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Uma rápida emergência do "clima de latência"* 6 * O Comitê Editorial agradece a Valdei Lopes de Araújo e a Carlos Fico a oportunidade de oferecer aos leitores de Topoi. Revista de História este artigo, prévia de livro ainda inédito de Hans Ulrich Gumbrecht que tem o título provisório de "Latência. Pós-1945". Trata-se de uma pesquisa sobre os anos imediatos ao fim da II Grande Guerra. Em um exercício historiográfico que continua as experiências formais presentes no seu livro Em 1926: vivendo no limite do tempo (Record, 1999), o autor analisa um conjunto variado de documentação para reconstruir os climas históricos que emergem no pós-Guerra. Associado a esse esforço, Gumbrecht avança em sua análise/teoria das transformações na experiência da história, tratando de nossa relação com a II Grande Guerra. Rompendo com o vocabulário psicanalítico que tem dominado a reflexão

Proponho, neste artigo, o conceito de latência para a compreensão da experiência histórica, nos anos imediatamente posteriores ao fim da II Guerra Mundial. Para recuperá-la, analiso fotografias, cartões postais, anúncios, artigos de jornais, textos ficcionais e não ficcionais, memórias pessoais, entre outros. A leitura destas fontes possibilita pensar que, pelo menos desde o fim da guerra, se anunciava um "clima" (stimmung) de latência, isto é, a impressão de que algo intangível estava presente e que conformava o momento histórico. Minha hipótese é que essa transformação na construção social do tempo, implicando uma nova temporalidade, ainda permanece nas culturas ocidentais, neste início do século XXI.

pós-1945; ressonâncias da guerra; temporalidade; latência.


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