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A expressividade na avaliação da comunicação do profissional da voz: revisão da literatura

RESUMO

Objetivo:

identificar, por meio de revisão crítica da literatura, quais são os instrumentos utilizados para a avaliação da expressividade de profissionais da voz e quais são os parâmetros abordados nesses instrumentos.

Métodos:

foi realizada uma busca na literatura em quatro plataformas: Scopus, Science Direct, SAGE Journals e Medline. A busca considerou o período de 2006 a 2016 e foram considerados para compor a amostra artigos originais, teses, dissertações e monografias de especialização.

Resultados:

foram encontradas 5.295 produções nas quatro bases de dados. Desses, após os filtros por título da produção, avaliação do resumo, e conteúdo do artigo, restaram 39 artigos com a temática expressividade e profissionais da voz dos quais apenas sete apresentavam algum tipo de instrumento de avaliação fonoaudiológica que abordava a expressividade.

Conclusão:

cinco estudos apresentaram seus instrumentos na íntegra e desses, dois foram publicados em periódicos nacionais, e nenhum deles foi validado. Quando os parâmetros de expressividade são mencionados, os registrados em maior número são os relacionados a expressividade oral. De forma ainda tímida aparecem os parâmetros de expressividade não verbal, com o uso predominante de três variáveis, a saber, expressão facial, gestos e postura.

Descritores:
Comunicação; Voz; Fonoaudiologia; Estudos de Avaliação

ABSTRACT

Purpose:

to identify, through a critical review of the literature, what are the instruments used to assess the expressiveness of voice professionals and what are the parameters addressed in these instruments.

Methods:

a literature search was carried out on four platforms: Scopus, Science Direct, SAGE Journals and Medline. The search considered the period from 2006 to 2016 and original articles, theses, dissertations and specialization monographs were considered to compose the sample.

Results:

5,295 productions were found in the four databases. Of these, after the filters by title of the production, evaluation of the summary, and content of the article, there were 39 articles with thematic expressiveness and voice professionals of which only seven presented some type of speech-language evaluation instrument that approached expressiveness.

Conclusion:

five studies presented their instruments in their entirety and of these, two were published in national journals, and none of them were validated. When the expressivity parameters are mentioned, those registered in greater numbers are those related to oral expressiveness. The parameters of nonverbal expressivity are still timid, with the predominant use of three variables, namely facial expression, gestures and posture.

Keywords:
Communication; Voice; Speech, Language and Hearing Sciences; Evaluation Studies

Introdução

A Fonoaudiologia, a exemplo de outras áreas da saúde, estabeleceu inicialmente sua atuação com predomínio na atenção individual, desenvolvida em consultórios e clínicas. Nos anos 1990, com a inserção de fonoaudiólogos em contextos coletivos a atuação fonoaudiológica, incluiu a prevenção e, consequentemente, ampliou o olhar para o aprimoramento vocal11. Chun RYS, Servilha EAM, Santos LAM, Sanches MH. Promoção da saúde: o conhecimento do aluno de jornalismo sobre sua voz. Distúrb. Comun. 2007;19(1):73-80.. Com isso, a atuação junto aos profissionais da voz iniciou-se relacionada às queixas vocais, à reabilitação vocal principalmente, e foi ampliando o campo de atuação com a chegada dos trabalhos de assessoria22. Ferreira LP. Assessoria fonoaudiológica aos profissionais da voz. In: Fernandes FDM, Mendes BCA, Navas ALPGP (orgs). Tratado de Fonoaudiologia. São Paulo: Ed Roca; 2010. p.746-53., de aperfeiçoamento da comunicação e de aprimoramento em relação à expressividade33. Cotes CSG. O estudo dos gestos vocais e corporais no telejornalismo brasileiro [tese]. São Paulo (SP): Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; 2008..

A expressividade tem estado presente no cotidiano da Fonoaudiologia brasileira há bastante tempo. Na década de 1970, mesmo que timidamente, a literatura apontava trabalhos sobre expressividade voltados, inicialmente, para a atuação com a expressividade oral (voz e fala) dos profissionais da voz. A publicação de trabalhos que discorrem sobre o gesto e papel do corpo na expressividade começam a surgir a partir dos anos 2000, um período em que a Fonoaudiologia passa a buscar diferentes referenciais teóricos como ponto de partida44. Ferreira LP. Expressividade - A trajetória da Fonoaudiologia Brasileira. In: Kyrillos L (org). Expressividade: da teoria à prática. Rio de Janeiro: Revinter; 2005. p. 1-14.. Esse momento marca a aproximação com a Linguística, essencial para o entendimento das relações entre som e sentido da voz55. Viola IC, Ferreira LP. A avaliação da expressividade oral e corporal. XVI Seminário de Voz da PUC-SP; jun 2007; Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. São Paulo, São Paulo, Brasil, 2007.,66. Viola IC. Breve histórico dos estudos sobre expressividade e questões terminológicas. XVIII Seminário de Voz da PUC-SP; jun, 2008; São Paulo, São Paulo, Brasil, 2008.. Alguns exemplos de termos comumente usados são expressão vocal, expressividade vocal, expressividade oral, expressividade da fala.

Na perspectiva fonoaudiológica trabalhar com a expressividade significa atuar de forma integrada com a comunicação verbal - expressividade verbal (conteúdo textual), com os recursos vocais - expressividade vocal/oral (voz, articulação, modulação, ritmo de fala, pitch, loudness, ressonância, prosódia) e com a comunicação não verbal - expressividade não verbal (gestos e expressão facial)22. Ferreira LP. Assessoria fonoaudiológica aos profissionais da voz. In: Fernandes FDM, Mendes BCA, Navas ALPGP (orgs). Tratado de Fonoaudiologia. São Paulo: Ed Roca; 2010. p.746-53.,77. Penteado RZ, Pechula MR. Expressividade em jornalismo: interfaces entre Comunicação, Fonoaudiologia e Educação. Intercom, Rev. Bras. Ciênc. Comun. 2018; 41(1):153-66..

Mais recentemente o termo expressividade também tem sido usado como sinônimo de comunicação e expressão de emoções. No que se refere aos efeitos comunicativos dessa, há uma dimensão formativa e compositora da comunicação capaz de funcionar como um elemento de espontaneidade, de transmissão de autenticidade que está estritamente relacionada à expressividade77. Penteado RZ, Pechula MR. Expressividade em jornalismo: interfaces entre Comunicação, Fonoaudiologia e Educação. Intercom, Rev. Bras. Ciênc. Comun. 2018; 41(1):153-66.. A associação do termo expressividade com questões relacionadas a emoções está vinculada a atribuição de características positivas (de alegria, confiança, dinamismo e credibilidade, por exemplo) e negativas (insegurança, fraqueza, infantilidade, falsidade e artificialidade, por exemplo) à fala55. Viola IC, Ferreira LP. A avaliação da expressividade oral e corporal. XVI Seminário de Voz da PUC-SP; jun 2007; Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. São Paulo, São Paulo, Brasil, 2007.. A expressividade emocional, portanto, pode ser entendida como mudanças comportamentais que acompanham as emoções; comportamentos verbais ou não verbais da experiência emocional; e manifestação exterior das emoções88. Dinis A, Gouveia JP, Xavier A. Estudo das características psicométricas da versão portuguesa da escala de expressividade emocional. Psycologica - Avaliação Psicológica em Contexto Clínico. 2011;54:111-38.. Tem potencial de ação na construção, desconstrução, reconstrução de um discurso77. Penteado RZ, Pechula MR. Expressividade em jornalismo: interfaces entre Comunicação, Fonoaudiologia e Educação. Intercom, Rev. Bras. Ciênc. Comun. 2018; 41(1):153-66., busca uma interatividade entre os recursos corporais, verbais, vocais33. Cotes CSG. O estudo dos gestos vocais e corporais no telejornalismo brasileiro [tese]. São Paulo (SP): Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; 2008. e emocionais88. Dinis A, Gouveia JP, Xavier A. Estudo das características psicométricas da versão portuguesa da escala de expressividade emocional. Psycologica - Avaliação Psicológica em Contexto Clínico. 2011;54:111-38. e cria uma coloquialidade natural que reflete um momento particular da expressão. Em resumo: trata-se de um desafio para Fonoaudiologia.

Autoras relatam99. Santos TD, Andrada e Silva M. Voice professionals' non-verbal communication: what has it been researching in speech language pathology? Rev. CEFAC. 2016;18(6):1447-55. que o número expressivo de publicações sobre expressividade e profissionais do jornalismo é inversamente proporcional ao número de pesquisas sobre expressividade junto a outros profissionais da voz. As autoras ainda destacam a predominância da utilização de instrumentos para a avaliação da expressividade, construídos pelos próprios pesquisadores, e não validados.

A partir dessas considerações interessa saber como a expressividade de diferentes profissionais da voz é abordada e avaliada nas pesquisas fonoaudiológicas, mapeando dessa forma as pesquisas sobre expressividade do profissional da voz.

Dessa forma, o objetivo desta pesquisa é identificar, por meio de revisão crítica da literatura, quais são os instrumentos utilizados para a avaliação da expressividade de profissionais da voz e quais são os parâmetros abordados nesses instrumentos.

Métodos

Esta é uma pesquisa de natureza descritiva exploratória. Para a coleta de fontes foram selecionadas quatro plataformas, a saber: Scopus, Science Direct, SAGE Journals e Medline. A escolha por essas bases de dados considerou três critérios: o número de periódicos de impacto presentes nelas; o potencial de alcance das publicações; e a presença de periódicos das principais áreas de interdisciplinaridade e interesse para o tema da pesquisa, a saber Saúde, Fonoaudiologia, Psicologia, Linguística e Comunicação.

As palavras selecionadas para direcionar a busca foram “expressividade” and “voz profissional” or “fonoaudiologia”, e também “comunicação não verbal” and “voz profissional” or “fonoaudiologia “, em português e “expressivity” and “professional voice” or “speech therapist”, “nonverbal communication” and “professional voice” or “speech therapist ”, e também “expressiviness” and “professional voice” or “speech therapist”, e “nonverbal communication” and “professional voice” or “speech therapist” no idioma inglês.

Quanto ao tipo de fonte bibliográfica, foram considerados para compor a amostra artigos originais, teses, dissertações e monografias de especialização.

A busca considerou o período de 2006 a 2016 e foi realizada entre os dias 2/04/2017 e 07/05/2017.

Os achados foram categorizados e analisados quanto a: periódico publicado, área do conhecimento, tipo de estudo (revisão de literatura, observacional ou intervencional), sujeitos da pesquisa (profissionais da voz) e instrumentos de avaliação utilizados.

Ao todo foram encontradas 5.295 produções nas quatro bases de dados. Após filtro inicial, por título da produção, foram excluídos os materiais que apareceram em duplicidade, ou seja, quando uma mesma produção apareceu duas ou mais vezes na mesma base de dados ou em outras. Um segundo filtro, que ainda considerou o título da produção, excluiu os que não tinham relação com a temática da pesquisa. Após avaliação, restaram 39 artigos com a temática expressividade e profissionais da voz (Figura 1). Desses, 36 foram selecionados após leitura crítica dos artigos (Anexo 1 Anexo 1 - evantamento das produções sobre expressividade e/ou comunicação não verbal dos entre 2006 e 2016 ).

Figura 1:
Organograma do processo de busca de artigo

Os resultados apontam para um maior número de publicações sobre o tema entre os anos de 2013 e 2015, sendo 15 produções brasileiras e internacionais nesse período (Figura 2).

Figura 2:
Total de produções encontradas sobre o tema expressividade e/ou profissionais da voz

Dentre os 36 trabalhos que tinham como tema expressividade e profissionais da voz, 26 abordam os profissionais de TV como sujeitos de pesquisa e 11 detalham algum tipo de intervenção (Figura 3).

Figura 3:
Número de produções por sujeitos de pesquisa e por ano sobre o tema expressividade e/ou profissionais da voz

Nove estudos apresentaram algum tipo de instrumento para avaliação da expressividade, da comunicação ou da voz do sujeito. Sete trabalhos utilizaram instrumentos próprios, desenvolvidos para uso durante a pesquisa dos quais, dois tinham professores como sujeitos de estudo, um era direcionado a universitários em situação de apresentação de trabalho, e quatro eram estudos de intervenção junto a profissionais de telejornalismo (Figura 2). Cinco trabalhos apresentaram em suas publicações seus instrumentos na íntegra dos quais um foi utilizado para caracterizar a voz de professores de um curso de Comunicação Social e outros quatro, de intervenção junto aos profissionais do jornalismo. Nenhum dos cinco instrumentos apresentados foi validado na literatura. Desses, um fez uso de questões de múltipla escolha, três optaram por questões de múltipla escolha e também escala visual analógica - EVA como unidade de mensuração, e outro fez uso de questões de múltipla escolha e também questões descritivas em seu instrumento (Figura 4).

Figura 4:
Descrição dos instrumentos de avaliação pré e pós intervenção de acordo com tipo de questões e mensuração

Os cinco instrumentos contemplam em seus itens de avaliação os aspectos da expressividade oral, vocal e não verbal. Os aspectos emocionais e de interpretação apareceram em apenas um deles. Quanto aos aspectos da comunicação não verbal, três estão presentes em todos os instrumentos: postura, expressão facial e gestos (Figura 5).

Figura 5:
Descrição dos itens encontrados em cada instrumento conforme classificação dos autores

Revisão da Literatura

Os instrumentos para avaliação e reavaliação são tradicionalmente usados na clínica fonoaudiológica, em especial na reabilitação. Nessa área, por exemplo, são vários os instrumentos de avaliação e autoavaliação validados para o português. O fato desses instrumentos validados serem direcionados para a clínica da voz pode explicar a não tradição de usar instrumentos para avaliação da voz, da comunicação, da expressividade do profissional de voz adaptada, ou seja, avaliação de demanda de clientes que buscam a assessoria fonoaudiológica, aprimoramento vocal, ou habilitação comunicativa. Apenas dois dos 39 trabalhos levantados nesta pesquisa fizeram uso de instrumento validado. Um artigo do ano de 20141010. Andrade BMR, Nascimento LS, Passos CRS, Nascimento UN, Souza GGA, Santos TC et al. Vocal characterization of the students of the Department of Social Communication of the Federal University of Sergipe. Distúrb. Comun. 2014;26(4):752-68., da Universidade de Sergipe usa os instrumentos Consensus Auditory-Perceptual Evaluation of Voice - CAPE-V (instrumento de análise perceptivo auditiva a voz) para caracterizar a voz dos discentes de comunicação da universidade. Vale destacar que esse não é um instrumento que fora desenvolvido para a avaliação da expressividade, mas sim, para ser utilizado na clínica e em pesquisas sobre reabilitação vocal. Outro artigo1111. Marquezin DMSS, Viola I, Ghirardi ACAM, Madureira S, Ferreira LP. Executives' speech expressiveness: analysis of perceptive and acoustic aspects of vocal dynamics. CoDAS. 2015;27(2):160-9., do ano de 2015, cujo objetivo era analisar os aspectos perceptivos e acústicos da expressividade da fala de executivos, utilizou, além de instrumento próprio (não detalhado em seu artigo), o teste Kingdomality® para a avaliar a personalidade desses falantes. Esse levantamento aponta, portanto, que não há nenhum instrumento validado que possa ser utilizado para a avaliação da expressividade.

Dos sete trabalhos que descreveram a utilização de instrumentos próprios para a avaliação da voz ou expressividade, quatro avaliam a expressividade de profissionais do telejornalismo. Um trabalho sobre professores apresenta um instrumento construído e utilizado para caracterizar a voz de discentes de Comunicação e outros dois - ambos artigos de periódicos nacionais - são interessantes por descreverem o processo de avaliação da voz e da expressividade, mas não apresentam nenhum instrumento especifico de avaliação (Figura 2). Fica claro, a partir deste levantamento, que há uma falta de consenso no que se refere às variáveis de mensuração da expressividade55. Viola IC, Ferreira LP. A avaliação da expressividade oral e corporal. XVI Seminário de Voz da PUC-SP; jun 2007; Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. São Paulo, São Paulo, Brasil, 2007.,1212. Santos TD, Pedrosa V, Behlau M. Comparison of virtual and present speech voice therapist service in television journalism professional. Rev. CEFAC. 2015;17(2):385-95.,1313. Vale MC. Avaliação da expressividade oral: análise segundo perspectiva do fonoaudiólogo brasileiro [dissertação]. São Paulo (SP): Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; 2016., sobretudo no que se refere aos eixos da expressividade (vocal/oral, verbal, não verbal e emocional). O levantamento também aponta, para a falta de instrumentos de avaliação validados que abordem a expressividade de profissionais da voz. Dos cinco trabalhos que apresentaram seus instrumentos na íntegra, apenas dois foram publicados em periódicos nacionais, sendo os demais registrados em dissertações de mestrado (2) e o último, uma monografia de especialização (Figura 2).

O trabalho de habilitação da comunicação tem sido bastante explorado pela Fonoaudiologia nos últimos anos. Uma área que tem sido abraçada, em especial, por fonoaudiólogos especialistas em voz. Não é raro encontrar num mesmo trabalho fonoaudiológico com profissionais da voz, quer seja de descrição ou de intervenção, os termos parâmetros comunicativos e expressividade como sinônimos. Em sua maioria são trabalhos que avaliam apenas os parâmetros orais. Um deles66. Viola IC. Breve histórico dos estudos sobre expressividade e questões terminológicas. XVIII Seminário de Voz da PUC-SP; jun, 2008; São Paulo, São Paulo, Brasil, 2008. datado de 2008, discute historicamente a questão dos termos usados pela Fonoaudiologia, suas convergências e divergências e sinaliza nesse trabalho a tendência de se tratar da expressão oral de modo fragmentado e de dividir os parâmetros de fala, voz e linguagem em estudos de expressividade. A maioria dos trabalhos associa parâmetros de voz e fala dentro do que os autores chamam de expressividade oral. Além disso, entre os parâmetros de voz e fala, os de fala são os registrados em maior número. Quanto aos parâmetros vocais todos os instrumentos tendem a reduzir a avaliação em qualidade de voz, pitch e loudness. Dados semelhantes foram divulgados por pesquisa55. Viola IC, Ferreira LP. A avaliação da expressividade oral e corporal. XVI Seminário de Voz da PUC-SP; jun 2007; Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. São Paulo, São Paulo, Brasil, 2007. que analisou 10 capítulos de livros e 13 dissertações ou teses, realizadas por autores brasileiros. Talvez essa redução possa ser explicada pela condição vocal dos sujeitos de pesquisa que, nesses casos, não apresentam alterações vocais e, portanto, não necessitariam de avaliação vocal minuciosa. As autoras ainda apontam que todos os trabalhos usaram a avaliação perceptivo-auditiva, mas nem todos utilizam as avaliações perceptivo-visual. Os itens mais citados na avaliação perceptivo-auditiva foram: qualidade vocal, ressonância, pitch e loudness e suas variações, pausas, duração de segmentos; velocidade (ou taxa de elocução e articulação); ritmo, articulação; acento e fluência. É possível relacionar a predominância de itens sobre a expressividade oral a partir da aproximação da Fonoaudiologia com a Fonética. Parâmetros como qualidade vocal, ritmo, modulação, pausas e ênfases, por exemplo, apresentam uma intima relação com o som e sentido da palavra1414. Fontes MAS, Madureira S. Gestural prosody and the expression of emotions: a perceptual and acoustic experiment. In: Proceedings of the 18th International Congress of Phonetic Sciences; University of Glasgow; Glasgow; 2015. e apresentam uma particularidade expressiva.

A ênfase facilita a compreensão da fala, ou seja, a proeminência relativa que faz com que certas sílabas de palavras se destaquem no fluxo da fala1515. Madureira S. Intonation and variation: the multiciplicity of forms and senses. Revistes Catalanes amb Accés Obert (RACO). 2016;Special issue(6):57-74.. Essa acentuação contém a informação sintática, prosódica e comunicativa. Os resultados provenientes da investigação sobre os fatores prosódicos, mais especificamente sobre a entoação, são cruciais para o entendimento de como se dá a expressão de várias modalidades e efeitos de sentido a partir de uma mesma sequência de segmentos na fala natural1414. Fontes MAS, Madureira S. Gestural prosody and the expression of emotions: a perceptual and acoustic experiment. In: Proceedings of the 18th International Congress of Phonetic Sciences; University of Glasgow; Glasgow; 2015..

Vale destacar que a expressividade, fazendo referência aos trabalhos de assessoria à comunicação dos profissionais da voz falada, tem sido abordada com mais frequência em publicações sobre o trabalho fonoaudiológico junto aos profissionais de telejornalismo. O número de publicações sobre esse trabalho, realizado pelo fonoaudiólogo aumentou à medida em que a atuação junto a esses profissionais também cresceu. Algumas obras33. Cotes CSG. O estudo dos gestos vocais e corporais no telejornalismo brasileiro [tese]. São Paulo (SP): Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; 2008.,1616. Kyrillos LCR. Voz na midia (televisao e Radio). In: Ferreira LP, Lopes DM, Limongi SCO (orgs). Tratado de Fonoaudiologia. Sao Paulo: Roca; 2004. p.150-65.,1717. Gama ACC, Kyrillos LR, Feijó D. Relatos do IV Encontro Nacional de Fonoaudiologia da Central Globo de Jornalismo. Rio de Janeiro: Revinter: 2005. apresentam uma interface entre a Fonoaudiologia e o telejornalismo, em especial, conteúdos que exemplificam a importância do trabalho com a expressividade nesse meio. Em suma esses são profissionais que trabalham com imagem, e tem a voz, o corpo, a comunicação como instrumento de trabalho1818. Cotes CSG. O uso das pausas nos diferentes estilos de TV. Rev. CEFAC. 2007;9(2):228-37., um dos motivos para a especial atenção dispensada pela Fonoaudiologia para a habilitação desses profissionais. Chama a atenção que em nenhum dos trabalhos com telejornalistas os instrumentos abordaram, dentre os tópicos de expressividade, a comunicação verbal. A maioria foca em aspectos vocais1919. Penteado RZ, Pechula MR. Expressividade na formação de jornalistas: contribuições da fonoaudiologia no contexto educacional. Revista Latino-americana de Jornalismo. 2017;4(2):131-51.

20. Cielo CA, Morisso MF, Contero G. Hábitos e queixa vocais de estudantes de comunicação. Salusvita. 2009;28(2):169-81.

21. Caldeira CRP, Vieira VP, Behlau M. Análise das modificações vocais de repórteres na situação de ruído. Rev. Soc. Bras. Fonoaudiol. 2012;17(3):321-6.

22. Lopes LW, Lima ILB, Silva EG, Almeida LNA, Almeida AAF. Accent and television journalism: evidence for the practice of speech language pathologists and audiologists. CoDAS. 2013;25(5):475-81.
-2323. Santos A, Leal A, Pereira EC, Marcolino J, Dassie-Leite AP. Self-perception and voice quality of journalism students. Rev. CEFAC. 2014;16(1):566-72., ou abordam a expressividade no que se refere aos parâmetros vocais e de fala2424. Constantini AC. Mudanças na estruturação prosódica de texto jornalístico antes e após intervenção fonoaudiológica. J Speech Sciences. 2012;2(2):23-42.,2525. Neiva TMA, Gama ACC, Teixeira LC. Vocal and body expressiveness to speak well in telejournalism: training results. Rev. CEFAC. 2016;18(2):498-507.. Cabe aqui a discussão sobre as mudanças que a comunicação verbal telejornalística tem enfrentado nesse novo cenário televisivo e o papel do fonoaudiólogo frente a essa demanda. O jornalismo é um gênero discursivo particular, cujas características precisam ser reconhecidas, validadas e partilhadas pelos sujeitos que nele estão envolvidos2626. Gomes IMM. Metodologia de análise de telejornalismo. In: Gomes IMM (org). Gêneros televisivos e modos de endereçamento no telejornalismo. Salvador: EDUFBA, 2011. p. 17-47.. Isso significa que o funcionamento do discurso jornalístico depende fortemente da inscrição dos sujeitos (veículos, anunciantes, jornalistas, colaboradores, fontes e leitores). A análise e a interpretação de programas jornalísticos televisivos implicam na consideração de aspectos ao mesmo tempo históricos, sociais, ideológicos e culturais do telejornalismo2626. Gomes IMM. Metodologia de análise de telejornalismo. In: Gomes IMM (org). Gêneros televisivos e modos de endereçamento no telejornalismo. Salvador: EDUFBA, 2011. p. 17-47.. Atualmente boa parte dos programas televisivos contemporâneos se estrutura em torno da conversação. O verbal importa, pois a identidade é estabelecida a partir das estratégias discursivas utilizada para, a partir daí, se criar vínculo com o telespectador1818. Cotes CSG. O uso das pausas nos diferentes estilos de TV. Rev. CEFAC. 2007;9(2):228-37..

Da mesma forma ainda são poucos os trabalhos científicos que apresentam um olhar mais cuidadoso para o aspecto não verbal33. Cotes CSG. O estudo dos gestos vocais e corporais no telejornalismo brasileiro [tese]. São Paulo (SP): Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; 2008.,99. Santos TD, Andrada e Silva M. Voice professionals' non-verbal communication: what has it been researching in speech language pathology? Rev. CEFAC. 2016;18(6):1447-55.,2727. Silva EC, Penteado RZ. Characteristics of innovations in television journalism and the expressiveness of the anchor. Audiol. Commun Res. 2014;19(1):61-8.,2828. Penteado RZ, Gastaldello LM, Silva EC. Changes in television sports journalism and the effects on the expressivity: a study of the vocal and non- verbal resources of the anchors in the "Globo Esporte" tv show. Distúrb. Comun. 2014;26(3):482-92. e parece não haver nenhuma produção fonoaudiológica que se debruce sobre mudanças da comunicação verbal de profissionais da voz. Estudo2929. Cavenaghi B. Telejornalismo local: estratégias discursivas e a configuração do telespectador [Dissertação]. Florianópolis (SC): Universidade Federal de Santa Catarina; 2013. que discute as questões do corpo na atuação telejornalística frente às novas demandas relata que credibilidade, atualidade e empatia são três valores no processo de produção de sentidos que ganham significância a partir de detalhes do ambiente, das relações de distância e proximidade, das aparências, dos movimentos do corpo e das características da fala. Ainda de acordo com a autora, a empatia, em especial, é um dos códigos não verbais que indica que os apresentadores são “gente como a gente”, ou seja, que eles agem e reagem da mesma forma que o espectador em determinadas situações. Reflexões essas que, por tratar de forma singular a especificidade da comunicação profissional, merecem ser estendidas para os demais profissionais da voz.

O crescente número de trabalhos internacionais sobre Fonoaudiologia e profissionais de mídia corrobora com a prevalência de publicações sobre expressividade junto aos telejornalistas revelada nesta revisão. Um marco para a fonoaudiologia da habilitação comunicativa. Recente estudo discorre sobre o papel da sobrancelha enquanto recurso comunicativo, de expressividade e engajamento na apresentação de notícias3030. Han Z, Zhu H. Stance markers in television news presentation: expressivity of eyebrow flashes in the delivery of news. Semiotica. 2018;221:279-300. e explora o movimento de sobrancelha como um marcador de expressividade na entrega de notícias de 81 apresentadores de telejornal. De acordo com os autores os movimentos de sobrancelha são um recurso que desempenha um importante papel na compreensão das atitudes ou do posicionamento dos telejornalistas em relação às proposições de notícias. Os autores relatam que o estilo de apresentação de notícias tem mudado para "conversa" nos programas jornalísticos ocidentais. Destacam ainda que a produção telejornalística ocorre num processo multidirecional enquanto prática discursiva. Para eles a expressividade, ao veicular emoção, se manifesta por diferentes comportamentos expressivo verbais e, especialmente, não verbais. Estudos internacionais de intervenção fonoaudiológica junto aos profissionais de jornalismo são ainda uma novidade, mas um artigo espanhol 3131. Rodero E, Diaz-Rodriguez C, Olatz L. A training model for improving journalists' voice. J Voice. 2018;32(2):386.e11-386.e19., que descreve uma intervenção fonoaudiológica para estudantes de jornalismo, merece destaque por considerar que a qualidade vocal, a respiração, a projeção vocal, a postura corporal, a prosódia são recursos de expressividade.

A comunicação não verbal esteve presente nos cinco instrumentos encontrados, mas em apenas um deles os parâmetros do corpo foram avaliados de forma mais ampla, com número de parâmetros igual aos mensurados na fala e na voz. Nos demais os parâmetros da comunicação não verbal se ativeram a três principais itens: expressão facial, gestos e postura. Apesar do número de artigos nas revistas brasileiras de Fonoaudiologia sobre voz ser significativo, as descrições e análises da comunicação não verbal ainda são tímidas, quando comparadas às da expressividade oral e vocal99. Santos TD, Andrada e Silva M. Voice professionals' non-verbal communication: what has it been researching in speech language pathology? Rev. CEFAC. 2016;18(6):1447-55.. São poucos os trabalhos que contemplam a comunicação não verbal dos profissionais da voz ou que relacionem voz e comunicação não verbal no processo de comunicação99. Santos TD, Andrada e Silva M. Voice professionals' non-verbal communication: what has it been researching in speech language pathology? Rev. CEFAC. 2016;18(6):1447-55.. Em revisão sistemática sobre comportamento não verbal e comunicação no local de trabalho, também apontam para o fato de que o comportamento não verbal e suas propriedades comunicativas não foram inteiramente ignorados nas produções científicas, mas que o progresso na pesquisa de comportamento não verbal tenha ocorrido de forma mais lenta3232. Bonaccio S, O'Reilly J, O'Sullivan SL, Chiocchio F. Nonverbal behavior and communication in the workplace: a review and a agenda for research. Journal Managem. ent. 2016;42(5):1044-74..

Cabe destacar aqui o capítulo do Tratado de Fonoaudiologia de 2004 por publicar um instrumento de avaliação fonoaudiológica dos repórteres e apresentadores de TV que abrange os aspectos da voz, da fala e também do corpo1616. Kyrillos LCR. Voz na midia (televisao e Radio). In: Ferreira LP, Lopes DM, Limongi SCO (orgs). Tratado de Fonoaudiologia. Sao Paulo: Roca; 2004. p.150-65.. O que chama atenção é que nenhuma das fontes bibliográficas citadas nesta revisão de literatura mencionou tal publicação.

Outra obra merece destaque3333. Franco EM, Panico A, Rolim MR, Stier MA, Feijó D. Newscast Communication Protocol. The Voice Foundation's 45th Annual Symposium: Care of the Professional Voice. 1-5 junho de 2016. Philadelphia PA - EUA, 2016., e não apareceu no levantamento por se tratar de um trabalho apresentado e publicado nos anais do The 45rd The Voice Foundation Annual Symposium: Care of the Professional Voice, Trata-se de uma pesquisa, numa perspectiva ampliada, que propõe um instrumento de avaliação da competência comunicativa televisiva, direcionado ao público de TV, que pode ser aplicado por profissionais de TV e fonoaudiólogos. Ele aborda de uma forma bastante prática, o impacto geral da comunicação oral (do ponto de vista do planejamento e da fluência e que engloba a expressividade corporal e emocional), da avaliação da voz e fala (expressividade oral) e das habilidades cognitivas (que engloba a expressividade verbal). Um instrumento interessante, sobretudo, por abordar a expressividade em suas diferentes dimensões.

Três dos cinco instrumentos analisados apresentaram perguntas sobre a interpretação da notícia, ou seja, questões que buscam, por meio da opinião/sensação do juiz frente ao desempenho comunicativo, entender o sentido gerado do que foi falado. Ter conhecimento de causa, saber que história precisa contar, como quer e para quem vai contar é fundamental, mas fazer uso de modo consciente das suas ferramentas expressivas, sobretudo, emocionais e corporais3434. de Gelder B. Towards the neurobiology of emotional body language. Nat Rev. Neurosci. 2006;7(3):242-9. também é essencial para qualquer profissional comunicador. O trabalho com a expressividade, portanto, não deve se restringir à instrumentalização da comunicação77. Penteado RZ, Pechula MR. Expressividade em jornalismo: interfaces entre Comunicação, Fonoaudiologia e Educação. Intercom, Rev. Bras. Ciênc. Comun. 2018; 41(1):153-66..

No levantamento bibliográfico ficou claro que não há um consenso entre os parâmetros utilizados para a avaliação fonoaudiológica dos profissionais da voz. Poucos são os que apresentam os instrumentos utilizados para a avaliação e ainda são poucos os trabalhos publicados que avaliem a expressividade de forma ampliada, que considere simultaneamente os aspectos vocais, verbais, não verbais e emocionais. Não há dentre estas publicações alguma que tenha se debruçado sobre o processo de validação de um instrumento de avaliação da expressividade, o que, de fato, parece ser uma tarefa difícil quando se tem que levar em conta as questões complexas e subjetivas inerentes ao processo comunicativo e à expressividade.

Desse modo, a ideia de se criar um roteiro para a avaliação da expressividade que possa abranger a pluralidade da expressividade e a especificidade de cada profissional da voz assessorado parece interessante e prioritária neste momento em que cada vez mais o fonoaudiólogo é procurado para atender demandas dessa natureza.

Conclusão

Das 5.295 fontes bibliográficas levantadas, em apenas 39 se discute de forma ampliada, a expressividade do profissional da voz, sendo que apenas cinco delas apresentam instrumentos de avaliação. Desses, apenas dois foram publicados, na integra, em periódicos nacionais. Quando os parâmetros de expressividade são mencionados, os registrados em maior número são os relacionados a expressividade oral. De forma ainda tímida aparecem os parâmetros de expressividade não verbal, com o uso predominante de três variáveis, a saber, expressão facial, gestos e postura.

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  • Fonte de auxílio: auxílio da agência CAPES

Anexo 1 - evantamento das produções sobre expressividade e/ou comunicação não verbal dos entre 2006 e 2016

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    07 Out 2019
  • Data do Fascículo
    2019

Histórico

  • Recebido
    19 Abr 2019
  • Aceito
    31 Jul 2019
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