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Alternativas para onfaloplastia em cirurgia estética do abdome: Revisão da Revista Brasileira de Cirurgia Plástica e apresentação da experiência com técnica em H

■ RESUMO

Introdução:

A abdominoplastia está entre os procedimentos estéticos mais procurados na cirurgia plástica nos últimos anos. Dentro da perspectiva da imagem corporal, a confecção do neoumbigo é peça chave, e sua ausência, distorção ou má cicatrização comprometem o resultado cirúrgico. Diversas técnicas foram descritas, mas todas com suas limitações. O objetivo foi reunir um resumo das possibilidades cirúrgicas apresentadas na Revista Brasileira de Cirurgia Plástica (RBCP), além de reapresentar a técnica em H.

Método:

Foi realizada revisão qualitativa da literatura publicada na RBCP no período de 2000 a 2021. Foram incluídos artigos que descrevessem uma proposta de umbilicoplastia, referindo número de pacientes, idade, tempo de seguimento, avaliação da satisfação dos pacientes e complicações; sendo excluídas publicações sem fins estéticos ou pacientes pós grandes perdas ponderais.

Resultados:

Foram encontrados 38 artigos, sendo excluídos 7 pela análise dos títulos e resumos. Os demais artigos foram revisados por dois autores independentes, sendo realizada a exclusão de mais 20 artigos. No final, 11 artigos foram incluídos nesta revisão.

Conclusão:

A onfaloplastia em abdominoplastias pode ser realizada de várias formas, possibilitando uma gama variável de alternativas para os cirurgiões. A técnica em H é mais uma dessas ferramentas, podendo ser amplamente utilizada e trazendo resultados consistentes.

Descritores:
Umbigo; Revisão; Abdome; Procedimentos cirúrgicos reconstrutivos; Estética

■ ABSTRACT

Introduction:

Abdominoplasty has been among the most popular cosmetic procedures in plastic surgery in recent years. From the perspective of body image, making the new navel is a key part, and its absence, distortion, or poor healing compromises the surgical result. Several techniques have been described, but all with their limitations. The objective was to gather a summary of the surgical possibilities presented in the na Revista Brasileira de Cirurgia Plástica (RBCP), in addition to reintroducing the technique in H.

Method:

A qualitative review of the literature published in the RBCP in the period from 2000 to 2021 was carried out. Articles were included that described a proposal for umbilicoplasty, referring to the number of patients, age, follow-up time, assessment of patient satisfaction, and complications, excluding publications without aesthetic purposes or patients after major weight loss.

Results:

38 articles were found, 7 of which were excluded by analyzing the titles and abstracts. Two independent authors reviewed the other articles, excluding another 20. In the end, 11 articles were included in this review.

Conclusion:

Omphaloplasty in abdominoplasties can be performed in several ways, providing surgeons with various alternatives. The H technique is one of these tools which can be widely used and bring consistent results.

Keywords:
Umbilicus; Review; Abdomen; Reconstructive surgical procedures; Aesthetics

INTRODUÇÃO

A abdominoplastia está entre os procedimentos estéticos mais procurados na cirurgia plástica nos últimos anos11 Cosmetic Surgery National Data Bank Statistics. Aesthet Surg J. 2018;38(suppl_3):1-24. DOI: 10.1093/asj/sjy132
https://doi.org/10.1093/asj/sjy132...
. Sua busca não impacta apenas em questões de contorno corporal, mas também na melhora da qualidade de vida e autoestima dos pacientes22 Papadopulos NA, Staffler V, Mirceva V, Henrich G, Papadopoulos ON, Kovacs L, et al. Does abdominoplasty have a positive influence on quality of life, self-esteem, and emotional stability? Plast Reconstr Surg. 2012;129(6):957e-62e..

Dentro da perspectiva da imagem corporal, o umbigo é peça chave, visto que tem papel definitivo na estética da parede abdominal. A ausência, distorção, ou má cicatrização dele compromete o resultado cirúrgico33 Akbaş H, Güneren E, Eroğlu L, Uysal OA. Natural-looking umbilicus as an important part of abdominoplasty. Aesthetic Plast Surg. 2003;27(2):139-42..

Devido a sua importância, a confecção do neoumbigo, que tem como objetivo a busca pela posição natural, na linha média, ao nível das cristas ilíacas superiores, com cicatriz evidente mínima33 Akbaş H, Güneren E, Eroğlu L, Uysal OA. Natural-looking umbilicus as an important part of abdominoplasty. Aesthetic Plast Surg. 2003;27(2):139-42., e 1,5 a 2cm de diâmetro44 Donnabella A. Anatomical reconstruction of the umbilicus. Rev Bras Cir Plást. 2013;28(1):119-23., apresenta-se como determinante para o sucesso pós-operatório55 Matarasso A, Matarasso DM, Matarasso EJ. Abdominoplasty: classic principles and technique. Clin Plast Surg. 2014;41(4):655-72.,66 Martinez-Teixido L, Serra-Mestre JM, Serra-Renom JM. A new technique for creating a neo-umbilicus in abdominoplasty. J Plast Reconstr Aesthet Surg. 2017;70(12):1760-7..

Várias técnicas foram descritas na literatura, mas todas com suas limitações77 Mowlavi A, Huynh PM, Huynh DC, Wilhelmi BJ. A new technique involving a spherical stainless steel device to optimize positioning of the umbilicus. Aesthetic Plast Surg. 2012;36(5):1062-5.

8 Bruekers SE, van der Lei B, Tan TL, Luijendijk RW, Stevens HP. “Scarless” umbilicoplasty: a new umbilicoplasty technique and a review of the English language literature. Ann Plast Surg. 2009;63(1):15-20.

9 Hazani R, Israeli R, Feingold RS. Reconstructing a natural looking umbilicus: a new technique. Ann Plast Surg. 2009;63(4):358-60.
-1010 Lee MJ, Mustoe TA. Simplified technique for creating a youthful umbilicus in abdominoplasty. Plast Reconstr Surg. 2002;109(6):2136-40..

Opções mais recentes, que tentam aprofundar a cicatriz, não a deixando visível, apresentam complicações, como umbigo achatado1111 da Silva Júnior VV, de Sousa FRS. Improvement on the Neo-umbilicoplasty Technique and Review of the Literature. Aesthetic Plast Surg. 2017;41(3):600-7..

Ademais, a estenose do neoumbigo é uma complicação frequente em táticas cirúrgicas que visam construir um umbigo de dimensões pequenas ou que resultam em cicatrizes circulares ou concêntricas1212 Baack BR, Anson G, Nachbar JM, White DJ. Umbilicoplasty: the construction of a new umbilicus and correction of umbilical stenosis without external scars. Plast Reconstr Surg. 1996;97(1):227-32.

13 de Lacerda DJ, Martins DM, Marques A, Brenda E, de Moura Andrews J. Umbilicoplasty for the abdomen with a thin adipose layer. Br J Plast Surg. 1994;47(5):386-7.

14 Mazzocchi M, Trignano E, Armenti AF, Figus A, Dessy LA. Long-term results of a versatile technique for umbilicoplasty in abdominoplasty. Aesthetic Plast Surg. 2011;35(4):456-62.
-1515 Kachare S, Kapsalis C, Kachare M, Hiller A, Abell S, Lee TJ, et al. Earplug Umbilicoplasty: A Simple Method to Prevent Umbilical Stenosis in a Tummy Tuck. Eplasty. 2019;19:e12..

Quando o coto umbilical é longo, faz-se necessário o seu encurtamento, podendo resultar em outras complicações, como estenose ou saída de secreção do neoumbigo1616 Restrep JAZ, Garcia CP, Mattiello CM, Rendon NB, Duarte FO, Ely JB. Indicações de neo-onfaloplastia em pacientes submetidos a abdominoplastia. Rev Bras Cir Plást. 2019;34(0):86-9..

Devido à complexidade da questão e busca por aperfeiçoar e desenvolver uma tática cirúrgica com melhores resultados, Viterbo1717 Viterbo F. The H technic in omphaloplasty. Rev Paul Med. 1988;106(2):85-8. (1998) descreveu a técnica em H para onfaloplastia. Nela, por meio de quatro retalhos retangulares, há a reconstrução das paredes laterais do umbigo, com bons resultados e menores índices de complicações estéticas.

OBJETIVO

O presente artigo visa reunir um resumo das possibilidades cirúrgicas apresentadas na Revista Brasileira de Cirurgia Plástica (RBCP) nos últimos 20 anos, além de reapresentar a técnica cirúrgica em H.

MÉTODO

Para a realização de revisão qualitativa da literatura, foi feito um estudo de publicações na RBCP no período de 2000 a 2021.

Análise dos artigos da RBCP

A pesquisa foi realizada em artigos com os descritores “onfaloplastia”, “umbigo”, “neoumbigo”, “umbilicoplastia” e “cicatriz umbilical” em setembro de 2021 no site da RBCP.

Técnica cirúrgica

No umbigo, que será desinserido do abdome, marcamos quatro linhas no sentido longitudinal, do fundo às bordas, criando uma divisão de quatro partes iguais na circunferência umbilical (Figura 1A). A seguir, duas linhas transversais laterais são desenhadas, ligando profundamente as linhas longitudinais, de modo a delimitar dois retalhos laterais, com a base tendo ¼ da circunferência do umbigo, e o comprimento a metade da base, sendo que esses valores podem variar, para corrigir umbigos muito profundos (Figura 1B). Então, mais duas linhas transversais são desenhadas, desta vez unindo superficialmente as linhas longitudinais (Figura 1C).

Figura 1
Vista lateral direita: quatro linhas longitudinais são desenhadas, do fundo às bordas (A); duas linhas transversais laterais são desenhadas em plano vertical, unindo profundamente as linhas longitudinais (B); duas linhas transversais são desenhadas, unindo superficialmente as linhas longitudinais em plano horizontal (C); uma letra "H" maiúscula é desenhada no local onde emergirá o neoumbigo (D).

Após feitas as incisões, teremos a liberação do umbigo em forma de “gravata borboleta”, com uma parte central e dois retalhos laterais. Então, é aplicado um ponto simples, deixando o fio longo, para a fácil localização do retalho.

Após o deslocamento, tração, ressecção e sutura do retalho abdominal, marcamos no local onde emergirá o umbigo, o desenho da letra “H” maiúscula, dentro de um quadrado que terá dimensões de ¼ da circunferência do umbigo (Figura 1D).

Depois de incisarmos a pele, teremos dois retalhos, um de base superior e o outro de base inferior. Estes retalhos terão as mesmas dimensões dos retalhos do umbigo, ou seja, base igual a ¼ da circunferência do umbigo e o comprimento tendo a metade da base.

Os retalhos da parede abdominal e do umbigo serão suturados de maneira a ficarem perfeitamente interpostos (Figura 2).

Figura 2
Aspecto ao final do procedimento em vista lateral direita: sutura dos retalhos da parede abdominal e do umbigo (preferencialmente com fio monofilamentar inabsorvível).

Critérios de inclusão de artigos

Foram incluídos artigos publicados na RBCP e disponíveis no seu site, que descreviam uma proposta de umbilicoplastia, referindo número de pacientes, idade, tempo de seguimento, avaliação da satisfação dos pacientes e complicações.

Critérios de exclusão de artigos

Foram excluídos artigos realizam umbilicoplastia com fins não estéticos, pacientes pós grandes perdas ponderais ou que não detalhavam adequadamente os dados acima.

CEP

A pesquisa está de acordo com as recomendações Helsinque e do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, sendo aprovada sob o parecer número 4.961.829.

RESULTADOS

Artigos RBCP

Para a soma dos descritores “onfaloplastia” ou “umbigo” ou “neoumbigo” ou “umbilicoplastia” ou “cicatriz umbilical” ou “neo-onfaloplastia”, foram encontrados 38 artigos.

Pela análise dos títulos e resumos, 7 artigos foram excluídos, pois focaram em pós grandes perdas ponderais, alterações patológicas do umbigo ou miniabdominoplastia.

Devido à pequena quantidade de artigos que se enquadrassem nos 5 critérios de inclusão, decidimos realizar uma revisão qualitativa, permitindo a inclusão de artigos que possuíssem pelo menos três dos cinco critérios de inclusão.

Entre os selecionados para avaliação de resumos, 20 artigos foram excluídos por não incluir minimamente três dos seguintes critérios: idade das pacientes, tempo de seguimento, descrição da técnica, complicações e relato de satisfação; além de serem excluídos os que eram apenas relato de caso ou incluíram predominantemente pacientes pós grandes perdas ponderais.

Ao final, 11 artigos1818 D’Assumpção EA. Technique for umbilicoplastie avoiding one of the most important stigma of abdominoplasties. Rev Bras Cir Plást. 2005;20(3):160-6.

19 Nogueira DSC. Routine neoomphaloplasty during abdominoplasties. Rev Bras Cir Plást. 2008;23(3):207-13.

20 Pereira JFV, Schutz LV, Kostic V, d’Avila CLP, Mateus FN. Triangular umbilicoplasty with skin flap. Rev Bras Cir Plást. 2011;26(3):496-501.

21 Vendramin FS, Fernandes AWC. Umbilicoplastia: técnica com pedículo umbilical em “pipa” e incisão da pele do abdome em “Y”. Rev Bras Cir Plást. 2019;34(Suppl.3):8-11.

22 Pedroso DB, Soares DAS, Cammarota MC, Daher LMC, Galdino MCA, Santos GC, et al. Umbilicoplasty by vertical incision: description of the technique and assessment of satisfaction. Rev Bras Cir Plást. 2017;32(4):534-40.

23 Guimarães VHM, Guimarães VA, Gonçalves FA, Carvalho PCC. Omphaloplasty: Y/V technique. Rev Bras Cir Plást. 2018;33(3):355-63.

24 Chia CY, Roxo ACW, Labanca L, Ritter PD. Aesthetic and functional surgery of umbilicus: transumbilicous plication technique. Rev Bras Cir Plást. 2011;26(2):293-7.

25 Furtado IR. Onphaloplasty: “infinity” technique. Rev Bras Cir Plást. 2011;26(2):298-301.

26 Amud RJM. Omphaloplasty Without Scars. Rev Bras Cir. Plást. 2008;23(1):37-40.

27 Campos R, Campos BVBL. Omphaloplasty based on an isosceles triangle with double fixation in abdominoplasty. Rev Bras Cir Plást. 2019;34(1):38-44.
-2828 Cló TCT. Neoomphaloplasty using an X-shaped incision in 401 consecutive abdominoplasties. Rev Bras Cir Plást. 2013;28(3):375-80. foram incluídos para leitura completa e análise por dois pesquisadores independentes (BFMN e LVM), sendo que apenas 7 deles possuíam todos os cinco critérios, 1 possuía quatro critérios e 3 possuíam três critérios. O resumo dos dados encontrados está na Tabela 1.

Tabela 1
Resumo dos dados dos artigos incluídos para leitura completa e análise.

Devido à falta de padronização e uso de métodos de avaliação sistematizados, não foi possível realizar análises estatísticas referentes aos critérios de inclusão.

DISCUSSÃO

A reconstrução umbilical, mesmo após as mais variadas técnicas cirúrgicas, mantém-se como um importante desafio aos cirurgiões plásticos. Atenção deve ser dada às unidades anatômicas umbilicais e à manutenção ou criação das mesmas - rodete, mamelão e sulco umbilical44 Donnabella A. Anatomical reconstruction of the umbilicus. Rev Bras Cir Plást. 2013;28(1):119-23.,2929 Mendes FH, Donnabella A, Fagotti Moreira AR. Fleur-de-lis Abdominoplasty and Neo-umbilicus. Clin Plast Surg. 2019;46(1):49-60. DOI: 10.1016/j.cps.2018.08.007
https://doi.org/10.1016/j.cps.2018.08.00...
. Para muitos, o formato ideal buscado é um umbigo oval ou em “T” com orientação vertical, de dimensões pequenas, semelhante ao de mulheres jovens2222 Pedroso DB, Soares DAS, Cammarota MC, Daher LMC, Galdino MCA, Santos GC, et al. Umbilicoplasty by vertical incision: description of the technique and assessment of satisfaction. Rev Bras Cir Plást. 2017;32(4):534-40.,3030 Craig SB, Faller MS, Puckett CL. In search of the ideal female umbilicus. Plast Reconstr Surg. 2000;105(1):389-92..

A ausência dos padrões anatômicos ou a presença de distorções, cicatrização patológica, estenose, entres outras complicações, podem levar à insatisfação com o resultado, além de possuir difícil correção cirúrgica3131 Mendes FH, Viterbo F, Luna ALAP. Inner Scar Umbilicus: New Horizons for Vertical Abdominoplasty. Plast Reconstr Surg. 2018;141(4):507e-16e. DOI: 10.1097/PRS.0000000000004258
https://doi.org/10.1097/PRS.000000000000...
.

Vernon3232 Vernon S. Umbilical transplantation upward and abdominal contouring in lipectomy. Am J Surg. 1957;94(3):490-2. (1957) foi o primeiro cirurgião a descrever a técnica de transposição para a realização de um novo umbigo na abdominoplastia. A cirurgia descrita consistia em uma técnica circular. Outros autores seguiram desenvolvendo novas abordagens, mas ainda em cicatrizes circulares3333 Pitanguy I. Abdominallipectomy: an approach to it through an analysis of 300 consecutive cases. Plast Reconstr Surg. 1967;40(4):384-91.. Grazer & Goldwyn3434 Grazer FM, Goldwyn RM. Abdominoplasty assessed by survey, with emphasis on complications. Plast Reconstr Surg. 1977;59(4):513-7. (1977), em estudo com 10.574 pacientes que passaram por abdominoplastia, relataram que 45% afirmavam apresentar estenose ou contratura cicatricial no umbigo. Rosique et al.3535 Rosique MJF, Rosique RG, Lee FDI, Kawakami H, Glattstein N, Mélega JM. Estudo comparativo entre técnicas de onfaloplastia. Rev Bras Cir Plást. 2009;24(1):47-51. (2009) reportaram uma chance sete vezes maior destas complicações quando a tática circunferencial é utilizada.

Com objetivo de busca por melhores resultados, Avelar3636 Avelar J. Abdominoplasty-Systematization of a technique without external umbilical scar. Aesthetic Plast Surg. 1978;2(1):141-51. DOI: 10.1007/BF01577947
https://doi.org/10.1007/BF01577947...
(1978) descreveu uma técnica com cicatriz interna, através da criação de um retalho em forma de estrela, em que a cicatriz resultante apresentava variação na direção; diminuindo, assim, as complicações como estenose e retração cicatricial. Outras técnicas baseadas em cicatrizes não circulares foram desenvolvidas posteriormente a estas, porém com resultados estéticos muitas vezes não satisfatórios1111 da Silva Júnior VV, de Sousa FRS. Improvement on the Neo-umbilicoplasty Technique and Review of the Literature. Aesthetic Plast Surg. 2017;41(3):600-7..

Apesar das várias opções de umbilicoplastias descritas na literatura, o autor sênior buscou uma alternativa que apresentasse resultados mais satisfatórios. Dessa forma, em 1998, publicou a técnica em “H”, na qual quatro retalhos retangulares são interpostos alternadamente, sendo que a cicatriz resultante apresenta oito mudanças de direção de 90 graus. Assim, a grande vantagem desta tática é a possibilidade de evitar tensões e superficializações, além de ser segura quanto à presença de retrações. Ademais, a técnica permite superficializar ou aprofundar o umbigo, com a variação das linhas perpendiculares que delimitam o retalho.

Quando observado em posição ortostática, a cicatriz horizontal do retalho inferior fica posicionada profundamente, inaparente. Já as cicatrizes mais superficiais estão dispostas longitudinalmente, nos retalhos laterais; e, para evitar a aparição destas, reduzindo também o risco de o umbigo ficar raso, este deve ser fixado à aponeurose.

A neo-onfaloplastia com técnica em H apresenta tática cirúrgica que proporciona resultado estético satisfatório, com uma cicatriz horizontal localizada profundamente, sendo uma ótima opção no arsenal do cirurgião plástico (Figuras 3 a 5).

Figura 3
Paciente feminina, 35 anos, pré e pós-operatório de 11 anos.

Figura 4
Paciente feminina, 29 anos, pré e pós-operatório de 2 anos.

Figura 5
Paciente feminina, 35 anos, pré e pós-operatório de 6 meses.

CONCLUSÃO

A onfaloplastia em abdominoplastias pode ser realizada de várias formas, possibilitando uma gama variável de alternativas para os cirurgiões.

A técnica em H é mais uma dessas ferramentas, podendo ser amplamente utilizada e trazendo resultados consistentes.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    27 Out 2023
  • Data do Fascículo
    2023

Histórico

  • Recebido
    23 Fev 2022
  • Aceito
    11 Jul 2022
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