Educação tecnológica: por que ela não é pertinente para a área da saúde

Kruse, Maria Henriqueta Luce; Santana, Maria Natividade Gomes da Silva Teixeira

doi:10.5935/0034-7167.20020093

Resumos

São enfocadas as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional de nível Tecnológico e sua implementação na área da saúde, mais especificamente da enfermagem. O assunto é abordado a partir de três tópicos, a saber: a contextualização da educação tecnológica, a fundamentação legal, e a formação dos recursos humanos para o SUS. Como conclusão, destaca-se que um novo profissional fragmentaria, ainda mais, o trabalho na Enfermagem e que esta formação, voltada apenas para o trabalho, não atende ao estágio atual da assistência ã saúde tendo em visla a complexidade dos problemas, os avanços do conhecimento, bem como o aumento da população.

educação profissional; recursos humanos para o SUS; educação em enfermagem

Trata el estudio de las Directrices Curriculares Nacionales para la Educación Profesional de nivel Tecnológico y la implementación en el campo de la salud. El asunto está tratado a partir de tres tópicos: la contextualización de la educación tecnológica, la fundamentación legal y la formación de los recursos humanos para el SUS. Como conclusión, se advierte que un nuevo profesional fragmentaria, aún más el trabajo en Enfermería, cuya formación, dirigida apenas para el trabajo, no atiende el estagio actual de la asistencia a la sallud, si se tiene en cuenta la complejidad de los problemas, los avances de conocimientos y el aumento de la población.

educación profesional; recursos humanos para el SUS; educación en enfermería

This study discusses the National Curriculum Policies for professional education in technology, anc its implementation in the health field, more especificaliy in the nursing field. The matter is approached from three different topics: 1) the contextualization of technological education, 2) the legal rationale, 3) the creation of human resources for SUS (Public Health system). As a conclusion, the study points out that the nursing professional would have his/her work even more fragmented than it already is. According to the study, this kind of education does not meet the needs of assistance in the present days, considering the complexity of problems related to it, the advancement of knowledge, and population growth.

professional education; human resources for SUS; nursing education

REFLEXÃO

Educação tecnológica: por que ela não é pertinente para a área da saúde

Technological education: why it is not relevant to the health field

Educación tecnológica: porque no es pertinente en el campo de la salud

Maria Henriqueta Luce Kruse^I; Maria Natividade Gomes da Silva Teixeira Santana^II

^IEnfermeira. Mestre em Enfermagem. Doutoranda em Educação do PPGEDU/UFRGS. Professora Adjunta da Escola de Enfermagem da UFRGS. Diretora de Educação da ABEn RS. Membro da Comissão Permanente de Graduação da ABEn Nacional

^IIEnfermeira, Suplente da Presidente da Associação Brasileira de Enfermagem - ABEn - Gestão 2001-2004, no Fórum de Entidades Nacionais dos Trabalhadores da Área de Saúde - FENTAS. Conselheira Titular do Conselho Nacional de Saúde -CNS, representando o FENTAS. Membro da Comissão Intersetorial de Recursos Humanos para o SUS/CNS. Mestre em Educação pela Universidade de Brasilia-UnB. Professora substituta do Departamento de Enfermagem - UnB

RESUMO

São enfocadas as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional de nível Tecnológico e sua implementação na área da saúde, mais especificamente da enfermagem. O assunto é abordado a partir de três tópicos, a saber: a contextualização da educação tecnológica, a fundamentação legal, e a formação dos recursos humanos para o SUS. Como conclusão, destaca-se que um novo profissional fragmentaria, ainda mais, o trabalho na Enfermagem e que esta formação, voltada apenas para o trabalho, não atende ao estágio atual da assistência ã saúde tendo em visla a complexidade dos problemas, os avanços do conhecimento, bem como o aumento da população.

Palavras-chave: educação profissional, recursos humanos para o SUS, educação em enfermagem

ABSTRACT

This study discusses the National Curriculum Policies for professional education in technology, anc its implementation in the health field, more especificaliy in the nursing field. The matter is approached from three different topics: 1) the contextualization of technological education, 2) the legal rationale, 3) the creation of human resources for SUS (Public Health system). As a conclusion, the study points out that the nursing professional would have his/her work even more fragmented than it already is. According to the study, this kind of education does not meet the needs of assistance in the present days, considering the complexity of problems related to it, the advancement of knowledge, and population growth.

Keywords: professional education, human resources for SUS, nursing education

RESUMEN

Trata el estudio de las Directrices Curriculares Nacionales para la Educación Profesional de nivel Tecnológico y la implementación en el campo de la salud. El asunto está tratado a partir de tres tópicos: la contextualización de la educación tecnológica, la fundamentación legal y la formación de los recursos humanos para el SUS. Como conclusión, se advierte que un nuevo profesional fragmentaria, aún más el trabajo en Enfermería, cuya formación, dirigida apenas para el trabajo, no atiende el estagio actual de la asistencia a la sallud, si se tiene en cuenta la complejidad de los problemas, los avances de conocimientos y el aumento de la población.

Palavras clave: educación profesional, recursos humanos para el SUS, educación en enfermería

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Recebido em 03/06/2002

Aprovado em 16/08/2002

1 Fórum de Entidades Nacionais dos Trabalhadores da Área de Saúde - FENTAS.

2 Previstas, respectivamente, no art. 43 da LDB e no decreto 2208/97.

3 NOB: entende-se por Norma Operacional Básica, doravante denominada NOB, o instrumenlo normativo de operacionalização dos preceitos da legislação que rege o Sistema Único de Saúde (SUS). Atè o momento, foram editadas as NOB de 1991, 1993 e 1996, e 2000, sendo que NOB de recursos humanos está sendo objeto de normalização, a partir das diretr zes aprovadas na 11ª Conferência de Nacional de Saúde e homologadas pelo Conselho Nacional de Saúde.

BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Principios e diretrizes para a NOB/RH-SUS: (incorporadas as diretrizes aprovadas na 11. Conferencia Nacional de Saúde). Brasilia, 2002a. 50f. Última versão revisada.
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Proposta de Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional de Nível Tecnológico, Brasilia: 2002. Disponível em: http://www.mec.gov.br Acesso em: março de 2002b. Em elaboração.
CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE, 10., 1996, Brasília. Relatório final Brasília: Ministério da Saúde, 1996. 102p.
CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE, 11., 2000, Brasília Relatório final Brasília: Ministério da Saúde, 2000. 188p.
KRUSE, M. H. L. Cursos seqüenciais, implicações para a prática de Enfermagem. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE DIRETRIZES PARA A EDUCAÇÃO EM ENFERMAGEM NO BRASIL, 4., Fortaleza, 2000. Anais.. Fortaleza: ABEn, 2000.
______. Tecnólogo em Enfermagem: quem necessita deste profissional? Informativo ABEn, Brasília, junho de 2002. p.4-5.
KUENZER, A. Z. A reforma do ensino técnico no Brasil e suas conseqüências. In: FERRETTl, C.; SILVA Jr.,J. dos R.e OLIVEIRA, M, R. Trabalho Formação e Currículo: para onde vai a escola? São Paulo: Xamã, 1999.
SANTANA. M. N. G. S. T. Proposta do Controle Social, por meio da 11Ş Conferência Nacional de Saúde para a Formação de Recursos Humanos para a Área de Saúde Brasília. 2001. (Digitado).

Datas de Publicação

Publicação nesta coleção
24 Jun 2014
Data do Fascículo
Ago 2002

Histórico

Aceito
16 Ago 2002
Recebido
03 Jun 2002

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[1] BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Principios e diretrizes para a NOB/RH-SUS: (incorporadas as diretrizes aprovadas na 11. Conferencia Nacional de Saúde). Brasilia, 2002a. 50f. Última versão revisada.

[2] BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Proposta de Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional de Nível Tecnológico, Brasilia: 2002. Disponível em: http://www.mec.gov.br Acesso em: março de 2002b. Em elaboração.

[3] CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE, 10., 1996, Brasília. Relatório final Brasília: Ministério da Saúde, 1996. 102p.

[4] CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE, 11., 2000, Brasília Relatório final Brasília: Ministério da Saúde, 2000. 188p.

[5] KRUSE, M. H. L. Cursos seqüenciais, implicações para a prática de Enfermagem. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE DIRETRIZES PARA A EDUCAÇÃO EM ENFERMAGEM NO BRASIL, 4., Fortaleza, 2000. Anais.. Fortaleza: ABEn, 2000.

[6] ______. Tecnólogo em Enfermagem: quem necessita deste profissional? Informativo ABEn, Brasília, junho de 2002. p.4-5.

[7] KUENZER, A. Z. A reforma do ensino técnico no Brasil e suas conseqüências. In: FERRETTl, C.; SILVA Jr.,J. dos R.e OLIVEIRA, M, R. Trabalho Formação e Currículo: para onde vai a escola? São Paulo: Xamã, 1999.

[8] SANTANA. M. N. G. S. T. Proposta do Controle Social, por meio da 11Ş Conferência Nacional de Saúde para a Formação de Recursos Humanos para a Área de Saúde Brasília. 2001. (Digitado).