Resumo
Objetivo
Propor e testar um modelo de transferência de aprendizagem em MBA, avaliando a influência da autonomia no trabalho, da cultura de aprendizagem e do cinismo organizacional sobre a transferência do aprendido.
Referencial teórico
Tendo por base a taxonomia de uso de Yelon, Ford e Bhatia (2014), foi desenvolvida e testada uma escala de transferência de aprendizagem estruturada em cinco dimensões: executar, avaliar, explicar, instruir e liderar.
Metodologia
Realizou-se uma pesquisa quantitativa com 306 alunos em fase de conclusão e egressos de cursos de MBA de escolas de negócio brasileiras. Os dados foram analisados com o uso da modelagem de equações estruturais com estimativa por mínimos quadrados parciais (PLS-SEM).
Resultados
Os resultados confirmaram que a cultura de aprendizagem influencia a transferência do aprendido, ao passo que a autonomia no trabalho e o cinismo organizacional não influenciam. Adicionalmente, analisou-se a influência de cinco variáveis de controle e duas delas tiveram efeitos fracos, mas significantes sobre a transferência do aprendido: idade e cargo do aluno.
Implicações práticas e sociais da pesquisa
Apesar do aumento nas pesquisas acadêmicas em transferência de aprendizagem nas últimas décadas e dos crescentes investimentos em ações de treinamento e desenvolvimento (T&D) pelas empresas em nível global, há uma escassez de estudos envolvendo programas educacionais de longa duração. Logo, este estudo é uma oportunidade de investigar como os alunos de MBA transferem o que aprenderam no curso para o contexto do trabalho.
Contribuições
Este estudo contribui para a teoria ao propor e testar uma escala multidimensional de transferência do aprendido. Os resultados também revelaram que os alunos usam o que aprenderam no MBA de diferentes maneiras, mostrando a contribuição desse programa para os indivíduos e para as organizações.
Palavras-chave:
Transferência do aprendido; autonomia no trabalho; cultura de aprendizagem; cinismo organizacional; MBA