Acessibilidade / Reportar erro

Condições cardiológicas sensíveis à atenção primária em serviço terciário de saúde: apenas a ponta do iceberg

Cardiac primary care sensitive conditions in a tertiary health service: only the tip of the iceberg

Resumos

Objetivou-se quantificar e descrever a demanda de pacientes em relação a um serviço de saúde terciário por Condições Cardiológicas Sensíveis à Atenção Primária (CCSAP) e determinar o coeficiente e a proporção de internação por CCSAP. Estudo transversal realizado em hospital público regional, no qual se avaliou pacientes adultos atendidos no serviço de urgência com CCSAP. O coeficiente de internação foi de 11,4 por 10 mil e apenas 18,8% foram internados. Houve predomínio de angina (48,5%), seguida de hipertensão arterial (38,8%) e insuficiência cardíaca (12,7%). As internações por CCSAP corresponderam a pequena parcela dos pacientes que demandaram atenção, colocando limites ao uso do indicador.

Qualidade da assistência à saúde; Atenção Primária à Saúde; Avaliação em saúde; Necessidades e demanda de serviços de saúde


The aim of the study was to quantify and to describe the demand of patients for tertiary health care service due to Primary Care-Sensitive Cardiac Conditions (CCSAP) and to determine both the CCSAP hospitalization coefficient and rate. A cross-sectional study held at a regional tertiary hospital where adult patients diagnosed with CCSAP were evaluated. The adjusted hospitalization rate was 11.4/10,000 and only 18.8% were hospitalized. There was a predominance of angina (48,5%), followed by hypertension (38,8%) and heart failure (12,7%). The admissions for CCSAP represented a small part of the patients who demanded attention, placing limits to the use of the indicator.

Quality of health care; Primary Health Care; Health evaluation; Health services needs and demands


  • ALFRADIQUE, M. E. et al. Internações por condições sensíveis à atenção primária: a construção da lista brasileira como ferramenta para medir o desempenho do sistema de saúde (Projeto ICSAP – Brasil). Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 25, n. 6, 2009. p. 1337-1349.
  • BARAKAT, S. F. C. Caracterização da demanda do serviço de emergências clínicas de um hospital terciário do município de São Paulo. 2004. 120f. Tese (doutorado) – Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004.
  • BATISTA, S. R. G. et al. Hospitalização por condições cardiovasculares sensíveis à atenção primária em municípios goianos. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 46, n. 1, 2012. p. 34-42.
  • BRASIL. Ministério da Saúde. Datasus. Informações de saúde. Morbidade hospitalar. Epidemiológicas e Morbidade. Ocorrência por sexo e faixa etária segundo Causa – CID-BR-10. Disponível em: <http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=0203)>. Acesso em: 20 dez 2011.
  • ______. Ministério da Saúde. Portaria n. 221, de 17 abril de 2008. Publica em forma do anexo a lista brasileira de internações por condições sensíveis à atenção primária. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília. 21 Set. 2008c. Seção 1:50.
  • CAVALARI, E. et al Adesão ao tratamento: Estudo entre portadores de hipertensão arterial em seguimento ambulatorial. Revista Enfermagem UERJ, Rio de Janeiro, v. 20, n. 1, 2012. p. 67-72.
  • CONILL, E. M. et al Políticas de atenção primária e reformas sanitárias: discutindo a avaliação a partir da análise do Programa Saúde da Família em Florianópolis, Santa Catarina, Brasil, 1994-2000. Cadernos de Saúde Pública, São Paulo, v. 18, 2002. p. S191-S202.
  • COSTA, A. J. L. C.; KALE, P. L. Medidas de Freqüência de Doença. In: MEDRONHO, R. A. et al., (ed.). Epidemiologia São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro: Atheneu, 2009. p. 13-30.
  • COSTA, J. S. D. et al Prevalência de internação hopitalar e fatores associados em Pelotas, RS. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 44, n. 5, 2010. p. 923-933.
  • DIAS-DA-COSTA, J. S. et al Qualidade da atenção básica mediante internações evitáveis no Sul do Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24, n. 7, 2008. p. 1699-1707.
  • FERNANDES, L. C.; BERTOLDI, A. D.; BARROS, A. J. D. Utilização dos serviços de saúde pela população coberta pela Estratégia de Saúde da Família. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 43, n. 4, 2009. p. 595-403.
  • FURTADO, B. M. A. S. M.; ARAÚJO, J. R. J. L. C.; CAVALCANTI, P. O perfil da emergência do Hospital da Restauração: uma análise dos possíveis impactos após a municipalização dos serviços de saúde. Revista Brasileira de Epidemiologia, São Paulo, v. 7, n. 3, 2004. p. 279-289.
  • GUANAIS, F.; MACINKO, J. Primary Care and Avoidable Hospitalization: Evidence From Brazil. Journal of Ambulatory Care Management, Philadelphia, v. 32, n. 2, 2009, p. 115-122.
  • JUNQUEIRA, R. M. P. Descrição das internações por causas sensíveis à atenção primaria e análise da mortalidade hospitalar em atendimentos do Sistema Único de Saúde no Distrito Federal – 2008 Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília, 2011. 111f.
  • NEDEL, F. B. et al. Características da atenção básica associadas ao risco de internar por condições sensíveis à atenção primária: revisão sistemática da literatura. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, v. 19, n. 1, 2010. p. 61-75.
  • ______. Programa Saúde da Família e condições sensíveis à atenção primária, Bagé (RS). Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 42, n. 6, 2008. p. 1041-1052.
  • OLIVEIRA, L. S. et al Acessibilidade a atenção básica em um distrito sanitário de Salvador. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 17, n. 11, 2012. p. 3047-3056.
  • OLIVEIRA, M. L. F.; SCOCHI, M. J. Determinantes da utilização dos Serviços de Urgência/Emergência em Maringá (PR). Revista Ciência, Cuidado e Saúde, Londrina, v. 1, n. 1, 2002. p. 123-128.
  • PAGE, A. et al Atlas of Avoidable Hospitalisations in Australia: ambulatory care-sensitive conditions. Adelaide: Public Health Information Development Unit, The University of Adelaide, 2007.
  • PARANÁ. Secretaria de Saúde do Estado do Paraná. Plano Diretor de Regionalização: hierarquização e regionalização da assistência à saúde no Estado do Paraná. Curitiba, 2009.
  • PINHEIRO, R. S. et al Gênero, morbidade, acesso e utilização de serviços de saúde no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 7, n. 4, 2002. p. 687-707.
  • RABETTI, A. C.; FREITAS, S. F. T. Avaliação das ações em hipertensão arterial sistêmica na atenção básica. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 45, n. 2, 2011. p. 258-268.
  • ROSANO, A. et al The relationship between avoidable hospitalization and accessibility to primary care: a systematic review. European Journal of Public Health Disponível em: <http://eurpub.oxfordjournals.org/content/early/2012/05/29/eurpub.cks053.abstract> Acesso em: 12 jan 2013.
  • SANTOS, N. R. Desenvolvimento do SUS, rumos estratégicos e estratégias para visualização dos rumos. Ciência & Saúde Coletiva, v. 12, n. 2, 2007. p. 429-435.
  • SIMONS, D. A. et al. Adequação da demanda de crianças e adolescentes atendidos na Unidade de Emergência em Maceió, Alagoas, Brasil. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, Recife, v. 10, n. 1, 2010. p. 57-67.
  • TAVARES, L. R. et al. Epidemiologia da insuficiência cardíaca descompensada em Niterói: Projeto EPICA – Niterói. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, São Paulo, v. 82, n. 2, 2004. p. 121-124.
  • TOSO, B. R. G. O. Resolutividade do cuidado à saúde de crianças menores de cinco anos por causas sensíveis a atenção básica. 2011 Tese (doutorado) – Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.373f.
  • VIANA, A. L. A. et al Modelos de atenção básica nos grandes municípios paulistas: efetividade, eficácia, sustentabilidade e governabilidade. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 11, n. 3, 2006. p. 577-606.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    31 Jan 2014
  • Data do Fascículo
    Set 2013

Histórico

  • Recebido
    Abr 2013
  • Aceito
    Dez 2013
Centro Brasileiro de Estudos de Saúde Av. Brasil, 4036, sala 802, 21040-361 Rio de Janeiro - RJ Brasil, Tel. 55 21-3882-9140, Fax.55 21-2260-3782 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: revista@saudeemdebate.org.br