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ATUALIDADES

Monografia dos Peixes da Amazônia Brasileira

O Exmo. Sr. Presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Prof. Lynaldo Cavalcanti Albuquerque, celebrou, em novembro de 1981, um convênio com o Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, para a execução de uma "Monografia dos Peixes da Amazônia Brasileira". Esse projeto contará com a supervisão técnica do Programa Nacional de Zoologia e do Programa do Trópico Úmido do CNPq.

O projeto constará do estudo de todas as coleções existentes no País. O Museu de Zoologia, segundo o Convênio, obriga-se a depositar no CNPq, para o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia e Museu Paraense Emílio Goeldi, do CNPq, uma coleção sinóptica do material coletado para a elaboração da Monografia.

A Monografia, a ser publicada em mais de 100 fascículos, constará de chaves para a identificação das ordens, famílias, gêneros e espécies dos peixes da Amazônia brasileira, a maior bacia hidrográfica do mundo. Calcula-se que existam mais de 2.000 espécies para essa área. Para cada espécie serão fornecidas: descrição, ilustração, e distribuição geográfica. Cada fascículo conterá uma bibliografia.

Além dos Profs. Drs. Heraldo Antônio Britski, Naércio Aquino Menezes e José Lima Figueiredo, do Museu de Zoologia da USP, participarão também do projeto os outros especialistas da Universidade Federal de São Carlos, Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Museu Paraense Emílio Goeldi e Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia. (N. Papavero)

Polonoroeste - Componente de Ciência e Tecnologia - Ecologia Animal: Levantamento faunístico da área sob influência da BR-364 (Cuiabá-Porto Velho)

Sob a coordenação geral do Programa do Trópico Úmido do CNPq será iniciado já neste final de ano um levantamento faunístico da área sob a influência da BR-364 (Rodovia Cuiabá-Porto Velho). A área em questão é uma das menos conhecidas do mundo; a existência, dentro desse enorme território, de diversos ecossistemas (pantanal, cerrado, intergradação cerrado-hiléia e a mata amazônica) tornam-no de excepcional interesse do ponto de vista zoológico.

As instituições responsáveis por esse levantamento serão: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Museu Paraense Emílio Goeldi, Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, Departamento de Zoologia do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, Universidade Federal de São Carlos, Universidade Federal do Mato Grosso, Universidade Federal do Acre e Universidade Federal do Paraná.

Incluídos nesse projeto estão levantamentos de vertebrados, artrópodos e outros grupos de invertebrados; vetores de infecções em áreas de colonização recente e estudos do potencial para piscicultura.

Os participantes deverão fazer inicialmente uma viagem ao longo de toda a BR-364 para uma coleta geral, a fim de ter uma primeira amostra da fauna da região e para determinar, para cada grupo zoológico, as melhores localidades que deverão ser exploradas nos anos seguintes, de maneira mais sistemática e aprofundada. A primeira localidade a ser explorada será a Chapada dos Guimarães, com o apoio da Universidade Federal de Mato Grosso. O pessoal de ictiologia explorará o Alto Paraguai, o Guaporé, os afluentes do Juruena, a cabeceira do Roosevelt e do Branco e a cabeceira do Ji-Paraná.

Manter-se-á também, durante toda a duração do projeto, coletores profissionais ao longo de toda a BR-364.

O projeto terá a duração total de 5 anos (1982-1986), com cerca de 100 cientistas no campo. O projeto conta com recursos do Governo Brasileiro e do Banco Mundial. Para esse gigantesco projeto, um dos mais ambiciosos e necessários projetos integrados de que irão participar instituições brasileiras dedicadas à Zoologia, o CNPq alocou a considerável quantia de um milhão e seiscentos mil dólares, talvez a maior jamais destinada a uma pesquisa zoológica em nosso país. É com legítimo prazer que estendemos ao CNPq, principalmente aos seus programas do Trópico Úmido e Nacional de Zoologia (que auxiliou no planejamento) nossos mais efusivos cumprimentos por essa realização.

As coleções organizadas pelos diversos grupos de pesquisadores deverão ser preparadas pelas instituições participantes, mas ficará estabelecido, de comum acordo com todas essas instituições, que todo o material tipo primário, 50% dos parátipos e de todo o material não tipo deverão ser depositados no Museu Paraense Emílio Goeldi. Outras instituições terão o direito de estudar o material colecionado, retendo as duplicatas, como é de praxe internacional.

Os resultados, publicados ou não, relativos ao levantamento de cada ano, deverão ser encaminhados ao Programa do Trópico Úmido do CNPq, para centralização e distribuição dos dados obtidos. (N. Papavero)

Uso de Madreporaria no tratamento de fraturas

Alain Patel, Chefe do Serviço de Traumatologia do hospital de Garches, França, preocupou-se com o grande número de rejeições de peças de metal, plástico ou de ossos de outras pessoas, usadas em casos de fraturas complicadas de ossos longos e de perda de um pedaço de osso pelo câncer. Os esqueletos dos corais (Madreporaria), constituídos por 98% de cálcio, chamaram sua atenção, tendo então procurado espécies cujos poros tivessem tamanho semelhante ao dos ossos humanos. Verificou que certas espécies que ocorrem a uma profundidade de 30 metros na Polinésia e que têm alvéolos de 300 a 400 micrômetros de diâmetro eram as mais adequadas. Suportam bem a esterilização pelo calor ou por raios gama e podem ser talhadas de forma a se ajustarem aos ossos feridos. São mantidas em contato com o osso e sua porosidade facilita a circulação sanguínea. Pouco depois de colocado junto ao osso ferido, o cálcio do coral fixa-se no osso em formação até que seja completamente absorvido. O coral participa, portanto, da restauração óssea. Este método provou ser mais rápido que o usual, encurtando o tempo de restauração em cerca de duas semanas nos 70 casos tratados com sucesso por Patel. "L'Express, 05/02/1982". (E. Schlenz).

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    28 Ago 2009
  • Data do Fascículo
    1982
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