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Perfil de fala na síndrome de Down: apraxia de fala x transtorno de fala de origem musculoesquelética

RESUMO

Este estudo apresenta análise de aspectos linguísticos, em nível segmental e suprassegmental, em indivíduos com síndrome de Down, com ou sem diagnóstico de apraxia da fala. Participaram dez indivíduos, de ambos os sexos, com idade compreendida entre 13 e 32 anos. A coleta dos dados foi realizada individual e separadamente, em uma sessão terapêutica gravada. As tarefas de fala consistiram em repetição de palavras, repetição de sentenças e fala automática. As amostras de fala foram submetidas a transcrições fonéticas, com a descrição e análise das alterações fonoarticulatórias, tipologia das disfluências e alterações prosódicas. Os dados foram submetidos a análise estatística descritiva e inferencial, utilizando o teste de Mann-Whitney para amostras independentes e considerando como significativo o p-valor≤0.05. Os indivíduos com apraxia de fala (n=6), comparados aos sem (n=4), apresentaram maior ocorrência das alterações fonoarticulatórias, com diferença estatisticamente significante entre os dois grupos nas alterações do tipo omissão (p=0,018) e imprecisão articulatória (p=0,030); maior ocorrência de disfluências, principalmente do tipo repetição de sílaba, e ocorrência de alterações prosódicas (83,3%) que não foram encontradas no grupo sem apraxia de fala. Revela-se a importância do diagnóstico diferencial das alterações de fala na síndrome de Down, com avaliação que considere os distintos aspectos linguísticos, pois as características da fala são diferenciadas e a intervenção clínica deve ser precoce e orientada por parâmetros específicos.

Descritores:
Síndrome de Down; Apraxias; Fonoaudiologia; Linguística; Fala

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