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A discriminação racial no tratamento da dor* * Recebido do Departamento de Enfermagem da Universidade Estadual de Londrina, Londrina PR, Brasil.

Resumos

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:

A vulnerabilidade de determinadas raças e etnias, pode ser agravada pela subjetividade da dor. Portanto, o objetivo deste estudo foi identificar se há discriminação racial no controle da dor pelos profissionais de saúde.

CONTEÚDO:

Trata-se de uma revisão de literatura, e as bases de dados consultadas foram: PubMed/Medline, LILACS, SciELO, Cochrane, EMBASE, SCOPUS e psycINFO com palavras-chaves em inglês e português: pain-dor and race-raça or ethnic-etnia, analgesia-analgesia, prejudice/discrimination-discriminação, prescriptions drug-prescrição médica. De 3.216 artigos, 45 foram selecionados. Na busca manual, cinco foram incluídos, totalizando 50 artigos.

CONCLUSÃO:

Nenhum estudo foi realizado no Brasil e 96% são dos Estados Unidos. Os estudos são do tipo transversal e corte. As raças/etnias mais pesquisadas foram a negra e a branca, seguidas dos hispânicos e asiáticos. Os desfechos mais usados foram: acesso ao tratamento e a prescrição de analgésicos. A discriminação racial foi identificada em 74% dos estudos, sendo a raça negra a mais discriminada.

Analgesia; Discriminação; Dor; Raça; Etnia


BACKGROUND AND OBJECTIVES:

The vulnerability of certain races and ethnicities may be worsened by the subjectivity of pain. So, this study aimed at identifying whether there has been racial discrimination in pain control by health professionals.

CONTENTS:

This is a literature review and queried databases were: PubMed/Medline, LILACS, SciELO, Cochrane, EMBASE, SCOPUS and psycINFO with keywords in English and Portuguese: pain-dor andrace-raça orethnic-etnia, analgesia-analgesia, prejudice/discrimination-discriminação, prescriptions drug-prescrição médica. From 3216 articles, 45 were selected. Five were included after manual search, in a total of 50 articles.

CONCLUSION:

No study was carried out in Brazil and 96% are from the United States. Studies are of the cross sectional and cohort type. Most researched races/ethnicities were black and white, followed by Hispanic and Asian. Most common outcomes were: access to treatment and analgesic prescription. Racial discrimination was identified in 74% of studies, being blacks the most discriminated race.

Analgesia; Discrimination; Ethnicity; Pain; Race


INTRODUÇÃO

A dor é uma experiência que traz prejuízos que variam em forma e magnitude; seu alívio deve ser considerado um direito de quem a sente e um dever de quem a assiste, no entanto, nem sempre isto ocorre de forma satisfatória1Lebovits A. The Ethical Implications of Racial Disparaties in Pain: Are Some of Us More Equal? Pain Med. 2005;6(1)..

Entre minorias raciais e étnicas há descrição de variabilidade na qualidade do manuseio da dor e isso pode ter implicações sobre o estado de saúde e qualidade de vida. A Academia Americana de Medicina em Dor e a Associação Médica Americana declaram que diferenças nos cuidados médicos baseados em características imutáveis como idade, gênero e raça precisam ser evitadas2Green C, Todd KH, Lebovits A, Francis M. Disparities in pain: ethical issues. Pain Med. 2006;7(6):530-3..

A vulnerabilidade de determinadas raças e etnias pode ser agravada pela subjetividade da dor, cuja expressão depende de quem a sente. Pesquisas sobre o tema representam um grande avanço no entendimento da discriminação racial no tratamento da dor, e as políticas de cuidados à saúde precisam desenvolver ações para o adequado atendimento a populações vulneráveis.

Portanto, este estudo teve como objetivo identificar se existe discriminação racial no controle da dor por profissionais de saúde.

CONTEÚDO

Foram consultadas as bases eletrônicas Pubmed/Medline, Literatura Latino Americana em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online(SciELO), Cochrane, EMBASE.com, SCOPUS e psycINFO. Foram usados os descritores padronizados no MESH e DeCs: pain-dor and race-raça or ethnic-etnia, and analgesia-analgesia. Para refinar a busca, a essas combinações foram acrescidos os termos: prejudice, discrimination, disparaties and prescriptions drug. Além da busca nas bases eletrônicas, realizou-se busca manual nas publicações inicialmente identificadas. Não foi estabelecida data limite com a finalidade de se obter um número máximo de artigos relacionados ao tema de interesse.

A busca dos artigos foi realizada através da estratégia PICO, no PubMed/Medline, que representa um acrônimo para Paciente, Intervenção, Comparação, Outcome (desfecho). Para a presente revisão, utilizamos o descritor "Pain" para Paciente, o descritor "Race" para Intervenção, e o descritor "Treatment" para Outcome. Em outra tentativa de busca, utilizamos o descritor "Analgesia" para Outcome.

Os critérios de inclusão foram: estudos quantitativos que pesquisaram a discriminação racial no controle da dor e os critérios de exclusão foram: estudos relacionados à resposta do paciente ao tratamento da dor conforme a raça. O fluxograma da busca está descrito na figura 1.

Figura 1
Fluxograma dos estudos incluídos e excluídos

Os títulos e os resumos de todos os artigos identificados na busca eletrônica foram revisados (n=3.216) e 45 foram selecionados. Na busca manual, 5 foram incluídos, totalizando 50 artigos.

Os aspectos analisados nos estudos foram: data de publicação, país onde foi realizado o estudo, raças estudadas, desenho do estudo, desfechos, nível de evidência e principais resultados. Alguns desses aspectos estão descritos na tabela 1.

Tabela 1
Síntese dos principais aspectos dos artigos selecionados

Dentre os 50 estudos, observaram-se 25 diferentes composições de grupos raciais/étnicos. As raças negra e branca foram incluídas na maioria dos grupos (43/50). Os desenhos metodológicos foram predominantemente transversais (31/50) e de coorte 19/50. Entre os transversais, 15 analisaram prontuários médicos.

Houve predomínio de estudos (41/50) com controle de variáveis, sendo as sociodemográficas (35/50) e convênios de saúde (14/50) as mais controladas. A prescrição de analgésicos foi utilizada como desfecho pela maioria dos estudos (29/50).

A discriminação racial influenciou no controle da dor em 74% dos estudos selecionados. Dentre os que analisaram a raça negra e outras raças/etnias (n=43), 24 apresentaram discriminação para negros (55,81%) e entre os que analisaram exclusivamente negros e brancos (n=17), 12 relataram discriminação para negros. Hispânicos foram comparados com outras raças/etnias em 30 estudos, e a discriminação para esta etnia foi encontrada em 16 estudos (53,33%).

A discriminação racial no controle da dor parece ser uma preocupação relativamente recente entre os estudiosos em dor, considerando que só a partir da década de 1990 os estudos vêm aumentando. Durante a década de 1990, nos Estados Unidos, várias organizações profissionais tais como a Organização Mundial da Saúde, a Agência de Cuidado à Política e Pesquisa da Saúde, a Sociedade Americana da Dor e a Sociedade de Enfermagem em Oncologia realizaram grandes esforços para direcionar discussões sobre o manuseio da dor5353 Ezenwa MO, Ameringer S, Ward SE, Serlin RC. Racial and ethnic disparities in pain management in the United States. J Nurs Scholarsh. 2006;38(3):225-33.. Há preocupação com a discriminação racial no controle da dor nesse país, dado esse confirmado pela grande atenção que esse tema tem recebido nos Serviços de Saúde nos últimos 10 anos2Green C, Todd KH, Lebovits A, Francis M. Disparities in pain: ethical issues. Pain Med. 2006;7(6):530-3.. Verifica-se que, apesar da crescente preocupação com o tratamento da dor nas últimas décadas, a prevalência de estudos com resultados de discriminação racial no controle da dor também aumentou. Nota-se a falta de diferenciação entre raça e etnia, pois muitos estudos referem-se a esses termos como similares. A noção predominante de raça na pesquisa biomédica tem sido entendida como as características fenotípicas como a cor da pele e características faciais que podem ser usadas para classificar as pessoas em subgrupos genéticos. O conceito de etnia tem sido sugerido como uma alternativa de raça com o intuito de não se ter uma conotação estritamente biológica, implicando que os grupos podem variar em relação à cultura como também ao padrão biológico5454 Kaufman JS, Cooper RS. Comentary: considerations for use of racial/ethnic classification in etiologic research. Am J Epidemiol. 2001;154(4):291-8..

A distinção entre essas construções é muitas vezes turva, levando pesquisadores a considerá-las em uma única dimensão raça/etnia a qual também se justifica porque os dados são geralmente coletados por autorrelato, e muitos respondentes consideram os termos como sinônimos5454 Kaufman JS, Cooper RS. Comentary: considerations for use of racial/ethnic classification in etiologic research. Am J Epidemiol. 2001;154(4):291-8..

Quanto ao termo "hispânico", o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos relatou que os termos "hispânicos e latinos" são referidos pelos pesquisadores como todas as pessoas descendentes de espanhóis, quando tais pessoas podem ser de Cuba, México, Porto Rico, América do Sul ou Central ou de outras culturas espanholas. Ressalta-se ainda, que os autores não justificam suas escolhas, não apresentam nenhum critério pré-estabelecido nem se orientam por uma classificação padronizada. Apesar disso, é um equívoco concluir que por não se tratar de classificações científicas, mas construídas e reforçadas por normas sociais, a raça e a etnia sejam destituídas de valor na pesquisa5555 Laguardia J. O uso da variável "Raça" na Pesquisa em Saúde. Rev Saúde Coletiva 2004;14(2):197-234..

A maioria dos estudos é do tipo transversal e destes, 50% utilizou dados de prontuários médicos. Nesse caso é difícil determinar se os pacientes dos estudos solicitavam pouca medicação para dor, ou simplesmente se os pacientes relatavam menos dor. Portanto, o desafio dos pesquisadores em dor é determinar quando e por que as diferenças existem.

Apesar de se verificar o controle de variáveis de confusão na maioria dos estudos, a discriminação racial é descrita em 74% deles, porém, entende-se que esse resultado não pode deixar de ser considerado à luz da extrema dificuldade de se isolar os efeitos da raça/etnia da posição socioeconômica que nos Estados Unidos estão estreitamente entrelaçados5656 Burguess DJ, van Ryn M, Crowley-Matoka M, Malat J. Understanding the provider contribution to race/ethnicity disparities in pain treatment: insights from dual process models of stereotyping. Pain Med. 2006;7(2):119-34.. Quanto aos desfechos, há variabilidade entre eles, indicando uma limitação na comparação dos resultados.

A raça negra foi a mais discriminada (55,8%), seguida pelos hispânicos (53,3%). Esses resultados são similares aos observados em duas revisões de literatura5353 Ezenwa MO, Ameringer S, Ward SE, Serlin RC. Racial and ethnic disparities in pain management in the United States. J Nurs Scholarsh. 2006;38(3):225-33.

54 Kaufman JS, Cooper RS. Comentary: considerations for use of racial/ethnic classification in etiologic research. Am J Epidemiol. 2001;154(4):291-8.

55 Laguardia J. O uso da variável "Raça" na Pesquisa em Saúde. Rev Saúde Coletiva 2004;14(2):197-234.

56 Burguess DJ, van Ryn M, Crowley-Matoka M, Malat J. Understanding the provider contribution to race/ethnicity disparities in pain treatment: insights from dual process models of stereotyping. Pain Med. 2006;7(2):119-34.
-5757 Bonham VL. Race, ethnicity, and pain treatment: striving to understand the causes and solutions to the disparities in pain treatment. J Law Med Ethics. 2001;29(1):52-68..

A discriminação racial no tratamento da dor pode estar relacionada a várias questões. A expressão e interpretação da dor são afetadas pelo significado da mesma. Significado e comportamento podem estar associados a normas culturais, e a percepção e a comunicação podem ser prejudicadas quando as etnias do profissional de saúde e do paciente são diferentes. O estereótipo étnico também pode interferir na capacidade do profissional de saúde em avaliar a dor de forma confiável. Portanto, por uma variedade de razões, profissionais apresentam risco de subvalorizar a dor de pacientes de outras culturas.

Ainda que diferenças no tratamento da dor, baseadas em raça e etnia, sejam temas comuns nas pesquisas em dor, há pouca evidência para explicar por que essas diferenças existem2424 Nguyen M, Ugarte C, Fuller I, Haas G, Portenoy RK. Access to care for chronic pain: racial and ethnic differences. J Pain. 2005;6(5):301-14.. Possíveis explicações incluem racismo dos cuidadores em saúde, língua e barreira cultural que dificultam a comunicação, fatores socioeconômicos que afetam pacientes de minoria étnica e lacunas no entendimento de como avaliar a dor de forma confiável. Enquanto esses aspectos não estiverem mais claros, será difícil elaborar estratégias para eliminar diferenças étnicas e raciais no tratamento da dor2Green C, Todd KH, Lebovits A, Francis M. Disparities in pain: ethical issues. Pain Med. 2006;7(6):530-3..

Pesquisas sobre instrumentos de avaliação da dor sensíveis cultural e linguisticamente e estudos sobre qualidade de cuidado nas minorias raciais e étnicas que estão experimentando dor são necessárias2424 Nguyen M, Ugarte C, Fuller I, Haas G, Portenoy RK. Access to care for chronic pain: racial and ethnic differences. J Pain. 2005;6(5):301-14.. Autores sugerem que uma das iniciativas para diminuir a discriminação racial no manuseio da dor possa ser a implantação de protocolos de atendimento a pacientes com dor nos serviços de saúde5858 Cintron A, Morrison RS. Pain and ethnicity in the United States: a systematic review. J Palliat Med. 2006;9(6):1454-73.. Outro aspecto importante a ser considerado é a necessidade de discussões durante a formação do profissional de saúde, que permita a análise de preconceitos que influem na assistência prestada.

Pode-se considerar como limitação deste estudo o fato de as pesquisas serem realizadas em sua quase totalidade nos Estados Unidos, limitando uma análise mais ampla sobre a possível diferença na assistência ao paciente com dor conforme sua condição racial/étnica.

CONCLUSÃO

A discriminação racial foi identificada na maioria dos estudos selecionados, sendo a raça negra a mais discriminada, seguida pelos hispânicos. O desfecho mais utilizado foi relacionado à prescrição de analgésico. Verifica-se que o comportamento de cuidadores contribui para discriminações étnicas/raciais no tratamento da dor. Acre-dita-se que os achados desta pesquisa podem ser correlacionados à assistência ao paciente com dor no Brasil, considerando a diversidade racial existente em nosso país.

Os resultados apresentados apontam para a necessidade da realização de pesquisas sobre esse tema em outros países além dos Estados Unidos e a importância da reflexão sobre a influência de diferenças culturais na prestação do cuidado durante a formação de recursos humanos em saúde.

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    Recebido do Departamento de Enfermagem da Universidade Estadual de Londrina, Londrina PR, Brasil.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jul-Sep 2014

Histórico

  • Recebido
    15 Jan 2014
  • Aceito
    22 Ago 2014
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