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O grupo na fonoaudiologia: origens clínicas e na saúde coletiva

Speech and language therapy and the group: clinical and coletive health sources

Resumos

TEMA: o grupo na Fonoaudiologia. OBJETIVOS: revisar pesquisas envolvendo a efetividade de abordagens grupais na Saúde Coletiva, mais especificamente na Fonoaudiologia e na Psicologia, na realidade brasileira. CONCLUSÃO: em todos os relatos de caso o grupo foi a forma eficaz e eficiente de intervenção, em função de seus pressupostos teóricos consistentes.

Terapeutica; Saúde Pública; Fonoaudiologia; Psicologia


BACKGROUND: the group in speech therapy. PURPOSE: to review the researches about the effectiveness of group therapy in collective health, and more specifically in speech therapy and in psychology under the Brazilian reality. CONCLUSION: the group was an efficient and efficacy intervention strategy, in all cases, because of its theatrical assumptions.

Therapeutics; Public Health; Speech Language Hearing Sciences; Psychology


O grupo na fonoaudiologia: origens clínicas e na saúde coletiva

Speech and language therapy and the group: clinical and coletive health sources

Ana Paula Ramos de SouzaI; Anelise Henrich CrestaniII; Clair Rezende VieiraIII; Famiely Colman Machado de MachadoIII; Larissa Llaguno PereiraIII

IFonoaudióloga; Professora do Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação Humana e do curso de Graduação em Fonoaudiologia da Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, Santa Maria, RS, Brasil; Doutora em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS

IIFonoaudióloga graduada pelo Curso de Fonoaudiologia e Mestranda em Distúrbios da Comunicação Humana da Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, Santa Maria, RS, Brasil

IIIAluna do curso de Graduação em Fonoaudiologia da Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, Santa Maria, RS, Brasil

Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Ana Paula Ramos de Souza Rua Raposo Tavares, 134 apto.401 Santa Maria- RS CEP:97015-560 E-mail: ramos1964@uol.com.br

RESUMO

TEMA: o grupo na Fonoaudiologia.

OBJETIVOS: revisar pesquisas envolvendo a efetividade de abordagens grupais na Saúde Coletiva, mais especificamente na Fonoaudiologia e na Psicologia, na realidade brasileira.

CONCLUSÃO: em todos os relatos de caso o grupo foi a forma eficaz e eficiente de intervenção, em função de seus pressupostos teóricos consistentes.

Descritores: Terapeutica;Saúde Pública; Fonoaudiologia; Psicologia

ABSTRACT

BACKGROUND: the group in speech therapy.

PURPOSE: to review the researches about the effectiveness of group therapy in collective health, and more specifically in speech therapy and in psychology under the Brazilian reality.

CONCLUSION: the group was an efficient and efficacy intervention strategy, in all cases, because of its theatrical assumptions.

Keywords: Therapeutics; Public Health; Speech Language Hearing Sciences; Psychology

INTRODUÇÃO

Reunir-se em grupos é uma característica essencial dos seres humanos que nascem, crescem e morrem inseridos em grupos sociais. Ao longo do ciclo vital, as habilidades interpessoais, o desempenho de papéis designados pela cultura e a solução de problemas ocorrem nas experiências grupais. 1.

A preocupação em se estudar grupos, em especial nas ciências humanas e da saúde, tomou força com o surgimento das grandes crises mundiais, época em que se tornou fundamental trabalhar com grupos, em função da escassez de agentes de saúde. Hoje, além de possibilitar o atendimento de grandes demandas em serviços públicos, o grupo tem sua importância reconhecida na determinação do comportamento individual 2.

A ênfase em grupos, com características específicas, ganhou corpo na estrutura celular do movimento feminista por meio dos chamados grupos de reflexão, nos quais se procede a uma socialização das vivências pessoais. A grande particularidade desses grupos de gênero foi a ausência do terapeuta, fazendo com que a troca de experiências, coordenada por um membro do próprio grupo, determinasse o rumo da discussão. No caso dos grupos de mulheres, a experiência grupal representou uma construção de estratégias coletivas de resistência para as mulheres, uma estrutura básica de trabalho e investigação, assim como uma instância de ancoragem do cotidiano 3. Observa-se, por outro lado, que a presença do terapeuta é importante no contexto da saúde mental. Essa modalidade de atendimento psicológico alcançou nas últimas décadas uma expansão extraordinária e tem sido aplicada a uma ampla gama de pacientes, na abordagem de diversos problemas e em distintos contextos, ou seja, clínica particular, hospitais gerais e psiquiátricos, hospitais-dia, ambulatórios e centros de saúde 4, oficinas protegidas, centros de convivência e serviços de reabilitação psicossocial 5.

Zimerman 6 salienta a diferença entre grupo e agrupamento, descrevendo grupo como um conjunto de pessoas que partilham de um mesmo interesse e tem um objetivo em comum entre as quais há interação e vínculos emocionais. No agrupamento, não há interação nem vínculos, pois ele se caracteriza por um conjunto de pessoas que ocupam um mesmo lugar mas que ainda não constituem um grupo.

O grupo terapêutico fonoaudiológico surgiu na década de 1980, momento em que o aspecto preventivo começa a se delinear na área. Os profissionais, deparando-se com uma grande quantidade de indivíduos que necessitavam de atendimento nas Unidades Básicas de Saúde, começaram a optar por esse tipo de trabalho, já que não haveria possibilidade de assistir a todas as pessoas individualmente 7. Com o passar do tempo, estudos demonstraram que muito mais do que uma opção para atender a demanda, o grupo terapêutico pode ser um importante "lugar" de trocas, vivências culturais e partilha de conhecimentos 8,9. Essa modalidade tornou-se importante em todas as áreas da Fonoaudiologia 8,10-14

Considerando a relevância do grupo na promoção e reabilitação da saúde, e sua forte teorização pela Psicologia, o objetivo deste artigo é realizar uma revisão das pesquisas envolvendo a efetividade de abordagens grupais na Saúde Coletiva, mais especificamente na Fonoaudiologia e na Psicologia, na realidade brasileira. Pretende-se, desta forma, trazer subsídios para a reflexão sobre esta estratégia tão importante para o cuidado em saúde em seus distintos níveis. Especificamente, objetiva-se analisar as principais estratégias de abordagem grupal e descrever a eficácia e eficiência de estratégias grupais em Psicologia, em Fonoaudiologia e nos espaços de atenção primária e secundária em saúde. Priorizaram-se trabalhos com participação de fonoaudiólogos para esta revisão.

MÉTODOS

A revisão foi realizada a partir da busca nas bases de dados Medline e Scielo-Brasil, com consulta a revistas de Psicologia, Saúde Coletiva, Enfermagem e Fonoaudiologia. Unitermos como intervenção grupal, grupos, grupos de auto-ajuda, terapia grupal foram consultados e a partir de diversas rodadas foram selecionados trabalhos a partir dos seguintes critérios;

- Que efetivassem intervenções grupais nos distintos níveis de atenção em saúde (primária, secundária e terciária);

-Que abordassem aspectos teóricos da intervenção grupal;

-Que analisassem os efeitos grupais na área de Psicologia, Fonoaudiologia e Saúde coletiva;

-Foram priorizados os estudos dos últimos 05 anos em todas as áreas, excetuando alguns artigos introdutores do tema na Fonoaudiologia. Também, nesse sentido, foram inseridos alguns livros e dissertações considerados fundamentais para as áreas investigadas.

Para análise foram elencadas três grandes categorias expositivas:

-Grupos na Psicologia: categoria fundamental tendo em vista ser a primeira profissão a investigar cientificamente a utilização da terapia grupal;

-Grupos na Saúde Coletiva e o começo da Fonoaudiologia na atuação grupal: categoria na qual há interface de atuação das distintas profissões em saúde, nas quais o fonoaudiólogo se insere em sua atuação nos níveis de atenção primária e secundária.

-Grupos na Fonoaudiologia: categoria que objetiva refletir sobre os avanços dessa estratégia na prática clínica.

Essas mesmas categorias serviram para construir o processo de análise.

REVISÃO DA LITERATURA

A partir da revisão dos artigos e livros consultados foi possível sintetizar os principais aspectos investigados na intervenção grupal nas categorias Grupos na Psicologia, na Fonoaudiologia e na Saúde Coletiva.

Grupos na Psicologia

A partir da década de 1920, com a crescente influência da psicanálise, surgiu tanto na Europa como nos EUA grupos de abordagem psicanalítica 15. No século XX na Europa, Moreno e, nos EUA, Pratt foram os precursores do trabalho com grupos. Neste período inicial, nos Estados Unidos, os grupos eram formados basicamente por pacientes internados e portadores de uma mesma enfermidade, já em Viena, eram grupos de moradores de rua e prostitutas.

As teorizações que sustentam a prática da psicoterapia grupal são, em sua maioria, marcadas por descrições universalizantes sobre seu processo, seus fatores terapêuticos e suas formas de composição e classificação, alternativas ao atendimento individual. Enfatizam-se, dessa forma, os processos interativos e se favorecem práticas mais abrangentes e inclusivas, criando-se uma especificidade dos relacionamentos e trocas convencionais que ocorrem neste tipo de terapia 16.

Apesar das críticas já produzidas com relação à essencialização do grupo como objeto teórico e às práticas que este sustenta 16, considera-se que a teoria e a pesquisa neste campo ainda demandam referenciais teóricos e metodológicos alternativos. Há, no entanto, um consenso do papel do terapeuta. Este possui a função de promover e colaborar com o progresso e crescimento do cliente, encorajando-o a atingir a autoconfiança, independência e integração pessoal, de maneira a tornar-se capaz de criar e encontrar suas próprias soluções. O terapeuta procura facilitar a participação e interação dos membros, de modo que eles consigam verbalizar livremente sobre os seus pensamentos e emoções. Para tanto, apóia os participantes, media conflitos e assegura o cumprimento das regras estabelecidas. As comparações que surgem por meio da observação da problemática alheia, expressa por meio de opiniões, sentimentos, comportamentos e atitudes, podem contribuir para a melhora do conhecimento e da compreensão pessoal, fazendo com que surja uma nova compreensão de si mesmo e do mundo, para que se torne possível corrigir distorções relativas a características próprias e gerar maior aceitação pessoal 1.

A prática da psicoterapia de grupo tem apresentado um acentuado crescimento na realidade brasileira, constituindo um dos principais recursos terapêuticos nos mais diferentes contextos de atendimento. Seu crescimento foi impulsionado, sobretudo por mudanças no campo da saúde mental, originadas a partir dos movimentos de reforma psiquiátrica que visavam a reintegração social do paciente 5. Nesse cenário, as intervenções em grupos de apoio e de curta duração se sobressaíram, constituindo, atualmente, modalidades terapêuticas fundamentais, sobretudo nas instituições. Esses grupos são caracterizados por meio da inserção de objetivos realistas e específicos; uma relativa homogeneidade entre seus participantes, principalmente quanto a diagnósticos clínicos ou situações interpessoais similares; e posturas mais ativas por parte de seu coordenador, por meio do oferecimento de conselhos, sugestões e apoio 16. Assim, caracterizam-se pela função de ajudar as pessoas a lidar com estresses relacionados a situações emocionais ou crises. Além disso, podem ser considerados um "laboratório social", no qual os membros tornaram-se capazes de reproduzir os papéis que ocupam no cotidiano de suas relações. Assim, o grupo constitui-se como espaço terapêutico capaz de possibilitar a atuação de determinados fatores terapêuticos que ajudam o indivíduo em sua tomada de consciência como ser social 17.

As mesmas autoras 17 encontraram os seguintes fatores terapêuticos em um grupo de pacientes psiquiátricos atendidos em serviço publico de Ribeirão Preto: catarse (valoriza a liberação de sentimentos positivos ou negativos), altruísmo (sensibilidade para com os problemas dos outros), universalidade (reconhecer que não é o único com problemas), instilação de esperança (encontrou conforto e esperança a partir do trabalho grupal), aprendizagem vicária (aprendeu algo com outro do grupo), orientação (valoriza os conselhos dos outros), aceitação/coesão grupal (sente-se aceito pelo grupo), auto-revelação e auto-entendimento. Poucos referiram desesperança pela angústia ao abordar seus problemas no grupo e distanciamento dos temas tratados. A classificação em fatores terapêuticos constitui uma das possibilidades de estudo do fenômeno grupal que visa apreender algumas dimensões do processo terapêutico. Segundo Vinogradov e Yalom 18, a presença dos fatores terapêuticos nos diversos grupos existentes pode variar em função de algumas forças modificadoras, como o tipo de grupo e as diferenças individuais entre os participantes. Essa asserção favorece a compreensão de algumas possibilidades e de alguns limites do grupo em questão, a partir das vivências terapêuticas e não-terapêuticas de seus pacientes, e permite favorecer a composição grupal não só pelo estabelecimento de diagnóstico clínico, mas também as condições individuais para o tratamento, as motivações e os padrões de relacionamento interpessoal 17.

Lemos e Cavalcante Jr. 5 revisam três abordagens terapêuticas grupais:

- Humanista: cujo foco é a liberdade, conscientização e experiência enquanto elementos essenciais da condição existencial do homem. Pontuam que a criação de laços de solidariedade viabiliza a terapia grupal;

- Método (con)texto de letramentos múltiplos: advém da educação. O conceito de letramento, lhe é fundamental enquanto conceituação e práticas sociais de leitura, de escrita e de linguagem expressas por múltiplas formas de representação de sentidos. A expressão livre de sentimentos, pensamentos e lembranças a partir da própria experiência cultural permite que o relacionamento comunitário 5.

- Psicologia positiva: considera que o clima de aceitação cria a condição de implicação do entre que ocorre no grupo, e possibilita a transformação pessoal e mobiliza a mudança social. O grupo permite que o indivíduo exerça a autenticidade e conte com a empatia necessária para implicar-se no processo de tornar-se pessoa (aqui evocam o humanismo rogeriano). Tal abordagem diferencia-se das abordagens tradicionais, pois enfoca o bem-estar e a qualidade de vida, e busca transformar antigas questões em novas oportunidades de crescimento.

Em termos de características dos membros grupais, Zimerman 6 afirma que dentro de um grupo os indivíduos acabam assumindo os seguintes papéis:

  • Líder: alguém de quem o grupo depende, e de cuja personalidade vai derivar as qualidades do grupo;

  • Silencioso: é quem pode estar sendo um "porta-voz" das ansiedades dos demais;

  • Bode expiatório: é o indivíduo em que são depositadas as ansiedades do grupo, seria um "bobo da corte";

  • Porta-voz: tem o papel de manifestar aquilo que o restante do grupo pode estar pensando ou sentindo, algumas vezes. Esse indivíduo pode ser transformado em um bode expiatório e assim pode aparecer o fenômeno da segregação;

  • Vestal: é alguém que assume o papel de zelar pela manutenção da moral e dos bons costumes;

  • Sabotador: é o integrante que, por meio de inúmeros recursos resistenciais, procura obstaculizar o andamento da tarefa grupal;

  • Estrangeiro: é um membro recém-chegado ao grupo, que poderá ser tratado com muita hostilidade ou ser ignorado pelos demais;

  • Espelho: é o indivíduo que reflete no grupo a sua própria imagem, onde ele percebe que suas vivências e sentimentos não são apenas seus, outros podem estar passando pela mesma situação ou sentindo o mesmo que ele;

  • Condensador: é aquele que é apático e passivo por algum tempo e, de repente, explode de emoção;

  • Historiador: é aquele que lembra tudo o que aconteceu anteriormente nos mínimos detalhes;

  • Radar: é a pessoa mais regressiva do grupo, ele capta a mensagem e a manifesta.

Ávila 19, abordando o conceito de Trofolaxes e sua repercussão no grupo, afirma que existe uma cultura grupal que estabelece um papel para os integrantes. A circulação desse papel se dá pela linguagem que permite a troca de algo muito íntimo, na forma de "nossa química psíquica" 19. Para sustentar o deslocamento do conceito de trofolaxes (processo de comunicação química entre insetos sociais), relembra o conceito de pulsão freudiano (fronteira entre o somático e o psíquico) sobre o qual se constroem as relações sociais. Tais relações sociais, conforme afirma Pichon-Rivière 20, permitem a arquitetura psíquica do ser e a construção do conhecimento, que, segundo Maturana, é fruto de interações. Aborda ainda, no artigo, o quanto o desenfreado individualismo e narcisismo da sociedade atual tem contribuído para o esfacelamento dos laços comunitários e o surgimento da psicopatologia.

Especificamente, em relação aos aspectos discursivos e conversacionais, Guanaes e Japur 17 afirmam que o construcionismo social (estuda construção de sentidos por meio de práticas discursivas) e a poética social (investigação de processos conversacionais em que o pesquisador interage com objeto de pesquisa) são fundamentais na compreensão da potencialidade terapêutica grupal. Acreditam que a dialogia no grupo possibilita a construção de sentidos para a mediação de avanços no processo grupal.

Outro aspecto revisado nos estudos de psicologia sobre grupos é a questão do poder no grupo. Zanella et al. 21 analisam uma situação de um grupo envolvido em retratar a situação em que trabalhavam e em como a coordenação do grupo, assumida democraticamente após período de indefinição, foi fundamental para que o trabalho fluísse. Assim a definição clara de quem ocupa a posição de líder é fundamental para a organização grupal, sendo que a valorização do processo democrático nessa definição é fundamental para que o líder tenha o poder necessário para coordenar o grupo.

Ainda em termos organizacionais, Bunchaft e Gondim 22 investigam os efeitos do grupo focal (estratégia de conversação na qual o moderador ou terapeuta aborda temas sem diretividade) na organização de uma cooperativa popular de trabalho de costureiras em Salvador. Esse estudo demonstra que o grupo, além e seus aspectos terapêuticos, é ferramenta fundamental para organização comunitária no mundo do trabalho. Tal aspecto também é abordado em estudo que relata atividades grupais com portadores de lesões por esforços repetitivos e/ou distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (LER/DORT) 23, demonstrando que o portador de LER/DORT pode diminuir sua culpabilização e reforçar sua independência e a autonomia, minimizando o sofrimento psicológico associado à dor crônica e aos limites impostos pela doença.

Outro estudo 24 analisando os atos de fala de adolescentes (6ª, 8ª séries do ensino fundamental e 1ª e 3ª séries do ensino médio) acerca do conteúdo de gênero em uma cena de telenovela, observou a importância do grupo focal no processo educacional e no estudo do desenvolvimento o adolescente. Ainda com adolescentes, Coutinho e Rocha 25 estudaram os grupos de reflexão como uma forma de intervenção clínica com adolescentes que pode ocorrem em ambientes distintos (escola, instituições de acolhimento, projetos sociais), tendo como base a psicanálise, desde que questões emergentes no grupo não sejam obturadas ou julgadas 26, mas respondidas pelo próprio grupo. Basta que um(ns) ocupe(m) a função de analista(s), dirigindo-se a outro(s), tomados como sujeitos do inconsciente e considerando a transferência como fruto do endereçamento de algo que é dito e pode assumir outro sentido, para que a análise se dê na atividade grupal. O analista poderá em grupo operar, movimentando significações cristalizadas (sintoma). Para tanto, o principal é garantir o lugar de alteridade no grupo para que as falas possam ser endereçadas e ser apropriadas pelos seus membros e os sujeitos possam se situar diante desse Outro, produzindo um prazer em nome próprio.

Grupos na Saúde Pública e o começo da Fonoaudiologia na atuação grupal

Friedman et al 2 relembram autores que afirmam que, no Brasil, sobretudo na saúde pública, concepções sobre grupos, o coletivo, o trabalho em equipe estão na ordem do dia. Cada vez mais fica constatada a importância do trabalho e se desenvolvem diferentes tipos de grupos, entre os quais se pode citar: grupos de crianças, de pais, de famílias, de idosos, de hipertensos, de gestantes, de diabéticos, de laringectomizados, de portadores de Doença de Alzheimer, etc.

Grupos envolvendo familiares e vítimas de abusos físicos ou psicológicos têm se mostrado eficazes para auxiliar famílias abusivas e fazem parte das estratégias de promoção da saúde das populações 3,27. Promoção da saúde é entendida como processo de capacitação da comunidade que atua na melhora da qualidade de vida e saúde, incluindo a criação de ambientes favoráveis, a construção de novas parcerias e o entendimento da violência como desafio a ser superado 27.

Para ofertar à comunidade uma boa qualidade de vida é necessário assumir a perspectiva da promoção da saúde, a qual implica uma concepção abrangente e positiva. Tal concepção deve estar inserida em práticas que se encontrem tanto no âmbito individual/clínico, quanto no coletivo/comunitário que devem estar embasadas por ações educativas de características dialógicas, democráticas, participantes, problematizadoras e transformadoras 27.

Segundo Merlo et al 23, a inclusão da proposta de trabalho com grupos como tratamento complementar tem-se mostrado mais abrangente na esfera clínica do que o trabalho tradicional realizado por apenas uma especialidade e assim, capaz de satisfazer a complementaridade que é exigida pelas características da própria patologia e das doenças ocupacionais em geral. Esse fato pode ser visualizado nos resultados de Silva et al. 4, que relatam uma intervenção grupal educacional e terapêutica para o controle de diabetes mellitus e hipertensão, em seguimento ambulatorial de uma unidade básica de saúde (UBS). Trabalharam com 191 pacientes, observando uma redução relativa de 42% nos indicadores de glicemia e absoluta de 26%, demonstrando que a equipe interdisciplinar foi efetiva no processo educativo. Interessante observar que os coordenadores gerais do processo foram o clínico geral, a fonoaudióloga e a assistente social, demonstrando que mais do que a identidade profissional em si, está em questão, no trabalho de saúde coletiva, uma formação humanística mais ampla.

Outros tantos estudos são exemplos nessa área. Lemos e Calvacante Jr.5 realizaram estudo em que a psicologia de orientação positiva é proposta no trabalho de grupos de saúde mental, em especial grupos de fóbicos-ansiosos e depressivos em um CAP. Souza et al. 28 relatam um programa de educação acerca de doenças sexualmente transmissíveis (DST) com adolescentes, por meio de 10 oficinas de trabalho grupal no município de Goiania. Em ambos os resultados dos grupos foi extremamente positivos. Houve uma evolução favorável em 62,59% dos casos de depressão no primeiro estudo e mudanças de comportamentos em relação à proteção durante o sexo no segundo. Já Meneghel et al. 3 relatam oficinas de mulheres acerca do tema violência doméstica, cujo efeito também foi positivo, pois permitiu que contornassem os problemas domésticos de violência de gênero e a solução de outros problemas familiares.

Conforme Correa 7, registros mostram que as primeiras intervenções fonoaudiológicas em grupo começaram as ser realizadas no Brasil na década de 80. Neste período não passavam de iniciativas isoladas que tinham como palco os serviços de saúde pública. Essas práticas tinham como motivo principal, a necessidade de agilizar o atendimento, absorvendo a demanda de usuários e, portanto diminuir as filas de espera de quem buscava por atendimento nas instituições de saúde. Santos 10 ainda salienta que neste período, os atendimentos grupais fonoaudiológicos, sem referenciais teóricos que os norteassem, eram estruturados com base, sobretudo em critérios como: a quantidade de sujeitos e tipo de patologia apresentadas por eles.

Na Figura 1, sintetizam-se alguns grupos realizados em espaços institucionais nos quais se obteve sucesso em intervenções promocionais em fonoaudiologia.


Grupos clínicos na Fonoaudiologia

A Fonoaudiologia, historicamente, caracteriza-se por atendimentos individuais. Atendimentos em grupos, entretanto, têm-se mostrado como uma alternativa perfeitamente possível e revela uma relação diferente, por meio da qual torna-se possível emergir raivas, discordâncias, crenças, cumplicidade com pares e mudanças de atitudes marcadas pela reflexão29-35. Trabalhar com grupo revela-se não como um espaço no qual se fazem prescrições, nem como um espaço mágico, gerador de transformações rápidas e eficazes, mas como um local para reflexões, que permite respeitar diferenças e apoiar-se nas experiências de outros para que cada um, dentro das suas limitações e possibilidades, faça (re) significações acerca da sua problemática 36

Ainda de acordo com Panhoca e Bagarollo 37, pensar em atendimento grupal na clínica fonoaudiológica é visto como um grande desafio, tendo em vista que a concepção de "patologia" da comunicação humana está fortemente vinculada a uma visão médica, que prioriza o atendimento individual voltado para a "cura da doença".

Entretanto, Leite e Panhoca 8 ressaltam que propostas recentes de atuação fonoaudiológica em grupo têm ganhado espaço nos últimos anos, considerando-se que ele é um espaço amplo e importante no processo de construção conjunta de conhecimentos, trocas de experiências e (re) significações. Estudos como o de Mercucci e Panhoca 9 aprofundam reflexões acerca de algumas concepções implicadas nos atendimentos fonoaudiológicos e focalizam as contribuições dos grupos terapêuticos na construção de processos favoráveis ao desenvolvimento da linguagem e da subjetividade.

Vale destacar que, com ampliação do trabalho fonoaudiológico com os grupos e a complexidade de situações com as quais o fonoaudiólogo passa a se deparar neste contexto de trabalho, afirma-se a necessidade de a área assumir como seu domínio de investigação a intervenção grupal 38.

A mesma autora refere que trabalhar com grupos, mais que uma forma de atender às necessidades econômicas ou organizacionais e também mais do que uma estratégia facilitadora é uma abordagem terapêutica potencialmente capaz de contribuir para emergir o processo de desenvolvimento da linguagem do sujeito como um todo. O grupo traz novas possibilidades de relações, cujos agentes veiculam grande quantidade de informações, trocam experiências e conhecimentos.

Em relação ao papel do fonoaudiólogo no grupo, Machado et al. 39 afirmam que este deve ser o de mediador e o de interlocutor, uma vez que circunscreve as práticas de linguagem como um recurso de expressão dos sujeitos e suas necessidades, favorecendo o processo de construção do grupo, pela facilitação da dinâmica da comunicação entre os integrantes do grupo.

Na figura 2, sintetizam-se as principais experiências grupais clínicas em Fonoaudiologia.


A partir das experiências relatadas, pôde-ser perceber a possibilidade do trabalho terapêutico grupal ser efetivo e eficaz na Fonoaudiologia, resolvendo e/ou amenizando o impacto social dos distúrbios da comunicação. Reitera-se, no entanto, que isso só foi possível a partir de uma perspectiva que assuma a linguagem como uma forma de inserção/reinserção e de sustentação do sujeito no meio social.

Como se verificou na revisão, o grupo enquanto espaço de intervenção clínica é teorizado na psicologia, mas ganhou maior abrangência enquanto prática de cuidado na saúde coletiva, impulsionado pela alta demanda de pacientes e grupos de risco no âmbito dos centros de atendimentos psicossociais e nas unidades básicas de saúde.

Na saúde coletiva, o grupo é uma estrutura básica de trabalho e ao mesmo tempo de investigação das condições de populações de usuários do Sistema único de saúde. Vários grupos de promoção com crianças, gestantes, idosos são formados para oferecer educação em saúde, com o objetivo de criar ambientes favoráveis ao desenvolvimento humano pela adoção de hábitos e estilos de vida saudáveis que tragam mais qualidade de vida à população. Por outro lado, há a abordagem de sujeitos em grupos de risco e/ou com doenças crônicas como hipertensos e diabéticos 4 e mulheres 3. Nessas experiências o coletivo é priorizado tanto na abordagem dos usuários quanto na oferta de um modelo multidisciplinar de intervenção, já que há experiências relatadas nas quais profissionais de várias áreas da saúde atuam. Técnicas originárias da educação (letramentos múltiplos) são associadas a técnicas idealizadas na psicologia (dinâmica grupal, psicologia de orientação positiva), somando-se a técnicas que estão sendo desenvolvidas no campo comunitário 5. Ressalta-se em todas as intervenções que os aspectos culturais do grupo devem ser considerados para se lograr sucesso nos mesmos e que o papel do terapeuta é fundamental 1 para que se possa mediar questões como a disputa por poder que surge no grupo 21.

Os trabalhos revisados demonstram ainda que a educação e a promoção da saúde podem abranger distintas populações em distintas instituições 24,27 entre elas o ambiente laborial 22,23.

Experiências fonoaudiológicas na saúde coletiva demonstram trabalhos de promoção da saúde vocal 29,30,34 e de prevenção e/ou reversão de distúrbios auditivos em trabalhadores 32,33. Destaca-se o trabalho de uso criativo da Internet como mecanismo novo de acesso a grandes grupos 35. Os trabalhos relatados demonstram que há a necessidade da ampliação da pesquisa sobre o trabalho grupal na promoção da saúde, sobretudo em áreas de conhecimento como a linguagem e a motricidade oral e que o fonoaudiólogo pode servir de apoio na formação dos agentes comunitários de saúde 31.

Em relação à atuação clínica, há trabalhos na área de voz 40, voz em interface com motricidade orofacial 41, linguagem 36,37 e audição 42-45 Todas as experiências demonstram que o grupo permite troca de experiências e de conhecimento que engendam ressignificações dos distúrbios da comunicação, pelo compartilhamento do sofrimento e por reflexões de possibilidades de desenvolvimento a partir das novas relações e pelo próprio exercício da comunicação que o grupo permite 39. Portanto, muito além de atender a demandas econômicas do sujeito e do sistema de saúde, o grupo terapêutico permite trocas que o atendimento individual não fornece, pois o sujeito observa que há outros sujeitos com problemas similares.

De certa forma, surgem alguns dos elementos já teorizados na área da psicologia 6,20 tais como os fatores terapêuticos 17 que demonstram que a universalidade, o altruísmo, auto-conhecimento, a aprendizagem vicária, entre outros, são aspectos que podem fazer-se presentes em qualquer grupo, terapêutico ou de educação em saúde 36. Chama atenção a necessidade de se identificar possíveis papéis nos grupos terapêuticos fonoaudiológicos, a exemplo do que se observa na psicologia 6. Embora o grupo terapêutico fonoaudiológico tenha objetivos distintos dos grupos de psicoterapia, existe a possibilidade de que tais papéis operem no grupo fonoaudiológico, o que demandaria um cuidado com o papel do terapeuta na mediação dos mesmos.

As distintas metodologias para a abordagem grupal 5 também trazem um desafio para a reflexão do profissional em fonoaudiologia, pois deslocamentos e adaptações são necessários para se pensar a intervenção grupal nesta profissão. Possivelmente, a Fonoaudiologia deverá desenvolver metodologia própria em seu trabalho grupal, o que não a impede de assumir a interface necessária em alguns grupos com a psicologia como se viu em várias experiências relatadas, sobretudo aquelas em que se abordam os familiares de sujeitos portadores de distúrbios da comunicação.

A partir dos estudos revisados é possível sintetizar os principais aspectos para reflexão acerca da atuação grupal, conforme se visualiza na Figura 3.


CONCLUSÃO

Partindo do princípio que o ser humano é um ser instintivamente social, concluímos que atividades em grupo podem ser benéficas tanto emocionalmente quanto socialmente, auxiliando o indivíduo em suas relações pessoais e interpessoais, criando situações de diálogo, enfrentamento das dificuldades, funcionando como uma troca de experiências, as quais possam auxiliar na sua reabilitação e/ou na convivência com os demais.

O trabalho em grupo é uma forma eficaz de se trabalhar, tanto na clínica psicológica quanto na fonoaudiológica, assim como na saúde coletiva, servindo como uma forma de prevenção e promoção da saúde, utilizada em entidades públicas e privadas, não só para auxiliar na redução de filas de espera e agilizar a demanda dos atendimentos, mas principalmente como forma de potencialização dos sujeitos atendidos pelo compartilhamento que o grupo oferece. Isso o diferencia do atendimento individual.

O processo terapêutico grupal permite que os sujeitos despertem para assuntos desconhecidos e/ou inconscientes, discutam, reflitam, e transfiram para a vida conhecimentos importantíssimos que os auxiliarão a serem agentes de sua própria saúde durante ou após o período de terapia.

REFERÊNCIAS

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Recebido em: 11/12/2009

Aceito em: 05/03/2010

Conflito de interesses: inexistente

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  • Endereço para correspondência:
    Ana Paula Ramos de Souza
    Rua Raposo Tavares, 134 apto.401
    Santa Maria- RS
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    E-mail:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      21 Maio 2010
    • Data do Fascículo
      Fev 2011

    Histórico

    • Recebido
      11 Dez 2009
    • Aceito
      05 Mar 2010
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