Acessibilidade / Reportar erro

Construção e validação de instrumento de avaliação fisioterapêutica e de classificação funcional no modelo biopsicossocial da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) para pacientes HIV hospitalizados

RESUMO

O vírus da imunodeficiência humana (HIV - human immunodeficiency virus) é responsável pelo comprometimento do sistema imune e por um elevado número de hospitalizações. Considerando o contexto biopsicossocial (BPS) do indivíduo, o processo fisioterapêutico dispõe da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), que fornece a máxima descrição de uma condição de saúde e o impacto das intervenções e prestação de serviços. O objetivo deste estudo é construir e validar um instrumento de avaliação fisioterapêutica e classificação funcional baseada na CIF para os pacientes HIV hospitalizados. Trata-se de um estudo observacional, transversal e descritivo realizado a partir da análise de demanda, elaboração e aprimoramento do instrumento e sua validação com o consenso de um comitê de fisioterapeutas especialistas que avaliaram 58 itens e os códigos de classificação, resultando no valor kappa geral de 0,858=concordância forte entre as avaliações, todas estatisticamente significativas (p<0,05). A versão final do instrumento incluiu 36 itens, todos com índice kappa >0,80. O instrumento construído apresenta validade para a avaliação e classificação funcional no modelo da CIF para os pacientes HIV hospitalizados, contribuindo para a prática clínica fisioterapêutica no ambiente hospitalar.

Descritores|
Serviço Hospitalar de Fisioterapia; HIV; Classificação Internacional de Funcionalidade; Incapacidade e Saúde

ABSTRACT

The human immunodeficiency virus (HIV) is responsible for the compromise of the immune system and a high number of hospitalizations. Considering the biopsychosocial (BPS) context of the individual, the International Classification of Functioning, Disability and Health (ICF) provides the maximum description of a health condition and the impact of interventions and service delivery for the physiotherapeutic process. The aim of this study was to build and validate a physical therapy assessment and functional classification instrument based on the ICF for hospitalized members of the HIV community. This is an observational, cross-sectional, and descriptive study based on the analysis of demand, elaboration, and improvement of the instrument and its validation with the consensus of a experts committee of physical therapists; they evaluated 58 items and the classification codes resulted in 0.858 overall Kappa value=strong agreement between assessments, all statistically significant (p-value<0.05). The final version of the instrument included 36 items, all with Kappa coefficient >0.80. The constructed instrument is valid for the evaluation and functional classification in the ICF model for hospitalized members of the HIV community, contributing to the physical therapy clinical practice in the hospital environment.

Keywords|
Physical Therapy Department; Hospital; HIV; International Classification of Functioning; Disability and Health

RESUMEN

El virus de la inmunodeficiencia humana (VIH) es responsable del deterioro del sistema inmunitario y de un elevado número de hospitalizaciones. Considerando el contexto biopsicosocial (BPS) del individuo, el proceso fisioterapéutico cuenta con la Clasificación Internacional del Funcionamiento, de la Discapacidad y de la Salud (CIF), que brinda la máxima descripción de una condición de salud y el impacto de las intervenciones y prestación de servicios. El objetivo de este estudio es construir y validar un instrumento de evaluación fisioterapéutica y clasificación funcional basado en el CIF para pacientes VIH hospitalizados. Se trata de un estudio observacional, transversal y descriptivo, realizado desde el análisis de la demanda, desarrollo y perfeccionamiento del instrumento y su validación con el consenso de un comité de fisioterapeutas especialistas que evaluaron 58 ítems y los códigos de clasificación, lo que resultó un valor kappa global 0,858=fuerte concordancia entre las evaluaciones, todas estadísticamente significativas (p<0,05). La versión final del instrumento incluyó 36 ítems, todos con índice kappa >0,80. El instrumento construido presenta validez para la evaluación y clasificación funcional en el modelo CIF para pacientes con VIH hospitalizados, lo que contribuye a la práctica clínica fisioterapéutica en el ámbito hospitalario.

Palabras clave|
Servicio de Fisioterapia en Hospital; VIH; Clasificación Internacional del Funcionamiento; de la Discapacidad y de la Salud

INTRODUÇÃO

Dentre as especialidades disponíveis em um hospital, o setor de infectologia presta atendimento ao usuário infectado pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV - human immunodeficiency virus)11. Portela MC, Lotrowska M. Assistência aos pacientes com HIV/Aids no Brasil. Rev Saude Publica. 2006;40(Suppl l):70-9. doi: 10.1590/S0034-89102006000800010.
https://doi.org/10.1590/S0034-8910200600...
. O HIV compromete o sistema imunológico, especificamente os linfócitos T CD4+, desencadeando alterações inflamatórias e danos diretos a certos órgãos durante todo o curso da infecção22. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Recomendações para a prática de atividades físicas para pessoas vivendo com HIV e aids. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2012.), (33. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para manejo da infecção pelo HIV em adultos. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2013..

As manifestações clínicas variam de acordo com o tempo de infecção do vírus e correspondem às fases de infecção aguda, assintomática e síndrome da imunodeficiência adquirida (aids), na qual ocorre a diminuição da contagem T CD4+ no sangue, tornando o organismo mais suscetível ao surgimento de doenças oportunistas e neoplasias22. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Recomendações para a prática de atividades físicas para pessoas vivendo com HIV e aids. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2012.), (33. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para manejo da infecção pelo HIV em adultos. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2013.. Além do elevado número de hospitalizações44. Nunes AA, Caliani LS, Nunes MS, Silva AS, Mello LM. Análise do perfil de pacientes com HIV/Aids hospitalizados após introdução da terapia antirretroviral (HAART). Cienc Saude Colet. 2015;20(10):3191-8. doi: 10.1590/1413-812320152010.03062015.
https://doi.org/10.1590/1413-81232015201...
), (55. Paschoal LN, Souza PN, Buchalla CM, Brito CMM, Battistella LR. Identification of relevant categories for inpatient physical therapy care using the International Classification of Functioning, Disability and Health: a Brazilian survey. Braz J Phys Ther. 2019;23(3):212-20. doi: 10.1016/j.bjpt.2018.08.006.
https://doi.org/10.1016/j.bjpt.2018.08.0...
, o paciente torna-se vulnerável às situações de fragilidade física (sequelas motoras, neurológicas e respiratórias), social (preconceito intrafamiliar e social, desemprego) e ambiental (núcleo familiar e acesso aos serviços de saúde insuficientes) (66. Dantas MS, Abrão FMS, Freitas CMSM, Oliveira DC. Representações sociais do HIV/AIDS por profissionais de saúde em serviços de referência. Rev Gaucha Enferm. 2014;35(4):94-100. doi: 10.1590/1983-1447.2014.04.45860.
https://doi.org/10.1590/1983-1447.2014.0...
)- (99. Nobre AQTC, Costa IS, Bernardes KO. A fisioterapia no contexto do HIV/AIDS. Fisioter Mov. 2008;21(4):11-8..

O conceito de saúde como estado de completo bem-estar físico, mental e social exige atenção integral e biopsicossocial (BPS) ao indivíduo. Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS) trouxe no manual da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), o modelo humanizado BPS nos diferentes níveis de atenção à saúde é visto como uma oportunidade de compreender não só a doença, mas considerar todas as dimensões da funcionalidade humana e seus contextos1010. Organização Mundial da Saúde. Como usar a CIF: um manual prático para o uso da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF). Versão preliminar para discussão. Genebra: OMS; 2013..

O uso da CIF como ferramenta para classificação e descrição da condição de saúde de indivíduos vivendo com HIV também foi encontrado no cenário mundial. Estudos produzidos na África do Sul aplicaram o modelo BPS descrevendo o estado de saúde dos participantes em diferentes estágios da doença, oportunizando o conhecimento sobre diferentes contextos, níveis de atenção à saúde e sua influência sobre a funcionalidade1111. Myezwa H, Buchalla CM, Jelsma J, Stewart A. HIV/AIDS: use of the ICF in Brazil and South Africa - comparative data from four cross-sectional studies. Physiotherapy. 2011;97(1):17-25. doi: 10.1016/j.physio.2010.08.015.
https://doi.org/10.1016/j.physio.2010.08...
.

O fisioterapeuta, enquanto profissional da saúde que trabalha constantemente com o conceito de funcionalidade em todos os níveis de complexidade assistencial, dispõe da avaliação do indivíduo e a subsequente classificação funcional para que a proposta de intervenção seja elaborada1212. Lima TG, Barbosa P, Modesto GP, Valduga R. O uso da CIF para caracterização da funcionalidade de pacientes críticos em uma unidade de emergência. Cad Educ Saude Fisioter. 2017;4(8):117-8. doi: 10.18310/2358-8306.v4n8suplem.
https://doi.org/10.18310/2358-8306.v4n8s...
. As mais de 1.400 categorias e os diversos domínios da CIF fornecem a máxima descrição de uma condição de saúde por meio de uma linguagem única e internacional. O instrumento indica questões de diferentes dimensões sociais, bem como o impacto das intervenções e da prestação de serviços na saúde da pessoa1010. Organização Mundial da Saúde. Como usar a CIF: um manual prático para o uso da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF). Versão preliminar para discussão. Genebra: OMS; 2013.), (1313. Organização Mundial da Saúde, editor. CIF: Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. São Paulo: Edusp; 2003.. Atualmente, a funcionalidade é considerada o terceiro indicador de saúde1414. Stucki G, Bickenbach J. Functioning: the third health indicator in the health system and the key indicator for rehabilitation. Eur J Phys Rehabil Med. 2017;53(1):134-8. doi: 10.23736/S1973-9087.17.04565-8.
https://doi.org/10.23736/S1973-9087.17.0...
, o que beneficia o olhar do fisioterapeuta sobre o processo de recuperação terciária.

Na perspectiva hospitalar, a utilização do modelo BPS da CIF pode ser útil considerando a realidade dos pacientes HIV, os quais são submetidos a sucessivas internações. Esse modelo de classificação pode ser usado para comparar funcionalmente os diferentes períodos nos quais o indivíduo permaneceu hospitalizado e para definir metas e resultados55. Paschoal LN, Souza PN, Buchalla CM, Brito CMM, Battistella LR. Identification of relevant categories for inpatient physical therapy care using the International Classification of Functioning, Disability and Health: a Brazilian survey. Braz J Phys Ther. 2019;23(3):212-20. doi: 10.1016/j.bjpt.2018.08.006.
https://doi.org/10.1016/j.bjpt.2018.08.0...
, além de auxiliar o profissional de saúde a compreender o contexto no qual o indivíduo está inserido, reconhecendo a influência dos fatores contextuais sobre a condição de saúde, potencializando assim as intervenções assistenciais.

Logo, este trabalho teve como objetivo a construção e validação de um instrumento de avaliação fisioterapêutica e de classificação funcional baseada na CIF para os pacientes HIV hospitalizados no setor de infectologia de um hospital universitário.

METODOLOGIA

Desenho do estudo

O estudo é caracterizado como observacional transversal e descritivo1515. Hulley SB, Cummings SR, Brower WS, Grady DG, Newman TB. Delineando a pesquisa clínica. 4a ed. Porto Alegre: ArtMed; 2015. e ocorreu no setor de infectologia de um hospital universitário na cidade de Curitiba (PR).

Etapas do estudo

A primeira etapa do estudo consistiu na identificação da necessidade de um instrumento específico para avaliação dos usuários e busca de literatura nas bases de dados PEDro, Science Direct e PubMed, de forma complementar. Foram utilizadas as palavras-chave “HIV”, “CIF” e “Serviço Hospitalar de Fisioterapia”.

Na segunda etapa, procedeu-se à construção da primeira versão da ficha de avaliação (Ficha 1), de forma ampla e organizada, conforme os parâmetros BPS dos componentes da CIF. A partir do estado de saúde (infecção pelo HIV), investigou-se o estado geral do paciente, a condição alimentar e respiratória, dor, a força, o trofismo muscular e o quadro motor do participante no leito, em sedestação, durante a ortostase e a marcha. A medida de independência funcional (MIF) foi utilizada para verificar as atividades e a participação do indivíduo.

Os fatores ambientais são externos à pessoa e podem funcionar como barreiras ou facilitadores. Entre eles, verifica-se procedência, moradia, acesso aos serviços de saúde, rede de apoio, internações prévias, entre outros.

Os fatores pessoais não podem ser classificados, mas interagem entre si e contribuem para os resultados das intervenções. Foram coletados dados demográficos, hábitos de vida, comportamento de risco, diagnóstico e evolução do HIV, uso de antirretrovirais e o questionário de qualidade de vida HIV-AIDS quality of life (HAT-QoL) traduzido.

Na terceira etapa do estudo, a Ficha 1 foi aplicada em 15 participantes como um piloto. Foram incluídos indivíduos diagnosticados com HIV, internados no setor de infectologia, de ambos os sexos, maiores de 18 anos e que concordaram e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) para a participação no estudo. Os casos de pacientes impossibilitados de responder sobre si ou de realizar os testes (restrito ao leito, déficit cognitivo) foram incluídos após a autorização dos responsáveis.

A coleta de dados também envolveu a pesquisa em prontuários e o tempo de avaliação foi quantificado a fim de verificar a viabilidade da aplicação no setor.

Na quarta etapa, após análise sobre a relevância das questões abordadas e o tempo de aplicação, houve inclusão e exclusão de itens e a ficha foi reestruturada para uma versão reduzida (Ficha 2) que incluiu os códigos e qualificadores da CIF. A busca das categorias e códigos utilizados foi realizada na versão online disponível da CIF1313. Organização Mundial da Saúde, editor. CIF: Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. São Paulo: Edusp; 2003.. Os fatores pessoais foram utilizados apenas de forma descritiva.

Na quinta etapa, realizou-se a consulta ao comitê de especialistas composto por fisioterapeutas hospitalares e experts no trabalho com a CIF. Os participantes foram previamente convidados a participar desta etapa e, após aceitaram, lhes foram encaminhados a Ficha 2, a versão online da CIF1313. Organização Mundial da Saúde, editor. CIF: Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. São Paulo: Edusp; 2003. e um instrumento de avaliação elaborado especificamente para esta etapa.

Para caracterização da amostra dos avaliadores, questionou-se idade, tempo de formação e especialização, prática no atendimento de pacientes soropositivos e conhecimento e experiência quanto ao uso da CIF. A seguir, o participante foi instruído a responder por meio de uma escala dicotômica se concorda ou não com a versão sugerida, verificando quais categorias e códigos foram suficientemente contemplados, respondendo acerca da equivalência e relevância de todos os itens e dispondo de espaço para sugestões, conforme o Quadro 1. Todas as sugestões pertinentes feitas pelos especialistas foram acatadas após análise da equipe do estudo.

Quadro 1
Exemplo de avaliação do especialista

A sexta etapa foi a de validação. A validade deste instrumento envolveu dois tipos de validação: de conteúdo e de construto. A validação de conteúdo se refere à análise e ao julgamento do instrumento pelo comitê de especialistas que avaliaram cada item por seu conteúdo e relevância de investigação. A validade de constructo, por sua vez, visa à fidedignidade do instrumento e de cada item analisado por meio dos testes estatísticos descritos na próxima etapa.

Na sétima etapa, a de análise, os dados foram tabulados e analisados por meio do software R v4.0.0. Como medida descritiva da concordância foi calculado o valor modal e obtido o percentual com relação ao grupo de seis avaliadores. O cálculo do coeficiente kappa foi implementado por meio do pacote irr v.0.84.1, sendo calculado para cada questão e para o conjunto de todas as perguntas do instrumento. Os valores de kappa foram classificados em: concordância mínima, fraca, moderada, forte e quase perfeita1616. McHugh ML. Interrater reliability: the kappa statistic. Biochem Med (Zagreb). 2012;22(3):276-82.. O nível de significância adotado foi de p<0,05.

A oitava etapa consistiu na produção da versão final (Ficha 3), adequando o instrumento conforme as sugestões e incluindo apenas as questões e seus respectivos códigos que obtiveram índice kappa ≥0,80 na sexta etapa, representando o valor de concordância considerado forte ou quase perfeito entre os especialistas.

Na última etapa, a Ficha 3 foi concluída e apresentada aos fisioterapeutas responsáveis pelo setor de infectologia do hospital em questão.

RESULTADOS

Identificou-se que os fatores contextuais (moradia, rede de apoio e acesso às medicações) interferiam nos aspectos da funcionalidade humana, mas que até o início do estudo não eram quantificados pela falta de um instrumento adequado para tal.

A busca de literatura com a combinação dos descritores escolhidos obteve resultados ínfimos. Quando pesquisados separadamente, o número de artigos encontrados foi maior, especialmente utilizando a CIF como palavra-chave, porém, com resultados pouco pertinentes quanto ao tema proposto.

A terceira etapa abrangeu uma amostra de 15 indivíduos, seis do sexo feminino (40%) e nove do masculino (60%), com média de idade 42,6 anos (desvio-padrão de 13,92). O tempo de avaliação dos participantes resultou em uma média de 20,4 minutos (desvio-padrão de 3,06). As avaliações permitiram a análise do tempo, do conteúdo e das questões abordadas. Ocorreu então a reestruturação para a versão reduzida (Ficha 2) com a inclusão e exclusão de itens e integração dos códigos da CIF, conforme Quadro 2.

A Ficha 2 foi encaminhada ao comitê de especialistas. O convite foi enviado a 12 fisioterapeutas, mas apenas seis (50%) devolveram o instrumento respondido no prazo estabelecido.

A amostra foi constituída por fisioterapeutas de ambos os sexos, sendo maioritariamente masculina (66,66%), com idades compreendidas entre os 23 e 53 anos, conforme a Tabela 1.

Foram avaliados 58 itens e seus respectivos códigos de classificação. A análise pelo comitê dos especialistas resultou no valor kappa geral de 0,858, representando concordância forte entre as avaliações, sendo todas estatisticamente significativas com p<0,05. A Tabela 2 mostra o resultado.

Para elaboração da Ficha 3, foram incluídos apenas os itens que obtiveram concordância forte ou quase perfeita segundo o índice kappa (>0,80). Não houve situações de nenhuma ou mínima concordância. A versão final foi concluída e apresentada aos fisioterapeutas responsáveis pelo setor de infectologia para aplicação no serviço após o treinamento dos profissionais.

Quadro 2
Reestruturação da Ficha 2
Tabela 1
Caracterização da amostra - comitê de especialistas

Tabela 2
Análise da concordância geral entre avaliadores

DISCUSSÃO

Este estudo identificou as categorias da CIF que são mais relevantes ao atendimento de pacientes HIV hospitalizados na perspectiva de fisioterapeutas e mediante metodologia de consenso. Uma vantagem do uso da CIF em relação a outros instrumentos é sua abordagem BPS acerca da funcionalidade por meio de uma linguagem estruturada em códigos, possibilitando comunicação efetiva e universal entre a equipe multiprofissional1717. Castaneda L, Bergmann A, Bahia L. A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde: uma revisão sistemática de estudos observacionais. Rev Bras Epidemiol. 2014;17(2):437-51. doi: 10.1590/1809-4503201400020012ENG.
https://doi.org/10.1590/1809-45032014000...
.

Diante da variabilidade e complexidade do quadro clínico e funcional do paciente portador de HIV/aids, os serviços de saúde enfrentam um desafio ao oferecer atendimento integral, que investiga as repercussões clínicas e contextuais1818. Amorim TB, Santana EP, Santos KOB. Symptomatic profile of infected individuals with HIV/AIDS in a physiotherapy department. Fisioter Mov. 2017;30(1):107-14. doi: 10.1590/1980-5918.030.001.AO11.
https://doi.org/10.1590/1980-5918.030.00...
. Considerando o avanço da terapia antirretroviral e da sua disponibilidade no sistema de saúde, a incidência da doença nos últimos anos e a expectativa de vida do paciente soropositivo, torna-se necessário um novo olhar para o HIV e as políticas públicas que orientam e viabilizam sua prevenção e assistência1919. UNAIDS Brasil. Resumo informativo: estatísticas mundiais sobre o HIV. Brasília (DF): UNAIDS Brasil; [cited 2023 Mar 20]. Available from: https://unaids.org.br/wp-content/uploads/2020/07/2020_07_05_UNAIDS_GR2020_FactSheet_PORT-final-1.pdf
https://unaids.org.br/wp-content/uploads...
.

O levantamento de dados a partir da CIF constitui uma importante base conceitual para avaliação e formulação de ações e políticas públicas para a saúde e a incapacidade2020. Biz MCP, Lima DP, Machado WF. Perspectivas da utilização da CIF na prática interdisciplinar. Rev Cientif. CIF Brasil. 2017;7(7):2-11.. Outros autores sugerem que a utilização da CIF em pacientes com aids pode ser válida para identificar a origem e a relevância do contexto clínico, social e pessoal, permitindo o ajuste dos programas de intervenção e das políticas destinadas aos pacientes2121. Buchalla CM, Cavalheiro TR. A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde e a Aids: uma proposta de core set. Acta Fisiatr. 2008;15(1):42-8. doi: 10.11606/ISSN.2317-0190.v15i1a102908.
https://doi.org/10.11606/ISSN.2317-0190....
)- (2323. Myezwa H, Hanass-Hancock J, Ajidahun AT, Carpenter B. Disability and health outcomes - from a cohort of people on long-term anti-retroviral therapy. SAHARA J. 2018;15(1):50-9. doi: 10.1080/17290376.2018.1459813.
https://doi.org/10.1080/17290376.2018.14...
.

Embora seja um instrumento adequado para identificar os aspectos BPS envolvidos na condição de saúde e no processo de reabilitação dos indivíduos, a aplicação da CIF na prática clínica ainda é bastante limitada2424. Stucki G, Ewert T, Cieza A. Value and application of the ICF in rehabilitation medicine. Disabil Rehabil. 2002;24(17):932-8. doi: 10.1080/09638280210148594.
https://doi.org/10.1080/0963828021014859...
)- (2626. Andrade LEL, Oliveira NPD, Ruaro JA, Barbosa IR, Dantas DS. Avaliação do nível de conhecimento e aplicabilidade da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. Saude Debate. 2017;41(114):812-23. doi: 10.1590/0103-1104201711411.
https://doi.org/10.1590/0103-11042017114...
. O desconhecimento dos profissionais de fisioterapia quanto ao seu uso e ao tempo despendido para sua aplicação é um dos fatores limitantes2626. Andrade LEL, Oliveira NPD, Ruaro JA, Barbosa IR, Dantas DS. Avaliação do nível de conhecimento e aplicabilidade da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. Saude Debate. 2017;41(114):812-23. doi: 10.1590/0103-1104201711411.
https://doi.org/10.1590/0103-11042017114...
), (2727. Pernambuco AP, Lana RC, Polese JC. Knowledge and use of the ICF in clinical practice by physiotherapists and occupational therapists of Minas Gerais. Fisioter Pesqui. 2018;25(2):134-42. doi: 10.1590/1809-2950/16765225022018.
https://doi.org/10.1590/1809-2950/167652...
. Neste estudo, apesar de todos os fisioterapeutas especialistas conhecerem a CIF, apenas metade tinha experiência na sua aplicação.

A revisão de literatura de Castaneda, Bergmann e Bahia1717. Castaneda L, Bergmann A, Bahia L. A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde: uma revisão sistemática de estudos observacionais. Rev Bras Epidemiol. 2014;17(2):437-51. doi: 10.1590/1809-4503201400020012ENG.
https://doi.org/10.1590/1809-45032014000...
verificou o uso da CIF em estudos observacionais, identificando uma defasagem no conteúdo quantitativo acerca da prática clínica, sendo que a maioria das publicações abordou os conceitos e reforçou a importância de sua implementação no campo da saúde. Segundo os autores, a dificuldade do uso na prática clínica ocorre porque a classificação não indica quais instrumentos são necessários para a avaliação da incapacidade e da funcionalidade. Dada a relevância do tema, é importante elaborar instrumentos de avaliação fisioterapêutica e de classificação funcional baseados no modelo BPS da CIF para pacientes HIV hospitalizados, a fim de instituir uma ferramenta pautada na individualidade do paciente com o propósito de produzir dados quantitativos.

O estudo de Paschoal et al.5 foi o primeiro a identificar os principais códigos e categorias da CIF para a prática fisioterapêutica hospitalar no Brasil. Assim como neste estudo, os autores utilizaram uma metodologia de consenso entre fisioterapeutas e destacaram a função e as atividades do sistema musculoesquelético como os principais objetivos das intervenções desse profissional em todas as etapas da reabilitação em hospitais e outros ambientes.

A proposta de core set para pacientes com aids produzida por Buchalla e Cavalheiro2121. Buchalla CM, Cavalheiro TR. A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde e a Aids: uma proposta de core set. Acta Fisiatr. 2008;15(1):42-8. doi: 10.11606/ISSN.2317-0190.v15i1a102908.
https://doi.org/10.11606/ISSN.2317-0190....
contemplou 40 condições consideradas relevantes. Os autores apontaram as categorias de imagem corporal, funções digestivas, funções do metabolismo geral e manutenção de peso como as mais frequentes. Questões relacionadas a situação de vida, imagem corporal, funções sexuais e relações íntimas também foram abordadas. De forma geral, a seleção de categorias do core set pouco se assemelha à deste estudo, na qual se destacaram principalmente as funções mentais globais, questões de atividades e participação referente à mobilidade e ao autocuidado. Essas diferenças podem ser justificadas principalmente pela percepção do paciente versus a do profissional que o atende no ambiente hospitalar. Os dois estudos incluíram os fatores ambientais como condição relevante devido à função de facilitador ou barreira que exercem sobre a funcionalidade do indivíduo e sua participação55. Paschoal LN, Souza PN, Buchalla CM, Brito CMM, Battistella LR. Identification of relevant categories for inpatient physical therapy care using the International Classification of Functioning, Disability and Health: a Brazilian survey. Braz J Phys Ther. 2019;23(3):212-20. doi: 10.1016/j.bjpt.2018.08.006.
https://doi.org/10.1016/j.bjpt.2018.08.0...
), (2121. Buchalla CM, Cavalheiro TR. A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde e a Aids: uma proposta de core set. Acta Fisiatr. 2008;15(1):42-8. doi: 10.11606/ISSN.2317-0190.v15i1a102908.
https://doi.org/10.11606/ISSN.2317-0190....
.

Ainda, salienta-se que este estudo utilizou amostragem intencional no comitê de especialistas para cumprir o objetivo de envolver uma amostra de profissionais que fosse representativa por sua atuação no ambiente hospitalar e atendimento aos pacientes HIV, assim como por sua expertise no trabalho com a CIF. Porém, participaram do consenso apenas seis especialistas, revelando perda amostral de 50% entre o convite e a devolução das respostas dos questionários, contribuindo para os dados da literatura2828. Scarparo AF, Laus AM, Azevedo ALCS, Freitas MRI, Gabriel CS, Chaves LDP. Reflexões sobre o uso da técnica delphi em pesquisas na enfermagem. Rev Rene. 2012;13(1):242-51..

Além do número reduzido de fisioterapeutas que compuseram o comitê, destacam-se como limitação do estudo a literatura escassa sobre o assunto para discussão dos resultados, o tempo de aplicação do instrumento e as habilidades e os conhecimentos necessários ao profissional para a correta utilização da ferramenta. Outra limitação é a lacuna no uso de instrumentos sistematizados e validados que apontem os avanços e as práticas BPS nos diferentes ambientes de atuação do fisioterapeuta, desde a promoção até a atenção hospitalar, considerando potenciais funcionais e melhoras com prescrições clínicas adequadas da prática profissional para o benefício de diferentes usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).

Diante da variabilidade e complexidade do quadro clínico e funcional apresentado pelo paciente HIV, os serviços de saúde enfrentam um desafio ao oferecer atendimento integral, investigando os dados clínicos e os impactos contextuais (sociais, emocionais e pessoais). No cenário hospitalar, a aplicação do modelo BPS da CIF pode ser útil considerando as recorrentes hospitalizações, por permitir a investigação do estado de saúde dos indivíduos em diferentes estágios e contextos. O instrumento produzido neste estudo é uma ferramenta poderosa na prática clínica fisioterapêutica, visto a simplicidade da sua aplicação e os objetivos do seu uso, como a comparação funcional entre os diferentes períodos nos quais o indivíduo permaneceu hospitalizado e a promoção de saúde com o planejamento da alta hospitalar considerando os aspectos biopsicossociais envolvidos.

CONCLUSÃO

O instrumento construído e nomeado “Avaliação Funcional Fisioterapêutica de Saúde para Pessoas com HIV (AFFIS-HIV)” apresenta validade para a avaliação fisioterapêutica e classificação funcional baseada na CIF para pacientes HIV hospitalizados. Seu uso contribuirá para a prática clínica como uma ferramenta vantajosa e simples de avaliação da funcionalidade e planejamento da assistência fisioterapêutica, considerando o contexto biopsicossocial do paciente soropositivo em ambiente hospitalar.

REFERENCES

  • 1
    Portela MC, Lotrowska M. Assistência aos pacientes com HIV/Aids no Brasil. Rev Saude Publica. 2006;40(Suppl l):70-9. doi: 10.1590/S0034-89102006000800010.
    » https://doi.org/10.1590/S0034-89102006000800010
  • 2
    Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Recomendações para a prática de atividades físicas para pessoas vivendo com HIV e aids. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2012.
  • 3
    Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para manejo da infecção pelo HIV em adultos. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2013.
  • 4
    Nunes AA, Caliani LS, Nunes MS, Silva AS, Mello LM. Análise do perfil de pacientes com HIV/Aids hospitalizados após introdução da terapia antirretroviral (HAART). Cienc Saude Colet. 2015;20(10):3191-8. doi: 10.1590/1413-812320152010.03062015.
    » https://doi.org/10.1590/1413-812320152010.03062015
  • 5
    Paschoal LN, Souza PN, Buchalla CM, Brito CMM, Battistella LR. Identification of relevant categories for inpatient physical therapy care using the International Classification of Functioning, Disability and Health: a Brazilian survey. Braz J Phys Ther. 2019;23(3):212-20. doi: 10.1016/j.bjpt.2018.08.006.
    » https://doi.org/10.1016/j.bjpt.2018.08.006
  • 6
    Dantas MS, Abrão FMS, Freitas CMSM, Oliveira DC. Representações sociais do HIV/AIDS por profissionais de saúde em serviços de referência. Rev Gaucha Enferm. 2014;35(4):94-100. doi: 10.1590/1983-1447.2014.04.45860.
    » https://doi.org/10.1590/1983-1447.2014.04.45860
  • 7
    Jesus GJ, Oliveira LB, Caliari JS, Queiroz AAFL, Gir E, Reis RK. Dificuldades do viver com HIV/Aids: entraves na qualidade de vida. Acta Paul Enferm. 2017;30(3):301-7. doi: 10.1590/1982-0194201700046.
    » https://doi.org/10.1590/1982-0194201700046
  • 8
    Lédo APO, Neves JS, Martinez BP, Brites C. Dinapenia e qualidade de vida em indivíduos infectados pelo HIV. Acta Fisiatr. 2017;24(4):180-5. doi: 10.5935/0104-7795.20170034.
    » https://doi.org/10.5935/0104-7795.20170034
  • 9
    Nobre AQTC, Costa IS, Bernardes KO. A fisioterapia no contexto do HIV/AIDS. Fisioter Mov. 2008;21(4):11-8.
  • 10
    Organização Mundial da Saúde. Como usar a CIF: um manual prático para o uso da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF). Versão preliminar para discussão. Genebra: OMS; 2013.
  • 11
    Myezwa H, Buchalla CM, Jelsma J, Stewart A. HIV/AIDS: use of the ICF in Brazil and South Africa - comparative data from four cross-sectional studies. Physiotherapy. 2011;97(1):17-25. doi: 10.1016/j.physio.2010.08.015.
    » https://doi.org/10.1016/j.physio.2010.08.015
  • 12
    Lima TG, Barbosa P, Modesto GP, Valduga R. O uso da CIF para caracterização da funcionalidade de pacientes críticos em uma unidade de emergência. Cad Educ Saude Fisioter. 2017;4(8):117-8. doi: 10.18310/2358-8306.v4n8suplem.
    » https://doi.org/10.18310/2358-8306.v4n8suplem
  • 13
    Organização Mundial da Saúde, editor. CIF: Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. São Paulo: Edusp; 2003.
  • 14
    Stucki G, Bickenbach J. Functioning: the third health indicator in the health system and the key indicator for rehabilitation. Eur J Phys Rehabil Med. 2017;53(1):134-8. doi: 10.23736/S1973-9087.17.04565-8.
    » https://doi.org/10.23736/S1973-9087.17.04565-8
  • 15
    Hulley SB, Cummings SR, Brower WS, Grady DG, Newman TB. Delineando a pesquisa clínica. 4a ed. Porto Alegre: ArtMed; 2015.
  • 16
    McHugh ML. Interrater reliability: the kappa statistic. Biochem Med (Zagreb). 2012;22(3):276-82.
  • 17
    Castaneda L, Bergmann A, Bahia L. A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde: uma revisão sistemática de estudos observacionais. Rev Bras Epidemiol. 2014;17(2):437-51. doi: 10.1590/1809-4503201400020012ENG.
    » https://doi.org/10.1590/1809-4503201400020012ENG
  • 18
    Amorim TB, Santana EP, Santos KOB. Symptomatic profile of infected individuals with HIV/AIDS in a physiotherapy department. Fisioter Mov. 2017;30(1):107-14. doi: 10.1590/1980-5918.030.001.AO11.
    » https://doi.org/10.1590/1980-5918.030.001.AO11
  • 19
    UNAIDS Brasil. Resumo informativo: estatísticas mundiais sobre o HIV. Brasília (DF): UNAIDS Brasil; [cited 2023 Mar 20]. Available from: https://unaids.org.br/wp-content/uploads/2020/07/2020_07_05_UNAIDS_GR2020_FactSheet_PORT-final-1.pdf
    » https://unaids.org.br/wp-content/uploads/2020/07/2020_07_05_UNAIDS_GR2020_FactSheet_PORT-final-1.pdf
  • 20
    Biz MCP, Lima DP, Machado WF. Perspectivas da utilização da CIF na prática interdisciplinar. Rev Cientif. CIF Brasil. 2017;7(7):2-11.
  • 21
    Buchalla CM, Cavalheiro TR. A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde e a Aids: uma proposta de core set. Acta Fisiatr. 2008;15(1):42-8. doi: 10.11606/ISSN.2317-0190.v15i1a102908.
    » https://doi.org/10.11606/ISSN.2317-0190.v15i1a102908
  • 22
    Hanass-Hancock J, Myezma H, Carpenter B. Disability and living with HIV: baseline from a cohort of people on long term ART in South Africa. PLoS One. 2015;10(12):e0143936. doi: 10.1371/journal.pone.0143936.
    » https://doi.org/10.1371/journal.pone.0143936
  • 23
    Myezwa H, Hanass-Hancock J, Ajidahun AT, Carpenter B. Disability and health outcomes - from a cohort of people on long-term anti-retroviral therapy. SAHARA J. 2018;15(1):50-9. doi: 10.1080/17290376.2018.1459813.
    » https://doi.org/10.1080/17290376.2018.1459813
  • 24
    Stucki G, Ewert T, Cieza A. Value and application of the ICF in rehabilitation medicine. Disabil Rehabil. 2002;24(17):932-8. doi: 10.1080/09638280210148594.
    » https://doi.org/10.1080/09638280210148594
  • 25
    Stucki G, Pollock A, Engkasan JP, Selb M. How to use the International Classification of Functioning, Disability and Health as a reference system for comparative evaluation and standardized reporting of rehabilitation interventions. Eur J Phys Rehabil Med. 2019;55(3):384-94. doi: 10.23736/S1973-9087.19.05808-8.
    » https://doi.org/10.23736/S1973-9087.19.05808-8
  • 26
    Andrade LEL, Oliveira NPD, Ruaro JA, Barbosa IR, Dantas DS. Avaliação do nível de conhecimento e aplicabilidade da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. Saude Debate. 2017;41(114):812-23. doi: 10.1590/0103-1104201711411.
    » https://doi.org/10.1590/0103-1104201711411
  • 27
    Pernambuco AP, Lana RC, Polese JC. Knowledge and use of the ICF in clinical practice by physiotherapists and occupational therapists of Minas Gerais. Fisioter Pesqui. 2018;25(2):134-42. doi: 10.1590/1809-2950/16765225022018.
    » https://doi.org/10.1590/1809-2950/16765225022018
  • 28
    Scarparo AF, Laus AM, Azevedo ALCS, Freitas MRI, Gabriel CS, Chaves LDP. Reflexões sobre o uso da técnica delphi em pesquisas na enfermagem. Rev Rene. 2012;13(1):242-51.
  • Trabalho apresentado no IV Congresso dos Programas de Residência do Complexo do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (CHC-UFPR) no dia 11 de fevereiro de 2021.
  • Fonte de financiamento: nada a declarar
  • Aprovado pelo Comitê de Ética: Protocolo nº 3.819.191.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    02 Jun 2023
  • Data do Fascículo
    2023

Histórico

  • Recebido
    07 Fev 2021
  • Aceito
    28 Nov 2022
Universidade de São Paulo Rua Ovídio Pires de Campos, 225 2° andar. , 05403-010 São Paulo SP / Brasil, Tel: 55 11 2661-7703, Fax 55 11 3743-7462 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revfisio@usp.br