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Veríssimo, crítico do simbolismo (1899-1901)

Veríssimo, critic of symbolism (1899-1901)

RESUMO

De 1899 a 1901, José Veríssimo atuou como crítico literário titular dos periódicos Jornal do Commercio e Correio da Manhã, ambos do Rio de Janeiro. Escrevendo resenhas alentadas sobre os lançamentos literários da virada de século, Veríssimo teve oportunidade de apreciar livros de poesia simbolista publicados por discípulos ou admiradores de Cruz e Sousa. A análise de suas resenhas de livros simbolistas pretende demonstrar sumariamente que o crítico paraense aproveitava essas oportunidades para avaliar direta ou indiretamente a obra do poeta negro.

PALAVRAS-CHAVE
José Veríssimo; Jornal do Commercio ; simbolismo

ABSTRACT

From 1899 to 1901, José Veríssimo worked as the titular literary critic of the newspapers Jornal do Commercio e Correio da Manhã, both from Rio de Janeiro. By writing reviews about the literary releases of the turn of the century, Veríssimo had the opportunity to evaluate books of symbolist poetry published by disciples or admirers of Cruz e Sousa. The analysis of reviews of symbolist books intends to demonstrate briefly that the critic from Pará took these opportunities to evaluate directly or indirectly the work of the black poet.

KEYWORDS
José Veríssimo; Jornal do Commercio ; symbolism

José Veríssimo exercia a crítica de rodapé no Jornal do Commercio quando foram publicados os livros Evocações (1898) e Faróis (1900), primeiras obras póstumas de Cruz e Sousa editadas em regime de subscrições graças a esforços de amigos e admiradores abnegados do poeta então recentemente falecido. O crítico paraense não se pronunciou sobre elas, mas o faria em relação aos Últimos sonetos (1905) na revista Kosmos. Porém, em resenhas de outras obras poéticas publicadas no período de 1899 a 1901, deixou transparecer com maior ou menor sutileza sua opinião a respeito do poeta e do movimento que liderou no Brasil. Pretende-se aqui demonstrar que suas apreciações críticas davam prosseguimento oblíquo a uma longa polêmica com Sílvio Romero.

No mesmo ano em que Machado de Assis foi aclamado presidente da Academia Brasileira de Letras, Romero publicou obra sobre o autor de Quincas Borba em que o criticava com rigor excessivo e, muitas vezes, o comparava desfavoravelmente a Tobias Barreto, o líder da chamada Escola do Recife. Na imprensa, o cronista Artur Azevedo, sob o pseudônimo de Elói, o Herói (1897)ELÓI, O HERÓI [pseudônimo de Artur Azevedo]. Chroniqueta. A Estação, Rio de Janeiro, ano XXVI, n. 23, 15 dez. 1897, p. 136., opinou que o historiador da literatura brasileira não desempenhara bem a “tarefa de iconoclasta”; o poeta Carlos Magalhães de Azeredo (1898)AZEREDO, Carlos Magalhães de. Estudos contemporâneos: Machado de Assis e Sylvio Romero. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 9 maio 1898, p. 1-2. julgou que havia no livro excesso de “prevenção” contra Machado; e o crítico Medeiros e Albuquerque, com o pseudônimo de J. dos Santos (1899)SANTOS, J. dos [pseudônimo de Medeiros e Albuquerque]. A Notícia, Rio de Janeiro, 26 set. 1899, p. 3., sem meias palavras, garantiu que se tratava de “um livro infeliz, errado na concepção, errado na execução”. Sob o pseudônimo de Labieno (1899)LABIENO [pseudônimo de Lafaiete Rodrigues Pereira]. Vindicae: o Sr. Sílvio Romero crítico e filósofo. Rio de Janeiro: Jacinto Ribeiro dos Santos, 1899., Lafaiete Rodrigues Pereira escreveu uma série de artigos para refutar as críticas de Romero. Esses textos logo em seguida foram recolhidos no livro Vindicae (1899). Em correspondência trocada com Azeredo, Machado mostrou-se incomodado com o tratamento sofrido e até mesmo com um retrato seu, estampado no livro de Romero (apud CARMELO, 1969CARMELO, Virgilio (Ed.). Correspondência de Machado de Assis com Magalhães de Azeredo. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1969., p. 130).

Ao mudar-se definitivamente para o Rio de Janeiro no final de 1890, Cruz e Sousa integrou-se a um grupo de jovens escritores que se empenhava em criticar e até mesmo zombar dos medalhões da literatura. Um deles, Oscar Rosas, chegou a trocar insultos pela imprensa com Araripe Jr. e João Ribeiro, após ter zombado de artigo de Sílvio Romero2 2 Trata-se de estudo sobre “A poesia brasileira contemporânea” publicado na Gazeta de Notícias em 8 de outubro de 1890. . Nos cafés e confeitarias, o grupo dos assim chamados novos mantinha orgulhosa e provocativa distância dos consagrados.

O grupo de Cruz e Sousa era simpático às novas tendências literárias francesas de então, mas o poeta dos Broquéis defendeu a candidatura de Émile Zola à Academia Francesa de Letras. Havia certa incongruência nessa defesa, pois o consagrado romancista do naturalismo era para os jovens franceses decadentes ou simbolistas o principal representante da literatura que combatiam convictamente.

Da sua parte, os medalhões eram refratários às novidades parisienses de então, mas delas detinham informações fragmentárias e amparavam seus juízos em críticos franceses e portugueses hostis ao decadentismo-simbolismo. Resenhas e artigos sarcásticos ou demolidores escritos sobre Missal e Broquéis por Artur Azevedo, Coelho Neto, Medeiros e Albuquerque e Carlos Magalhães de Azeredo demonstraram que o grupo estabelecido em torno de Machado de Assis não estava disposto a reconhecer a legitimidade das novidades introduzidas por Cruz e Sousa na literatura brasileira. Provavelmente por essa razão, Cruz e Sousa morreu em 1898 sem conseguir publicar três livros que já havia concluído, a saber: Evocações, Faróis e Últimos sonetos.

As dolorosas circunstâncias da morte de Cruz e Sousa, ceifado pela tuberculose quando se via atormentado por graves dificuldades financeiras, causaram comoção geral e deram início a um ciclo de homenagens póstumas e ao empenho de seus amigos por trazer à luz suas obras inéditas. Nessa altura, Nestor Vítor franqueou a Sílvio Romero os originais ainda inéditos de Cruz e Sousa. Pouco depois, o consagrado crítico foi convidado a escrever sobre a literatura brasileira para um livro coletivo destinado a comemorar o quarto centenário da “descoberta” do Brasil. Ao malogrado poeta catarinense, Romero destinou em seu estudo palavras consagradoras:

Ele é o caso único de um negro, um negro puro, verdadeiramente superior no desenvolvimento da cultura brasileira. [...] Sofreu os terríveis agrores de sua posição de preto e de pobre, desprotegido e certamente desprezado. Mas a sua alma cândida e o seu peregrino talento deixaram sulco bem forte na poesia nacional. Morreu muito moço, em 1898, quase ao findar deste século, e nele acha-se o ponto culminante da lírica brasileira após quatrocentos anos de existência. Fazemos votos para que lhe sejam publicados os inéditos e lido e estudado este nobre e vigoroso artista3 3 Cita-se aqui A evolução do lirismo brasileiro, livro que reproduz integralmente a contribuição de Sílvio Romero para O livro do centenário. .

(ROMERO, 1905ROMERO, Sílvio. Evolução do lirismo brasileiro. Recife: J. B. Edelbrock, 1905., p. 197 – grifos nossos).

A partir desse momento, Cruz e Sousa não seria apenas o membro mais destacado do grupo dos novos, desprezado pelos medalhões, mas uma espécie de campeão de um ruidoso desafeto de Machado de Assis e, por extensão, desafeto também de uma grande parte da recém-fundada Academia Brasileira de Letras, de que Veríssimo era um dos principais representantes.

Um ano depois da morte do poeta negro, o crítico paraense escreveu resenha a respeito de Setenário das dores de Nossa Senhora e Câmara ardente, obra de Alphonsus de Guimaraens4 4 Esse texto encontra-se na segunda série dos Estudos de literatura brasileira (VERÍSSIMO, 1977). , poeta que não escondia suas simpatias pelas modernas tendências francesas e, a despeito disso, era prestigiado por imortais como Coelho Neto e pela Revista Brasileira5 5 Sobre os propósitos e a importância dessa publicação, ver: Bertol (2020). , dirigida por Veríssimo, onde de 1897 a 1899 saíram vários poemas seus.

No início de seu texto, Veríssimo (1899a)VERÍSSIMO, José. Revista literária: livros novos. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 24 abr. 1899a, p. 1. relativizou a importância das chamadas escolas poéticas, pois o valor das obras particulares seria dependente apenas do talento individual. Em sua opinião, a designação de um autor ou obra como simbolista servia “apenas para distinguir como um sinal material e não para definir”. Ao relacionar as fontes do simbolismo, apresentou uma lista bastante heterogênea e de pertinência discutível: Baudelaire, Ruskin, Tolstói e outros romancistas russos, Wagner, Leconte de Lisle, Victor Hugo, Lamartine, Gautier e Verlaine. Em comparação com o romantismo ou o naturalismo, o simbolismo teria “muito menos coesão” e poderia ser considerado principalmente um “filho da reação espiritualista, mística, cristã” que se verificava no final do século XIX. Segundo Veríssimo, em todas as escolas os melhores sempre souberam desvencilhar-se dos “preconceitos” e desenvolver um “voo independente”, comportamento que não se verificava entre os medíocres, fechados em “seitas” e convictos de que fórmulas seriam capazes de “dar talento a quem não tem”. O simbolismo em particular seria sustentado “por um grupo de medíocres” a despeito de talentos isolados como o do português Eugênio de Castro. Não lhe ocorreu um exemplo brasileiro... Além disso, seria mais uma “tendência” do que uma “fórmula precisa”, e a reação mística ao positivismo, de que resultava, era considerada por certos críticos como “uma postura, uma afetação de originalidade, uma forma particular de esnobismo”. Exemplo flagrante desse farisaísmo seria Verlaine, que, “com todo o seu catolicismo, sem falar do seu grande talento poético, era um crápula” (VERÍSSIMO, 1899aVERÍSSIMO, José. Revista literária: livros novos. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 24 abr. 1899a, p. 1.).

Essa crítica desabonadora à pessoa do mavioso poeta francês servia de pretexto para tratar do jovem poeta mineiro, cuja admiração por Verlaine era notória e podia ser constatada no segundo terceto do soneto que encerra a “Sétima dor”, onde o poeta se dirige a Nossa Senhora:

Estes versos são como um lausperenne:

Mais fizera, Senhora, se eu pudesse

Oficiar no Mosteiro de Verlaine.

(GUIMARAENS, 1899GUIMARAENS, Alphonsus de. Setenário das dores de Nossa Senhora e Câmara ardente. Rio de Janeiro: Leuzinger & Cia., 1899., p. 126).

Veríssimo (1899a) pondera, no entanto, que, apesar desse pretendido alinhamento com o poeta da Sagesse, não se poderia confundir Alphonsus de Guimaraens “com a turbamulta dos ‘novos’, sem sinceridade, sem crenças, sem gramática, sem instrução e sem bom senso”. Para estes, a arte não passaria de “um divertimento frívolo, uma postura da rua do Ouvidor, um meio de ter o nome das folhas e de se dar ares de gênio incompreendido”. Pode-se perceber nitidamente nessas palavras o esforço de diferenciar Guimaraens do grupo que, no Rio de Janeiro, se dizia defensor das novas tendências literárias e era hostil ao grupo das consagrados. Por isso, Veríssimo garantiu ser o autor do Setenário “um poeta católico, sinceramente crente e [que] não se envergonha[va] de sua crença”. Como se não bastasse essa garantia da sinceridade do poeta, contrastada com o suposto farisaísmo de Verlaine, o crítico acrescentou que não haveria no livro “sombra de simbolismo”, pois se tratava apenas de um “caso piedoso posto em sonetos em que, nessa forma que não destoa da forma comum do soneto, procura[va] o poeta pôr a unção simples de religiosidade dos livros de devoção” (VERÍSSIMO, 1899aVERÍSSIMO, José. Revista literária: livros novos. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 24 abr. 1899a, p. 1.).

Veríssimo foi severo ao julgar dos méritos do livro, onde não teria encontrado “a emoção que a obra de arte é destinada a dar-nos” nem mesmo “versos que fossem excepcionais, raros ou impressionantes”. O crítico do Jornal do Commercio duvidava que a “religiosidade mística” de Guimaraens pudesse vir a “dar alguma coisa em arte”, haja vista que em sua opinião a “poesia puramente religiosa” também nunca produzira nada de valor (VERÍSSIMO, 1899aVERÍSSIMO, José. Revista literária: livros novos. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 24 abr. 1899a, p. 1.). É provável que o anticlericalismo, muito difundido entre intelectuais brasileiros, leitores de Zola, Eça de Queirós e Guerra Junqueiro, tenha contribuído para esse julgamento extremamente rigoroso da poesia religiosa.

Quanto à Camara ardente, os versos nela não se libertavam do “prosaico” e do “bordão”, apesar do talento que o poeta revelava com sua “melodia cantante e dolente”. Veríssimo (1899a)VERÍSSIMO, José. Revista literária: livros novos. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 24 abr. 1899a, p. 1. encerrou sua resenha externando sua preocupação com o futuro do poeta de Conceição do Serro: “se não desvencilhar-se das faixas da escola, se persistir em uma corrente que leva a nada, será apenas mais um estro perdido para a nossa poesia”. Guimaraens deveria, então, sufocar sua inclinação ao simbolismo e explorar os veios tradicionais da poesia.

Em 7 de agosto de 1899, ao resenhar Terra dolorosa, do estreante Oliveira Gomes, Veríssimo (1899b)VERÍSSIMO, José. Revista literária: livros novos. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 7 ago. 1899b, p. 1. cumprimentou o autor por possuir “senso comum e língua correta e que se entenda” e por ser capaz, nos seus poemas em prosa, de expressar sentimentos “com rara felicidade e beleza”, atributos bastante raros entre os outros “jovens escritores que comunga[va]m na mesma capela do nefelibatismo”. Assim como fizera com Alphonsus de Guimaraens, Veríssimo (1899b)VERÍSSIMO, José. Revista literária: livros novos. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 7 ago. 1899b, p. 1. exortou o jovem escritor carioca a abandonar essa filiação, pois possuía “talento capaz de quebrar os moldes acanhados das escolas, de romper com os preconceitos das parcerias, e ser alguém”. Fosse nefelibatismo ou simbolismo a designação, o jovem escritor seguia por um caminho errado segundo o crítico, o que poderia comprometer seu futuro. A oscilação entre as designações para a literatura dos novos (decadentismo, nefelibatismo, simbolismo etc.) assim como as mencionadas aproximações entre Eugênio de Castro e Verlaine deixavam evidenciadas as hesitações do crítico em seus julgamentos.

Em 21 de janeiro de 1901, surgiu para Veríssimo a oportunidade de avaliar livro de poesia de Luís Guimarães Filho, que em 1899GUIMARÃES FILHO, Luís. As “Evocações” de Cruz e Sousa. Gazeta de Notícias, Rio de Janeiro, 2 abr. 1899, p. 2. polemizara com Medeiros e Albuquerque a respeito do valor das Evocações, de Cruz e Sousa. Filho do poeta Luís Guimarães Júnior, o autor de Ave-Maria teria, segundo Veríssimo (1901a)VERÍSSIMO, José. Revista literária: livros novos. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 21 jan. 1901a, p. 1., nascido “com o dom particular de pensar e exprimir-se em uma língua especial”, isto é, a poesia, e seus versos eram “fáceis, bons, ligeiros como borboletas”. Era esse um franco elogio, mas não deveria haver equívoco quanto ao seu sentido restrito, haja vista que Guimarães Filho não se colocava, segundo Veríssimo, “à altura da grande poesia”. A restrição, porém, não deveria entristecer o jovem poeta: “Não habita essa região o Sr. Luís Guimarães; e de fato, qual dos nossos, se não for um Basílio da Gama, um Gonzaga ou um Gonçalves Dias, a habita?”. O então recente posicionamento de Sílvio Romero em favor de Cruz e Sousa, “ponto culminante da lírica brasileira”, não inclinou Veríssimo a colocar o poeta negro naquele seleto grupo. Do simbolismo haveria em Ave-Maria somente “a impressão de certas modalidades de forma e de vocabulário” (VERÍSSIMO, 1901aVERÍSSIMO, José. Revista literária: livros novos. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 21 jan. 1901a, p. 1.) a despeito do título adotado. Tem-se a impressão de que, para o crítico do Jornal do Commercio, ser simbolista e ao mesmo tempo ser bom poeta era praticamente impossível.

Ao elogiar Guerra Duval, que em 1901 havia publicado Palavras que o vento leva, José Veríssimo (1901b)VERÍSSIMO, José. Revista literária: livros novos. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 25 mar. 1901b, p. 1. usou um raciocínio tortuoso, típico desse crítico paraense, em que o desejo de criticar o simbolismo se sobrepunha claramente à aparente intenção de valorizar as qualidades do jovem poeta: “A uma segunda leitura os seus versos, mesmo os extravagantes, os que são filhos apenas de uma viciosa e acanhada preocupação de escola, se não me agradaram todos, e lhe direi mesmo que a maioria não me agradou, mostram que há nele um poeta”. Era, em suma, mais um bom poeta desviado do reto caminho da boa tradição poética em virtude do fascínio exercido pelo simbolismo sobre jovens ingênuos.

O novo livro não passaria por isso de um “reflexo dos simbolistas estrangeiros, especialmente portugueses” (VERÍSSIMO, 1901bVERÍSSIMO, José. Revista literária: livros novos. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 25 mar. 1901b, p. 1.), aspecto que se notaria na poesia brasileira coetânea, especialmente na produzida pelos novos. O simbolismo a que se filiava Duval já seria, naquele tempo, “uma coisa moribunda, senão morta” e dele não resultara “nada de realmente grande para a arte e a literatura”, embora houvesse exercido uma ação positiva, graças a poetas de valor da Europa, como “uma prestadia reação contra o vazio parnasianismo da esfalfada poesia dos últimos tempos, uma volta à supremacia da ideia sob a forma”. No Brasil, porém, onde não haveria “absolutamente ideias nos poetas seus seguidores”, estaria reduzido a “um parnasianismo disfarçado sob a máscara mal posta do simbolismo”. Sua ação seria meramente exterior, “quebrando os versos, multiplicando as maiúsculas, desavindo-se com a língua, rebelando-se contra a tradição poética da raça, fingindo uma religiosidade, um idealismo, um misticismo que está bem longe da realidade da sua existência, das suas convicções, do seu modo de ser” ” (VERÍSSIMO, 1901bVERÍSSIMO, José. Revista literária: livros novos. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 25 mar. 1901b, p. 1.). Pouco depois de Romero ter colocado Cruz e Sousa na posição de principal poeta do Brasil em quatro séculos de história, Veríssimo recusava em bloco o valor do simbolismo: “Nunca houve na literatura brasileira um movimento mais artificial, menos espontâneo, menos sincero e, direi, menos inteligente que o nosso canhestro simbolismo, todo exterior, todo de imitação, todo artificial, pelo que ainda não deu nada de si” (VERÍSSIMO, 1901bVERÍSSIMO, José. Revista literária: livros novos. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 25 mar. 1901b, p. 1.). Suas considerações gerais sobre o simbolismo, como se este fosse um movimento já esgotado, atingiam Cruz e Sousa, cuja obra continuava a ser publicada e discutida.

É provável que palavras tão duras e terminativas causassem reações e questionamentos. Em resenha de Rondas noturnas (1901), de Mário Pederneiras, e de outras obras dos novos, publicada no Jornal do Commercio em 9 de julho de 19016 6 Esse texto foi posteriormente incorporado à quarta série dos Estudos de literatura brasileira. , declarou Veríssimo (1901d)VERÍSSIMO, José. Revista literária: poesia e poetas. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 9 jul. 1901d, p. 1. em longo preâmbulo estar ciente de que era “acusado de pouca simpatia e até de má vontade às [novas gerações e às novas tendências literárias”. Considerava, no entanto, que estudara com afinco e escrevera extensamente sobre os livros dos novos, reconhecendo sua legitimidade e sempre procurando apurar com justiça os seus méritos, no que teria sido um dos pioneiros no Brasil. Se externara com rigor restrições ao simbolismo, o teria feito de boa fé e procurara elogiar o que disso fosse digno. Julgava, portanto, que as acusações sofridas eram essencialmente injustificadas: “Que culpa tenho eu se, com a melhor vontade – e até extrema benevolência – não me foi possível enxergar nas macaquices do nosso simbolismo nenhuma obra de real valor, nenhuma alta contribuição capaz de acrescer o nosso pequeno, mas não de todo mesquinho, cabedal literário?” (VERÍSSIMO, 1901dVERÍSSIMO, José. Revista literária: poesia e poetas. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 9 jul. 1901d, p. 1.). Com essas palavras de rara agressividade, recusava implicitamente o ingresso de Cruz e Sousa, o simbolista de maior valor, no seleto grupo dos principais escritores brasileiros. Na sequência, o crítico do Jornal do Commercio condenou também os poetas simbolistas como grupo e as estratégias que empregavam em sua autopromoção, na divulgação de suas ideias e obras e no combate aos medalhões:

Não faltei jamais com o elogio àqueles que por qualquer feição, ainda apagada, me pareciam ter direito ao louvor ou animação, mas, se jamais houve no Brasil uma escola de emperrados e filauciosos, foi essa que sem de fato nada produzir de excelente jactava-se nada menos de genial, e declarava ruim e estulto quanto não saía dela. Não há senão ler o que de si mesmo dizem para verificar que não minto, ou sequer exagero. Nenhuma também usou e abusou com tanto desplante do reclame e do elogio mútuo.

(VERÍSSIMO, 1901dVERÍSSIMO, José. Revista literária: poesia e poetas. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 9 jul. 1901d, p. 1.).

Veríssimo invocou em apoio a suas considerações Henri de Régnier, que declarava estar o simbolismo de tal forma superado em França que até Jean Moréas, justamente o autor do famoso manifesto publicado em Le Figaro em 1886, dele se afastava. Segundo o crítico brasileiro, Régnier teria reconhecido o exagero dos chamados decadentes na busca de “de um atrevimento demasiado atrevido e de uma audácia demasiado audaciosa, de um gasto de refinamento extremo” (apud VERÍSSIMO, 1901dVERÍSSIMO, José. Revista literária: poesia e poetas. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 9 jul. 1901d, p. 1.), do que resultara obscuridade na expressão poética, contribuindo para o afastamento do grande público, aliás ostensivamente desprezado pelos decadistas e simbolistas, que visavam a um restrito público de elite. Veríssimo (1901d)VERÍSSIMO, José. Revista literária: poesia e poetas. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 9 jul. 1901d, p. 1. refutava essa postura: “uma arte de iniciados, uma arte esotérica como àquela chamaram é um monstro no domínio da estética como um vitelo de duas cabeças no domínio da zoologia”.

Em seu combate ao descritivismo, cujo auge tinha sido atingido em França na década de 1870, teriam adotado decadentes e simbolistas a poética da sugestão, mas Veríssimo (1901d)VERÍSSIMO, José. Revista literária: poesia e poetas. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 9 jul. 1901d, p. 1. questionou a validade das soluções estilísticas e formais adotadas para atingir esse ideal: “Há na retórica simbolista muitas sutilezas e bizantinismos, como as há ainda na sua arte; para aceitá-la sem restrições ou como artigos de fé, precisa-se da candidez de neófitos ou do esnobismo dos imitadores sem talento”.

Sendo o símbolo figura-chave para a poesia cuja designação dele derivou, Veríssimo (1901d)VERÍSSIMO, José. Revista literária: poesia e poetas. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 9 jul. 1901d, p. 1. citou a definição proposta por Régnier: “O símbolo [...] é o remate de uma série de operações intelectuais que começam na mesma palavra, passam pela imagem e pela metáfora, compreendem o emblema e a alegoria”. Se o conceito era de difícil apreensão como indicava a própria tentativa de definição pelo poeta francês, o emprego do símbolo representava, portanto, um desafio e exigia “qualidades pessoais, capacidades próprias ao símbolo no talento do poeta”. Sendo tais qualidades raras, a maioria dos que pretendiam expressar-se por símbolos mantivera-se, segundo a paráfrase de Régnier por Veríssimo (1901d)VERÍSSIMO, José. Revista literária: poesia e poetas. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 9 jul. 1901d, p. 1., “no velho recurso poético da alegoria, muitos tomaram por símbolo a metáfora, contemporânea do homem e da sua linguagem”.

Após novas críticas às exterioridades do simbolismo e suas experiências de versificação, bem realizadas apenas por Guerra Junqueiro e Eugênio de Castro, Veríssimo justificou sua longa digressão por ter sido motivada por uma série de publicações recentes, entre as quais se destacavam as Rondas noturnas, de Mário Pederneiras, as quais, se não eram “modelo de simbolismo”, poderiam ser consideradas “dos melhores produtos da escola”. Pode-se presumir que, na opinião do crítico, o bom resultado decorria justamente da falta de ortodoxia simbolista. Com efeito, haveria na obra ideias poéticas e correção de linguagem, mas Veríssimo (1901d)VERÍSSIMO, José. Revista literária: poesia e poetas. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 9 jul. 1901d, p. 1. criticou o uso pelo poeta de neologismos ou, segundo preferiu, palavras estropeadas, como “luz cobalta, asa agoura dos corvos, resplendorada de exalos brancos, exalos alvos, sátira figura, moena locura”, às quais atribuiu, sem se dar o trabalho de considerar presuntivos propósitos estéticos de Pederneiras, a mera função de solucionar impasses de metrificação. A justificativa da crítica revelava que o colaborador do Jornal do Commercio ainda estava aferrado a critérios tradicionais, os quais provavelmente suscitavam prevenções em sua avaliação dos novos livros de poesia, cujos autores não temiam ser taxados de herméticos: “A única prova de superioridade, o sinal da grande virtuosidade nas artes da escrita, prosa ou poesia, é conseguir exprimir excelentemente os mais peregrinos e esquisitos pensamentos e sentimentos com os recursos normais da língua” (VERÍSSIMO, 1901dVERÍSSIMO, José. Revista literária: poesia e poetas. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 9 jul. 1901d, p. 1.). Essa concepção conservadora incompatibilizava o crítico paraense com o experimentalismo formal de decadentes e simbolistas.

A apreciação do lançamento de Pederneiras encerrou-se com elogios ao aspecto material do livro, que a editora Laemmert fizera “belo de impressão” e o irmão Raul dotara de “lindos e expressivos desenhos” (VERÍSSIMO, 1901dVERÍSSIMO, José. Revista literária: poesia e poetas. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 9 jul. 1901d, p. 1.).

Esse conjunto de textos de jornal permite esboçar algumas conclusões.

Alphonsus de Guimaraens colocou Veríssimo em séria dificuldade: como elogiar um assumido discípulo de Verlaine e, ao mesmo tempo, desvinculá-lo do que se entendia no Brasil por simbolismo? O crítico do Jornal do Commercio negou que a menção ao poeta francês significasse, por si só, uma filiação do poeta de Conceição do Serro ao simbolismo, que, por sinal, não seria um movimento coeso e não passaria de uma tendência sem doutrinas precisas e, muitas vezes, sustentada por poetas medíocres. Para afastar dúvidas, Veríssimo garantiu não haver em Setenário das dores de Nossa Senhora “sombra” de simbolismo. Enquanto nos autodeclarados simbolistas a religiosidade era artificial e resultado de imitação, em Alphonsus de Guimaraens era sincera. Contraditoriamente, Veríssimo recomendou ao poeta que se livrasse das faixas da escola nas quais se envolvia ou da corrente em que se deixava arrastar para não comprometer a sua carreira literária. O poeta mineiro era e não era simbolista ao mesmo tempo...

O crítico paraense deu conselhos semelhantes a outro presuntivo simbolista, Oliveira Gomes, que, a despeito de concessões aparentes, mostrava potencial para ser bom poeta ao empregar, ao contrário de outros novos, língua correta e conseguir expressar sentimentos de forma compreensível.

Quanto a Luís Guimarães Filho, que apoiara o simbolismo na imprensa como crítico eventual, Veríssimo não lhe negou talento nato e a espontaneidade de seus versos, mas ao mesmo tempo lhe recusou ingresso na cuminância da grande poesia. É provável que o reconhecimento das qualidades do poeta fosse contrapartida da limitação de seu simbolismo a características superficiais de forma e vocabulário.

Guerra Duval e seus versos “extravagantes” foram pretexto para que Veríssimo declarasse moribundo o simbolismo, que nada produzira de significativo. No Brasil, resultava de imitação e, por isso, padecia de artificialismo e falta de sinceridade. Além disso, praticado por medíocres, não passava de parnasianismo disfarçado. Três anos depois da morte de Cruz e Sousa já se encontrava oportunidade para declarar o simbolismo uma experiência fracassada.

A publicação de Rondas noturnas, de Mário Pederneiras, e outros livros dos novos deu ocasião para que Veríssimo declarasse ter sempre procedido na análise do simbolismo com boa fé e procurando ressaltar as qualidades que percebia em alguns novos. Com agressividade incomum em sua escrita, declarou que apesar de seus esforços não lhe fora possível encontrar obras de real valor entre as “macaquices” do simbolismo. Deu inclusive a entender que era chegada a hora de jogar a pá de cal no simbolismo, pois até mesmo o insuspeito Henri de Régnier declarava o movimento superado em França, inclusive com a apostasia de alguns de seus próceres. Por lá, pagava-se o preço pelas extravagâncias, pela obscuridade proposital e pelo artificialismo decorrente da poética da sugestão. Poetas que se diziam simbolistas mostraram-se incapazes de empregar o símbolo, iludindo-se com metáforas e alegorias, como ocorria com os brasileiros. Veríssimo tomava por essencial uma questão acessória, pois o símbolo era apenas um dos recursos eventualmente empregados por simbolistas.

O simbolismo das Rondas noturnas, de Mário Pederneiras, não seria, segundo Veríssimo, ortodoxo, mas talvez fosse justamente essa incompletude que, aos olhos do crítico, fazia do livro uma das principais realizações simbolistas no Brasil, pois possuía ideias poéticas, correção de linguagem etc.

Em 1900, Sílvio Romero empenhou sua autoridade e seu prestígio ao atribuir proeminência a Cruz e Sousa na poesia brasileira. Nos textos de Veríssimo aqui analisados, publicados em um período em que vieram à luz Evocações e Faróis, o poeta, que era um ídolo dos novos e o mais importante do simbolismo brasileiro, não foi sequer mencionado, o que talvez se pudesse considerar uma das manifestações da “conspiração do silêncio” que parece ter cercado seu nome. Era muito provável que os leitores do Jornal do Commercio não ignorassem que os reparos críticos de Veríssimo e até mesmo a sua condenação do simbolismo brasileiro em geral incluíam tacitamente o poeta negro e que seus róis de grandes escritores nacionais sem a sua presença talvez fossem uma sutil contestação ao posicionamento enfático de Sílvio Romero. Assim como divergiram acentuadamente na avaliação de Machado de Assis (AGUIAR, 2015AGUIAR, Maurício Maia. Machado de Assis em perspectiva: os olhares divergentes de Sílvio Romero e José Veríssimo. Sociologia & Antropologia, Rio de Janeiro, v. 5, n. 1, jan.-abr. 2015, p. 269-296.), os dois titãs mediram forças na crítica a Cruz e Sousa.

Esquecidas as motivações circunstanciais das intervenções de Veríssimo, Agripino Grieco poderia dizer anos depois que seus textos sobre Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens eram “milagres de incompreensão” (apud MURICI, 1997MURICI, Andrade. A crítica simbolista. In: COUTINHO, Afrânio (Dir.); COUTINHO, Eduardo de F. (Codir.). A literatura no Brasil. V. 4. 4. ed. rev. e at. São Paulo: Global, 1997, p. 517-540., p. 518). Por sua vez, Andrade Murici (1997, p. 519)MURICI, Andrade. A crítica simbolista. In: COUTINHO, Afrânio (Dir.); COUTINHO, Eduardo de F. (Codir.). A literatura no Brasil. V. 4. 4. ed. rev. e at. São Paulo: Global, 1997, p. 517-540. não tivera dúvidas de listá-lo entre os díscolos do simbolismo.

João Alexandre Barbosa, no mais importante estudo sobre Veríssimo, observou que esse crítico via no simbolismo o mérito de contribuir para a superação dos esgotados “moldes parnasianos”, mas contava com sua incorporação à tradição local representada pelo romantismo. Por “transposição de exigências realistas” à poesia, deplorava nos poemas simbolistas a ausência de uma “referencialidade explícita” (BARBOSA, 1974BARBOSA, João Alexandre. A tradição do impasse: linguagem da crítica e crítica da linguagem em José Veríssimo. São Paulo: Ática, 1974., p. 178-179). Em virtude dessa suposta deficiência, concluía que nesses textos as palavras nada significavam. O problema teria sido Veríssimo restringir-se a uma “análise unilateral do conteúdo”, inadequada para uma poesia que almejava a “ruptura com a linearidade discursiva” e estabelecia a palavra como “fulcro da poeticidade”. Para João Alexandre Barbosa, não seria justo, porém, atribuir-lhe, como fizeram alguns, “falta de sensibilidade” ou “incapacidade para a poesia”, pois suas dificuldades resultavam antes do “modelo de linguagem adotado”, que o submetia a “preconceitos realistas/naturalistas”. Seu esforço em reeditar “critérios retóricos” como forma de adequar seu exercício crítico à poesia contemporânea teria acabado por resultar em um “elenco de preceitos puramente gramaticais” (BARBOSA, p. 180-1BARBOSA, João Alexandre. A tradição do impasse: linguagem da crítica e crítica da linguagem em José Veríssimo. São Paulo: Ática, 1974.).

A despeito das deficiências de método tão bem caracterizadas por Barbosa e também notadas nos textos aqui analisados, talvez não fosse exagerado dizer que a acesa rivalidade com Sílvio Romero poderia ter contribuído para turvar a capacidade crítica de um intelectual notoriamente obcecado pelo equilíbrio e sinceridade em seus juízos críticos e cujo senso de justiça era admirado por contemporâneos.

  • 1
    Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp, Assis, SP, Brasil).
  • 2
    Trata-se de estudo sobre “A poesia brasileira contemporânea” publicado na Gazeta de Notícias em 8 de outubro de 1890.
  • 3
    Cita-se aqui A evolução do lirismo brasileiro, livro que reproduz integralmente a contribuição de Sílvio Romero para O livro do centenário.
  • 4
    Esse texto encontra-se na segunda série dos Estudos de literatura brasileira (VERÍSSIMO, 1977VERÍSSIMO, José. Um poeta simbolista. O snr. Alphonsus de Guimaraens. Estudos de literatura brasileira. 2a série. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp, 1977, p. 125-131.).
  • 5
    Sobre os propósitos e a importância dessa publicação, ver: Bertol (2020)BERTOL, Rachel. Revista Brasileira, dirigida por José Veríssimo – motor de uma geração. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 35, n. 103, 2020, p. 1-17..
  • 6
    Esse texto foi posteriormente incorporado à quarta série dos Estudos de literatura brasileira.
  • SIMÕES JUNIOR, Alvaro Santos. Veríssimo, crítico do simbolismo (1899-1901). Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, Brasil, n. 83, p. 165-175, dez. 2022.

Referências

  • AGUIAR, Maurício Maia. Machado de Assis em perspectiva: os olhares divergentes de Sílvio Romero e José Veríssimo. Sociologia & Antropologia, Rio de Janeiro, v. 5, n. 1, jan.-abr. 2015, p. 269-296.
  • AZEREDO, Carlos Magalhães de. Estudos contemporâneos: Machado de Assis e Sylvio Romero. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 9 maio 1898, p. 1-2.
  • BARBOSA, João Alexandre. A tradição do impasse: linguagem da crítica e crítica da linguagem em José Veríssimo. São Paulo: Ática, 1974.
  • BERTOL, Rachel. Revista Brasileira, dirigida por José Veríssimo – motor de uma geração. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 35, n. 103, 2020, p. 1-17.
  • CARMELO, Virgilio (Ed.). Correspondência de Machado de Assis com Magalhães de Azeredo Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1969.
  • ELÓI, O HERÓI [pseudônimo de Artur Azevedo]. Chroniqueta. A Estação, Rio de Janeiro, ano XXVI, n. 23, 15 dez. 1897, p. 136.
  • ENCYCLOPEDIE de la littérature. Paris: Librairie Générale Française, 2003.
  • GUIMARAENS, Alphonsus de. Setenário das dores de Nossa Senhora e Câmara ardente. Rio de Janeiro: Leuzinger & Cia., 1899.
  • GUIMARÃES FILHO, Luís. As “Evocações” de Cruz e Sousa. Gazeta de Notícias, Rio de Janeiro, 2 abr. 1899, p. 2.
  • GUIMARÃES FILHO, Luís.Evocações. Gazeta de Notícias, Rio de Janeiro, 13 abr. 1899, p. 2.
  • LABIENO [pseudônimo de Lafaiete Rodrigues Pereira]. Machado de Assis: estudo comparativo por Sílvio Romero. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 25 jan. 1898, p. 2.
  • LABIENO [pseudônimo de Lafaiete Rodrigues Pereira]. Vindicae: o Sr. Sílvio Romero crítico e filósofo. Rio de Janeiro: Jacinto Ribeiro dos Santos, 1899.
  • MURICI, Andrade. A crítica simbolista. In: COUTINHO, Afrânio (Dir.); COUTINHO, Eduardo de F. (Codir.). A literatura no Brasil V. 4. 4. ed. rev. e at. São Paulo: Global, 1997, p. 517-540.
  • MURICI, Andrade. Panorama do movimento simbolista brasileiro 3. ed. rev. e ampl. São Paulo: Perspectiva, 1987. 2 v.
  • ROMERO, Sílvio. A poesia brasileira contemporânea. Gazeta de Notícias, Rio de Janeiro, 8 out. 1890, p. 1.
  • ROMERO, Sílvio. Evolução do lirismo brasileiro Recife: J. B. Edelbrock, 1905.
  • SANTOS, J. dos [pseudônimo de Medeiros e Albuquerque]. A Notícia, Rio de Janeiro, 26 set. 1899, p. 3.
  • VERÍSSIMO, José. Poesia e poetas. In: Estudos de literatura brasileira 4. série. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp, 1977. p, 61-9.
  • VERÍSSIMO, José. Revista literária: livros novos. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 24 abr. 1899a, p. 1.
  • VERÍSSIMO, José. Revista literária: livros novos. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 7 ago. 1899b, p. 1.
  • VERÍSSIMO, José. Revista literária: um romance uruguaio. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 19 nov. 1900, p. 1.
  • VERÍSSIMO, José. Revista literária: livros novos. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 21 jan. 1901a, p. 1.
  • VERÍSSIMO, José. Revista literária: livros novos. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 25 mar. 1901b, p. 1.
  • VERÍSSIMO, José. Revista literária: o futuro da poesia. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 10 jun. 1901c, p. 1.
  • VERÍSSIMO, José. Revista literária: poesia e poetas. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 9 jul. 1901d, p. 1.
  • VERÍSSIMO, José. Livros novos. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 13 ago. 1901e, p. 1.
  • VERÍSSIMO, José. Livros novos. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 2 set. 1901f, p. 1.
  • VERÍSSIMO, José. Um poeta simbolista. O snr. Alphonsus de Guimaraens. Estudos de literatura brasileira 2a série. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp, 1977, p. 125-131.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    27 Jan 2023
  • Data do Fascículo
    Sep-Dec 2022

Histórico

  • Recebido
    05 Maio 2022
  • Aceito
    12 Set 2022
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