RESUMO
Objetivo:
Analisar a prevalência, as complicações e as condições de alta dos recém-nascidos ≥35 semanas com diagnóstico de sepse neonatal precoce.
Métodos:
Estudo transversal, com coleta retrospectiva de dados. Incluíram-se todos recém-nascidos com 35 semanas ou mais de idade gestacional, com diagnóstico de sepse precoce em um período de quatro anos (janeiro/2016 a dezembro/2019) em uma unidade neonatal nível III. Os diagnósticos realizaram-se segundo os critérios da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e os episódios classificados segundo a confirmação microbiológica e o sítio de infecção. As complicações avaliadas foram: choque, distúrbio de coagulação e sequelas do sistema nervoso central. Também se avaliaram as condições de alta. Os dados coletados foram analisados utilizando estatística descritiva.
Resultados:
No período, 46 recém-nascidos apresentaram sepse precoce, correspondendo a 1,8% das internações e a uma prevalência de 4/1.000 nascidos vivos. Em três pacientes a sepse foi confirmada por culturas (0,3/1.000 nascidos vivos), respectivamente por S. pneumoniae, S. epidermidis e S. agalactiae. Quanto ao sítio de infecção, foram 35 casos de infecção primária da corrente sanguínea, 7 casos de pneumonia e 4 de meningite. A maior parte dos pacientes (78,3%) possuía pelo menos um fator de risco para sepse, e todos apresentaram-se sintomáticos. Não houve óbito. Complicações ocorreram em 28,2% dos casos, especialmente choque (10 casos – 21,7%).
Conclusões:
A prevalência de sepse neonatal precoce comprovada foi baixa. Apesar da ocorrência comum de complicações, não houve óbitos.
Palavras-chave:
Recém-nascido; Sepse neonatal; Estudos transversais; Choque séptico