality of life in teachers after educational actions for prevention of voice disorders: a longitudinal study. Health Qual Life Outcomes. 2013;11(28):1-9.. Além disso, apenas um estudo1818. Luchesi KF, Mourão LF, Kitamura S. Efetividade de um programa de aprimoramento vocal para professores. Rev. CEFAC. 2012;14(3):459-70. inseriu dinâmicas para trabalhar a expressividade verbal e não verbal.

Um estudo3131. Sousa LFL, Leal AL, Sena EFC. A importância da comunicação não verbal do professor universitário no exercício de sua atividade profissional. Rev. CEFAC. 2010;2(5):784-7. que objetivou verificar a importância da comunicação não-verbal do professor em sala de aula na visão do aluno, identificou que os mesmos referiram que tal comunicação complementa o conteúdo que está sendo abordado, demonstrando mais verdadeiramente o que se pensa ou sente por parte do professor. Os estudantes ainda ressaltaram que é por meio da expressividade corporal que o professor transmite segurança, entusiasmo com o assunto debatido e capta a atenção do aluno. Tais achados destacam a necessidade deste conteúdo nas ações fonoaudiológicas para voz do professor, pois a comunicação tem impacto direto no processo ensino-aprendizagem.

Em relação ao aprendizado adquirido nas ações fonoaudiológicas, houve estudos1010. Kasama ST, Martinez EZ, Navarro VL. Proposta de um programa de bem estar vocal para professores: estudo de caso. Distúrb. Comun. 2011;23(1):35-42.,1515. Ribas TM, Penteado RZ, García-Zapata MTA. Voice-related quality of life: impact of a speech language pathology intervention with teachers. Rev. CEFAC. 2014;16(2):554-65.,1818. Luchesi KF, Mourão LF, Kitamura S. Efetividade de um programa de aprimoramento vocal para professores. Rev. CEFAC. 2012;14(3):459-70.,2626. Pizolato RA, Rehder MIBC, Meneghim MC, Ambrosano GMB, Mialhe FL, Pereira AC. Impact on quality of life in teachers after educational actions for prevention of voice disorders: a longitudinal study. Health Qual Life Outcomes. 2013;11(28):1-9. que objetivaram reforçá-lo a longo prazo, distribuindo materiais de apoio com explicações sobre os conteúdos abordados, os exercícios trabalhados nas ações, dicas básicas de respiração e estratégias para flexibilizar a dinâmica vocal, semelhante ao encontrado em outros estudos nacionais1111. Anjos LM, Paletot YA, Souza SMA, Lima-Silva MFB. Contribuições de um programa de intervenção fonoaudiologica em voz para professores causas In: One GMC, Albuquerque HN (eds). Saúde e meio ambiente: os desafios da interdisciplinaridade nos ciclos da vida humana. Campina Grande - PB: IBEA, 2017. p.407-25. e internacionais3232. Bolbol SA, Zalat MM, Hammam RAM, Elnakeb NL. Risk factors of voice disorders and impact of vocal hygiene awareness program among teachers in public schools in Egypt. J Voice. 2016;31(2):251.e9-251.e16..

Ao final das ações desenvolvidas, alguns pesquisadores1010. Kasama ST, Martinez EZ, Navarro VL. Proposta de um programa de bem estar vocal para professores: estudo de caso. Distúrb. Comun. 2011;23(1):35-42.,1212. Pizolato RA, Mialhe FL, Barrichelo RCO, Rehder MIBC, Pereira AC. Práticas e percepções de professores, após a vivência vocal em um programa educativo para a voz. Rev Odonto. 2012;20(39):35-44.,1616. Xavier IALN, Santos ACO, Silva DM. Vocal health of teacher: phonoaudiologic intervention in primary health. Rev. CEFAC. 2013;5(4):976-85.,1414. Almeida KA, Nuto LTS, Oliveira GC, Holanda FEBPN, Freitas BMR, Almeida MM. Prática da interdisciplinaridade do petsaúde com professores da escola pública. Rev. Bras. Promoç. Saúde. 2012;25(1):80-5. se preocuparam em obter a opinião dos participantes acerca das atividades realizadas e da modalidade em grupo, e verificaram que as estratégias utilizadas foram satisfatórias e positivas. Um desses estudos1616. Xavier IALN, Santos ACO, Silva DM. Vocal health of teacher: phonoaudiologic intervention in primary health. Rev. CEFAC. 2013;5(4):976-85. relatou que, apesar da efetividade das oficinas, houve professores que cogitaram desistir da intervenção por falta de tempo e vergonha de realizar os exercícios em grupo. Rossi-Barbosa et al.3333. Rossi-Barbosa LA, Gama ACC, Caldeira AP. Association between readiness for behavior change and complaints of vocal problems in teachers. CoDAS. 2015;27(2):170-7., ao realizarem estudo sobre prontidão para mudança de comportamento em professores, observaram que grande parte dos indivíduos mostra-se resistente, desmotivada e não pronta para programas de terapia ou de promoção da saúde.

Contudo, acredita-se que a utilização da modalidade em grupo, em todos os estudos analisados nesta revisão, pode ser justificada pelo fato de as ações grupais contribuírem para a reflexão, discussão, troca de conhecimento e motivação dos professores, bem como favorece as chances de adesão e continuidade do aprendizado após a intervenção1919. Souza APR, Crestani AH, Vieira CR, Machado FCM, Pereira LL. O grupo na fonoaudiologia: origens clínicas e na saúde coletiva. Rev. CEFAC. 2011;13(1):140-51.,3434. Penteado RZ, Pereira IMTB. Qualidade de vida e saúde vocal de professores. Rev Saúde Pública. 2007;41(2):236-43.. Pode-se citar, como característica presente em todos os estudos, a realização das atividades no ambiente escolar. Tal espaço permite configurá-lo como um ambiente social para tomada de consciência e discussão sobre as condições de trabalho1212. Pizolato RA, Mialhe FL, Barrichelo RCO, Rehder MIBC, Pereira AC. Práticas e percepções de professores, após a vivência vocal em um programa educativo para a voz. Rev Odonto. 2012;20(39):35-44.,1414. Almeida KA, Nuto LTS, Oliveira GC, Holanda FEBPN, Freitas BMR, Almeida MM. Prática da interdisciplinaridade do petsaúde com professores da escola pública. Rev. Bras. Promoç. Saúde. 2012;25(1):80-5.

15. Ribas TM, Penteado RZ, García-Zapata MTA. Voice-related quality of life: impact of a speech language pathology intervention with teachers. Rev. CEFAC. 2014;16(2):554-65.
-1616. Xavier IALN, Santos ACO, Silva DM. Vocal health of teacher: phonoaudiologic intervention in primary health. Rev. CEFAC. 2013;5(4):976-85.,1919. Souza APR, Crestani AH, Vieira CR, Machado FCM, Pereira LL. O grupo na fonoaudiologia: origens clínicas e na saúde coletiva. Rev. CEFAC. 2011;13(1):140-51.,2727. Trigueiro JS, Silva MLS, Brandão RS, Torquato IMB, Nogueira MF, Alves GAS. A voz do professor: um instrumento que precisa de cuidado. J. Res. Fundam. Care. 2015;7(3):2865-73.,3434. Penteado RZ, Pereira IMTB. Qualidade de vida e saúde vocal de professores. Rev Saúde Pública. 2007;41(2):236-43..

Muitas vezes, essas discussões sobre o ambiente e organização do trabalho, facilitam os professores a visualizarem os problemas do seu cotidiano profissional, bem como a refletirem acerca das possíveis soluções. Tal fato, estimula os docentes a buscarem meios que possam amenizar ou solucionar esses problemas físicos ou organizacionais do seu trabalho, por meio do diálogo com a gestão e/ou instâncias superiores, dentre outras formas1212. Pizolato RA, Mialhe FL, Barrichelo RCO, Rehder MIBC, Pereira AC. Práticas e percepções de professores, após a vivência vocal em um programa educativo para a voz. Rev Odonto. 2012;20(39):35-44.,1313. Silverio KCA, Gonçalves CGO, Penteado RZ, Vieira TPG, Libardi A, Rossi D. Ações em saúde vocal: proposta de melhoria do perfil vocal de professores. Pró-Fono R. Atual. Cient. 2008;20(3):177-82.,1616. Xavier IALN, Santos ACO, Silva DM. Vocal health of teacher: phonoaudiologic intervention in primary health. Rev. CEFAC. 2013;5(4):976-85..

Instrumentos de Avaliação Pré e Pós-Intervenção

Em relação aos instrumentos de avaliação utilizados pelos estudos, no período pré e pós-intervenção, foi possível verificar que: quatro utilizaram questionários estruturados - demográficos/histórico vocal1212. Pizolato RA, Mialhe FL, Barrichelo RCO, Rehder MIBC, Pereira AC. Práticas e percepções de professores, após a vivência vocal em um programa educativo para a voz. Rev Odonto. 2012;20(39):35-44.

13. Silverio KCA, Gonçalves CGO, Penteado RZ, Vieira TPG, Libardi A, Rossi D. Ações em saúde vocal: proposta de melhoria do perfil vocal de professores. Pró-Fono R. Atual. Cient. 2008;20(3):177-82.
-1414. Almeida KA, Nuto LTS, Oliveira GC, Holanda FEBPN, Freitas BMR, Almeida MM. Prática da interdisciplinaridade do petsaúde com professores da escola pública. Rev. Bras. Promoç. Saúde. 2012;25(1):80-5.,1616. Xavier IALN, Santos ACO, Silva DM. Vocal health of teacher: phonoaudiologic intervention in primary health. Rev. CEFAC. 2013;5(4):976-85.; três aplicaram questionários de autoavaliação vocal1010. Kasama ST, Martinez EZ, Navarro VL. Proposta de um programa de bem estar vocal para professores: estudo de caso. Distúrb. Comun. 2011;23(1):35-42.,1515. Ribas TM, Penteado RZ, García-Zapata MTA. Voice-related quality of life: impact of a speech language pathology intervention with teachers. Rev. CEFAC. 2014;16(2):554-65.,2626. Pizolato RA, Rehder MIBC, Meneghim MC, Ambrosano GMB, Mialhe FL, Pereira AC. Impact on quality of life in teachers after educational actions for prevention of voice disorders: a longitudinal study. Health Qual Life Outcomes. 2013;11(28):1-9.; três realizaram análise perceptivo-auditiva1212. Pizolato RA, Mialhe FL, Barrichelo RCO, Rehder MIBC, Pereira AC. Práticas e percepções de professores, após a vivência vocal em um programa educativo para a voz. Rev Odonto. 2012;20(39):35-44.,1313. Silverio KCA, Gonçalves CGO, Penteado RZ, Vieira TPG, Libardi A, Rossi D. Ações em saúde vocal: proposta de melhoria do perfil vocal de professores. Pró-Fono R. Atual. Cient. 2008;20(3):177-82.,1818. Luchesi KF, Mourão LF, Kitamura S. Efetividade de um programa de aprimoramento vocal para professores. Rev. CEFAC. 2012;14(3):459-70.; três promoveram avaliação laringológica1313. Silverio KCA, Gonçalves CGO, Penteado RZ, Vieira TPG, Libardi A, Rossi D. Ações em saúde vocal: proposta de melhoria do perfil vocal de professores. Pró-Fono R. Atual. Cient. 2008;20(3):177-82.,1414. Almeida KA, Nuto LTS, Oliveira GC, Holanda FEBPN, Freitas BMR, Almeida MM. Prática da interdisciplinaridade do petsaúde com professores da escola pública. Rev. Bras. Promoç. Saúde. 2012;25(1):80-5.,1818. Luchesi KF, Mourão LF, Kitamura S. Efetividade de um programa de aprimoramento vocal para professores. Rev. CEFAC. 2012;14(3):459-70.; e um utilizou análise acústica1818. Luchesi KF, Mourão LF, Kitamura S. Efetividade de um programa de aprimoramento vocal para professores. Rev. CEFAC. 2012;14(3):459-70. para avaliar os professores.

Os instrumentos mais utilizados neste tipo de pesquisa foram os questionários estruturados antes da realização das oficinas vocais1212. Pizolato RA, Mialhe FL, Barrichelo RCO, Rehder MIBC, Pereira AC. Práticas e percepções de professores, após a vivência vocal em um programa educativo para a voz. Rev Odonto. 2012;20(39):35-44.

13. Silverio KCA, Gonçalves CGO, Penteado RZ, Vieira TPG, Libardi A, Rossi D. Ações em saúde vocal: proposta de melhoria do perfil vocal de professores. Pró-Fono R. Atual. Cient. 2008;20(3):177-82.
-1414. Almeida KA, Nuto LTS, Oliveira GC, Holanda FEBPN, Freitas BMR, Almeida MM. Prática da interdisciplinaridade do petsaúde com professores da escola pública. Rev. Bras. Promoç. Saúde. 2012;25(1):80-5.,1616. Xavier IALN, Santos ACO, Silva DM. Vocal health of teacher: phonoaudiologic intervention in primary health. Rev. CEFAC. 2013;5(4):976-85.. A maioria dos questionários foi elaborada pelos próprios autores dos estudos e buscou compreender diferentes aspectos relacionados à voz, bem como informações pessoais e de condições de trabalho.

O uso deste tipo de questionário em alguns estudos1414. Almeida KA, Nuto LTS, Oliveira GC, Holanda FEBPN, Freitas BMR, Almeida MM. Prática da interdisciplinaridade do petsaúde com professores da escola pública. Rev. Bras. Promoç. Saúde. 2012;25(1):80-5.,1616. Xavier IALN, Santos ACO, Silva DM. Vocal health of teacher: phonoaudiologic intervention in primary health. Rev. CEFAC. 2013;5(4):976-85. deu-se com o propósito de obter dados para auxiliar no direcionamento e planejamento futuro das oficinas vocais. Deste modo, a elaboração da intervenção fonoaudiológica foi baseada nas necessidades referidas pelos professores.

Alguns estudos1212. Pizolato RA, Mialhe FL, Barrichelo RCO, Rehder MIBC, Pereira AC. Práticas e percepções de professores, após a vivência vocal em um programa educativo para a voz. Rev Odonto. 2012;20(39):35-44.,1414. Almeida KA, Nuto LTS, Oliveira GC, Holanda FEBPN, Freitas BMR, Almeida MM. Prática da interdisciplinaridade do petsaúde com professores da escola pública. Rev. Bras. Promoç. Saúde. 2012;25(1):80-5.,1616. Xavier IALN, Santos ACO, Silva DM. Vocal health of teacher: phonoaudiologic intervention in primary health. Rev. CEFAC. 2013;5(4):976-85.,2727. Trigueiro JS, Silva MLS, Brandão RS, Torquato IMB, Nogueira MF, Alves GAS. A voz do professor: um instrumento que precisa de cuidado. J. Res. Fundam. Care. 2015;7(3):2865-73. afirmam que houve efetividade nas ações, porém não há nos resultados dados mensuráveis, o que dificultou a análise para esta revisão. Tais estudos apresentam na metodologia o caráter qualitativo ou mesmo descritivo, tendo como objetivo promover educação em saúde vocal, com o foco principal de tornar o professor protagonista de sua própria saúde.

O instrumento de autoavaliação utilizado nas ações fonoaudiológicas em voz com professores foi o questionário de Qualidade de Vida em Voz (QVV) 1010. Kasama ST, Martinez EZ, Navarro VL. Proposta de um programa de bem estar vocal para professores: estudo de caso. Distúrb. Comun. 2011;23(1):35-42.,1515. Ribas TM, Penteado RZ, García-Zapata MTA. Voice-related quality of life: impact of a speech language pathology intervention with teachers. Rev. CEFAC. 2014;16(2):554-65.,2626. Pizolato RA, Rehder MIBC, Meneghim MC, Ambrosano GMB, Mialhe FL, Pereira AC. Impact on quality of life in teachers after educational actions for prevention of voice disorders: a longitudinal study. Health Qual Life Outcomes. 2013;11(28):1-9.. Ele foi adaptado para o Português Brasileiro por Gasparini e Behlau3535. Gasparini G, Behlau M. Quality of life: validation of the Brazilian version of the voice-related quality of life (V-RQOL) measure. J Voice. 2009;23(1):76-8., a partir do Voice Related Quality of Life (V-RQOL), desenvolvido por Hogikyan e Sethuraman3636. Hogikyan ND, Sethuraman G. Validation of an instrument to measure voice-related quality of life (V-RQOL). J Voice. 1999;13(4):557-69.. Este questionário tem por finalidade analisar o impacto da disfonia na qualidade de vida do sujeito com base em 10 itens que correspondem a três domínios: socioemocional, físico e global, cuja pontuação máxima para cada domínio é 100.

Ribas, Penteado e García-Zapata1515. Ribas TM, Penteado RZ, García-Zapata MTA. Voice-related quality of life: impact of a speech language pathology intervention with teachers. Rev. CEFAC. 2014;16(2):554-65. utilizaram como um dos instrumentos de avaliação, pré e pós-intervenção, o questionário QVV supracitado e observaram que, no momento pré, os professores apresentaram baixo impacto da qualidade de vida relacionado à voz nos domínios global e físico, tendo um impacto médio no socioemocional. Após a intervenção, os autores verificaram que houve melhora no domínio global e pequena piora nos domínios físicos e socioemocional. Este comportamento encontrado no estudo foi explicado pelo processo de aprendizado e de sensibilização relacionados aos sintomas vocais que fazem parte da identificação e caracterização dos problemas vocais, bem como a possibilidade da ação fonoaudiológica ter contribuído para o desenvolvimento da atenção para as relações entre voz e qualidade de vida, de forma que os sujeitos foram mais críticos ao se reavaliarem.

Foram encontrados resultados semelhantes no estudo de Kasama, Martinez e Navarro1010. Kasama ST, Martinez EZ, Navarro VL. Proposta de um programa de bem estar vocal para professores: estudo de caso. Distúrb. Comun. 2011;23(1):35-42., que utilizaram o mesmo instrumento de autoavaliação e perceberam que, antes de iniciar as intervenções, os escores do QVV foram próximos a 100. Já na reavaliação, houve variações quanto ao escore do protocolo pelos professores, no qual verificaram-se aumentos, manutenção e redução de alguns domínios do questionário. Em contrapartida, os resultados observados no estudo de Pizolato et al.2626. Pizolato RA, Rehder MIBC, Meneghim MC, Ambrosano GMB, Mialhe FL, Pereira AC. Impact on quality of life in teachers after educational actions for prevention of voice disorders: a longitudinal study. Health Qual Life Outcomes. 2013;11(28):1-9. identificaram que, no momento pré-intervenção, a qualidade de vida em voz dos professores não estava sendo afetada, mesmo diante da presença de sintomas vocais. Os grupos, após a intervenção fonoaudiológica, apresentaram significante aumento nos escores do QVV no domínio global, o que revelou que ações ofertadas refletiram positivamente na qualidade de vida dos professores deste estudo.

Diante dos resultados encontrados nos estudos analisados, que utilizaram o questionário de Qualidade de Vida em Voz (QVV), pode-se inferir que, da mesma forma que auxilia na verificação da efetividade das ações realizadas, pode também ocorrer situações em que esta ferramenta não seja um bom indicador do sucesso de um programa de intervenção, como encontrado no estudo de Kasama, Martinez e Navarro1010. Kasama ST, Martinez EZ, Navarro VL. Proposta de um programa de bem estar vocal para professores: estudo de caso. Distúrb. Comun. 2011;23(1):35-42..

Quanto à análise perceptivo-auditiva, alguns estudos1212. Pizolato RA, Mialhe FL, Barrichelo RCO, Rehder MIBC, Pereira AC. Práticas e percepções de professores, após a vivência vocal em um programa educativo para a voz. Rev Odonto. 2012;20(39):35-44.,1313. Silverio KCA, Gonçalves CGO, Penteado RZ, Vieira TPG, Libardi A, Rossi D. Ações em saúde vocal: proposta de melhoria do perfil vocal de professores. Pró-Fono R. Atual. Cient. 2008;20(3):177-82.,1818. Luchesi KF, Mourão LF, Kitamura S. Efetividade de um programa de aprimoramento vocal para professores. Rev. CEFAC. 2012;14(3):459-70. a utilizaram como método para avaliar, de forma pré e pós-intervenção, a qualidade da voz dos professores. Dentre os instrumentos empregados, verificou-se o uso da escala GRBASI3737. Hirano M. Clinical examination of voice. New York: Springer Verlag; 1981. e a Escala Analógica Visual (EAV)3838. Yamasaki R, Madazio G, Leão SH, Padovani M, Azevedo R, Behlau M. Auditory-perceptual evaluation of normal and dysphonic voices using the Voice Deviation Scale. J Voice. 2017;31(1):67-71.. Silverio et al.1313. Silverio KCA, Gonçalves CGO, Penteado RZ, Vieira TPG, Libardi A, Rossi D. Ações em saúde vocal: proposta de melhoria do perfil vocal de professores. Pró-Fono R. Atual. Cient. 2008;20(3):177-82. fizeram uso da escala GRBASI e observaram que, na produção da vogal sustentada [ε], no momento pré-intervenção, 92,85% dos professores apresentaram distúrbio de voz de algum grau, sendo os parâmetros rugosidade, soprosidade e tensão os mais afetados. No momento pós-intervenção, houve redução significativa apenas no parâmetro tensão. Tal melhora foi atribuída à modificação nos cuidados com a voz e ao aumento da compreensão das causas das tensões.

Luchesi, Mourão e Kitamura1818. Luchesi KF, Mourão LF, Kitamura S. Efetividade de um programa de aprimoramento vocal para professores. Rev. CEFAC. 2012;14(3):459-70. utilizaram a EAV para avaliar os parâmetros: pitch, modulação e articulação. Estes aspectos foram selecionados com o intuito de estabelecer um paralelo entre a análise perceptivo-auditivo e a análise acústica. No âmbito perceptivo-auditivo, observou-se aumento das médias pós-intervenção nos três parâmetros. No entanto, não houve significância estatística para as diferenças pré e pós-intervenção em nenhum dos parâmetros, como também não houve correlação estatisticamente significante entre as duas formas de avaliação utilizadas. Pizolato et al.1212. Pizolato RA, Mialhe FL, Barrichelo RCO, Rehder MIBC, Pereira AC. Práticas e percepções de professores, após a vivência vocal em um programa educativo para a voz. Rev Odonto. 2012;20(39):35-44. também realizaram análise perceptivo-auditiva na pesquisa, porém, ao longo do artigo, não citam qual ferramenta foi utilizada e seus resultados, apenas relatam que os sujeitos referiram melhora na tensão.

Ao verificar a utilização da análise perceptivo-auditiva pelos estudos desta revisão, nota-se que os instrumentos GRBASI e EAV para analisar a voz nos momentos pré e pós-intervenção não identificaram mudanças significativas nos professores, sendo a redução da tensão no momento pós-intervenção a mais citada pelos estudos. Contudo, é importante destacar que, muitas vezes, é após a intervenção que o professor consegue perceber os sintomas vocais presentes, devido ao aprendizado adquirido nas intervenção sobre saúde vocal, tornando-os mais sensibilizados1010. Kasama ST, Martinez EZ, Navarro VL. Proposta de um programa de bem estar vocal para professores: estudo de caso. Distúrb. Comun. 2011;23(1):35-42.. Além disso, a forma como a intervenção é estruturada pode não favorecer um tempo suficiente para permitir que haja mudanças na voz do professor1515. Ribas TM, Penteado RZ, García-Zapata MTA. Voice-related quality of life: impact of a speech language pathology intervention with teachers. Rev. CEFAC. 2014;16(2):554-65..

O exame laringológico nas ações foi um procedimento também verificado em alguns estudos1313. Silverio KCA, Gonçalves CGO, Penteado RZ, Vieira TPG, Libardi A, Rossi D. Ações em saúde vocal: proposta de melhoria do perfil vocal de professores. Pró-Fono R. Atual. Cient. 2008;20(3):177-82.,1414. Almeida KA, Nuto LTS, Oliveira GC, Holanda FEBPN, Freitas BMR, Almeida MM. Prática da interdisciplinaridade do petsaúde com professores da escola pública. Rev. Bras. Promoç. Saúde. 2012;25(1):80-5.,1818. Luchesi KF, Mourão LF, Kitamura S. Efetividade de um programa de aprimoramento vocal para professores. Rev. CEFAC. 2012;14(3):459-70.. O uso desse exame permite a confirmação do diagnóstico e promove a conscientização do professor quanto à patologia e seu direcionamento para o tratamento fonoaudiológico, conforme o estudo de Luchesi, Mourão e Kitamura1818. Luchesi KF, Mourão LF, Kitamura S. Efetividade de um programa de aprimoramento vocal para professores. Rev. CEFAC. 2012;14(3):459-70.. Entretanto, quando os estudos objetivam realizar também o exame no momento pós-intervenção, os professores se recusam e argumentam sentirem desconforto com o procedimento1313. Silverio KCA, Gonçalves CGO, Penteado RZ, Vieira TPG, Libardi A, Rossi D. Ações em saúde vocal: proposta de melhoria do perfil vocal de professores. Pró-Fono R. Atual. Cient. 2008;20(3):177-82..

O estudo de Silveiro et al.1313. Silverio KCA, Gonçalves CGO, Penteado RZ, Vieira TPG, Libardi A, Rossi D. Ações em saúde vocal: proposta de melhoria do perfil vocal de professores. Pró-Fono R. Atual. Cient. 2008;20(3):177-82. utilizou como instrumentos para avaliar os professores na primeira etapa da intervenção a análise perceptivo-auditiva e o exame laríngeo. Ao final da pesquisa, constataram que os achados na avaliação laringológica foram condizentes com as queixas, sintomas laríngeos e a análise perceptivo-auditiva. Esse resultado ressalta a relevância da associação entre os instrumentos para o diagnóstico preciso e a verificação dos parâmetros vocais alterados de acordo com a patologia.

A análise acústica foi utilizada em um estudo1818. Luchesi KF, Mourão LF, Kitamura S. Efetividade de um programa de aprimoramento vocal para professores. Rev. CEFAC. 2012;14(3):459-70., e seu objetivo foi avaliar a frequência fundamental (f0), a extensão de frequência e dos dois primeiros formantes (F1 e F2). Conforme os autores, os parâmetros fonoarticulatórios avaliados foram selecionados com o intuito de estabelecer um paralelo entre a análise perceptivo-auditiva e a análise acústica. Entretanto, não houve correlação estatisticamente signi ficante entre as duas análises, pois acredita-se que o baixo número de sujeitos e a falta de treinamento dos fonoaudiólogos avaliadores podem ter influenciado os resultados.

Apesar disso, foi possível sugerir que houve ampliação significativa da extensão de frequência e aumento estatisticamente significativa de F1 nas vogais /i/ e /u/ pós-intervenção1818. Luchesi KF, Mourão LF, Kitamura S. Efetividade de um programa de aprimoramento vocal para professores. Rev. CEFAC. 2012;14(3):459-70.. De acordo com a literatura3939. Camargo Z, Madureira S, Dajer ME. Análise acústica da voz e da fala - fundamentos e aplicações na fonoaudiologia. In: Marchesan IQ, Silva HJ, Tomé MC (orgs). Tratado das especialidades em fonoaudiologia.1.ed. São Paulo: Guanabara Koogan, 2014. cap.15. p. 204-16., a análise acústica é complementar à perceptivo-auditiva, auxiliando na quantificação dos dados, nas correlações dos julgamentos perceptivos e até mesmo, no monitoramento terapêutico. Vale salientar que é imprescindível o treinamento prévio do avaliador para manusear o software e a interpretar os dados3939. Camargo Z, Madureira S, Dajer ME. Análise acústica da voz e da fala - fundamentos e aplicações na fonoaudiologia. In: Marchesan IQ, Silva HJ, Tomé MC (orgs). Tratado das especialidades em fonoaudiologia.1.ed. São Paulo: Guanabara Koogan, 2014. cap.15. p. 204-16., o que não ocorreu no estudo supracitado, se tornando um dos motivos que influenciou nos resultados da pesquisa.

Duração da Ação e Número de Encontros Realizados

No que diz respeito à duração das ações realizadas, a maioria dos estudos1010. Kasama ST, Martinez EZ, Navarro VL. Proposta de um programa de bem estar vocal para professores: estudo de caso. Distúrb. Comun. 2011;23(1):35-42.,1212. Pizolato RA, Mialhe FL, Barrichelo RCO, Rehder MIBC, Pereira AC. Práticas e percepções de professores, após a vivência vocal em um programa educativo para a voz. Rev Odonto. 2012;20(39):35-44.,1313. Silverio KCA, Gonçalves CGO, Penteado RZ, Vieira TPG, Libardi A, Rossi D. Ações em saúde vocal: proposta de melhoria do perfil vocal de professores. Pró-Fono R. Atual. Cient. 2008;20(3):177-82.,1616. Xavier IALN, Santos ACO, Silva DM. Vocal health of teacher: phonoaudiologic intervention in primary health. Rev. CEFAC. 2013;5(4):976-85. teve duração de, aproximadamente, 60 minutos por oficina. Em relação ao número de encontros, três estudos1010. Kasama ST, Martinez EZ, Navarro VL. Proposta de um programa de bem estar vocal para professores: estudo de caso. Distúrb. Comun. 2011;23(1):35-42.,1313. Silverio KCA, Gonçalves CGO, Penteado RZ, Vieira TPG, Libardi A, Rossi D. Ações em saúde vocal: proposta de melhoria do perfil vocal de professores. Pró-Fono R. Atual. Cient. 2008;20(3):177-82.,1818. Luchesi KF, Mourão LF, Kitamura S. Efetividade de um programa de aprimoramento vocal para professores. Rev. CEFAC. 2012;14(3):459-70. realizaram 12 encontros semanais. A variação encontrada, tanto da duração quanto ao número de encontros, dependeu do objetivo proposto da ação e, principalmente, da disponibilidade e abertura das escolas quanto às ações, sendo discutidos, com antecedência, com os gestores da escola investigada (diretores e coordenadores) os dias e horários de modo que, não ocasionasse prejuízos no ensino dos alunos.

No estudo de Pizolato et al.1212. Pizolato RA, Mialhe FL, Barrichelo RCO, Rehder MIBC, Pereira AC. Práticas e percepções de professores, após a vivência vocal em um programa educativo para a voz. Rev Odonto. 2012;20(39):35-44., os professores relataram que, se houvesse mais de um encontro na semana, os conteúdos ministrados seriam absorvidos mais facilmente. Entretanto, os autores justificam que, por conta da disponibilidade de horários que a coordenação da escola ofereceu, foi possível realizar apenas um encontro semanal. Outros estudos1212. Pizolato RA, Mialhe FL, Barrichelo RCO, Rehder MIBC, Pereira AC. Práticas e percepções de professores, após a vivência vocal em um programa educativo para a voz. Rev Odonto. 2012;20(39):35-44.,1616. Xavier IALN, Santos ACO, Silva DM. Vocal health of teacher: phonoaudiologic intervention in primary health. Rev. CEFAC. 2013;5(4):976-85. citam que as ações realizadas foram satisfatórias, porém, os professores relataram a necessidade da inserção de um fonoaudiólogo dentro da escola para que a assistência ao docente seja diária.

O estudo de Luchesi, Mourão e Kitamura1818. Luchesi KF, Mourão LF, Kitamura S. Efetividade de um programa de aprimoramento vocal para professores. Rev. CEFAC. 2012;14(3):459-70. acrescenta ainda a necessidade da implantação de cursos de aprimoramento vocal durante a formação profissional, para que os professores tenham a oportunidade de adquirir conhecimentos necessários à prevenção de distúrbios de voz em decorrência da profissão.

Vale destacar que é interessante a continuidade das ações de saúde vocal com esses profissionais a longo prazo, a fim de garantir o acompanhamento deles, o que não foi observado em nenhum estudo da presente revisão.

Efetividade das Intervenções

Em relação aos resultados obtidos pelos estudos investigados nesta revisão, a maioria dos autores consideraram efetivas as suas ações fonoaudiológicas em voz. Os resultados mostraram-se positivos, satisfatórios ou até mesmo relevantes para a melhoria da qualidade de vida e uso profissional da voz. Além disso, houve, após o término das oficinas, maior percepção dos professores quanto à importância do cuidado com a voz, interesse em mudar os hábitos inadequados e a realização da prática de exercícios vocais1010. Kasama ST, Martinez EZ, Navarro VL. Proposta de um programa de bem estar vocal para professores: estudo de caso. Distúrb. Comun. 2011;23(1):35-42.,1212. Pizolato RA, Mialhe FL, Barrichelo RCO, Rehder MIBC, Pereira AC. Práticas e percepções de professores, após a vivência vocal em um programa educativo para a voz. Rev Odonto. 2012;20(39):35-44.,1414. Almeida KA, Nuto LTS, Oliveira GC, Holanda FEBPN, Freitas BMR, Almeida MM. Prática da interdisciplinaridade do petsaúde com professores da escola pública. Rev. Bras. Promoç. Saúde. 2012;25(1):80-5.,1616. Xavier IALN, Santos ACO, Silva DM. Vocal health of teacher: phonoaudiologic intervention in primary health. Rev. CEFAC. 2013;5(4):976-85.,2525. Souza MT, Silva MD, Carvalho R. Revisão integrativa: o que é e como fazer. Einstein. 2010;8(1 Pt 1):102-6.,2626. Pizolato RA, Rehder MIBC, Meneghim MC, Ambrosano GMB, Mialhe FL, Pereira AC. Impact on quality of life in teachers after educational actions for prevention of voice disorders: a longitudinal study. Health Qual Life Outcomes. 2013;11(28):1-9..

Por outro lado, alguns estudos1515. Ribas TM, Penteado RZ, García-Zapata MTA. Voice-related quality of life: impact of a speech language pathology intervention with teachers. Rev. CEFAC. 2014;16(2):554-65.,1818. Luchesi KF, Mourão LF, Kitamura S. Efetividade de um programa de aprimoramento vocal para professores. Rev. CEFAC. 2012;14(3):459-70. consideraram as suas ações parcialmente satisfatórias, pois houveram aspectos que comprometeram a efetividade plena. O estudo de Ribas, Penteado e García-Zapata1515. Ribas TM, Penteado RZ, García-Zapata MTA. Voice-related quality of life: impact of a speech language pathology intervention with teachers. Rev. CEFAC. 2014;16(2):554-65. relatou que a maneira como a ação foi estruturada, ou seja, encontros mensais, pode ter sido insuficiente para ocasionar mudanças significativas na promoção da saúde vocal, o que resultou em um aumento mínimo nos domínios físico e global do QVV.

Por sua vez, o estudo de Luchesi, Mourão e Kitamura1818. Luchesi KF, Mourão LF, Kitamura S. Efetividade de um programa de aprimoramento vocal para professores. Rev. CEFAC. 2012;14(3):459-70. encontrou que o baixo número de sujeitos, o não treinamento dos fonoaudiólogos avaliadores para a realização da análise acústico e perceptiva, a baixa sensibilidade dos parâmetros fonoarticulatórios selecionados podem ter prejudicado os resultados da ação fonoaudiológica que promoveram.

As ações fonoaudiológicas em grupo estão cada vez mais sendo alvo de pesquisas na literatura brasileira. Contudo, cabe refletirmos que este cenário não corresponde à realidade encontrada nas grades curriculares dos cursos de graduação em Fonoaudiologia em território nacional. Ressalta-se a relevância da inserção desse tipo de intervenção terapêutica na formação do profissional da saúde, pois acredita-se que este amplie a visão do futuro profissional quanto à importância da promoção e prevenção à saúde, a partir de medidas educativas direcionadas para o coletivo, sendo o diálogo o agente primordial para transmitir e trocar conhecimentos.

Conclusão

Pode-se constatar que as ações fonoaudiológicas em grupo para a saúde vocal do professor geram efeitos na qualidade de vida relacionada à voz, reduzindo os sintomas vocais e emocionais causados pela multifatoriedade presente no contexto de trabalho deste profissional.

A abordagem terapêutica eclética foi a mais utilizada, bem como houve variações da duração das ações e número de encontros entre os estudos. Dentre os instrumentos de avaliação, a autoavaliação vocal e a análise perceptivo-auditiva foram os que mais se destacaram nas ações, utilizados no momento pré e pós-intervenção como parâmetro para verificar se a intervenção promovida possibilitou mudanças significativas e positivas para a saúde vocal dos professores. Além disso, a maioria dos estudos consideraram os seus resultados efetivos para as ações realizadas.

Vale ressaltar, ainda, que, conforme os estudos desta revisão, a prática da terapia em grupo na própria escola permite a criação de um ambiente favorável para discussão, solução de problemas e estreitamento de laços entre os professores, promovendo uma rede de apoio e aprendizado compartilhado.

A partir desta revisão, espera-se também que os achados possam contribuir para fonoaudiólogos e pesquisadores da área na tomada de decisão para a escolha da terapia em grupo, como também na elaboração de ações fonoaudiológicas para professores.

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    Trabalho realizado no Departamento de Fonoaudiologia, Universidade Federal da Paraíba - UFPB, João Pessoa, Paraíba, Brasil.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    25 Nov 2019
  • Data do Fascículo
    2019

Histórico

  • Recebido
    07 Mar 2019
  • Aceito
    05 Set 2019
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