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A nova vaga de populismo autoritário internacional da década de 2010 também chegou à África? Os casos de Moçambique e Angola

RESUMO

Este artigo lida com o possível impacto das mais recentes tendências internacionais de populismo autoritário nos sistemas políticos africanos subsaarianos. Contrariamente às dominantes correntes de interpretação, argumenta-se aqui que não estamos em presença de uma nova influência internacional ou modelo a ser seguido localmente. Estamos perante o mais recente exemplo de um longo percurso histórico-político de adaptação das tendências internacionais aos sistemas políticos locais, conforme se estruturaram no período pós-colonial. Não se trata de réplicas pobres de populismo autoritário da mais recente vaga internacional da década de 2010, mas de mais uma assimilação seletiva de tendências políticas internacionais aos sistemas localmente dominantes. Através da análise dos casos específicos de Moçambique e Angola, este artigo discute histórica e teoreticamente a natureza dos regimes e sistemas políticos, mediante uma abordagem crítica das mais atuais discussões da história/ciência política sobre os chamados regimes híbridos, combinando características liberais e iliberais, que recorrem a designações como democracia illiberal, democracias de fachada, autocracias eleitorais, Estados semiautoritários, regimes autoritários competitivos, Estados pós-neo liberais, ou novos regimes autoritário-competitivos.

Palavras-chave:
novo populismo autoritário internacional em África; liberalismo; iliberalismo; Angola; Moçambique

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