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INVEJA E CORPO FECHADO NO MARACATU DE BAQUE SOLTO PERNAMBUCANO* * Este artigo se enquadra no projeto “The Healing and Emotional Power of Music and Dance”, (HELP-MD), financiado pela Fundação da Ciência e Tecnologia de Portugal (PTDC/ART-PER/29641/2017). A pesquisa de campo em Pernambuco foi possível graças a uma bolsa Capes de professor convidado (PVE 0337-14-5) e ao programa “Investigador FCT” da Fundação da Ciência e Tecnologia de Portugal (IF/01233/2014/CP1221/CT0002). Agradeço a Carlos Sandroni, Aguinaldo e todos os membros do Maracatu Leão de Ouro, de Condado, a hospitalidade e amizade que me ofereceram ao longo de minha pesquisa de campo. Meus agradecimentos também a Leon Bucaretchi, Fatima Barahona, Jean-Pierre Estival, Alan Monteiro Jr., aos revisores anônimos e à equipe editorial de Sociologia & Antropologia pelos conselhos e correções deste texto, escrito originalmente em português.

ENVY AND THE CLOSED BODY IN MARACATU DE BAQUE SOLTO (PERNAMBUCO, BRAZIL)

Resumo

Os membros dos grupos de maracatu de baque solto da Zona da Mata norte pernambucana sentem-se particularmente expostos na época do carnaval a vários tipos de doenças causadas pelo “olho grande” dos invejosos. Daí a necessidade de práticas defensivas nos planos simbólico e estético. Para brincar o carnaval sem se arriscar é necessário fechar o próprio corpo, o que, nesse contexto significa torná-lo protegido, poderoso, saudável, invencível, não vulnerável ou susceptível aos ataques das entidades negativas despertadas pelo olho grande de rivais e inimigos. Nesse artigo argumento que a vivência emocional dos brincantes de maracatu é profundamente ligada a essa maneira de conceber o corpo durante o carnaval. Um corpo diferente do ordinário, suscetível, permeável a presenças e ataques de entidades invisíveis.

Palavras-chave
Etnomusicologia; música; antropologia das emoções; ritual; carnaval

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