PEATE por estímulo <i>chirp</i> em recém-nascidos: uma revisão integrativa

Rezende, Ana Luiza de Freitas; Resende, Luciana Macedo de; Valadares, Ana Carolina Andrade; Carvalho, Sirley Alves da Silva

doi:10.1590/1982-0216/20222442522s

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Sumário

ARTIGOS DE REVISÃO • Rev. CEFAC 24 (4) • 2022 • https://doi.org/10.1590/1982-0216/20222442522s copiar

PEATE por estímulo chirp em recém-nascidos: uma revisão integrativa

Autoria SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS

RESUMO

Objetivo:

revisar a literatura disponível sobre os achados eletrofisiológicos do PEATE por estímulo chirp em recém-nascidos.

Métodos:

a busca dos artigos foi realizada nas bases de dados PubMed, Medline, Scopus, Web of Science, LILACS e Scielo. Foram selecionados artigos publicados em Inglês e Português, entre 2010 e 2020. Foram incluídos artigos que contemplavam o uso do PEATE por estímulo chirp banda larga por via aérea em recém-nascidos; que avaliavam o PEATE por frequência específica e que comparavam os resultados do PEATE por estímulo chirp e clique. Aqueles que avaliavam somente resultados por via óssea, artigos repetidos nas bases de dados, artigos de revisão de literatura, relato de casos, cartas e editoriais foram excluídos.

Revisão da Literatura:

a estratégia de busca resultou na seleção de nove artigos. Quatro estudos (44,4%) analisaram amplitude e latência das ondas do PEATE por estímulo chirp, três (33,3%) compararam o tempo de realização do PEATE por clique e chirp, dois estudos (22,2%) analisaram somente o parâmetro amplitude e dois (22,2%) verificaram a especificidade do PEATE por chirp na triagem auditiva neonatal.

Conclusão:

o estímulo chirp possibilita respostas com maiores amplitudes, maiores latências e menor tempo de realização do exame quando comparado ao estímulo clique em recém-nascidos.

Descritores:
Recém-Nascido; Potenciais Evocados Auditivos; Tronco Encefálico

Autores (Ano)	Delineamento	Amostra	Principais achados
Cebulla et al.¹³ (2012)	Estudo transversal	6866 recém-nascidos sem IRDA até 48 horas após o parto, na primeira etapa, e de seis a oito semanas de vida na segunda etapa	Dos recém-nascidos triados 6.607 (96,2%) “passaram” na triagem auditiva antes da alta hospitalar utilizando o dispositivo MB11 BERAphone1. Dos 259 recém-nascidos encaminhados para o reteste, 188 não “passaram” e 47 tiveram perda auditiva confirmada no diagnóstico. A especificidade do dispositivo utilizado no estudo foi de 97,9%.
Muhler et al.¹² (2013)	Estudo transversal	46 crianças com até 48 meses de idade	As amplitudes médias da onda V evocada pelo chirp foram muito maiores quando comparadas as evocadas por estímulo clique, quase atingindo os valores de adultos na faixa etária mais velha. Aconselha-se o uso do estímulo chirp para pesquisa de limiares eletrofisiológicos por serem mais confiável e poder ser medido em níveis mais elevados de ruído EEG residual quando comparado ao estímulo clique.
Cebulla et al.¹⁴ (2014)	Estudo transversal	96 recém-nascidos com audição normal e idade menor que cinco dias	Os potenciais evocados por chirp se distinguem dos potenciais evocados por clique por suas amplitudes ABR significativamente maiores. Espera-se que o estímulo chirp produza resultados mais confiáveis e, especialmente, tempos de medição mais curtos e, por fim, leve a uma melhor qualidade da avaliação do limiar auditivo e da triagem auditiva.
Stuart et al.¹¹ (2014)	Estudo transversal	23 recém-nascidos saudáveis com idade gestacional entre 36 e 40 semanas	O uso de chirp na avaliação da triagem auditiva neonatal pode melhorar significativamente a amplitude do ABR de resposta e reduzir o tempo de teste. Uma desvantagem do uso de chirp na triagem neonatal do ABR pode ser a perda da sensibilidade do teste. Mais estudos com estímulos chirp na avaliação de recém-nascidos são necessários.
Almeida et al.¹⁷ (2014)	Estudo transversal	40 recém-nascidos com e sem IRDA	O PEATE-A com estímulo CE-Chirp apresenta maior especificidade e menor número de casos falso-positivos que o estímulo clique, nas intensidades de 30 dBnNA e 35 dBnNA, e menor tempo de detecção de resposta.
Cobb et al.⁹ (2016)	Estudo transversal	168 recém-nascidos sem IRDA	Em geral, as amplitudes da onda V do ABR aos estímulos CE-Chirp conduzidos por via aérea foram significativamente maiores (p<0,05) do que aquelas evocadas por estímulos clique. Existiam diferenças sistemáticas estatisticamente significativas (p <0,05).
Cobb et al.¹⁰ (2016)	Estudo transversal	168 recém-nascidos saudáveis e 20 adultos com audição normal	Existem diferenças significativas nas latências e amplitudes do PEATE entre recém-nascidos e adultos jovens usando estímulos CE-Chirp. Essas diferenças são consistentes com as diferenças em relação ao estímulo clique e refletem diferenças maturacionais em função da idade. Essas descobertas continuam a enfatizar a importância de interpretar os resultados do ABR usando dados normativos baseados na idade.
Lopes et al.¹⁵ (2020)	Estudo transversal	46 recém-nascidos sem IRDA	Verificou-se que o tempo médio de realização do procedimento PEATE-A com uso do estímulo CE-Chirp é três vezes menor do que com estímulo clique.
Ferreira et al.¹⁶ (2020)	Estudo transversal	30 recém-nascidos a termo e sem IRDA	A onda V do PEATE de recém-nascidos não sofre influência da variável sexo, quando utilizado o estímulo Ichirp banda larga.

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[1] Endereço para correspondência: Ana Carolina Andrade Valadares, Avenida Professor Alfredo Balena, 190 - Santa Efigênia, CEP: 30130-100 - Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, E-mail: anacarolinaandrade38@gmail.com