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A importância do acompanhamento farmacoterapêutico em pacientes onco-hematológicos

The importance of pharmacotherapeutic follow-up in onco-haematological patients

EDITORIAIS

A importância do acompanhamento farmacoterapêutico em pacientes onco-hematológicos

The importance of pharmacotherapeutic follow-up in onco-haematological patients

Daniel Sturaro

Farmacêutico – Bio Sana's Serviços Médicos (Divisão de Onco-hematologia / TCTH). Professor de Farmacologia do Centro Universitário São Camilo – ES. Professor de Farmacologia do Instituto de Pesquisa e Educação em Saúde de São Paulo (IPESSP) – São Paulo-SP

Correspondência Correspondência: Daniel Sturaro Rua Croata, 416 / 63 – Bairro Lapa 05056-020 – São Paulo-SP – Brasil E-mail: dsturaro@biosanas.com.br

O acompanhamento farmacoterapêutico (AF) é um grande desafio para o profissional farmacêutico e se torna ferramenta importante para reduzir erros com medicações, o que implica a eficácia do tratamento e a melhora da qualidade de vida. A utilização do AF como estratégia para a aderência do paciente ao tratamento é muito empregada no seguimento de pacientes com hipertensão e diabetes1 e, mais recentemente, no tratamento do câncer.

O AF pode ser realizado através de metodologias, como o Método Dader, desenvolvido em 1999 pelo Grupo de Pesquisa de Assistência Farmacêutica da Universidade de Granada, na Espanha.2,3 Este método permite executar o AF para qualquer tipo de paciente com qualquer doença ou problema de saúde. Em 2005 foi realizada sua terceira revisão com o objetivo de simplificá-lo e globalizá-lo.4

O Consenso de Assistência Farmacêutica realizado na Espanha, em 2001, define o AF como uma prática personalizada na qual o farmacêutico tem a responsabilidade de orientar o paciente, além de detectar, prevenir e resolver todos os problemas relacionados com medicamentos (PRM) de uma maneira contínua, sistemática e documentada, em colaboração com o paciente e equipe multiprofissional.5

Em 2002, o Consenso Brasileiro de Assistência Farmacêutica define o AF como parte da atenção farmacêutica conforme determinou o grupo espanhol.6

Neste contexto, a onco-hematologia é uma área complexa e específica, e, a partir da RDC 220/2004, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que determina a criação de Equipe Multiprofissional de Terapia Antineoplásica (EMTA), impulsionou a presença do farmacêutico no acompanhamento de pacientes onco-hematológicos para solucionar os PRM. O desenvolvimento de novos fármacos de alto custo com administração por via oral para o tratamento do câncer, dentre eles os inibidores da tireosinoquinase (imatinibe, dasatinibe e nilotinibe) empregados na leucemia mieloide crônica, estimulou a realização do AF. O AF visa detectar possíveis reações adversas desses medicamentos, além de garantir a aderência do paciente ao tratamento, com impacto direto na segurança e eficácia, e consequente melhora na qualidade de vida.

Em resumo, realizar o acompanhamento farmacoterapêutico em pacientes onco-hematológicos apenas corrobora a tendência de que o tratamento oncológico deve ser feito por uma equipe multidisciplinar.

Recebido: 12/05/2009

Aceito: 20/05/2009

Avaliação: O tema abordado foi sugerido e avaliado pelo editor.

  • 1. Macedo BS, Garrote CFD, Oliveira ND. Projeto de implantação de atenção farmacêutica a pacientes portadores de diabetes mellitus tipo 2 em programa de saúde da família. Revista Eletrônica de Farmácia. 2005;2(2):116-8.
  • 2. Faus MJ, Martínez F, Fernadez-Llimós F. Programa Dáder de implantacion del Seguimiento del Tratamiento Farmacológico. Granada: GIAF-UGR; 2000.
  • 3. Machuca M, Fernadez-Llimós F, Gastelurrutia MA. Guia de Seguimento Farmacoterapéutico: Método Dáder. Granada:GIAF-UGR;2003. (disponível em URL: http://www.giaf-ugr.org/docu/docu-giaf.htm)
  • 4. Pharmaceutical Care Research Group, University of Granada (Spain). Pharmacotherapy follow up: The Dader method (3rd revision: 2005). Pharmacy Practice. 2006;4(1):44-53.
  • 5. Grupo de expertos. Consenso sobre Atención Farmacêutica. Ars Pharm. 42(3-4):221-41;2001. (disponível em http://pharmacia.ugr.es/ars/)
  • 6. Ivama AI, Noblat L, Castro MS. Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica: Trilhando caminhos. Brasilia: OPAS;2002.
  • Correspondência:

    Daniel Sturaro
    Rua Croata, 416 / 63 – Bairro Lapa
    05056-020 – São Paulo-SP – Brasil
    E-mail:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      14 Ago 2009
    • Data do Fascículo
      2009
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