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Espaço: poder e saúde - a reforma de Carlos Chagas

RESUMOS DE TESES

Espaço - poder e saúde - a reforma de Carlos Chagas

Maria José dos Santos Rossi

TESE DE LIVREDOCÊNCIA

ESPAÇO - PODER E SAÚDE - A REFORMA DE CARLOS CHAGAS - Maria José dos Santos Rossi - UNI-RIO-RJ - TESE DE LIVREDOCÊNCIA - 1991

O presente trabalho refere-se à utilização de um instrumental teórico usado por Michel Foucault para a análise da Reforma Carlos Chagas. Situando o autor historicamente no seu contexto, e analisando a sociedade brasileira dos anos 20, pudemos traçar uma estratégia de análise do tema. Esta organização se dá através de uma técnica política - a disciplina - que tem como objetivo fazer com que tanto o espaço físico como o espaço físico como o espaço social sejam esquadrinhados para que o poder se espalhe pela sociedade. Foi através do decreto legislativo nº 3987 de janeiro de 1920 e do decreto nº 11354 de setembro do mesmo ano que Carlos Chagas criou o Departamento Nacional de Saúde Pública. Este Departamento se constituiu na estratégia utilizada por Carlos Chagas para disciplinar a sociedade brasileira, em especial a capital da República, a cidade do Rio de Janeiro, visando criar uma "consciência sanitária". A disciplina da sociedade estava diretamente ligada à descentralização do poder, através de uma rede de micro poderes que era exercida por um verdadeiro "exército" de diretores, inspetores dos médicos investidos em autoridade sanitária, enfermeiros, funcionários subalternos e visitadòras. Esse "exército" fazia cumprir o regulamento sanitário, estabelecendo um rígido sistema de normas e de punições para todos os indivíduos, todas as famílias, enfim para todos os grupos. Apesar de estar filiada à Medicina Preventiva - a Reforma Carlos Chagas não conseguiu estabelece/ uma nova orientação paradigmática para se tornar hegemônica em relação à medicina curativa tradicional. Assim mesmo, a Reforma possue uma certa ambiguidade porque, se de um lado estava presa ao pensamento liberal defendendo o acesso de todas as pessoas ao estado de higidez, de outro lado, impunha as normas sanitárias para que a população obedecesse as regras sanitárias e adquirisse ou conservasse aquele estado de higidez, mas não possibilitou à população uma participação política condizente com aquele espírito liberal. Procedeu-se então à - medicalizaçãò da vida - e da sociedade.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    27 Fev 2015
  • Data do Fascículo
    Mar 1991
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