RESUMO
O objetivo deste artigo é reavaliar o papel da incerteza na macroeconomia de Keynes, explorando os conceitos de probabilidade, crença racional e ação racional, conforme aparecem no Tratado sobre Probabilidade. Três reivindicações principais são então feitas. Primeiro, existem laços substanciais entre a concepção de racionalidade humana no Tratado de Probabilidade e a Teoria Geral. Em segundo lugar, Keynes atribui considerável importância aos elementos racionais envolvidos no processo de decisão de investimento e sugere que eles normalmente levem à estabilidade macroeconômica. A instabilidade é, portanto, explicada por um choque institucional específico para uma economia que já é propensa a crises devido ao funcionamento não perfeito de certos mercados-chave. Nesta perspectiva, a literatura pós-keynesiana é enganosa ao culpar a incerteza pela instabilidade capitalista e pelo desemprego. Em terceiro lugar, seguindo as dicas de Keynes, sugiro que um programa de pesquisa institucionalista forneça uma base firme para modelar o comportamento do investimento sob incerteza de uma maneira mais realista do que normalmente o clonado.
PALAVRAS-CHAVE:
Probabilidade; racionalidade; Keynes