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Teoria da disonância

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Teoria da disonância

Onilza Borges Martins

Professora da Universidade Federal do Paraná e Doutora e Livre-Docente em Educação pela Universidade Federal de Santa Maria, RS

FESTIGER, Leon. Teoria da disonância. Rio de Janeiro, Zahar, 1975, 245 p.

A vida humana é feita de mil contradições. Vivemos permanentemente entre a coerência e a incoerência, tantas são as situações de alta complexidade que enfrentamos.

A tentativa humana de reduzir cada vez mais as contradições constitui o tema central do livro de Leon Festinger, professor da New School for Social Research, de Nova York.

Explorar as consequências da existência da dissonância cognitiva e analisar as tentativas humanas de reduzi-la é a proposta de Festinger, que pretende mostrar teórica e concretamente o problema, investigando aspectos de extrema importância para a vida do homem contemporâneo, tais como persuasão e dissuasão, conflito e decisão, comunicação e deficiência comunicativa.

Em linhas gerais, o Autor assegura que a teoria da dissonância pode ajudar-nos a compreender que, em algumas circunstâncias, não há correspondência entre os elementos cognitivos e a realidade.

Para reduzir a dissonância, há várias maneiras possíveis, conforme o tipo de elementos cognitivos envolvidos e do contexto cognitivo global. Pode-se, por exemplo, mudar um elemento cognitivo comportamental ou ambiental.

Entretanto, a resitencia à redução de dissonância pode apresentar-se muito forte sobretudo quanto à mudança de elementos cognitivos comportamentais. Mudar o comportamento é sempre difícil e, algumas vezes, praticamente impossivel.

É óbvio que a tentativa de se reduzir as contradições implica na tomada de decisões, quase nunca simples e quase sempre difícil e ate mesmo dolorosa.

Festinger aborda a questão das decisões, a sua importância, a magnitude da dissonância pós-decisõria e as manifestações de pressão que ocorrem com o objetivo de diminuir a dissonância pós-decisória.

O livro ressalta, ainda, as conseqüências das decisões.

Outra abordagem de Festinger trata dos efeitos da condescendência forçada, ou seja, comportamentos adotados por alguém em determinadas circunstâncias publicas e que contrariam suas próprias convicções e princípios.

A obra trata, ainda, da exposição voluntária e involuntária das pessoas aos processos de informação, da importância do apoio social ao aumento ou redução da dissonância cognitiva, a ocorrência de boatos generalizados,a negação da realidade por grandes grupos de pessoas, a proselitização em massa, os processos de influência e a manutenção de crenças "Invalidas", qualificativo que o Autor empresta as crenças que estão direta e inequivocamente desconfirmadas por provas culturais e científicas.

A obra é complexa e dotada de grande número de termos técnicos. Entretanto, do ponto de vista psicológico e do ponto de vista social, o livro deve ser lido, bastante meditado e sua teoria, sem dúvida, merece ser posta em prática.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    11 Mar 2015
  • Data do Fascículo
    Dez 1982
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