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Estudantes e usuários avaliam ferramenta de educação permanente em saúde - Sieps

Students and patients evaluate a tool for continuing health education

Resumos

As Sessões Interativas em Educação Permanente em Saúde (Sieps) acontecem há quatro anos nas Unidades de Saúde da Família da Faculdade de Medicina de Petrópolis/Faculdade Artur de Sá Earp Neto (FMP/Fase). Baseiam-se nos princípios da educação permanente propostos pelo Ministério da Saúde e na metodologia de problematização. Buscam maior interdisciplinaridade dentro da unidade de saúde, trabalho em equipe, aproximação do usuário com o serviço e do estudante com a realidade. Esse trabalho objetiva compreender as reflexões feitas por estudantes de graduação em Medicina, Nutrição e Enfermagem e por usuários sobre as Sieps. Nesta pesquisa foram usados um questionário com base na escala de Likert, na amostra de estudantes, e uma entrevista, categorizada de acordo com a análise temática dentro da análise de conteúdo, usada na amostra de usuários. Foi possível concluir que os usuários e estudantes percebem positivamente as Sieps e que, em sua opinião e percepção, elas alcançam seus objetivos: melhoram o trabalho em equipe, enfatizando a interdisciplinaridade; acolhem bem os usuários; aproximam os estudantes da realidade das comunidades em que estão inseridos, com atualização e treinamento das equipes.

Educação Permanente em Saúde; Estratégia de Saúde da Família; Satisfação do Usuário


The Interactive Sessions in Continuing Health Education (SIEPS) have taken place for four years at the Family Health Units of the Petrópolis School of Medicine/ Artur de Sá Earp Neto School (FMP/Fase). The sessions were based on the principles of continuing education proposed by the Ministry of Health and in the problem analysis methodology. They seek a stronger interdisciplinary approach within the health unit, teamwork, and a closer approach between users and the health service and between students and the local reality. This study aimed to understand the reactions by undergraduate students in Medicine, Nutrition, and Nursing and health services users concerning the Interactive Sessions. The study used a questionnaire based on the Likert scale, within the sample of students, and an interview, categorized according to a thematic content analysis, used in the sample of users. The conclusion was that users and students had a positive perception of the Interactive Sessions and that they had achieved the objectives by improving teamwork, emphasizing interdisciplinary work, receiving users properly, and drawing students closer to the communities' reality, with updated team training.

Education, Permanent; Brazilian Family Health Strategy; Patient Satisfaction


RELATO DE EXPERIÊNCIA

Estudantes e usuários avaliam ferramenta de educação permanente em saúde - Sieps

Students and patients evaluate a tool for continuing health education

Maria Cristina Diniz Gonçalves Ezequiel; Bárbara Kern Noel; Pedro Paulo de Lemos; Antonio Cardoso Paiva; Ludmila Paczkowski Borges; Gabriela de Mesquita Ferreira; Paula Sajovic Sanzovo

Faculdade Arthur Sá EARP Neto e Faculdade de Medicina de Petrópolis, Petrópolis, RJ, Brasil

Endereço para correspondência Endereço para correspondência Maria Cristina Diniz Gonçalves Ezequiel Rua Marcílio Dias, 33 Valparaiso - Petrópolis CEP. 25655-340 - RJ E-mail: cristinaezequiel@gmail.com

RESUMO

As Sessões Interativas em Educação Permanente em Saúde (Sieps) acontecem há quatro anos nas Unidades de Saúde da Família da Faculdade de Medicina de Petrópolis/Faculdade Artur de Sá Earp Neto (FMP/Fase). Baseiam-se nos princípios da educação permanente propostos pelo Ministério da Saúde e na metodologia de problematização. Buscam maior interdisciplinaridade dentro da unidade de saúde, trabalho em equipe, aproximação do usuário com o serviço e do estudante com a realidade. Esse trabalho objetiva compreender as reflexões feitas por estudantes de graduação em Medicina, Nutrição e Enfermagem e por usuários sobre as Sieps. Nesta pesquisa foram usados um questionário com base na escala de Likert, na amostra de estudantes, e uma entrevista, categorizada de acordo com a análise temática dentro da análise de conteúdo, usada na amostra de usuários. Foi possível concluir que os usuários e estudantes percebem positivamente as Sieps e que, em sua opinião e percepção, elas alcançam seus objetivos: melhoram o trabalho em equipe, enfatizando a interdisciplinaridade; acolhem bem os usuários; aproximam os estudantes da realidade das comunidades em que estão inseridos, com atualização e treinamento das equipes.

Palavras-chave: Educação Permanente em Saúde; Estratégia de Saúde da Família; Satisfação do Usuário.

ABSTRACT

The Interactive Sessions in Continuing Health Education (SIEPS) have taken place for four years at the Family Health Units of the Petrópolis School of Medicine/ Artur de Sá Earp Neto School (FMP/Fase). The sessions were based on the principles of continuing education proposed by the Ministry of Health and in the problem analysis methodology. They seek a stronger interdisciplinary approach within the health unit, teamwork, and a closer approach between users and the health service and between students and the local reality. This study aimed to understand the reactions by undergraduate students in Medicine, Nutrition, and Nursing and health services users concerning the Interactive Sessions. The study used a questionnaire based on the Likert scale, within the sample of students, and an interview, categorized according to a thematic content analysis, used in the sample of users. The conclusion was that users and students had a positive perception of the Interactive Sessions and that they had achieved the objectives by improving teamwork, emphasizing interdisciplinary work, receiving users properly, and drawing students closer to the communities' reality, with updated team training.

Keywords: Education, Permanent; Brazilian Family Health Strategy; Patient Satisfaction.

INTRODUÇÃO

Esta pesquisa foi realizada para o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde), instituído pela Portaria Interministerial, dos Ministérios da Saúde (MS) e da Educação (MEC), nº 1.802/08, que almeja fomentar grupos de aprendizagem tutorial no âmbito da Estratégia Saúde da Família1.

A Estratégia Saúde da Família (ESF) visa à mudança do modelo assistencial, a partir da forma de atuação e organização geral dos serviços. Essa estratégia tem como foco o trabalho na atenção à família, a partir do ambiente em que esta vive, permitindo melhor entendimento do processo saúde-doença, o que possibilita intervenções com conteúdo político-social. A base de sua atuação envolve princípios que buscam desenvolver processos de trabalho fundamentados na prevenção, promoção e vigilância em saúde, atuando precocemente quanto ao desenvolvimento das enfermidades, assim como nos riscos sanitários e ambientais, que criam agravos aos indivíduos. Dessa maneira, garante melhores níveis de saúde e qualidade de vida para todos2. O Pró-Saúde foi desenvolvido com a proposta de se melhor compreender a atenção básica em saúde e suas reais necessidades. Ele fomenta, dessa forma, a aproximação entre a formação/instrução na área de saúde, no Brasil, e os embates necessários para a melhoria da ESF.

A Educação Permanente em Saúde (EPS) baseia-se na aprendizagem significativa e desenvolve-se a partir dos problemas diários que ocorrem no território de atuação profissional das Unidades de Saúde da Família, levando em consideração os conhecimentos e as experiências preexistentes da equipe. Também pode ser entendida como aprendizagem-trabalho, ou seja, acontece no cotidiano das pessoas e das organizações a partir dos problemas enfrentados na realidade. Portanto, fundamenta-se na interface do processo de ensino-aprendizagem e tem perspectiva multiprofissional e interdisciplinar, voltada para a prática institucionalizada, com enfoque nos problemas de saúde, utilizando-se da pedagogia problematizadora para alcançar transformações na prática profissional em saúde e no fortalecimento das ações em equipe3. Suas propostas são: ruptura com a prática atual e com os procedimentos educacionais com base no modelo hospitalocêntrico; e mudanças e melhorias institucionais fundadas na análise dos processos de trabalho, de seus problemas e de seus desafios. Dessa forma, as necessidades de formação e desenvolvimento dos trabalhadores devem ser pautadas pelas necessidades de saúde das pessoas e populações4.

A estratégia pedagógica da EPS é introduzir a experiência da problematização, que possui orientação geral assim como todo método, caminhando por etapas distintas e encadeadas a partir de um problema detectado na realidade. Volta-se para a realização do propósito maior que é preparar o profissional/ser humano para tomar consciência de seu mundo e atuar intencionalmente para transformá-lo, sempre para melhor, em um mundo e uma sociedade que permitam uma vida mais digna para o próprio homem5.

Complementando tal ideia, cita-se a interpretação de Batista et al. (2005, p. 232) faz de Paulo Freire:

A problematização encontra nas formulações de Paulo Freire um sentido de inserção crítica na realidade para dela retirar os elementos que conferirão significado e direção às aprendizagens. No movimento ação-reflexão-ação são elaborados os conhecimentos, considerando a rede de determinantes contextuais, as implicações pessoais e as interações entre os diferentes sujeitos que aprendem e ensinam.6

A interdisciplinaridade pode ser entendida como condição fundamental do ensino e da pesquisa. Também pode ser definida como um ponto de cruzamento entre atividades (disciplinares e interdisciplinares) com lógicas diferentes. Conceituado dessa forma, o termo interdisciplinaridade pressupõe trabalho coordenado e com objetivo comum, partilhado por vários ramos do saber, de forma integrada e convergente, o que reporta imediatamente ao conceito de trabalho em equipe multidisciplinar, base da atuação na ESF. A interdisciplinaridade contribui para ampliar os grupos a serem incluídos, implicando a intersetorialidade, a interinstitucionalidade e o controle social, ao revitalizar conteúdos a partir das experiências vivenciadas, ultrapassando o domínio técnico e científico específico de cada profissão. Também busca aprofundar competências para o cuidado clínico individual, familiar e coletivo; para o planejamento; para a compreensão de informações epidemiológicas; e para o gerenciamento compartilhado dos serviços e das relações entre profissionais e usuários. Procura, ainda, testar metodologias e tecnologias que favoreçam o exercício democrático nas "rodas" de discussão e pactuação3.

Em 2006, com o início do Programa de Residência Médica em Saúde e Comunidade da FMP, observou-se a necessidade de supervisão nas áreas básicas de Clínica Médica, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia dentro dos Postos de Saúde da Família. A partir de então, foram iniciadas sessões clínicas, inicialmente de Supervisão de Clínica Médica. Essas sessões foram estruturadas a partir do ideal da educação permanente em saúde (EPS) proposto pelo MS, que visa à transformação e qualificação das práticas de saúde a partir da organização de ações e dos serviços de saúde, de processos formativos e de práticas pedagógicas na formação e desenvolvimento dos trabalhadores de saúde7 e com base na metodologia da problematização. As sessões também despertaram o interesse dos estudantes da graduação e a roda foi se abrindo para acolher todos8.

As sessões são realizadas uma vez por semana, com rodízio entre as cinco USFs da Faculdade de Medicina de Petrópolis/Faculdade Arthur de Sá Earp Neto (FMP/Fase). Os médicos responsáveis por essas unidades, internos da graduação de Medicina e residentes de Medicina da Família e Comunidade (MFC) da FMP ficam responsáveis pela elaboração dos casos, sob a supervisão da clínica médica. Os casos são escolhidos de acordo com a necessidade da equipe da USF e da comunidade. A sessão inicia-se com apresentação do caso, levantamento de hipóteses diagnósticas, análise dos exames e esclarecimento de dúvidas dos participantes, sem a participação do paciente/responsável legal. Logo em seguida, com a presença do paciente/responsável legal e com o seu consentimento, as dúvidas sobre a história clínica e/ou vida são esclarecidas e, se necessário, um exame físico é realizado. O paciente tem total liberdade para se manifestar, tirar suas dúvidas, falar de si, de sua situação familiar, seus medos, inseguranças, alegrias e expectativas a qualquer momento. Em média, as sessões demoram de três a quatro horas, dependendo da complexidade do caso apresentado pela equipe de saúde. Ao final da sessão, é formulado um plano de cuidados singular para cada paciente, e o encontro fica registrado em um livro de atas que contém todos os casos discutidos até o momento, além de cobranças, pendências e resoluções.

Após um ano do funcionamento das sessões, observou-se a necessidade da inclusão de outras categorias profissionais, como: enfermeiros, nutricionistas, auxiliares de enfermagem, agentes comunitários de saúde e acadêmicos de Enfermagem e Nutrição, transformando as sessões em um instrumento não só de educação permanente em saúde, mas também de interdisciplinaridade. Em 2007, com a admissão da supervisora das sessões do Faimer-Brasil (Foundation for Advancement of International Medical Education and Research), a "supervisão clínica diferenciada" foi vista como um ensaio de educação permanente em saúde, e as sessões foram estudadas, discutidas e aperfeiçoadas durante a construção do trabalho de conclusão de curso em 2008. Nesse mesmo ano, as sessões passaram a ser chamadas de Sessões Interativas em Educação Permanente em Saúde (Sieps). Para uma melhor integração, foi criado um Núcleo de Organização (NO) das sessões, formado por um representante de cada categoria. Isso permitiu a busca conjunta de soluções, não restringindo as sessões apenas à clínica médica. Também, ao observar-se a falta de padronização nos atendimentos clínicos e a formulação dos casos, criou-se um roteiro para a impressão destes e iniciaram-se também as sessões de treinamento com a equipe de saúde. A formulação dos casos, hoje, não é apenas realizada pelos profissionais e estudantes de Medicina, mas recebe apoio e explicações das áreas de Enfermagem, Nutrição e dos agentes comunitários8.

Portanto, as Sieps já acontecem há quatro anos nas USFs FMP/Fase. Atualmente participam das Sieps médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, agentes comunitários de saúde, estudantes da graduação de Medicina, de Enfermagem e de Nutrição; estudantes da pós-graduação de Medicina (Residência em MFC), além de estudantes espanholas (que fazem intercâmbio como médicas residentes) e usuários acompanhados ou não de familiares. As Sieps priorizam o trabalho interdisciplinar com enfoque biopsicossocial, promovendo a integração entre os profissionais, estudantes, docentes e usuários; seu principal objetivo é estimular a cumplicidade e o compromisso do paciente com o sistema que o acolhe, para que de passivo se torne agente ativo de seu cuidado, promotor de sua própria saúde9.

Atualmente, observa-se uma maior prevalência de doenças crônicas que requerem tratamento a longo prazo, o que implica necessidade de aderência por parte dos pacientes a ele. Isso é conseguido por meio da educação em saúde e da maior aproximação entre a equipe de saúde, usuários, docentes, discentes e gestores. Para que haja essa aproximação, é preciso criar ambiente de maior cumplicidade, apoio, monitoramento, ensino e aprendizagem, confiança, acolhimento, vínculo, compromisso e respeito, o que vem configurar as Sieps9.

Esta pesquisa foi realizada por um profissional de saúde da Prefeitura Municipal de Petrópolis em convênio com a FMP/Fase e cinco estudantes da IES (selecionados para o PET-Saúde), ao longo de um ano. Faz parte da avaliação global das Sieps por triangulação de fontes e métodos10. Tem como objetivo compreender as reflexões feitas por estudantes da graduação em Medicina, Nutrição e Enfermagem e por usuários sobre as Sieps, a partir de coleta de dados que incrementem e/ou transformem suas atividades.

METODOLOGIA

Esta é uma pesquisa quali-quantitativa com estudo transversal analítico e descritivo realizada, após autorização do Comitê de Ética em Pesquisa da FMP/Fase, nas cinco USFs que estão sob a gestão da FMP/Fase e na própria FMP/Fase. A pesquisa foi inicialmente preparada para ser aplicada na população total de usuários e estudantes de Medicina, Enfermagem e Nutrição que participaram das Sieps; no entanto, devido às dificuldades para localizá-los, pois nem todos os usuários e estudantes foram computados, a amostra foi reduzida a 47 usuários (47%) e 74 estudantes (51%).

Após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) pelos participantes da pesquisa, os dados foram coletados por meio de um questionário semiestruturado com 12 perguntas dirigidas aos estudantes com base na Escala de Likert. O questionário é composto por cinco perguntas sobre educação permanente em saúde e interdisciplinaridade e sete sobre a importância e a elaboração das Sieps.

A Escala de Likert é uma escala gradual que permite aos respondentes expressar a direção e a intensidade da opinião referente a um determinado assunto13, no caso as Sieps. Foram usadas cinco categorias ordinais, em que nas duas primeiras os respondentes encontravam posições positivas em relação às Sieps; na terceira encontravam uma posição neutra; e nas duas últimas uma posição negativa. Os resultados referentes às respostas dos estudantes, que foi a parte quantitativa da pesquisa, são apresentados por meio de frequência simples em forma de gráficos.

Após coleta do TCLE, também foram feitas entrevistas com os usuários, as quais contavam com seis perguntas abertas sobre as sessões de que participaram e quatro sobre o Posto de Saúde da Família que frequentam, totalizando fez perguntas cujo intuito era compreender as visões dos usuários sobre esses temas. As entrevistas foram gravadas em áudio, com duração média de cinco minutos e, em seguida, transcritas para serem analisadas. A análise das entrevistas foi efetuada após leitura exaustiva, pré-análise, categorização, tratamento dos resultados, inferência e interpretação, segundo a análise temática dentro da análise de conteúdo14.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A maioria dos cursos técnicos, universitários, de pós-graduação e as residências formam profissionais distantes das necessidades de saúde da população e de organização do SUS. Cabe aos órgãos do governo (MS, Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde) mostrar caminhos para a formação de novos profissionais, aperfeiçoando quem já está no SUS, gerando comprometimento dos profissionais com as comunidades. A EPS é a estratégia de transformação das práticas de formação, de atenção, de gestão, de formulação de políticas, de participação popular e de controle social no setor da saúde15.

As Sieps foram apresentadas como uma ferramenta de EPS e avaliadas na apresentação do trabalho de conclusão na 2ª Sessão Presencial do Faimer-BRASIL, em fevereiro de 2008, com a presença de representantes da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), MEC, MS, Associação Brasileira de Educação Médica (Abem) e Diretoria Internacional do Faimer8. Quando questionados quanto à EPS nas Sieps, a maioria dos estudantes entrevistados (94%) reconheceu que as atividades de supervisão clínica das Sieps são fundamentadas nos princípios da EPS; apenas uma pequena minoria (3%) não reconheceu ou (3%) não soube definir EPS (gráfico 1).


A EPS se baseia na aprendizagem significativa, na capacidade de aprender e de ensinar de todos os envolvidos e em buscas de soluções criativas para os problemas existentes. Para tanto, além de basear-se no processo de ensino-aprendizagem em saúde, essa política fundamenta-se também no exercício das práticas em saúde desenvolvidas na rede de serviços, na gestão, na gerência e no controle público sobre o Sistema Único de Saúde (SUS)17. Para a maioria dos estudantes (83%), a prática de discussão foi considerada um melhor instrumento de ensino-aprendizagem que o estudo isolado. Apenas um pequeno percentual (14%) não considerou a discussão um instrumento de ensino-aprendizagem melhor que os livros e apostilas; e 3% dos estudantes não souberam informar qual seria melhor ferramenta de ensino (gráfico 2).


Além disso, é uma função da EPS proposta pelo MS que as ações da equipe devem ser determinadas a partir da observação dos problemas que ocorrem no cotidiano do trabalho e dos problemas enfrentados na realidade das comunidades. Desse modo, a EPS pode ser entendida como aprendizagem-trabalho, ou seja, acontece no cotidiano das pessoas e das organizações e leva em consideração os conhecimentos e as experiências que os profissionais já possuem15. A construção da identidade profissional se dá a partir da prática e do cotidiano, fortalecendo-se à medida que os estudantes entram em contato com situações do dia a dia, o que permite uma compreensão mais clara e autêntica da realidade17. Neste trabalho observou-se que a maioria dos estudantes (99%) acredita que os casos apresentados nas sessões refletem a realidade das comunidades atendidas pelas USFs e da vida profissional (gráfico 3), e 73% também acreditam que as condutas formalizadas nas sessões poderão ser utilizadas em sua vida profissional. Uma parte dos estudantes (27%) não reconhece tal função das sessões (gráfico 4).



Saupe, Cutolo e Sandri (2008) propõem ainda mais uma função para a EPS: a interdisciplinaridade. De acordo com os autores:

[...] educação permanente ultrapassa a continuidade de estudos após uma formação básica ou o preparo e atualização para o trabalho, mas assume dimensão inclusiva e processual.

A maioria dos estudantes (74%) percebe nas Sieps a interação entre os membros da equipe de saúde e os estudantes da FMP/Fase, revelando-se uma importante ferramenta de interdisciplinaridade; para 26% essa interação só é positiva ocasionalmente ou quando necessária para o atendimento (gráfico 5).


Em 2005, com o lançamento do Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde (Pró-Saúde), o MS inicia um projeto cujo objetivo é integrar o ensino e o serviço visando à reorientação da formação profissional para assegurar uma abordagem integral do processo saúde-doença com ênfase na Atenção Básica17. Os estudantes, em sua maioria (93%), consideram a participação em atividades de EPS importante, apenas 7% consideraram a participação pouco importante (gráfico 6). Noventa e um por cento também relatam ter adquirido conhecimentos através das sessões; apenas 9% afirmam não ter aprendido com as sessões, seja porque não estudaram, seja porque já dominavam o assunto discutido (gráfico 7). Do total de estudantes, 57% encontra-se motivado para a montagem de novos casos nas Sieps; 39% está apenas parcialmente interessado; e 4% não se encontra motivado (gráfico 8). Noventa e seis por cento considera que a maneira como é elaborada a sessão é muito proveitosa para o ensino, apenas um pequeno percentual de estudantes (4%) não considerou as Sieps proveitosas para a aprendizagem. O fato de a maioria dos dados serem positivos demonstra uma aceitação, por parte dos estudantes, da interação ensino-serviço (gráfico 9).





As Sieps buscam acompanhar o desenrolar dos casos clínicos que são apresentados e 99% do total de estudantes acredita que as informações acerca da evolução do paciente fazem diferença no aprendizado e demonstram um compromisso com a população atendida. Apenas 1% não notou diferenças ao receber essas informações (gráfico 10).


A EPS é uma estratégia fundamental para as transformações do trabalho no setor e deve ser lugar para a crítica e reflexão da atuação em saúde. De acordo com que expressa Ceccim (2005, p. 977):

"[...] colocar a educação permanente em saúde na ordem do dia para o SUS pôs em nova evidência o trabalho da saúde, um trabalho que requer: trabalhadores que aprendam a aprender; práticas cuidadoras; intensa permeabilidade ao controle social; compromissos de gestão com a integralidade; desenvolvimento de si, dos coletivos, institucional e político da saúde, além da implicação com as práticas concretas de cuidado às pessoas e às coletividades, no ensino e na produção de conhecimento."18

Essa é a proposta das Sieps que, através da aproximação do ensino e do serviço de saúde, tenta buscar uma modificação no atendimento prestado pelas USFs e um acolhimento da comunidade. Tais modificações, no entanto, só são completas e verdadeiras socialmente após um amadurecimento e existência de condições técnicas e logísticas19. A maioria dos estudantes (93%) acredita que os pacientes são beneficiados de alguma forma pelas sessões clínicas, somente 7% acreditam que os usuários não são beneficiados (gráfico 11). A maioria dos usuários (79%) também acredita que essa iniciativa trouxe benefícios diretos ou indiretos. Os benefícios diretos (36%) se caracterizaram pela melhora direta na saúde do usuário, e os benefícios indiretos (43%) englobam: 1) o esclarecimento (17%); e 2) o acolhimento da equipe (4%) - como relatado por um usuário: "Trouxe, trouxe na hora... sobre o psicológico pra ele. E ele se sentia... que não tava... é como você disse, que não tava assim, jogado. As pessoas sempre tava lá, da clínica, tentando ajudar ele de qualquer forma. Ajudava ele... eh... conversando com ele sobre o estado dele [...]". Vinte e um por cento dos usuários relataram algum outro benefício indireto. Apenas 19% dos usuários acreditam que não receberam qualquer benefício, a justificativa mais citada foi a não resolução do caso (11%); 4% relataram motivos alheios às Sieps e outros 4%, motivos inerentes às Sieps, como, por exemplo:

"Eu acho que não, porque ele (se referindo ao filho paciente) não fez nada (em relação à orientação dada pela equipe multidisciplinar). No começo ele até tentou seguir, mas depois ele parou" (quadro 1).



Para a maioria dos usuários (91%), a presença dos médicos, enfermeiros, agentes comunitários e estudantes nas sessões é vantajosa e positiva, pois ajuda na organização, na discussão e na conclusão dos casos clínicos, como citam alguns:

"Olha, tanto a gente aprende quanto os estudante aprende [...]"

"[...] vê tudo que o paciente precisa pra poder vê o que que pode fazer, o que que não pode ser feito, por isso é importante."

"Ah! Muito bom! Porque eles dão várias opiniões, que ouvi e fiquei satisfeita".

Para 15% dos usuários, as sessões trouxeram esclarecimentos para eles próprios e para as equipes, sendo por isso uma ferramenta de aprendizagem. Já outros 15% dos usuários reconhecem-nas como instrumento de interdisciplinaridade; e 6% percebem as sessões como uma maneira de aproximação das equipes como a comunidade e se sentem acolhidos. A maioria (55%) somente manifestou satisfação com as sessões. Apenas uma pequena porcentagem de usuários (9%) não se mostrou otimista, por exemplo:

"Não sei, né. Porque aquele dia foi uma porção de médico, uma porção de... fiquei até sem jeito de ir lá, nossa mãe!"

"[...] mas quando não é uma parte só, uma parte carnal, eles não dá conta de nada não. Não dá conta mesmo [...]"

"[...] acho que ela tava sendo estudada." (quadro 2).


Além de ser uma forte ferramenta de interdisciplinaridade, as Sieps também buscam a interação com as áreas básica: pediatria e ginecologia-obstetrícia, presentes no cotidiano das USFs8. Para 81% dos estudantes, a integração entre as áreas básicas foi considerada importante para a formação e manutenção dos conhecimentos e tais áreas fazem parte do cotidiano da comunidade. Alguns (18%) acreditam que os rodízios deveriam ocorrer ocasionalmente ou apenas quando necessário. Somente 1% acredita que tais rodízios não são importantes (gráfico 12).


Para que a melhoria na qualidade da assistência ocorra, não é apenas necessário modificar as atitudes da equipe de saúde, mas também permitir que o usuário possa expressar a sua percepção em relação ao sistema de saúde20. Com o objetivo de avaliar as Sieps e a satisfação dos usuários relativa a elas, algumas perguntas foram feitas durante esta pesquisa. Quando se perguntou aos usuários se, antes das sessões ocorrerem, elas foram bem explicadas pela equipe de saúde, 68% dos usuários afirmaram que receberam os devidos esclarecimentos, porém quase 1/3 (32%) afirmou não ter sido esclarecido sobre as etapas da sessão clínica (quadro 3). Ao serem perguntados se algo os incomodou durante a sessão clínica, 98% dos usuários afirmaram não se sentirem chateados ou ofendidos com nada que tenha ocorrido durante a sessão. Apenas um usuário (2%) relatou que ficou chateado, pois criou expectativas que não foram atendidas (quadro 4). Embora a maioria tenha afirmado que não ocorreu nada na sessão que os incomodasse, 91% aceitariam participar de outra sessão. As razões para essa adesão vão desde de um simples convite, seguindo pelo fato de os usuários declararem-se satisfeitos com o resultado e a ajuda que receberam e de considerarem a sessão um meio de ensino e aquisição do conhecimento, principalmente sobre sua própria doença, passando pela razão de alguns ainda esperaram que seu caso seja resolvido, e até pelo motivo de outros se sentirem acolhidos pelo Sistema de Saúde. Apenas um pequeno percentual não concordaria em participar novamente da sessão (9%), porque já considera o seu caso resolvido ou sem solução (quadro 5). É possível verificar a eficácia das Sieps por meio do quadro 6, no qual: 23% dos usuários relataram que seus casos foram resolvidos; 47% encaminhados; e quase 1/3 apenas dos casos (30%) não foi encaminhado nem resolvido. Nos casos não resolvidos, pode-se verificar que 9% do total de casos não foram solucionados por motivos alheios, como, por exemplo o que revela esta fala: "Não foi resolvido lá, lá no Ipase. Disseram que não puderam me atender". Em 4% dos casos há desinformação do usuário em relação à resolução do caso.





A EPS tem uma visão interdisciplinar que se manifesta por meio da pedagogia problematizadora, cujo objetivo é a transformação das ações a partir da prática institucionalizada com enfoque nos problemas de saúde presentes na comunidade. Como resultados, busca a mudança institucional, o desenvolvimento do saber científico, o fortalecimento das ações em equipe e a democratização nas relações de trabalho. As Sieps pretendem uma modificação na forma dos profissionais enxergarem a comunidade, levando, consequentemente, a uma mudança institucional. Essas mudanças foram consideradas positivas pela maioria dos usuários (94%), pois permitem maior interação da comunidade com o serviço, como mostra o seguinte relato: "A gente tem uma liberdade maior, é muito bom". Somente 6% dos usuários consideram o serviço negativo (quadro 7).


A maioria dos usuários (91%) também entende como vantajosa a interação do ensino com o serviço de saúde, como se verifica nesta fala:

"Eu acho que melhora porque uma coisa que você tem dúvida, você não tira só com o médico, você pode tirar com a pessoa [...] que é professor".

Apenas 9% consideram desvantajosa a presença dos professores da faculdade nos postos de saúde (quadro 8).


Um dos principais objetivos da educação permanente em saúde é a transformação do modelo assistencial em saúde no Brasil, por meio da modificação das atitudes da equipe e de maior integração do usuário com o sistema. A maioria dos usuários (60%) acredita que as Sieps aproximaram a USF da comunidade, mas não modificaram o serviço prestado, pois, para eles, o serviço já era bom e acolhedor, como relatou um usuário:

"[...] o que eu procuro lá, eles sempre me atenderam bem. Não tenho nada a me queixar".

Um terço dos usuários (34%) percebeu mudanças para melhor no atendimento, tanto em relação ao atendimento geral do posto (32%), quanto em relação ao atendimento individualizado (2%). Somente 4% dos usuários perceberam alterações para pior no atendimento após o início das sessões. (quadro 9).


Além de mudanças técnicas, como melhor formação e integração da equipe de saúde, as Sieps buscam também a humanização do serviço, a partir da aproximação do usuário com a USF, abandonando o modelo assistencial. Por isso, nesta pesquisa se permitiu que os usuários entrevistados sugerissem mudanças para melhorar o atendimento das USFs. Mais da metade dos usuários entrevistados (60%) preferiram não fazer sugestões, seja porque já achavam o serviço muito bom (28%), seja porque foram pegos de surpresa e, no momento, não sabiam o que sugerir, ou, simplesmente, reclamaram do serviço sem sugerir mudanças (4%). Outra pequena porcentagem (28%) se absteve em fazer sugestões, porém não justificou a recusa. Para Vaitsman & Andrade (2005), a falta de sugestões pode não estar unicamente relacionada com a alta qualidade do serviço, mas também com a baixa expectativa do usuário; dessa forma, a boa avaliação pode ser fruto da baixa capacidade crítica da população estudada. Das sugestões feitas (40% das respostas), 2% sugeriram a padronização do atendimento na USF, como exemplo é possível observar a seguinte fala de um usuário: "bom, meu, a gente, eu não tenho o que reclamar não, mas alguns outros a gente tinha que dá mais atenção um pouco"; 13% sugeriram a diminuição da rotatividade dos médicos, como se vê nesta passagem: "Que trouxesse nosso médico de volta"; 4% sugerem a continuidade das atividades das Sieps. No entanto, das sugestões feitas, prevaleceram sugestões que não condiziam com as atividades de uma USF, e sim com a de uma Unidade de Pronto-Atendimento (21%), como na citação de um usuário:

"A única coisa que é ruim é que às vezes chega final de semana e não tem é médico, né, que eu acho que devia ter, né? Porque às vezes tem um feriado e fica às vezes é... feriado na sexta-feira, encerra na quinta e volta só na segunda e não tem um médico pra atender, principalmente quando tem feriado assim, fica muito distante não pra mim, mas pras pessoas que necessitam"

ou em outra fala:

"Ah, tinha que melhorar muito, né? Porque demora ali. Ah, eu acho que tinha que ter assim, mais assim, como que se diz assim, um laboratório" (quadro 10).


Isso indica o desconhecimento, por parte da comunidade, das atividades realizadas por uma Unidade de Saúde da Família.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As SIEPS são realizadas e orientadas de acordo com os princípios de educação permanente em saúde preconizados pelo MS, por meio da problematização de casos do cotidiano do trabalho, necessidades e demandas. Há quatro anos, ocorrem nas USFs da Fase/FMP e, ao longo desse tempo, passaram por modificações progressivas de acordo com as necessidades das equipes de saúde e das comunidades, como a multiprofissionalidade e a interdisciplinaridade, iniciadas no segundo ano, que trouxeram maior integração das equipes dentro das USFs.

Os estudantes dos cursos de Medicina, Nutrição e Enfermagem que responderam ao questionário da pesquisa reconheceram as Sieps como uma ferramenta de EPS e interdisciplinaridade, além de considerá-las um valioso instrumento de ensino-aprendizagem. Também acreditam que os casos clínicos refletem a realidade das comunidades e que o conhecimento adquirido poderá ser usado no seu futuro profissional, reconhecendo a importância da sua participação na realização e montagem desses. Concordam ainda que as Sieps trazem benefícios para os usuários contemplados.

Os usuários que responderam à entrevista entenderam que a interação entre o ensino, o serviço e a interdisciplinaridade são vantajosas para a comunidade, além das sessões trazerem benefícios individuais, com a resolução ou o encaminhamento dos casos, e benefícios indiretos. Acreditam também que as Sieps aproximaram a USF da comunidade, mas não modificaram diretamente o serviço prestado. A maior proporção das respostas foi positiva, e isso reforça a importância da continuidade das Sieps. No entanto, a maioria de respostas positivas pode não estar apenas relacionada com a qualidade das Sieps e do atendimento das USFs, mas também com a uma baixa expectativa da comunidade em relação ao sistema público de saúde20.

De acordo com a amostra, pode-se concluir que os estudantes, por participarem de uma ou poucas sessões, podem não estar aptos a perceber os reais propósitos das Sieps. Por isso, sugere-se que estes participem obrigatoriamente das sessões ao longo do internato, que dura de um a três meses.

Além disso, observa-se que os usuários desconhecem as verdadeiras atividades de uma USF; portanto, sugere-se que estas divulguem mais as suas atividades para a comunidade, para que as funções e modificações sejam mais bem percebidas e aproveitadas.

AGRADECIMENTOS

Ao Faimer-Brasil 2007 por todos os ensinamentos e orientações, discussões coletivas e aprendizado, e em especial à Profa Dra Eliana Cláudia de Otero Ribeiro, nossa orientadora do Projeto Faimer-Brasil 2007-2008. À FMP/Fase pelo apoio, estímulo e reconhecimento na condução do projeto. A todos os participantes das Sieps, médicos, preceptores, enfermeiros, auxiliares, agentes comunitários, funcionários, residentes, estudantes da graduação de Medicina, Nutrição e Enfermagem, residentes espanholas em intercâmbio, professores convidados, profissionais da Secretaria Municipal de Saúde e, em especial, aos pacientes, que tanto confiaram e estimularam para a continuação e aperfeiçoamento do processo. Muito obrigado!

CONFLITO DE INTERESSES

Declarou não haver.

Recebido em: 01/10/2010

Aprovado em: 24/11/2010

CONTRIBUIÇÃO DOS AUTORES

Barbara Kern Noel participou na elaboração do projeto, levantamento e revisão de literatura, preparação de questionários, execução das entrevistas, coleta de dados, análise e interpretação dos mesmos dados. Pedro Paulo de Lemos, Antonio Cardoso Paiva responsáveis pela elaboração do projeto de forma coletiva, levantamento e revisão de literatura, preparação de questionários, entrevistas, levantamento de dados qualitativos e quantitativos, análise dos dados, relatórios com os resultados e discussão. Maria Cristina D. G. Ezequiel participou na coordenação e orientação do projeto e na redação do artigo.

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  • Endereço para correspondência
    Maria Cristina Diniz Gonçalves Ezequiel
    Rua Marcílio Dias, 33
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    CEP. 25655-340 - RJ
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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      23 Ago 2012
    • Data do Fascículo
      Mar 2012

    Histórico

    • Recebido
      01 Out 2010
    • Aceito
      24 Nov 2010
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