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Dexmedetomidina como substituto eficaz ao remifentanil em anestesia intravenosa total: estudo compararativo em videolaparoscopia ginecológica

Departamento de Cirurgia (CCS), Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, Rio Grande do Sul

Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Neusa Maria Heinzmann Bulow R. Marcílio Dias, 222 – Parque do Sol Santa Maria (RS) – CEP 97095-420 Tel. (+55 55) 223-0411 / 9137-9066 E-mail: bulow@bol.com.br

INTRODUÇÃO

O estudo compara dois grupos de pacientes submetidas à videolaparoscopia ginecológica, anestesiadas com dexmedetomidina (DEX) ou com remifentanil (REM), ambos em infusão contínua, associados ao propofol.

MÉTODOS

Após aprovação pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de Santa Maria, 30 pacientes em estado físico P1 e P2 (antigos ASA I e II) (22-56 anos), submetidas à videolaparoscopia ginecológica, deram seu consentimento informado, sendo anestesiadas com DEX ou REM em infusão contínua, associados ao propofol em infusão alvo-controlada. Parâmetros hemodinâmicos (freqüência cardíaca-FC, pressão arterial média-PAM, pressão arterial sistólica-PAS e diastólica-PAD) foram anotados antes da indução anestésica (T1), 5 minutos após intubação orotraqueal (IOT) (T2) e 30 minutos após incisão cirúrgica (T3). Amostras de sangue venoso foram coletadas nesses tempos, para determinação da glicemia e cortisol sérico. Registraram-se tempos para extubação, orientação e alta da sala de recuperação pós-anestésica (SRPA), bem como incidência de náuseas e vômitos, necessidade de analgésicos no pós-operatório e efeitos colaterais.

RESULTADOS

O cortisol sérico decresceu em função do tempo no grupo REM, enquanto no grupo DEX diminuiu na segunda coleta (T2) e retornou aos níveis basais. A glicemia aumentou em função do tempo em ambos os grupos, sendo esse aumento maior no grupo DEX. A análise da PAM e PAD mostrou diferenças entre os grupos, com maior diminuição observada aos 5 minutos após IOT em ambos os grupos. Aos 30 minutos após a incisão cirúrgica, a PAM e PAD retornaram aos valores basais no grupo DEX, enquanto mantiveram-se significativamente mais baixas no grupo REM. Houve diferenças significativas quanto à PAS e FC entre os grupos em T2 e T3, sendo os valores mais baixos no grupo REM. Os tempos para extubação e orientação foram significativamente maiores no grupo DEX, se comparados ao grupo REM, porém, sem diferenças nos tempos para alta da SRPA.

DISCUSSÃO

Não houve diferença na incidência de náuseas e vômitos, bem como da necessidade de analgésicos entre os grupos. Ocorreu um caso de bradicardia na SRPA em paciente do grupo DEX, que respondeu ao uso de atropina.

CONCLUSÃO

A DEX mostrou-se uma droga clinicamente eficaz como substituto ao REM em AIVT durante procedimentos videolaparoscópicos ginecológicos.

REFERÊNCIAS

1. Ebert TI, et al. The effects of increasing plasma concentrations of dexmedetomidine in human. Anesth. 2000;93:382-94.

2. Hall, et al. Sedative, amnestic and analgesic properties of small-dose dexmedetomidine infusions. Anesth Analg. 2000;90:699-705.

  • Dexmedetomidina como substituto eficaz ao remifentanil em anestesia intravenosa total: estudo compararativo em videolaparoscopia ginecológica

    Neusa Maria Heinzmann Bulow; João Batista Teixeira da Rocha Felipe; Heinzmann Bruno Bottom
  • Endereço para correspondência:

    Neusa Maria Heinzmann Bulow
    R. Marcílio Dias, 222 – Parque do Sol
    Santa Maria (RS) – CEP 97095-420
    Tel. (+55 55) 223-0411 / 9137-9066
    E-mail:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      14 Set 2005
    • Data do Fascículo
      2005
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