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ANÁLISE DOS PERIÓDICOS DA OTORRINOLARINGOLOGIA, ORTOPEDIA E CIRURGIA DO TÓRAX

Resumos

Objetivos:

Realizar análise ampla dos periódicos da Medicina III - CAPES e, especificamente, os pertencentes à Otorrinolaringologia, Ortopedia e Traumatologia, e Cirurgia Torácica.

Método:

Busca ativa do fator de impacto dos periódicos das áreas citadas no Journal Citation Report e Scimago, sua indexação no Scielo, Lilacs, Scopus, Google Scholar e sua estratificação no WebQualis.

Resultados:

Para a Otorrinolaringologia foram encontrados 44 periódicos, cujo fator de impacto variou de 3.006 a 0.128; entretanto, apenas 26 deles (60%) tinham Qualis medido pela CAPES; nas estratificações encontrou-se nenhuma revista em A1, três em A2 e nove em B1. Para a Cirurgia Torácica foram localizados três periódicos, sendo que apenas um tinha Qualis medido (A2) com média de 3.61. Os resultados da busca para a Ortopedia e Traumatologia permitiu encontrar 67 periódicos, cuja variação do fator de impacto foi de 4.699 a 0.156; apenas 38 deles (60%) tinham Qualis medido; três periódicos tinham estratificação A1, sete A2 e 25 em B1.

Conclusão:

A busca por revistas de maior impacto faz com que muitos especialistas deixem de publicar em revistas de sua área enfrentando mais dificuldades que pesquisadores das outras áreas.

Revistas; Fator de impacto; Indexação


Objectives:

To perform an extensive analysis of journals in Medicine III - CAPES, and specifically those in the areas of Otorhinolaryngology, Orthopedics and Traumatology and Chest Surgery.

Method:

An active search for the impact factors in the Journal Citation Reports, Scimago, their indexation in Scielo, Lilacs, Scopus and Google Scholar, and their stratification in WebQualis was done.

Results:

Forty-four journals with measured impact factors ranging from 3.006 to 0.128 were detected in the area of Otorhinolaryngology; however, only 26 of them (60%) had a Qualis measured by CAPES; in the stratification, no journal was detected in A1, three were A2 and nine B1. Three journals were located for Chest Surgery, with only one of them having a measured Qualis (A2) with a mean of 3.61. Sixty-seven journals were detected for Orthopedics and Traumatology, with an impact factor ranging from 4.699 to 0.156; Qualis was measured in only 38 of them (60%); there were three journal stratified as A1, seven as A2 and 25 as B1.

Conclusion:

The search for journals of higher impact induces authors to not publish in journals related to their area and facing more difficulties than investigators from other areas.

Journals; Impact factor; Indexation


INTRODUÇÃO

Preocupados com a diversidade das publicações das diferentes áreas dos diversos programas da Medicina III, decidiu-se por realizar análise mais ampla dos periódicos, especificamente os de Otorrinolaringologia, Ortopedia e Traumatologia e Cirurgia Torácica.

MÉTODO

Foi realizada busca ativa do fator de impacto dos periódicos das áreas citadas no Journal Citation Report22. Journal Citation Reports. Disponível em: http://admin.webofknowledge.com/SessionError.cgi?CSID=&DestApp=JCR&Error=SESSION+NOT+ACTIVE. Acessado em setembro de 2014.
http://admin.webofknowledge.com/SessionE...
e Scimago55. Scimago Journal & Country Rank. Disponível em: www.scimagojr.com. Acessado em setembro de 2014.
www.scimagojr.com...
, sua indexação no Scielo44. SciELO - Scientific Electronic Library Online. Disponível em: www.scielo.org/. Acessado em setembro de 2014.
www.scielo.org/...
, Lilacs33. Lilacs. Disponível em: lilacs.bvsalud.org/. Acessado em setembro de 2014.
lilacs.bvsalud.org/...
, Scopus66. Scopus. Disponível em: www.scopus.com. Acessado em setembro de 2014.
www.scopus.com...
e Google Scholar11. Google Scholar. Disponível em: scholar.google.com.br. Acessado em setembro de 2014.
scholar.google.com.br...
; e sua estratificação no WebQualis77. WebQualis. Disponível em: http://qualis.capes.gov.br/webqualis/principal.seam. Acessado em setembro de 2014.
http://qualis.capes.gov.br/webqualis/pri...
.

RESULTADOS

Na Tabela 1 é possível verificar que a área de Otorrinolaringologia conta com 44 periódicos, cujo fator de impacto (FI) medido varia de 3.006 até 0.128. Entretanto, apenas 26 deles (60%) têm Qualis medido pela CAPES, ou seja, os pesquisadores da área não estão publicando em todas elas. Na Tabela 2 observa-se, para todos os periódicos dessa área, média de 1.742 ou mediana de 1.608. Nota-se que apenas uma é nacional - Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, cujo FI, em 2013, foi de 0.623, B3 na CAPES. Entretanto, a Otorrinolaringologia tem ainda outro periódico nacional, o International Archives of Otorhinolaryngology, indexado no Scielo e Google Scholar. No Scimago é 0.16 e B5 na CAPES. A Tabela 1 mostra, ainda, os diferentes periódicos nas estratificações sendo A1 nenhum periódico, A2 três e B1 nove.

TABELA 1
- Lista dos periódicos de Otorrinolaringologia

TABELA 2
- Otorrinolaringologia: somente periódicos com Qualis

Total de 44 revistas, com fator de impacto variando de 3.006 a 0.128; somente 26 (60%) tinham Qualis medido

Em relação à Cirurgia Torácica, foram localizados três periódicos, sendo que apenas um tinha Qualis medido (A2). Assim, essa área conta com média e mediana de 3.61. Vale ressaltar que o Jornal Brasileiro de Pneumologia que também é bastante utilizado pelos pesquisadores da área, é B2 na CAPES e tem FI em 2013 de 1.27 (Tabelas 3 e 4).

TABELA 3
- Lista dos periódicos da Cirurgia Torácica

TABELA 4
- Cirurgia Torácica: somente periódicos com Qualis

Os resultados da busca para a área de Ortopedia e Traumatologia mostraram 67 periódicos, cuja variação do FI vai de 4.699 a 0.156. Mas, apenas 38 deles (60%) têm Qualis medido. A média da área é de 2.411 e a mediana de 3.367 (Tabelas 5 e 6). A área conta, ainda, com um periódico nacional, a Acta Ortopédica Brasileira, com FI de 0.156, medido em 2013, B3 na Capes. Além desses, mais dois nacionais: a Revista Brasileira de Ortopedia e Coluna, ambas indexadas no Scielo, Lilacs, Scopus e Googles Scholar, B5 na Capes. A Tabela 5 mostra também os diferentes periódicos nas estratificações A1, três; A2 sete; e B1 25.

TABELA 5
- Lista dos periódicos de Ortopedia

TABELA 6
- Ortopedia: somente periódicos com Qualis

Total de 67 revistas, com fator de impacto variando de 4.699 a 0.156; somente 38 (60%) tinham Qualis medido

DISCUSSÃO

A Cirurgia Torácica apresenta situação peculiar. Os autores da área sempre publicaram e publicam em revistas associadas à Cirurgia Vascular. Recentemente, eles têm tentado se restringir à sua área, daí o fato de ter apenas uma revista com FI medido A2.

Em relação à Otorrinolaringologia e Ortopedia, apesar das inúmeras opções de revistas dessas áreas, os autores têm publicado em menor número, apenas em 60% delas, e seria interessante pesquisar-se a causa. Os ortopedistas têm como opções, três revistas A1, sete A2 e 25 B1; os otorrinolaringologistas, somente três revistas A2, nove B1 e nenhuma A1. Isso faz com que os pesquisadores da área, optem por revistas de outras especialidades afins com maior FI, na busca da tão desejada estratificação A1 e A2. Nessa corrida enfrentam maiores dificuldades e deixam de publicar em sua próprias revistas, o que a médio e longo prazo poderá se reverter em prejuízo para elas.

Dessa forma, a Medicina III, nesses últimos anos conseguiu se equiparar às Medicinas I e II, em termos de média de fatores de impacto (FI=4). Mas isso, para algumas áreas específicas, como a Otorrinolaringologia e Ortopedia, não ocorreu confortavelmente; enquanto na Medicina I e II, os pesquisadores contam com vasta lista de revistas mais bem estratificadas. Os pesquisadores da Medicina III têm maior dificuldade para encontrar uma revista fora de sua área para publicar.

Por outro lado, comentando um pouco sobre as revistas nacionais, o desaparecimento delas, que era o que mais se temia, não está acontecendo. Muitas têm conseguido melhorar a sua indexação. Por exemplo, a Acta Ortopédica Brasileira já tem FI medido igual a 0.158; o Brazilian Journal of Otorrhinolaryngology nos últimos cinco anos deu um salto grande, conseguiu sua indexação junto ao JCR e vem subindo seu FI que já é 0.623. Outras estão no mesmo caminho.

Fica uma reflexão: estamos no caminho certo?

CONCLUSÃO

A busca por revistas de maior impacto faz com que muitos especialistas deixem de publicar em revistas de sua área enfrentando mais dificuldades que pesquisadores das outras áreas.

REFERENCES

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    2015

Histórico

  • Recebido
    19 Fev 2015
  • Aceito
    12 Set 2015
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