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POR UM OUTRO COSMOPOLITISMO: O ATIVISMO TRANSNACIONAL DE MULHERES INDÍGENAS NA AMÉRICA LATINA

Resumo

Ao longo dos anos 2000, as mulheres indígenas tornaram-se líderes na luta de seus povos por suas terras e direitos. Elas começaram ocupando posições de poder em organizações locais, e mais recentemente ganharam projeção nos níveis nacional, regional e global. Lideranças indígenas brasileiras seguiram o caminho aberto por outros movimentos indígenas latino-americanos e moldaram as próprias demandas por direitos humanos. Sua proficiência na língua dos direitos humanos lhes permitiu falarem e serem ouvidas em diferentes arenas, seja na dos direitos dos povos indígenas, seja na ambiental, seja na dos direitos das mulheres. Baseamo-nos, neste artigo, na abordagem de Seyla Benhabib do cosmopolitismo, em particular de seu conceito de iterações democráticas, para argumentar que, usando os direitos humanos para traduzir normas globais em contextos locais, as mulheres indígenas se constituem como mediadoras entre o local, o nacional e o global. Seu cosmopolitismo, ao mesmo tempo que ilumina, pressiona o capitalismo liberal. Trata-se de artigo teórico com embasamento empírico resultante de pesquisa de campo realizada entre os anos de 2014 e 2018.

Direitos das mulheres; direitos dos povos indígenas; cosmopolitismo; ativismo transnacional; teoria política

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