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Santo Antônio, me casa já! Leituras Afro-brasileiras sobre as virtudes casamenteiras do santo lisboeta e a moralização da sexualidade da mulher

Saint Anthony, make me marry now! Afro-brazilian readings on the saint anthony of lisbon’s marriage virtues and the moralization of women’s sexuality

Resumo: as virtudes casamenteiras de Santo Antônio no Brasil dão continuidade a formas complexas de remodelagem do cristianismo centro-africano em solo brasileiro. Elas estão assentadas em processos culturais de sincretização entre o santo católico e Exu, orixá priápico pertencente ao universo cultural e religioso afro-brasileiro desde o século XVI. A escultura africana do santo, publicada em obra de Gilberto Freyre, em 1959, reforça sua associação ao orixá. O sincretismo, ainda que mantido nos subterrâneos da cultura popular, será confrontado por narrativas eclesiásticas do Século XIX com o intuito de compatibilizar os atributos casamenteiros de Santo Antônio com a moral sexual cristã. Controlar a sexualidade, em especial da mulher, por meio do matrimônio, sempre foi uma das tarefas pedagógicas dos missionários, desde o início da colonização.

Palavras-chave:
sincretismo; Exu; Santo Antônio; matrimônio; moral sexual; pedagogia


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