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Inscrevendo a história do Novo Mundo na história universal: Cronologias coloniais e conhecimento astral na América Hispânica do final do século XVII

Resumo

Neste artigo, estudamos obras históricas e astronômicas publicadas entre 1680 e 1690 por Diego Andrés Rocha, oidor da Audiência Real de Lima, e pelo intelectual criollo Carlos de Sigüenza y Góngora, cosmógrafo do Vice-Reino da Nova Espanha. Sustentamos que, para esses autores coloniais hispano-americanos, a escrita da história e o conhecimento dos fenômenos celestes estavam inextricavelmente ligados, no âmbito de um quadro epistêmico compartilhado. A astronomia e a astrologia lhes propiciaram referências para argumentar, julgar o peso de evidências incongruentes e estabelecer a legitimidade de reivindicações concorrentes ligadas à cronologia do Novo Mundo, especialmente em relação às teorias sobre as origens antigas dos índios. Mostramos como a mobilização de conhecimentos astrais no estabelecimento de cronologias locais ofereceu uma resposta a perguntas politicamente sensíveis sobre o lugar das Américas na história universal do império e da redenção cristã, assim como sobre o próprio lugar dos autores em suas respectivas sociedades coloniais.

Palavras-chave:
Conhecimento astral; escrita da história; América Hispânica colonial

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