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O papel das microfraturas associadas a osteotomia tibial no tratamento da gonartrose com geno varo Trabalho desenvolvido no Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

RESUMO

Objetivo:

Avaliar a intervenção de microfratura associada a osteotomia tibial valgizante no tratamento de gonartrose medial com geno varo.

Métodos:

Entre novembro de 2005 e maio de 2013, foram avaliados 129 pacientes portadores de gonartrose medial, geno varo entre 8° e 12° e arco de movimento superior a 90°. Não foram incluídos pacientes com gonartrose avançada (Alhbäck 3, 4 e 5), lesão Outerbridge inferior a IV, cirurgia prévia na articulação, índice de massa corpórea superior a 35 kg/m2 e/ou lesão de ligamentos cruzados. Todos os pacientes foram submetidos a videoartroscopia do joelho seguida de osteotomia tibial valgizante. No grupo osteotomia tibial valgizante associado a microfratura (n = 56, média de idade = 39,3) foram associadas as técnicas de osteotomia tibial valgizante e microfratura nos defeitos condrais. No grupo osteotomia tibial valgizante isolada (n = 73, média de idade = 41,4), apenas esse procedimento foi feito. O acompanhamento pós-cirúrgico foi de 24 meses, com quatro avaliações ambulatoriais nos primeiros seis meses, passou-se a avaliações semestrais no período subsequente. A escala de Lysholm foi usada no acompanhamento funcional.

Resultados:

Uma melhoria significativa nos domínios dor, claudicação e agachamento da escala de Lysholm foi observada apenas no grupo osteotomia tibial valgizante isolada. Maior variância de resultados foi observada no grupo osteotomia tibial valgizante associada a microfratura e uma razão de chances de pioria de 8,64.

Conclusão:

A associação das microfraturas e osteotomia tibial valgizante tem resultado funcional inferior à osteotomia tibial valgizante isolada, pode ainda estar relacionada ao risco de pioria nos primeiros dois anos de pós-operatório.

Palavras-chave:
Osteoartrite do joelho; Geno varo; Osteotomia; Artroscopia; Escore de Lysholm para joelho

ABSTRACT

Objective:

To evaluate the microfracture intervention with tibial valgus osteotomy associated in the treatment of varus gonarthrosis.

Methods:

From November 2005 to May 2013, 129 patients with medial gonarthrosis, varus deformity (8°-12°), and range of movement greater than 90° were evaluated. Patients with advanced gonarthrosis (Alhbäck 3, 4, and 5), Outerbridge lesion inferior to IV, previous knee surgery, body mass index greater than 35 kg/m2, and/or cruciate ligament injuries were not included. All patients were treated with videoarthroscopy followed by tibial valgus osteotomy. In the group osteotomy associated with microfracture (n = 56, mean age = 39.3), tibial valgus osteotomy and microfracture techniques to address chondral defects were used. In the isolated osteotomy group (n = 73, mean age = 41.4), only this procedure was performed. Post-surgical follow-up was 24 months, with four evaluations in the first 6 months, proceeding to biannual twice-a-year evaluation in the subsequent period. The Lysholm scale was used for functional monitoring.

Results:

There was a significant improvement in the pain, limping, and squatting domains of the Lysholm scale but only in the isolated osteotomy group. A greater variance of results was observed in the osteotomy group associated to microfracture, in addition to an increased risk of functional deterioration (OR = 8.64).

Conclusion:

The association of microfractures and tibial valgus osteotomy was correlated to lower functional outcomes than tibial valgus osteotomy alone, and may be related to the risk of worsening in the first two postoperative years.

Keywords:
Knee osteoarthritis; Genu varum; Osteotomy; Arthroscopy; Lysholm knee score

Introdução

A osteoartrose está entre as principais doenças responsáveis pela redução da qualidade de vida em idosos, o joelho é a articulação mais acometida.11 Andrianakos AA, Kontelis LK, Karamitsos DG, Aslanidis SI, Georgountzos AI, Kaziolas GO, et al. Prevalence of symptomatic knee, hand, and hip osteoarthritis in Greece. The ESORDIG study. J Rheumatol. 2006;33(12):2507-13.,22 Brody LT. Knee osteoarthritis: clinical connections to articular cartilage structure and function. Phys Ther Sport. 2015;16(4):301-16. Os fatores de risco para o desenvolvimento dessa patologia incluem hereditariedade, obesidade, fraturas e desvios angulares.33 Kaeding CC, Pedroza AD, Reinke EK, Huston LJ, Spindler KP. Risk factors and predictors of subsequent ACL injury in either knee after ACL reconstruction: prospective analysis of 2488 primary ACL reconstructions from the MOON cohort. Am J Sports Med. 2015;43(7):1583-90. Mais comumente, a doença se inicia pelo compartimento medial e guarda relação estreita com o alinhamento do membro.44 Fibel KH, Hillstrom HJ, Halpern BC. State-of-the-art management of knee osteoarthritis. World J Clin Cases. 2015;3(2):89-101. A presença de varo do membro inferior, por exemplo, não somente é um fator de risco isolado para o aparecimento da gonartrose, como também acelera a progressão da doença entre aqueles pacientes que já apresentam degeneração articular e passam a apresentar desalinhamento do membro.55 Schuster P, Schulz M, Mayer P, Schlumberger M, Immendoerfer M, Richter J. Open-wedge high tibial osteotomy and combined abrasion/microfracture in severe medial osteoarthritis and varus malalignment: 5-year results and arthroscopic findings after 2 years. Arthroscopy. 2015;31(7):1279-88.

Alterações do compartimento medial são encontradas precocemente em adultos jovens que desenvolverão a doença. Nesses pacientes, a presença do varismo associado a defeitos articulares focais, instabilidade articular e/ou meniscectomia medial pode acelerar a deterioração da articulação numa fase ativa da vida, quando a articulação ainda é bastante exigida biomecanicamente.44 Fibel KH, Hillstrom HJ, Halpern BC. State-of-the-art management of knee osteoarthritis. World J Clin Cases. 2015;3(2):89-101.,55 Schuster P, Schulz M, Mayer P, Schlumberger M, Immendoerfer M, Richter J. Open-wedge high tibial osteotomy and combined abrasion/microfracture in severe medial osteoarthritis and varus malalignment: 5-year results and arthroscopic findings after 2 years. Arthroscopy. 2015;31(7):1279-88.

A despeito dos avanços nas técnicas de artroplastia unicompartimental, estudos têm demonstrado que adultos jovens de vida ativa com gonartrose medial obtêm maior benefício em longo prazo com procedimentos que preservam a articulação.66 Lynch TS, Patel RM, Benedick A, Amin NH, Jones MH, Miniaci A. Systematic review of autogenous osteochondral transplant outcomes. Arthroscopy. 2015;31(4):746-754.,77 Hawi N, Haasper C. Long-term results after microfracture treatment for full-thickness knee chondral lesions in athletes. Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc. 2014;22:1986-96, http://dx.doi.org/10.1007/s00167-013-2676-8. Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc. 2015;23(4):1268–9.
http://dx.doi.org/10.1007/s00167-013-267...
Também é bem estabelecido que o bom alinhamento articular é fundamental no sucesso das técnicas de preservação articular, como o transplante osteocondral, o transplante autólogo de condrócitos, a artroplastia de abrasão e as microfraturas.88 Oussedik S, Tsitskaris K, Parker D. Treatment of articular cartilage lesions of the knee by microfracture or autologous chondrocyte implantation: a systematic review. Arthroscopy. 2015;31(4):732-44.,99 Duivenvoorden T, Brouwer RW, Baan A, Bos PK, Reijman M, Bierma-Zeinstra SM, et al. Comparison of closing-wedge and opening-wedge high tibial osteotomy for medial compartment osteoarthritis of the knee: a randomized controlled trial with a six-year follow-up. J Bone Joint Surg Am. 2014;96(17):1425-32. Dessa maneira, em pacientes com varo, nos quais se deseja postergar a artroplastia, o realinhamento torna-se um passo importante no tratamento cirúrgico.

Muitos estudos têm avaliado os resultados da osteotomia tibial valgizante (OTV) no varismo com sinais precoces de artrose do compartimento medial, relataram que os bons resultados obtidos postergam a artroplastia.99 Duivenvoorden T, Brouwer RW, Baan A, Bos PK, Reijman M, Bierma-Zeinstra SM, et al. Comparison of closing-wedge and opening-wedge high tibial osteotomy for medial compartment osteoarthritis of the knee: a randomized controlled trial with a six-year follow-up. J Bone Joint Surg Am. 2014;96(17):1425-32.

10 Coventry MB. Proximal tibial varus osteotomy for osteoarthritis of the lateral compartment of the knee. J Bone Joint Surg Am. 1987;69(1):32-8.

11 Keene JS, Dyreby JR. High tibial osteotomy in the treatment of osteoarthritis of the knee. The role of preoperative arthroscopy. J Bone Joint Surg Am. 1983;65(1):36-42.

12 Khan FA, Koff MF, Noiseux NO, Bernhardt KA, O'Byrne MM, Larson DR, et al. Effect of local alignment on compartmental patterns of knee osteoarthritis. J Bone Joint Surg Am. 2008;90(9):1961-9.
-1313 Prodromos CC, Amendola A, Jakob RP. High tibial osteotomy: indications, techniques, and postoperative management. Instr Course Lect. 2015;64:555-65. No entanto, há poucos relatos na literatura que avaliam desfechos funcionais da técnica de OTV em curto e médio prazos.55 Schuster P, Schulz M, Mayer P, Schlumberger M, Immendoerfer M, Richter J. Open-wedge high tibial osteotomy and combined abrasion/microfracture in severe medial osteoarthritis and varus malalignment: 5-year results and arthroscopic findings after 2 years. Arthroscopy. 2015;31(7):1279-88.

O objetivo deste estudo foi avaliar o benefício clínico e funcional da intervenção da técnica de microfratura nos pacientes submetidos a OTV no tratamento de pacientes com desvios angulares em varo e gonartrose do compartimento medial.

Métodos

Trata-se de um estudo de coorte retrospectivo no qual foram avaliados pacientes portadores de geno varo e gonartrose medial submetidos à videoartroscopia do joelho, seguida de OTV com ou sem a feitura de microfraturas. Os pacientes foram operados entre novembro de 2005 e maio de 2013. O trabalho obteve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da nossa instituição sob o número CAAE - 51547415.5.0000.5258.

Seleção dos casos

Foram incluídos no estudo 129 pacientes entre 18 e 70 anos, observaram-se os critérios de seleção relacionados na tabela 1. Foram usadas informações contidas nos prontuários médicos e as imagens do registro das imagens da Instituição.

Tabela 1
Critérios de seleção da amostra

A classificação radiográfica de Ahlbäck e Rydberg,1414 Ahlbäck S, Rydberg J. X-ray classification and examination technics in gonarthrosis. Lakartidningen. 1980;77(22):2091-3. 2096. modificada por Keyes et al.,1515 Keyes GW, Carr AJ, Miller RK, Goodfellow JW. The radiographic classification of medial gonarthrosis. Correlation with operation methods in 200 knees. Acta Orthop Scand. 1992;63(5):497-501. foi usada para a graduação da gonartrose. Radiografias panorâmicas em ortostase foram usadas para avaliação do eixo do membro inferior e quantificação do desvio em varo.

Técnica cirúrgica

Nos casos selecionados, a artroscopia do joelho foi feita antes da OTV. Portais parapatelares foram usados para o inventário articular. Lesões condrais foram identificadas e graduadas pelas classificações de Outerbridge.1616 Cameron ML, Briggs KK, Steadman JR. Reproducibility and reliability of the outerbridge classification for grading chondral lesions of the knee arthroscopically. Am J Sports Med. 2003;31(1):83-6. Portadores de lesões dos ligamentos cruzados, lesões condrais Outerbridge inferiores a quatro e lesões condrais de espessura total sem borda foram excluídos do estudo. As lesões meniscais degenerativas foram devidamente abordadas e estabilizadas quando necessário.1717 Biedert RM. Treatment of intrasubstance meniscal lesions: a randomized prospective study of four different methods. Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc. 2000;8(2):104-8.

Usamos a técnica de microfraturas descrita por Steadman et al.1818 Steadman JR, Rodkey WG, Rodrigo JJ. Microfracture: surgical technique and rehabilitation to treat chondral defects. Clin Orthop Relat Res. 2001;391(Suppl):S362-9. Nesse procedimento, fragmentos periféricos da lesão condral são removidos, assim como toda a camada de cartilagem calcificada residual, orifícios de 3-4 mm de profundidade são feitos no osso subcondral a uma distância média de 4-5 mm entre si. Os pacientes submetidos à técnica de microfraturas integraram o grupo OTV associada à microfratura em nosso estudo.

A OTV foi feita em todos os participantes do estudo, com acesso vertical medial na tíbia proximal entre a tuberosidade anterior da tíbia e a sua borda medial posterior, seguida de dissecção em bloco com periósteo até a visualização da cortical posterior da tíbia. Fios guias (fios de Steinman 2,5 mm) são posicionados a cerca de 4 cm da superfície articular em direção à parte superior da cabeça da fíbula proximal com auxílio radioscópico. A osteotomia é então feita, preserva-se a cortical lateral, pois sua integridade funciona como um fulcro da osteotomia. A abertura é calculada previamente pelo método de Dugdale et al.1919 Dugdale TW, Noyes FR, Styer D. Preoperative planning for high tibial osteotomy. The effect of lateral tibiofemoral separation and tibiofemoral length. Clin Orthop Relat Res. 1992;(274):248-64. e um segundo controle pré-operatório é feito pela uso de um diapasão que mantém a osteotomia aberta e com o auxílio da radioscopia e um fio metálico posicionado desde o centro da cabeça do fêmur até o centro do tornozelo passando pelo ponto de Noyes et al.,2020 Noyes FR, Goebel SX, West J. Opening wedge tibial osteotomy: the 3-triangle method to correct axial alignment and tibial slope. Am J Sports Med. 2005;33(3):378-87. localizado no compartimento lateral do joelho (ponto correspondente a 62,5% avaliado a partir da tíbia proximal medial). Colocam-se o enxerto de hidroxapatita e a seguir a placa Tomofix (AO Synthes®) com oito parafusos bloqueados. Em todos os pacientes foi usado dreno Hemovac® e a alta ocorreu 24 horas após a cirurgia com carga parcial e imobilizador longo de joelho para analgesia na primeira semana e posteriormente estimulou-se o ganho de arco de movimento do joelho. Os pacientes submetidos somente à OTV integraram o grupo OTV isolada em nosso estudo.

Acompanhamento pós-operatório

No pós-operatório, os pacientes foram acompanhados regularmente em consultas ambulatoriais durante dois anos. Nos primeiros seis meses após o procedimento, foram feitas quatro consultas, passou-se a avaliações semestrais nos períodos subsequentes. O escore funcional de Lysholm2121 Celik D, Coşkunsu D, Kiliçoğlu O. Translation and cultural adaptation of the Turkish Lysholm knee scale: ease of use, validity, and reliability. Clin Orthop Relat Res. 2013;471(8):2602-10. foi usado no acompanhamento da evolução clínica e funcional, em quatro momentos: no momento da internação para o tratamento cirúrgico, no 6°, 12° e 18° meses de pós-operatório. Radiografias foram usadas sistematicamente para confirmar a consolidação óssea da osteotomia, esse foi o critério para a liberação da descarga de peso no joelho operado. Todos os pacientes selecionados evoluíram com consolidação da osteotomia antes da primeira avaliação clínica e funcional no pós-operatório e com uma correção de 5 graus de valgo do eixo mecânico.

Resultados

Entre os pacientes selecionados, 32 eram do sexo feminino e 97 do masculino. A faixa etária variou de 18 a 67 anos no grupo OTV isolada (média de 39,3) e no grupo OTV associada à microfratura de 18 a 62 anos (média de 41,4). Não houve diferença entre os grupos em relação à faixa etária (p-valor de 0,280 pelo teste t de Student).

As aferições feitas pelo escore de Lysholm e as estatísticas usadas no tratamento do escore total e seus domínios estão relacionadas na tabela 2. Observamos pelos coeficientes de variação que a variabilidade dos escores é relativamente maior no grupo OTV associada à microfratura. Em todas as avaliações, em ambos os grupos as variáveis não seguiram distribuição normal, pois os testes de normalidade resultaram todos em p-valores menores do que 0,001.

Tabela 2
Estatísticas usadas nas análises do Escore de Lysholm

A diferença entre as médias dos valores totais do escore de Lysholm e de seus domínios não foram estatisticamente significativas entre os grupos OTV associadas à microfratura e OTV isolada no pré-operatório (p-valor > 0,05 pelo teste de Mann-Whitney). Houve melhoria significativa dos escores em ambos os grupos com a intervenção cirúrgica (tabela 2) e durante o pós-operatório (p-valor < 0,05 pelo teste de Mann-Whitney), com valores maiores obtidos no grupo OTV isolada (tabela 2). Durante o pós-operatório, comparando os grupos estudados, observamos que a melhoria obtida foi significativa entre os valores totais, mas isoladamente somente para os domínios mancar, dor e agachar (tabela 3 e fig. 1).

Tabela 3
Comparação das médias do Escore de Lysholm no pós-operatório pelo teste de Mann-Whitney
Figura 1
Comparação entre os grupos no pós-operatório.

*Diferenças estatisticamente significativas pelo teste de Mann-Whitney.


Um estudo de distribuição de frequências de categorização das médias do escore de Lysholm no pós-operatório (ruim, regular, bom, excelente) também foi feito. Analisando o grupo OTV isolada entre o 6° e 12° mês, 90,4% dos pacientes mantiveram suas categorias, 8,2% melhoraram e 1,4% pioraram, com significância estatística (p-valor de 0,03 pelo teste de McNemar) (tabela 4). No grupo OTV associada à microfratura para o mesmo período, 89,3% dos pacientes mantiveram suas categorias, 1,8% melhoraram e 8,9% pioraram, com significância estatística (p-valor de 0,049 pelo teste de McNemar) (tabela 5).

Tabela 4
Distribuição de frequências categóricas entre o 6° e 12° meses para o grupo OTV isolada
Tabela 5
Distribuição de frequências categóricas entre o 6° e 12° meses para o grupo OTV associada à microfratura

A razão de chances de melhoria no grupo OTV associada à microfratura é de 0,2, ou seja, um paciente com microfratura tem chance de melhoria diminuída, em relação a um paciente que fez somente a OTV, porém o intervalo de confiança da razão de chances de melhoria não mostra sua significância por conter o valor 1 (0,02; 1,7). Por outro lado, houve uma razão de chances de pioria de 8,64 no grupo OTV associada à microfratura e o intervalo de confiança da razão de chances de pioria mostra sua significância por não conter o valor 1 (1,1; 74,0).

Analisando a distribuição de frequências dos 129 pacientes entre 12° e 18° mês, 95,3% (123 pacientes) mantiveram suas classificações, somente 0,8% (um paciente) melhorou de bom para excelente e 2,3% (três pacientes) pioraram de bom para regular. Tais alterações não foram significativas sob ponto de vista estatístico (p-valor = 0,112 do teste de McNemar). Entre 6° e 18° meses foram observadas as alterações mais significativas do status do paciente, especialmente no grupo OTV isolada.

Discussão

Diferentes estratégias para o tratamento de defeitos condrais já foram descritas.22 Brody LT. Knee osteoarthritis: clinical connections to articular cartilage structure and function. Phys Ther Sport. 2015;16(4):301-16. Entre elas está a feitura de microfraturas no leito do defeito, que tem sido frequentemente empregada na abordagem de defeitos condrais sintomáticos da articulação do joelho.22 Brody LT. Knee osteoarthritis: clinical connections to articular cartilage structure and function. Phys Ther Sport. 2015;16(4):301-16.,44 Fibel KH, Hillstrom HJ, Halpern BC. State-of-the-art management of knee osteoarthritis. World J Clin Cases. 2015;3(2):89-101.,55 Schuster P, Schulz M, Mayer P, Schlumberger M, Immendoerfer M, Richter J. Open-wedge high tibial osteotomy and combined abrasion/microfracture in severe medial osteoarthritis and varus malalignment: 5-year results and arthroscopic findings after 2 years. Arthroscopy. 2015;31(7):1279-88.,77 Hawi N, Haasper C. Long-term results after microfracture treatment for full-thickness knee chondral lesions in athletes. Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc. 2014;22:1986-96, http://dx.doi.org/10.1007/s00167-013-2676-8. Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc. 2015;23(4):1268–9.
http://dx.doi.org/10.1007/s00167-013-267...
,88 Oussedik S, Tsitskaris K, Parker D. Treatment of articular cartilage lesions of the knee by microfracture or autologous chondrocyte implantation: a systematic review. Arthroscopy. 2015;31(4):732-44.,1818 Steadman JR, Rodkey WG, Rodrigo JJ. Microfracture: surgical technique and rehabilitation to treat chondral defects. Clin Orthop Relat Res. 2001;391(Suppl):S362-9. Essa técnica induz a formação de fibrocartilagem através de células mesenquimais migradas do espaço subcondral.1818 Steadman JR, Rodkey WG, Rodrigo JJ. Microfracture: surgical technique and rehabilitation to treat chondral defects. Clin Orthop Relat Res. 2001;391(Suppl):S362-9. Corresponde a uma técnica de baixa morbidade, simples e reprodutível.

A prevalência de lesões condrais do compartimento medial em portadores de geno varo é elevada,1111 Keene JS, Dyreby JR. High tibial osteotomy in the treatment of osteoarthritis of the knee. The role of preoperative arthroscopy. J Bone Joint Surg Am. 1983;65(1):36-42.,1212 Khan FA, Koff MF, Noiseux NO, Bernhardt KA, O'Byrne MM, Larson DR, et al. Effect of local alignment on compartmental patterns of knee osteoarthritis. J Bone Joint Surg Am. 2008;90(9):1961-9. estão elas relacionadas ao processo fisiopatológico da gonartrose medial. Uma técnica consagrada para o tratamento do geno varo em pacientes que ainda não preenchem critérios para a ATJ é a OTV.99 Duivenvoorden T, Brouwer RW, Baan A, Bos PK, Reijman M, Bierma-Zeinstra SM, et al. Comparison of closing-wedge and opening-wedge high tibial osteotomy for medial compartment osteoarthritis of the knee: a randomized controlled trial with a six-year follow-up. J Bone Joint Surg Am. 2014;96(17):1425-32.

10 Coventry MB. Proximal tibial varus osteotomy for osteoarthritis of the lateral compartment of the knee. J Bone Joint Surg Am. 1987;69(1):32-8.
-1111 Keene JS, Dyreby JR. High tibial osteotomy in the treatment of osteoarthritis of the knee. The role of preoperative arthroscopy. J Bone Joint Surg Am. 1983;65(1):36-42.,1313 Prodromos CC, Amendola A, Jakob RP. High tibial osteotomy: indications, techniques, and postoperative management. Instr Course Lect. 2015;64:555-65.,1919 Dugdale TW, Noyes FR, Styer D. Preoperative planning for high tibial osteotomy. The effect of lateral tibiofemoral separation and tibiofemoral length. Clin Orthop Relat Res. 1992;(274):248-64.,2020 Noyes FR, Goebel SX, West J. Opening wedge tibial osteotomy: the 3-triangle method to correct axial alignment and tibial slope. Am J Sports Med. 2005;33(3):378-87. Recentes estudos têm associado as técnicas de OTV e microfraturas com o objetivo de retardar a instalação da gonartrose medial e melhorar a função articular em curto e médio prazos.55 Schuster P, Schulz M, Mayer P, Schlumberger M, Immendoerfer M, Richter J. Open-wedge high tibial osteotomy and combined abrasion/microfracture in severe medial osteoarthritis and varus malalignment: 5-year results and arthroscopic findings after 2 years. Arthroscopy. 2015;31(7):1279-88.

Em nossa série de casos selecionamos apenas pacientes com geno varo sintomático portadores de lesão condral medial. Todos os pacientes foram submetidos à OTV com o objetivo de reduzir a sobrecarga no compartimento medial. Os pacientes do grupo OTV associada à microfratura também foram submetidos a microfraturas nas áreas de defeitos condrais, esperam-se melhores resultados com a associação das duas técnicas, mas esse desfecho não foi observado.

Há poucos relatos na literatura que avaliam os desfechos funcionais da associação entre OTV e microfraturas.2222 Matsunaga D, Akizuki S, Takizawa T, Yamazaki I, Kuraishi J. Repair of articular cartilage and clinical outcome after osteotomy with microfracture or abrasion arthroplasty for medial gonarthrosis. Knee. 2007;14(6):465-71.

23 Akizuki S, Yasukawa Y, Takizawa T. Does arthroscopic abrasion arthroplasty promote cartilage regeneration in osteoarthritic knees with eburnation? A prospective study of high tibial osteotomy with abrasion arthroplasty versus high tibial osteotomy alone. Arthroscopy. 1997;13(1):9-17.

24 Pascale W, Luraghi S, Perico L, Pascale V. Do microfractures improve high tibial osteotomy outcome?. Orthopedics. 2011;34(7):e251-5.
-2525 McCulloch PC, Kang RW, Sobhy MH, Hayden JK, Cole BJ. Prospective evaluation of prolonged fresh osteochondral allograft transplantation of the femoral condyle: minimum 2-year follow-up. Am J Sports Med. 2007;35(3):411-20. Akizuki et al.2323 Akizuki S, Yasukawa Y, Takizawa T. Does arthroscopic abrasion arthroplasty promote cartilage regeneration in osteoarthritic knees with eburnation? A prospective study of high tibial osteotomy with abrasion arthroplasty versus high tibial osteotomy alone. Arthroscopy. 1997;13(1):9-17. concluíram que a formação de fibrocartilagem ocorre dentro do primeiro ano de pós-operatório e tem benefícios funcionais limitados, o desfecho clínico em curto e médio prazos está relacionado à melhoria de fatores dinâmicos relacionados à OTV. Muito se discute sobre a correlação entre a formação de FCT após a feitura de microfraturas e a melhoria funcional obtida no pós-operatório,2222 Matsunaga D, Akizuki S, Takizawa T, Yamazaki I, Kuraishi J. Repair of articular cartilage and clinical outcome after osteotomy with microfracture or abrasion arthroplasty for medial gonarthrosis. Knee. 2007;14(6):465-71.,2323 Akizuki S, Yasukawa Y, Takizawa T. Does arthroscopic abrasion arthroplasty promote cartilage regeneration in osteoarthritic knees with eburnation? A prospective study of high tibial osteotomy with abrasion arthroplasty versus high tibial osteotomy alone. Arthroscopy. 1997;13(1):9-17.,2626 Koshino T, Wada S, Ara Y, Saito T. Regeneration of degenerated articular cartilage after high tibial valgus osteotomy for medial compartmental osteoarthritis of the knee. Knee. 2003;10(3):229-36.,2727 Bergenudd H, Johnell O, Redlund-Johnell I, Lohmander LS. The articular cartilage after osteotomy for medial gonarthrosis. Biopsies after 2 years in 19 cases. Acta Orthop Scand. 1992;63(4):413-6. mas até o momento não foi possível relacionar benefícios clínicos e funcionais à recuperação de um defeito condral (Jung et al.2828 Jung WH, Takeuchi R, Chun CW, Lee JS, Jeong JH. Comparison of results of medial opening-wedge high tibial osteotomy with and without subchondral drilling. Arthroscopy. 2015;31(4):673-9.). Em nossa série, não avaliamos a formação de fibrocartilagem, mas ficou claro que a associação da microfratura à OTV exerceu um efeito deletério, aumentou a chance de pioria funcional especialmente para os domínios mancar, dor e agachar.

Acreditamos que a melhoria funcional observada em ambos os grupos do nosso estudo se deve ao realinhamento do membro que permite a diminuição do impacto no osso subcondral, menor pressão intravenosa que diminui a microfratura do osso subcondral. Nossos resultados são concordantes com os de outros autores que avaliaram o papel da OTV na progressão da gonartrose.1010 Coventry MB. Proximal tibial varus osteotomy for osteoarthritis of the lateral compartment of the knee. J Bone Joint Surg Am. 1987;69(1):32-8.,1919 Dugdale TW, Noyes FR, Styer D. Preoperative planning for high tibial osteotomy. The effect of lateral tibiofemoral separation and tibiofemoral length. Clin Orthop Relat Res. 1992;(274):248-64.,2020 Noyes FR, Goebel SX, West J. Opening wedge tibial osteotomy: the 3-triangle method to correct axial alignment and tibial slope. Am J Sports Med. 2005;33(3):378-87.,2626 Koshino T, Wada S, Ara Y, Saito T. Regeneration of degenerated articular cartilage after high tibial valgus osteotomy for medial compartmental osteoarthritis of the knee. Knee. 2003;10(3):229-36.

Em nosso estudo não houve diferença entre os grupos em relação à faixa etária, mas a variância dentro de cada grupo foi significativa e pode ter interferido nesse desfecho, mas ainda obtivemos melhores resultados nos dois grupos em relação ao pré-operatório, confirmamos a importância do realinhamento do membro na melhoria clínica em curto e médio prazos.

O escore de Lysholm tem um caráter subjetivo de avaliação, é ideal a associação com outros métodos para um aumento do valor preditivo. Usamos o escore de Lysholm por ser o único validado no Brasil no início de nossa pesquisa. Concordamos com Albuquerque et al.2929 Albuquerque RP, Giordano V, Calixto A, Malzac F, Aguiar C, Amaral NP, et al. Análise do protocolo funcional de Lysholm modificado em pacientes com joelhos normais. Rev Bras Ortop. 2011;46(6):668-74. que esse sistema de avaliação tem baixo valor preditivo negativo e subestima a pontuação de pacientes com joelho considerado normal.

O desenho retrospectivo, o pequeno número de pacientes e a falta de uma avaliação radiográfica e artroscópica dos defeitos condrais no pós-operatório são limitadores do nosso estudo, especialmente na definição do benefício da MCF associada à OTV.

Conclusão

A associação da microfratura à OTV teve um benefício funcional inferior em relação ao grupo OTV isolada, além de se correlacionar a maior chance de pioria em relação às condições pré-operatórias.

  • Trabalho desenvolvido no Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Nov-Dec 2018

Histórico

  • Recebido
    4 Maio 2017
  • Aceito
    24 Ago 2017
  • Publicado
    9 Out 2018
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