Acessibilidade / Reportar erro

Trote universitário: diversão ou constrangimento entre acadêmicos da saúde?

University hazing: amusement or embarrassment among academic health?

Rito de iniciación universitario: diversión o avergonzamiento entre académicos de la salud?

Resumos

O estudo objetivou identificar, entre universitários, a opinião acerca da participação no trote de calouros, bem como os possíveis constrangimentos relacionados. Participaram 202 estudantes com idade média de 20 anos, que correspondem a 80,8% dos universitários da instituição. A maioria (77,5%) não vê o trote como violência e 67,8% dele participaram ao ingressar no curso. Entre os que percebem o trote como violência, não houve diferença entre sexo e o curso (p>0,05). No entanto, a opinião prevalente daqueles com maior idade (p<0,05), que não participaram do trote (p<0,05), considera-o constrangedor (p<0,05). Se grande parte dos estudantes avaliou positivamente o trote, mas os não participantes sentiram-se constrangidos, pode-se questionar em que medida as instituições de ensino superior podem continuar admitindo o trote como rito de passagem ou até que ponto se deve classificá-lo como processo opressivo, apesar de naturalizado.

Estudantes de ciências da saúde; Violência; Comportamento de massa; Comportamento social


The study aimed to identify among academics the opinion about participation in freshmen hazing and possible constraints related. Two hundred and two students with a mean age of 20 years participated, which corresponds to 80.8% of the students of the institution. The majority (77.5%) does not see hazing as embarrassment and 67.8% has participated on it to join the course. Among those who perceive hazing as violence, there was no difference between gender and course (p> .05). If most of the students evaluated positively the hazing, even feeling constrained about it, one might question the extent to which higher education institutions can continue admitting hazing as a rite of passage or to what extent it should sort it process as oppressive, though naturalized.

Students, health occupations; Violence; Mass behavior; Social behavior


El objetivo del estudio fue identificar entre los académicos, la opinión acerca de la participación en una novatada de estudiantes de primer año y las posibles consternaciones relacionadas. Acudieron 202 estudiantes con un promedio de edad de 20 años, lo que corresponde al 80,8% de los estudiantes de la institución. La mayoría (77,5%) no ve a las novatadas como una violencia y el 67,8% participaron al ingresar al curso. Entre aquellos que perciben al rito como violencia, no hubo diferencia entre el sexo y el curso (p> 0,05). Sin embargo, la opinión predominante entre los mayores (p <0,05), los que no participaron en las novatadas (p <0,05), lo consideran vergonzoso (p <0,05). Si la mayoría de los alumnos evaluaron positivamente el rito, pero, los que no s participaron se sintieron avergonzados, cabe preguntarse hasta qué punto las instituciones de educación superior pueden seguir admitiendo novatadas como un rito de pasaje o en qué medida se debe clasificarlo como proceso opresivo, aunque naturalizado.

Estudiantes de Ciencias de la Salud; Violencia; Conducta de masa; El comportamiento social


  • 1
    Almeida Jr OR, Queda O. Bullying escolar, trote universitário e assédio moral no trabalho: uma investigação sobre similaridades e diferenças. Antitrote. [Internet]. 2011 [acesso 25 mar. 2012]. Disponível: http://www.antitrote.org/artigos/?id=26
  • 2
    Brasil. Câmara dos Deputados. Projeto de Lei no 1.023/1995. Dispõe sobre as atividades de recepção aos novos alunos nas instituições de ensino. Autor: deputado Feu Rosa. Câmara dos Deputados. [Internet]. 8 set. 1995 [acesso 25 mar. 2012]. Disponível: http://www.antitrote.org/artigos/?id=29
  • 3
    Espelage DL, De La Rue L. School bullying: its nature and ecology. Int J Adolesc Med Health. 2011;24(1):3-10.
  • 4
    Yu HJ. Producing more persuasive antiviolence messages for college students: testing the effects of framing, information sources, and positive/negative fact appeal. J Interpers Violence. 2012;27(9):1631-54.
  • 5
    Fortes PAC. A bioética em um mundo em transformação. Rev. bioét (Impr.). 2011;19(2):319-27.
  • 6
    Conselho Nacional de Saúde (Brasil). Diretrizes e normas regulamentadoras sobre pesquisa envolvendo seres humanos. Resolução no 196, de 10 de outubro de 1996. Brasília: Ministério da Saúde; 1996.
  • 7
    Pestana MH, Gageiro JN. Análise de dados para ciências sociais: complementaridade do SPSS. 3a ed. Lisboa: Edições Silabo; 2003.
  • 8
    Brasil. Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Brasília: Presidência da República; 1990.
  • 9
    Zuin AAS. O trote na universidade: passagens de um rito de iniciação. São Paulo: Cortez; 2002.
  • 10
    Costa SM, Durães SJA, Abreu MHNG. Feminização do curso de odontologia da Universidade Estadual de Montes Claros. Ciênc Saúde Coletiva. [Internet]. 2012 [acesso 18 dez. 2012];15(Supl. 1):1873-2010. Disponível: http://www.scielo.br/pdf/csc/v15s1/100.pdf
  • 11
    Almeida MT. A ordem médica e a desordem do sujeito na formação profissional médica. Rev bioét (Impr.). 2011;19(3):741-52.
  • 12
    Siqueira VHF, Fonseca MCG, Sá MB, Lima ACM. Construções identitárias de estudantes de farmácia no trote universitário: questões de gênero e sexualidade. Pro-Posições [Internet]. 2012 [acesso 6 jun. 2013];23(2):145-59. Disponível: http://www.scielo.br/pdf/pp/v23n2/a10v23n2.pdf
  • 13
    Dearo G. Trote é exclusão, não integração. [Internet]. 17 fev. 2011 [acesso 25 mar. 2012]. Disponível:http://guiadoestudante.abril.com.br/vestibular-enem/trote-exclusao-naointegracao-diz-professor-usp-619019.shtml
  • 14
    Almeida Jr OR. Uma forma institucional de glorificar a violência. [Internet]. 2011 [acesso 25 mar. 2012]. Disponível: http://www.antitrote.org/artigos/?id=27
  • 15
    Allan EJ, Madden M. The nature and extent of college student hazing. Int J Adolesc Med Health. 2012;24(1):83-90.
  • 16
    Villaca FM, Palacios M. Concepções sobre assédio moral: bullying e trote em uma escola médica. Rev Bras Educ Med. [Internet]. 2010 [acesso 6 jun. 2013];34(4):506-14. Disponível: http://www.scielo.br/pdf/rbem/v34n4/v34n4a05.pdf
  • 17
    United Nations. The Universal Declaration of Human Rights. [Internet]. Adopted and proclaimed by Resolution 217 A(III) of the UN General Assembly on December 10, 1948 [acesso 18 dec. 2012]. Disponível: http://www.un.org/en/documents/udhr/
  • 18
    Souza ER, Ribeiro AP, Penna LHC, Ferreira AL, Santos NC, Tavares CMM. O tema violência intrafamiliar na concepção dos formadores dos profissionais de saúde. Ciênc Saúde Coletiva. 2009 [acesso 1o out. 2012];14(5). Disponível: http://www.scielo.br/pdf/csc/v14n5/12.pdf
  • 19
    Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos. [Internet]. Paris: Unesco; 1997 [acesso 17 jun. 2009]. Disponível: http://unesdoc.unesco.org/images/0014/001461/146180por.pdf

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    17 Out 2013
  • Data do Fascículo
    Ago 2013

Histórico

  • Recebido
    18 Dez 2012
  • Aceito
    24 Jun 2013
  • Revisado
    11 Jun 2013
Conselho Federal de Medicina SGAS 915, lote 72, CEP 70390-150, Tel.: (55 61) 3445-5932, Fax: (55 61) 3346-7384 - Brasília - DF - Brazil
E-mail: bioetica@portalmedico.org.br