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CARTAS DO LEITOR

Ao Editor

ANATOMIA HUMANA SEGMENTAR

O ensino da anatomia humana, sistêmica, topográfica ou aplicada é uma necessidade, entre as indispensáveis, num currículo de graduação médica.

O que se discute é como ministrá-la: período, carga horária, horizontalidade, verticalidade, estudo animado ou inanimado, experimental ou não.

A anatomia sempre embasou o ensino da propedêutica física e radiológica e o da Cirurgia. Em conseqüência, surgiu um desdobramento didático como, por exemplo, anatomia sistémica, topográfica, radiológica.

A medicina, como em outras áreas do conhecimento, nos últimos anos foi aquinhoada com dois grandes avanços tecnológicos: o ultra-som e a tomografia computadorizada.

O grande valor destes métodos é conjugarem, com facilidade, a eficiência e a inocuidade. A única dúvida que se nos apresentou, logo no início, foi a possibilidade de surdez nos fetos. Tal dúvida parece não se ter consolida­ do como um fator negativo ao ultra-som.

Os exames quando constatam a alteração, mesmo que não haja precisão diagnóstica etiológica, eles nos orientam para o local do acometimento e daí, então, aprimora-se, com outro (s) método (s), em busca da etiologia. A grande vantagem e o que estimula a expansão de seu uso ou indicação é a inocuidade.

O desenvolvimento técnico se faz na medida em que o homem compartimentaliza-se nos seus conhecimentos e em profundidade. Isto se consegue por estudo em sec ções ou segmentos do objeto examinado. Na Medicina, o objetivo é o corpo humano. Se há necessidade de cortes ultra-sonográficos ou tomográficos, baseado na eco­ genicidade de vários tecidos, obviamente que o resultado dos mesmos é retratado por secções ou segmentos. Preferimos segmentos a secções desde que estes, conceitual­ mente, devem ser usados quando há descontinuidade da região operada.

Segmentar ou seccional mente, o emprego dos exames, quando bem indicados, é irreversível e está colocado na rotina propedêutica dos mais variados setores da Medicina. Por ser assim, necessitamos, não só manter corno rever nossos conhecimentos anatômicos; para o técnico, a fim de bem executar e, para o médico, a bem interpretá-los. Se assim é verdade, o ensino da Anatomia Humana tem que ser dirigido, também, neste sentido o que poderia exigir um desdobramento didático cuja denominação poderia, por exemplo, ser Anatomia Humana Segmentar.

Trata-se de uma idéia que poderia ser discutida, criticamente, e colocada em prática, se for o caso, como disciplina optativa.

Os alunos e médicos, com certeza, se beneficiarão com mais este treinamento anatômico básico.

Cabe, no entanto, à organização curricular prevenir o descuido com a formação anatômica global (ou geral) para qualificar, ainda mais, o médico integral.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    25 Jun 2021
  • Data do Fascículo
    May-Aug 1986
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