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DISCURSO DA 1.ª VICE-PRESIDENTE DA ABEn

Por imposição estatutária, no impedimento da titular Presidente da ABEn, Dra. Glete de Alcântara, ausente por motivo de saúde, recebi a tarefa de presidir os trabalhos deste Conclave, que hoje iniciamos.

Sejam nossas primeiras palavras para agradecer à Seção do Estado do Paraná da Associação Brasileira de Enfermagem que, com a sua característica hospitalidade abre pela segunda vez, as portas desta "Cidade Sorriso" para receber os Enfermeiros de todos os recantos do País, que aqui vieram em busca de elementos que permitam melhorar a assistência ao cidadão brasileiro ou comunidades doentes, aperfeiçoar o preparo profisisonal e melhorar as condições de trabalho da equipe de enfermagem de seus Estados.

A ABEn, que ora instala o seu XXVI Congresso, trabalha edificando e plantando para realizar seus objetivos. Seu trabalho é o resultado de um planejamento sempre atualizado e se caracteriza por pequenos e anônimos afazeres que constituem responsabilidade de cada um dos enfermeiros sediados em todo o território nacional.

Nesta cidade, em 1962, quando se realizou o XIV Congresso de nossa classe, aqui estiveram enfermeiros que demonstraram, como nós, suas intenções de aprender, de ensinar, de cooperar, de unir e de progredir. Vieram como nós, porque estavam conscientes da importância do esforço em conjunto, das experiências que devem ser compartilhadas para as resoluções, porque acreditaram também na liderança de sua Associação de Classe, para solucionar problemas educacionais, de assistência e de defesa de interesses dos Associados.

A ABEn hoje se alegra com mais uma de suas grandes reuniões. Pretende, a partir de amanhã, em assembléias gerais, avaliar os métodos e as técnicas empregadas em seu trabalho, com o propósito de corrigir faltas e aperfeiçoar sua estrutura. A sua preocupação é a de permanecer atualizada e atenta face a realidade brasileira para conduzir seus associados no sentido de prestarem melhores serviços.

Nessa etapa de trabalho, conseguimos realizar o sonho de 28 anos: de terem os Enfermeiros o seu Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Enfermagem. Firma, assim, sua posição na consciência social. Como decorrência natural, a profissão ganha autonomia, proporcionando "status", justo e merecido, ao esforço de seus componentes. Convenhamos que a conquista não foi fácil e até mesmo incompleta por não ter sido corespondido totalmente às nossas aspirações e isto reconhecemos com certa acentuação nos trabalhos desenvolvidos no ano de 1973, cujo resultado nos permitiu ter a oficialização do Conselho.

A Enfermagem atinge alto grau de maturidade profissional, de eficiência em sua função interprofisisonal e em sua atuação na comunidade brasileira. Assim, o provam também as reestruturações curriculares das Escolas de nível superior de enfermagem o pujante desenvolvimento do ensino de grau médio e supletivo através dos Cursos Técnicos e de Auxiliares de Enfermagem e acima de tudo o desabrochar promissor dos programas de pós-graduação de enfermagem "sensu stritu" que procuram se organizar de forma racional em sua estrutura através de uma regionalização que evite o desperdício ou a diluição dos recursos humanos materiais e econômicos.

Esse trabalho de valorização não foi exclusivo da Classe. Merecemos a compreensão e a lucidez de autoridades e profissionais das áreas da eduação e da saúde, amigos da enfermagem, que animaram e fortaleceram o processo de ascenção, apoiando sobretudo as nossas reinvindicações.

Aproveitamos a oportunidade para reverenciar as nossas antecessoras e a todos aqueles enfermeiros ainda no exercício de sua.s funções, destacando-se dentre eles nossa Presidente, Dra. Glete de Alcântara, qüe batalharam incansavelmente pela eleração e defesa profissional.

É fazendo ou procurando fazer tudo isto que, na Associação, os enfermeiros edificam e plantam, fazem-no, quase sempre, com recato que caracteriza a profissão, com a simplicidade do trabalhador que semeia para a ceifa de amanhã; as vitórias conquistadas, com sacrifício, são as mais duradouras.

Lembramos com carinho as palavras proferidas pela Enfermeira Marina de Andrade Rezende, na época, Presidente da Associação Brasileira de Enfermagem, em 1962, nesta mesma cidade, "A ABEn trabalha no presente, com olhos no futuro; sua vida ultrapassara as nossas frágeis existências".

Agradecemos à Seção do Paraná a organização deste Encontro, que se inicia apoiado pelas autoridades e de muitos amigos em Curitiba e no Estado. A todos, o nosso reconhecimento. A colaboração que estamos recebendo não será em vão. Este Encontro proporcionará à Classe, oportunidade de crescer, de acertar e melhorar suas atividades na área da saúde, para servir àqueles que necessitam de seus cuidados.

Finalmente, nossa palavra de agradecimento às autoridades civis, militares e eclesiásticas cuja honrosa presença nesta sessão constitui estímulo. Aos amigos que vieram abrilhantar esta solenidade e aos que vão estender sua permanência pelos dias subsequentes, o nosso reconhecimento.

Aos Enfermeiros de todo o Brasil a ABEn agradece a presença.

Finalmente, ao nosso convidado de honra, ilustre orador oficial deste Congresso, Dr. Ney Braga, DD. Ministro da Educação, representado pelo Prof. Euro Brandão Secretário geral do Ministério da Educação solicitamos de Sua Excelência que nos apresente com sua palavra de esclarecida liderança, as diretrizes pelas quais possamos participar mais efetivamente dos objetivos da área que tão brilhantemente dirige.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jul-Sep 1974
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