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Aplicação de objeto virtual de aprendizagem, para avaliação simulada de dor aguda, em estudantes de enfermagem

Resumos

O objetivo do estudo foi avaliar os resultados da aplicação de um objeto virtual de aprendizagem para avaliação simulada da dor aguda na aprendizagem de estudantes de graduação em enfermagem e verificar sua opinião sobre a qualidade da tecnologia. Trata-se de estudo quase experimental, não randomizado, do tipo antes e depois, realizado com 14 estudantes da sétima fase da graduação em enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina. As médias de pré (8,84) e pós-teste (9,31) revelaram diferença significativa na aprendizagem, após intervenção (p=0,03). Na avaliação qualitativa, destacaram-se a flexibilidade de acesso, o acesso independente de tempo/lugar, liberdade para decidir o melhor percurso de aprendizagem e a semelhança com a realidade. Constitui promissora ferramenta educacional, uma experiência interativa, semelhante à realidade, dinâmica e construtiva de aprendizagem. A aplicação da tecnologia trouxe resultados positivos para a aprendizagem da avaliação da dor, contribuindo para o preenchimento da lacuna no ensino da temática.

Enfermagem; Dor; Informática em Enfermagem; Tecnologia Educacional; Educação em Enfermagem


This study aimed to evaluate the results of the application of a virtual learning object for the simulated evaluation of acute pain in the learning of undergraduate nursing students and to verify the opinions of the students regarding the quality of the technology. This was a quasi-experimental, non-randomized, before and after study performed with 14 students in the seventh phase of the undergraduate nursing course of the Federal University of Santa Catarina. The pre (8.84) and post-test (9.31) means revealed significant differences in learning after the intervention (p=0.03). In the qualitative evaluation the flexibility of access, access independent of time/place, freedom to decide the best learning route and the similarity with reality were highlighted. It constitutes a promising educational tool, an interactive experience, similar to reality, dynamic and constructive learning. The application of the technology has brought positive results for learning about pain evaluation, contributing to fill the gap in the teaching of the thematic.

Nursing; Pain; Nursing Informatics; Educational Technology; Education, Nursing


El objetivo del estudio fue evaluar los resultados de la aplicación de un objeto virtual de aprendizaje para evaluación simulada de dolor agudo en el aprendizaje de estudiantes de graduación en enfermería y verificar su opinión sobre la calidad de la tecnología. Se trata de un estudio casi experimental, no aleatorio, del tipo antes y después, realizado con 14 estudiantes de la séptima fase de la graduación en enfermería de la Universidad Federal de Santa Catarina. Los promedios de la prueba, antes (8,84) y después (9,31), revelaron diferencia significativa en el aprendizaje después de la intervención (p=0.03). En la evaluación cualitativa se destacaron la flexibilidad de acceso, el acceso independiente de tiempo/lugar, libertad para decidir el mejor curso de aprendizaje y la semejanza con la realidad. Constituye una promisora herramienta educacional, una experiencia interactiva, semejante a la realidad, dinámica y constructiva de aprendizaje. La aplicación de la tecnología presentó resultados positivos para el aprendizaje de la evaluación del dolor, contribuyendo para llenar un vacío en la enseñanza de la temática.

Enfermería; Dolor; Informática Aplicada a la Enfermería; Tecnología Educativa; Educación en Enfermería


ARTIGO ORIGINAL

1

Ana Graziela AlvarezI; Grace Teresinha Marcon Dal SassoII

IEnfermeira, Doutoranda em Enfermagem, Universidade Federal de Santa Catarina, SC, Brasil. E-mail: grazielaalvarez@gmail.com

IIEnfermeira, Doutor em Enfermagem, Professor Adjunto, Universidade Federal de Santa Catarina, SC, Brasil. E-mail: grace@ccs.ufsc.br

Endereço para correspondência

RESUMO

O objetivo do estudo foi avaliar os resultados da aplicação de um objeto virtual de aprendizagem para avaliação simulada da dor aguda na aprendizagem de estudantes de graduação em enfermagem e verificar sua opinião sobre a qualidade da tecnologia. Trata-se de estudo quase experimental, não randomizado, do tipo antes e depois, realizado com 14 estudantes da sétima fase da graduação em enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina. As médias de pré (8,84) e pós-teste (9,31) revelaram diferença significativa na aprendizagem, após intervenção (p=0,03). Na avaliação qualitativa, destacaram-se a flexibilidade de acesso, o acesso independente de tempo/lugar, liberdade para decidir o melhor percurso de aprendizagem e a semelhança com a realidade. Constitui promissora ferramenta educacional, uma experiência interativa, semelhante à realidade, dinâmica e construtiva de aprendizagem. A aplicação da tecnologia trouxe resultados positivos para a aprendizagem da avaliação da dor, contribuindo para o preenchimento da lacuna no ensino da temática.

Descritores: Enfermagem; Dor; Informática em Enfermagem; Tecnologia Educacional; Educação em Enfermagem.

Introdução

A dor é experiência universal e singularmente vivida pelo indivíduo, considerada problema de saúde pública. No Brasil, assim como nos demais países, a prevalência da dor atinge de 45 a 80% dos pacientes, durante o período de internação(1-2).

Tal situação pode estar relacionada à formação insatisfatória de profissionais de saúde na área de dor, evidenciada pela ausência do tema nos projetos pedagógicos de cursos de graduação, que contribui, significativamente, para as dificuldades encontradas na prática profissional(3).

Considerando que o processo ensino/aprendizagem fundamenta a prática do cuidar em enfermagem e que os enfermeiros desempenham papel importante no gerenciamento da dor, entende-se que necessitam saber avaliá-la adequadamente a fim de conduzir os cuidados necessários aos pacientes.

Estudos realizados em países desenvolvidos, onde a educação básica e especializada sobre dor é avançada, também destacam fragilidades na aprendizagem de questões relacionadas à avaliação e gerenciamento da dor, sendo que, em países em desenvolvimento, essa realidade pode ser ainda mais acentuada(4-5).

Preocupados com essa situação, importantes organizações como a International Association for the Study of Pain e a Associação Brasileira para o Estudo da Dor vêm estimulando o desenvolvimento de novas estratégias educacionais na área de dor, devido à relevância do tema na perspectiva assistencial.

Diante da necessidade de mudanças no processo ensino/aprendizagem da atualidade, observa-se que as tecnologias da comunicação e informação impulsionam cada vez mais transformações nas mais diversas áreas do conhecimento, causando significativo impacto no processo ensino/aprendizagem, além de representar novas oportunidades e desafios para educadores e estudantes(6).

Nesse contexto, podem ser destacados os objetos virtuais de aprendizagem (OVA), caracterizados por ambientes flexíveis de aprendizagem, compatíveis com metodologias ativas de aprendizagem, que valorizam a autonomia dos estudantes(7).

Sob o ponto de vista conceitual OVA pode ser definido como uma pequena unidade que compõe determinado contexto educacional. Representa estratégia ativa e construtiva de ensino/aprendizagem e constitui o centro de novo paradigma de design instrucional para aprendizagem, baseada na web, por suportar diversos tipos de arquivos e também pela característica de reuso(8-9).

Assim, a criação e avaliação do objeto virtual de aprendizagem, simulada para avaliação da dor aguda em adultos (OVADOR), foi elaborado pelas autoras a partir dos fundamentos da aprendizagem baseada em problemas(10-12), uma das mais promissoras metodologias na área de educação na área da saúde, e, também, pela aprendizagem baseada na evidência (ABE).

Nesse contexto, a aplicação da intervenção educacional mediada pelo OVADOR buscou oferecer aos estudantes de graduação de enfermagem uma inovadora experiência, baseada em estratégia ativa de ensino/aprendizagem e que, também, respeita as questões éticas envolvidas, visto que, através da simulação, evita-se que o aprendizado ocorra durante a experiência real de dor do paciente.

O estudo teve como objetivo avaliar os resultados da aplicação de um objeto virtual de aprendizagem, para avaliação simulada da dor aguda na aprendizagem de estudantes de graduação em enfermagem, e verificar a opinião dos estudantes sobre a qualidade da tecnologia.

Material e Método

Trata-se de estudo quase experimental, não randomizado, do tipo antes e depois, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSC (no171/2008) e desenvolvido de setembro a outubro/2009.

A amostra de sujeitos, não probabilística intencional, foi composta por 14 estudantes da sétima fase do curso de graduação em enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Foram incluídos os estudantes que assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), com disponibilidade para participar do estudo em horário extraclasse, que acessaram os conteúdos propostos e preencheram os questionários de coleta de dados.

A intervenção educacional constou das seguintes etapas: 1- reconhecimento do OVADOR e assinatura do TCLE (encontro presencial); 2- acesso ao vídeo e boas-vindas, plano de estudos, questionário de expectativas, glossário e preenchimento do questionário pré-teste; 3- acesso a conteúdos teóricos para aprofundamento de conhecimentos (slides, textos, palavras cruzadas, artigos para download em PDF, links para websites); 4- uso do ambiente simulado OVADOR e 5- preenchimento do questionário pós-teste e avaliação qualitativa da tecnologia. As etapas de 2 a 5 foram desenvolvidas totalmente online, através do ambiente virtual de aprendizagem Moodle®.

Quanto ao ambiente simulado (OVADOR), foram apresentados aos estudantes dois casos de pacientes virtuais adultos, um em clínica médica cirúrgica e outro em cuidados intensivos. As seguintes ferramentas para avaliação da dor foram disponibilizadas (Figura 1): 1- consultar prontuário; 2- avaliar paciente; 3- determinar diagnóstico e 4- prescrever intervenção. Sendo que, na ferramenta avaliar paciente havia as opções: 1- conversar com paciente; 2- aplicar escala de dor (numérica visual e Critical-Care Pain Observation Tool); 3- avaliar aspectos comportamentais e 4- avaliar aspectos fisiológicos.


A coleta de dados foi realizada por meio de quatro instrumentos: 1-questionário de dados sociodemográficos, 2- questionário (pré e pós-teste) sobre a avaliação da dor aguda (Figura 2), 3- questionário de avaliação qualitativa da tecnologia e 4-relatório de acessos dos estudantes ao OVADOR (banco de dados que registrou informações sobre a navegação dos usuários no ambiente).


O questionário de dados ssciodemográficos constou de questões abertas que incluíram as variáveis: idade, sexo, uso de tecnologias da informação, número de horas de acesso semanal à internet com finalidade educacional e experiência dos estudantes com AVAs.

A avaliação qualitativa incluiu a identificação de dificuldades durante o estudo, descrição dos aspectos positivos e menos positivos quanto ao uso da tecnologia, percepção sobre as contribuições para aprendizagem, sugestões de melhorias, nível de ansiedade durante a simulação (escala de 0 a 10) e satisfação geral dos estudantes com o OVADOR (escala de 0 a 10).

Os resultados obtidos foram reunidos e analisados em planilhas eletrônicas, com auxílio do software Excel® 2007 e a análise ocorreu mediante estatística descritiva (frequências absolutas, médias, desvio padrão) e inferencial (t de Student), sendo considerado nível de significância de p<0,05 para intervalo de confiança de 95%.

Resultados

A análise dos dados pessoais dos estudantes (n=14) revelou amostra jovem, com idade média de 24 anos, e, predominantemente, do sexo feminino (84,2%).

A média de horas semanais de acesso à web, para fins de educacionais, foi de 11,4.

Quanto aos recursos informatizados mais utilizados pelos estudantes, destacaram-se: editores de slides, e-mail e AVA Moodle® (100%) e, ainda, redes sociais e editores de texto (94,7%).

A partir das médias e desvio padrão obtidos. a partir das avaliações pré-teste (m=8,84, dp=0,57) e pós-teste (m=9,31, dp=0,51) dos estudantes foi aplicado do teste t de Student bicaudal, pareado entre as médias, que resultou em p=0,03.

Ao se comparar as variáveis de tempo necessário para avaliar cada paciente virtual, no OVADOR, e resultados da avaliação pós-teste, observou-se que as médias dos estudantes ficaram acima de 8, não permitindo estabelecer relação entre as variáveis (Figuras 3 e 4).



Os resultados da avaliação qualitativa do OVADOR destacaram a flexibilidade de acesso, proporcionada pela tecnologia informatizada, principalmente a valorização dos aspectos de acesso independente de tempo e lugar, de acordo com a necessidade pessoal: (...) a adequação à nossa disponibilidade de tempo porque podia ser feito de acordo com a disponibilidade de cada um (Estudante 9); (...) praticidade e facilidade de acesso, oportuniza a aprendizagem a todos, sem distinção de carga horária, afazeres domésticos (...) (Estudante 14).

No que diz respeito à liberdade para decidir o melhor percurso para o processo de aprendizagem, pressuposto das metodologias ativas de aprendizagem, destacam-se os relatos: (...) apresenta diferentes modos de aprender, já que não fica nos mesmos moldes de avaliação de sempre (Estudante 9); (...) instiga o participante a procurar assuntos relacionados (...) (Estudante 13).

Também pode-se identificar a percepção dos estudantes sobre a aproximação da simulação com a realidade vivenciada na prática assistencial: (...) de uma forma quase prática, nos mostra como deve ser feita a avaliação de dor de um paciente (Estudante 1); (...) vendo a situação fica mais claro de assimilar o que foi estudado (Estudante 4); (...) hoje, ao cuidar de um paciente, penso logo na dor. Fiquei mais atenta, principalmente em "ver" a dor quando não se está vendo, através dos sinais sintomas (Estudante 13); ... o ambiente simulado tenta se aproximar da prática e faz com que nos sentimos no local mesmo de aprendizagem (Estudante 14).

Quanto aos aspectos menos positivos, os estudantes citaram principalmente problemas relacionados às questões técnicas, como, por exemplo: ... a maior dificuldade foi que várias vezes tentei iniciar o estudo e a página não carregava, mesmo usando o Firefox (Estudante 4); ... acredito que a maior dificuldade foi o tempo de espera pra abrir a tela (...) (Estudante 14).

Sobre o OVADOR, especificamente, foram sinalizadas algumas dificuldades relacionadas aos sinais de dor apresentados pelos pacientes virtuais: ... no caso do menino com o braço quebrado, para mim ficou um pouco de dúvida se a mudança da cor dele estava ou não relacionada à dor (Estudante 12); (...) a dificuldade que encontrei foi de avaliar a paciente sedada do ambiente simulado, pois apresenta sinais pouco claros (...) (Estudante 13).

Os estudantes também sugeriram melhorias, no sentido de favorecer o processo ensino/aprendizagem, mediado por esse tipo de tecnologia educacional em cursos de graduação em enfermagem. Do total de estudantes participantes, 13,3% apontaram necessidade de melhorias nos sinais de dor apresentados pelo paciente virtual de terapia intensiva, e 46,7% sugeriram a inclusão de novos casos clínicos, relacionados a diferentes contextos (saúde coletiva, emergência, fundamentos de enfermagem).

O nível de ansiedade relatado pelos estudantes, durante a avaliação dos pacientes virtuais no OVADOR, atingiu níveis entre 6 e 9 em 57,14% dos estudantes e a avaliação de satisfação geral dos estudantes, em relação à tecnologia, obteve escores entre 8 e 10.

Discussão

A média semanal dos estudantes de acesso à web para fins educacionais e a utilização de diversos recursos, proporcionados pelas tecnologias da informação e comunicação, indicam essa aproximação dos estudantes com tais recursos, o que pode propiciar as experiências de aprendizagem. Tais achados se assemelham a outros estudos que demonstram interesse cada vez maior dos estudantes por tais tecnologias(12-13).

Analisando as médias e desvio padrão, obtidos nas avaliações pré e pós-teste dos estudantes, observa-se que a média geral no pós-teste foi maior que no pré-teste (p=0,03). Pode-se, então, considerar que a intervenção educacional proporcionou resultados significativos na aprendizagem dos estudantes.

Ao identificar tais resultados, vai-se ao encontro da ideia de que a educação, mediada por um OVA, em ambiente online, pode resultar em melhorias no processo ensino/aprendizagem em enfermagem, sendo encontrados resultados semelhantes em outros estudos(13-21).

O OVADOR proporcionou oportunidade de aprendizagem aos estudantes por associação/relação ativa e colaborativa, permitindo o acesso independente de tempo ou lugar, atendendo, assim, as necessidades individuais dos estudantes. A tecnologia também proporcionou a liberdade para decisão sobre o percurso de aprendizagem, correspondendo aos pressupostos da metodologia da ABP(11), método aplicado em estudos anteriores(7,10-11,14,17).

Ainda, deve-se destacar o reconhecimento do ambiente simulado com situações reais, vivenciadas na área da saúde, aproximando-os da prática, aspecto muito valorizado pelos estudantes e que pode motivá-los ainda mais para o estudo da temática(18,20-21).

Algumas das sugestões de melhorias, sugeridas pelos estudantes, como a elaboração de outros ambientes simulados em diferentes contextos da assistência, foram também observados em outros estudos(13,17). O achado demonstra a aceitabilidade da tecnologia entre os estudantes, reforçando a ideia de que poderia ser aplicada com maior frequência nas instituições de ensino, beneficiando o processo ensino/aprendizagem de futuros enfermeiros.

Os altos níveis de ansiedade (6 a 9), relatados por 57,14% dos estudantes durante a simulação, indicam sua imersão no ambiente, ao ponto de se sentirem ansiosos no momento da avaliação dos pacientes virtuais, como poderia ocorrer durante uma experiência real.

Ainda, deve-se destacar a satisfação geral dos estudantes em relação ao OVADOR, atingindo escores de 8 a 10, comprovando, mais uma vez, a aceitabilidade da tecnologia para fins educacionais.

Durante a intervenção educacional mediada pelo OVADOR, pode-se observar, ainda, a relação entre os passos da ABP e ABE na aprendizagem dos estudantes, valorizando principalmente a liberdade para construirem seu próprio percurso de aprendizagem(12), como demonstrado na Figura 5:


Pode-se observar, diante dos achados do estudo, que a associação de tais metodologias de aprendizagem, aliadas aos recursos da informática, podem propiciar experiências positivas para a aprendizagem em enfermagem, na medida em que possibilitam ao estudante uma análise crítica de situações, assim como a busca por estratégias de resolução de determinado problema(10-12,17).

Conclusão

Os resultados do estudo mostraram que o OVADOR propiciou experiência educacional interativa aos estudantes de graduação em enfermagem, semelhante a situações reais vivenciadas na assistência em saúde. Conclui-se que o OVADOR é método dinâmico, construtivo, inovador e atrativo para a aprendizagem dos estudantes, no ensino para avaliação simulada da dor aguda, aplicado a estudantes de enfermagem.

A análise das médias de pré e pós-teste permitiu observar a influência do OVADOR na aprendizagem dos estudantes que participaram do estudo, após a intervenção educacional.

Quanto à avaliação qualitativa, destacaram-se a flexibilidade de acesso, valorização do acesso independente de tempo/lugar, liberdade de decisão sobre o melhor percurso de aprendizagem e a semelhança da simulação com as situações reais vivenciadas na prática assistencial.

Frente ao exposto, conclui-se que, apesar da amostra restrita de estudantes, o OVADOR atingiu os objetivos propostos pelo estudo, sendo identificados resultados positivos para a aprendizagem dos futuros enfermeiros.

É necessário considerar, também, que o ensino mediado pelo conceito de OVA ainda constitui desafio para desenvolvedores, pesquisadores, instituições formadoras, professores e estudantes, devido à crescente inserção na área de enfermagem, assim como a necessidade de familiarização com as tecnologias baseadas na web.

Recomenda-se o desenvolvimento de outros estudos, em diferentes contextos de cuidado, assim como a análise dos diversos aspectos relacionados ao processo ensino/aprendizagem, mediado pelo conceito de OVA, e o impacto causado na assistência ao paciente, a fim de contribuir com conhecimento científico na área de enfermagem e no processo de formação de futuros enfermeiros.

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  • Corresponding Author:
    Ana Graziela Alvarez
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    E-mail
  • 1
    Paper extracted from Master’s Thesis "Objeto virtual de aprendizagem para o ensino simulado da avaliação da dor crônica em adultos", presented to Programa de Pós-graduação em Enfermagem, Universidade Federal de Santa Catarina, SC, Brazil.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      06 Maio 2011
    • Data do Fascículo
      Abr 2011

    Histórico

    • Aceito
      10 Fev 2011
    • Recebido
      30 Maio 2010
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