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Influência de fatores de risco sobre o desenvolvimento da linguagem e contribuições da estimulação precoce: revisão integrativa da literatura

RESUMO

O objetivo do estudo foi identificar evidências na literatura a respeito da influência dos fatores de risco sobre o desenvolvimento da linguagem da criança e as contribuições da estimulação precoce. Trata-se de uma revisão integrativa, que utilizou as bases de dados Lilacs, PubMed e SciELO e os descritores: linguagem infantil, fatores de risco, prematuro, criança pós-termo, índice de Apgar, estimulação precoce. A partir dos achados, extraíram-se os seguintes dados: autores, ano de publicação, objetivo, desenho do estudo, participantes e critérios, variáveis estudadas, principais achados. Para a organização e análise foi utilizada a técnica de Análise de Conteúdo do tipo temática. Foram identificados 1.421 artigos, 29 atenderam os critérios de inclusão. Os estudos foram categorizados por resultados afins; A maioria dos artigos selecionados trata do efeito da prematuridade sobre o desenvolvimento da linguagem. Quatro estudos investigaram a associação entre fatores de risco e problemas no desenvolvimento da linguagem. Um dos estudos avaliou crianças em idade escolar e associou valores de Apgar com DEL. Foi unanime a recomendação acerca do acompanhamento e intervenção precoce. Conclui-se que os fatores de risco elencados influenciam negativamente no desenvolvimento da linguagem. Reforça-se a recomendação do atendimento precoce e qualificado dessas crianças, evitando e/ou minimizando alterações futuras.

Descritores:
Linguagem Infantil; Fatores de Risco; Prematuro; Índice de Apgar; Intervenção Precoce (Educação)

ABSTRACT

This study aimed to identify evidence in the literature regarding the influence of risk factors on child language development and point out the contributions of early stimulation. In this integrative literature review, the databases Lilacs, PubMed and SciELO and the descriptors Child language; Risk factors; Premature; Postterm child; Apgar score; Early intervention were used. From the findings, the following data were extracted: author, year of publication; objective and study design; participants and inclusion criteria; studied variables; main findings. For the organization and analysis of the studies, we used the thematic content analysis technique. We identified 1,421 articles; 29 met the inclusion criteria of this study. The studies were categorized by similar results. Most of the articles reveal the effect of prematurity on language development. Four studies investigated the association between risk factors in general and problems in language development. One study evaluated school-age children and associated Apgar scores with SLI. The authors' recommendation was unanimous about the monitoring and early intervention. We conclude that the risk factors listed in the study negatively influence children's language development. We reinforce the recommendation of early and qualified care for these children, as it contributes to proper development, in order to avoid and / or minimize risks and future changes.

Keywords:
Child Language; Risk Factors; Premature; Apgar Score; Early Intervention (Education)

Introdução

O processo da linguagem é complexo e tem sido amplamente estudado, devido à sua relevância. Os três primeiros anos de vida da criança constituem uma etapa do desenvolvimento caracterizada por aquisição de novas funções e habilidades e pela plasticidade cerebral. Nessa fase, ocorrem grandes avanços nas áreas motora, cognitiva e social, assim como a aquisição e domínio da linguagem, que são essenciais para o desenvolvimento global e a aprendizagem da criança11. Maria-mengel MRS, Linhares MBM. Fatores de risco para problemas de desenvolvimento infantil. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2007;15(spe):837-42..

Por volta do primeiro ano de vida as crianças com desenvolvimento normal da linguagem, começam a ensaiar suas primeiras palavras22. Zorzi JL. Alterações da linguagem infantil: considerações sobre o desenvolvimento. Avaliação e diagnóstico. In: Lopes Filho O. Tratado de Fonoaudiologia. Ribeirão Preto: Tecmedd, 2005. p. 615-63.. Porém, antes de chegarem a essa forma verbal de linguagem, desenvolvem uma série de habilidades comunicativas mais gerais em um plano não-verbal, pré-linguístico, essenciais para o desenvolvimento normal da linguagem. Neste processo a linguagem da criança evolui do uso de uma só palavra a uma forma gramatical bem estruturada, e torna-se cada vez mais eficiente33. Scheuer CI, Befi-Lopes DM, Wertzner HF. Desenvolvimento da linguagem: uma introdução. In: Limongi SCO. Fonoaudiologia informação para formação. Rio de Janeiro: Guanabara, 2003. p. 1-18..

Os fatores de risco biológicos, assim como outros (ambientais e socioeconômicos), exercem importante influência sobre o desenvolvimento da criança, podendo prejudicar habilidades cognitivas e o desenvolvimento normal da linguagem44. Neves KR, Morais RLS, Teixeira RA, Pinto PAF. Growth and development and their environmental and biological determinants. J Pediatr. 2016;92(3):241-50..

Na presente revisão, será dado enfoque aos fatores de risco biológicos pré, peri e pós-natais, como: prematuridade, pós-maturidade, índice de Apgar, baixo peso ao nascer e complicações durante a gravidez e o parto55. Ribeirão Preto. Secretária Municipal de Saúde. Protocolo de Atuação do Serviço de Estimulação do Desenvolvimento Infantil. [cited 2016 Nov 01]. Available from: http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/ssaude/programas/projeto.pdf.
http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/ssaud...
,66. Zerberto AB, Cortelo FM, C Filho EB. Association between gestational age and birth weight on the language development of Brazilian children: a systematic review. J Pediatr. 2015;91(4):326-32..

Crianças que, ao nascimento, se encaixam em alguma dessas situações apresentam risco potencial para problemas no desenvolvimento da linguagem, que podem se estender desde o nascimento até a adolescência, no processo de aprendizagem22. Zorzi JL. Alterações da linguagem infantil: considerações sobre o desenvolvimento. Avaliação e diagnóstico. In: Lopes Filho O. Tratado de Fonoaudiologia. Ribeirão Preto: Tecmedd, 2005. p. 615-63.,66. Zerberto AB, Cortelo FM, C Filho EB. Association between gestational age and birth weight on the language development of Brazilian children: a systematic review. J Pediatr. 2015;91(4):326-32.,77. Ribeiro DG, Perosa GB, Padovani FHP. Fatores de risco para o desenvolvimento de crianças atendidas em Unidades de Saúde da Família ao final do primeiro ano de vida: aspectos sociodemográficos e de saúde mental materna. Ciênc. Saúde Colet. 2014;19(1):215-26..

O índice (ou escala) de Apgar oferece uma avaliação rápida do neonato quanto às suas respostas imediatamente após o parto, bem como a sua adaptação à vida extrauterina, é considerado um RN de risco o neonato que que apresenta Apgar < 7 no 5º minuto. Os itens avaliados auxiliam na detecção de problemas que exijam cuidados especiais88. Brasil. Ministério da Saúde. Atenção à saúde do recém-nascido: guia para os profissionais de saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2011..

A prematuridade (PT) é caracterizada pela idade gestacional inferior a 37 semanas, e o baixo peso ao nascimento (BP), pelo peso inferior a 2.000g, ambos podem ser associados a fatores gestacionais, como o uso de cigarro e a qualidade do pré-natal88. Brasil. Ministério da Saúde. Atenção à saúde do recém-nascido: guia para os profissionais de saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2011..

Apesar de todos os fatores prejudiciais ao desenvolvimento, muito dos riscos a eles associados, podem ser evitados ou minimizados, dependendo da implementação de programas preventivos efetivos99. Garcia PA, Vieira PA, Formiga MEB, Linhares CKMR, Martins MB. Influência de fatores de risco no desenvolvimento neuromotor de lactentes pré-termo no primeiro ano de vida. Rev. Movimenta. 2011;4(2):83-98.,1010. Custódio ZAO, Crepaldi MA, Cruz RM. Desenvolvimento de crianças nascidas pré-termo avaliado pelo Teste de Denver II: revisão da produção científica brasileira. Psicologia: Refl. Crítica. 2011;25(2):400-6.. Uma das medidas preventivas mais eficazes é a identificação precoce. Além disso, é necessário, também, um acompanhamento especializado, que ocorra o mais cedo possível, implementando a estimulação, com base em técnicas neuroevolutivas planejadas, favorecendo a atuação sobre o Sistema Nervoso que ainda se encontra plástico e moldável55. Ribeirão Preto. Secretária Municipal de Saúde. Protocolo de Atuação do Serviço de Estimulação do Desenvolvimento Infantil. [cited 2016 Nov 01]. Available from: http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/ssaude/programas/projeto.pdf.
http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/ssaud...
.

Autores sugerem que essas crianças sejam acompanhadas durante o desenvolvimento, e enfatizam a importância da intervenção precoce1111. Chen GF, Zhang YF, Chen MQ, Wang XL, Long Q, Kong Q, et al. Early multi-disciplinary intervention reduces neurological disability in premature infants. Zhongguo Dang Dai Er Ke Za Zhi. 2014;16(1):35-9.

12. Silva GMD, Couto MIV, Molini-Avejonas DR. Identificação dos fatores de risco em crianças com alteração fonoaudiológica: estudo piloto. CoDAS. 2013;25(5):456-62.
-1313. Shapiro-Mendoza C, Kotelchuck M, Barfield W, Davin CA, Diop H, Silver M et al. Enrollment in early intervention programs among infants born late preterm, early term, and term. Pediatrics. 2013;132(1):61-9..

Diante do alto número de crianças que apresentam fatores de risco ao nascimento, com potencial de prejudicar seu desenvolvimento, em especial o desenvolvimento da linguagem, surgiu o questionamento: Os fatores considerados de risco ao nascimento realmente influenciam o desenvolvimento normal da linguagem? É possível minimizar os efeitos dessas condições adversas sobre o desenvolvimento das crianças com a intervenção precoce?

Partindo desses questionamentos, o objetivo da presente revisão integrativa foi identificar evidências na literatura a respeito da influência dos fatores de risco sobre o desenvolvimento da linguagem da criança e apontar as contribuições da estimulação precoce para essa clientela.

Métodos

Trata-se de revisão integrativa da literatura, que buscou realizar análise da literatura e trazer as contribuições dos resultados das pesquisas para a melhoria da prática1414. Mendes KDS, Silveira RCCP, Galvão CM. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto contexto - enferm. 2008;17(4):758-64. do cuidado da criança com risco.

Inicialmente foram elencados os procedimentos necessários, segundo a literatura, para realizar a revisão integrativa. O primeiro passo foi a identificação e formulação da questão de pesquisa, posteriormente iniciou-se a localização de estudos que a respondessem, em bases de dados previamente definidas, e por fim foi realizada a coleta de dados dos estudos selecionados. Os dados foram analisados e interpretados, agrupando-os baseados na semelhança entre os estudos, e discutindo os achados1515. Rother ET. Revisão sistemática x revisão narrativa. Acta Paul Enferm. 2007;20(2):V-VI..

A questão norteadora foi: Os fatores considerados de risco ao nascimento realmente influenciam o desenvolvimento normal da linguagem? É possível minimizar os efeitos dessas condições adversas sobre o desenvolvimento das crianças com a intervenção precoce?

Para a busca dos artigos utilizou-se as bases de dados eletrônicas: LILACS, (Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências Sociais e da Saúde), PubMed, arquivo digital produzido pela National Library of Medicine e a biblioteca eletrônica Scientific Eletronic Library Online (SciELO).

Para a seleção, procedeu-se a leitura dos títulos e resumos; posteriormente, o material foi lido na íntegra, e selecionados os artigos que compuseram a revisão. Elegeu-se como critérios de exclusão, estudos duplicados, que não contemplavam a questão norteadora, artigos de revisão e artigos não acessíveis na íntegra. As palavras-chave selecionadas tiveram como referência os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e o Medical Subject Headings (MESH), em suas várias combinações: linguagem infantil; fatores de risco; prematuro; criança pós-termo; índice de Apgar; estimulação precoce.

De cada artigo, extraíram-se os seguintes dados: autores, ano de publicação; objetivo e desenho do estudo; participantes e critérios (inclusão e exclusão); variáveis estudadas; principais achados a respeito da influência dos fatores de risco para o desenvolvimento da linguagem e recomendações dos autores para minimizar os possíveis efeitos.

Para a organização e análise dos dados foi utilizada a técnica de Análise de Conteúdo do tipo temática, esta desdobra-se nas etapas pré-análise, exploração do material ou codificação (categorização) e tratamento dos resultados obtidos/interpretação. A primeira etapa (pré-análise) compreende a leitura flutuante, formulação e reformulação de hipóteses ou pressupostos e, ao final, o retorno aos questionamentos iniciais. A categorização consiste num processo de redução do texto às palavras e expressões significativas. Por último, é realiza a classificação e a agregação dos dados, escolhendo as categorias teóricas ou empíricas, responsáveis pela especificação do tema. A partir daí, são realizadas inferências e interpretações1616. Cavalcante RB, Calixto P, Pinheiro MMK. Análise de conteúdo: considerações gerais, relações com a pergunta de pesquisa, possibilidades e limitações do método. Inf. & Soc.:Est. 2014;24(1):13-8..

Resultados

Mediante cruzamentos dos descritores nas bases de dados consultadas, foram identificados 1.421 artigos, sendo oito (0,6%) artigos na base de dados LILACS; 885 (62,6%) no PubMed e 520 (36,8%) na biblioteca virtual SciELO. Pela leitura dos títulos, foram selecionadas 411 publicações; após verificação dos resumos, restaram 78 publicações; a partir da leitura da íntegra, incluiu-se 29 artigos na presente revisão.

Buscou-se extrair informações acerca da influência dos fatores de risco sobre o desenvolvimento da linguagem e as contribuições do acompanhamento dessas crianças. Com relação ao país de origem, 12 (41,4%) estudos foram desenvolvidos no Brasil, seis (20,7%) nos Estados Unidos, dois (6,9%) na Holanda, dois (6,9%) na Noruega, dois (6,9%), na China, um (3,4%) na Itália, um (3,4%) na Finlândia, um (3,4%) no Reino Unido, um (3,4%) no Chile e um (3,4%) na África do Sul.

Os estudos foram categorizados por resultados afins; 11 estudos (37,9%) se tratavam da “Influência da prematuridade sobre o desenvolvimento da linguagem”, cinco (17,2%) investigaram a “Influência da associação da prematuridade e do baixo peso sobre o desenvolvimento da linguagem”, quatro (13,8%) versavam sobre a “Influência de fatores de risco (no geral) sobre o desenvolvimento da linguagem”, um (3,4%) verificou a “Influência do Apgar”, três (10,3%) o “Efeito da prematuridade sobre a aprendizagem” e cinco (17,2%) estudaram a “Intervenção precoce em recém-nascidos de risco”.

A Figura 1 mostra a categorização dos artigos por temas semelhantes e suas principais características.

Figura 1:
Principais características dos artigos selecionados para esta revisão.

A maioria dos artigos selecionados trata do efeito da prematuridade sobre o desenvolvimento da linguagem. Todos os estudos constataram atrasos ou alterações nos grupos de crianças nascidas prematuras, em diversas áreas avaliadas. Apenas dois artigos não verificaram resultados estatisticamente significantes da influência da prematuridade sobre o desenvolvimento. Todavia, o grupo de prematuros apresentou menores escores nos domínios avaliados.

Dentre as áreas citadas em defasagem estavam linguagem expressiva e receptiva, cognição, habilidades neuropsicológicas, habilidades visuais-motoras e espaciais, memória de curto prazo, motricidade fina e grossa e aspectos comportamentais.

O efeito da prematuridade foi observado pelos autores logo no início do desenvolvimento, nas etapas pré-verbais e de aquisição da linguagem.

A prematuridade associada ao baixo peso ao nascer também estiveram relacionadas com piores resultados em avaliações padronizadas do desenvolvimento nas crianças com esse risco.

Quatro estudos investigaram a associação entre fatores de risco no geral e problemas no desenvolvimento da linguagem e também apresentaram resultados semelhantes aos descritos acima. Os fatores de risco biológicos foram evidenciados pelos autores.

Um dos estudos avaliou crianças em idade escolar e associou valores de Apgar com DEL (Distúrbio Específico de Linguagem).

Estudos indicaram a influência da prematuridade no decorrer da aprendizagem das crianças. Três avaliaram habilidades cognitivas e de leitura e escrita comparando crianças nascidas a termo e prematuras. Os resultados evidenciam defasagem nas habilidades avaliadas nos prematuros e salientam que os atrasos decorrentes desse fator de risco não são vistos apenas nas etapas pré-verbais e de aquisição da linguagem, mas perduram ao longo dos anos, e podem comprometer a aprendizagem dessas crianças.

Foi unanime a recomendação dos autores acerca do acompanhamento e intervenção precoce dessas crianças que, ao nascimento, apresentaram algum risco descrito acima. Cinco artigos estudaram a intervenção precoce em recém-nascidos de risco e todos verificaram benefícios para o desenvolvimento dessas crianças.

Discussão

A presente revisão teve como propósito estudar a influência dos fatores de risco sobre o desenvolvimento da linguagem, em especial os fatores de risco biológicos. Os achados evidenciam que os fatores de risco biológicos exercem importante influência sobre o desenvolvimento da linguagem.

Autores1717. Oliveira LD, Flores MR, Souza APR. Fatores de risco psíquico ao desenvolvimento infantil: implicações para a fonoaudiologia. Rev. CEFAC. 2012;14(2):333-42 . também buscaram investigar os fatores de risco para o desenvolvimento, em especial para a aquisição da linguagem e constataram que crianças que convivem com riscos biológicos nos primeiros anos de vida, são mais propensas a desenvolver problemas, que podem afetar o seu desenvolvimento, corroborando com os achados dessa revisão. A influência dos fatores de riscos para o desenvolvimento pode ser percebida ainda na etapa pré-verbal do desenvolvimento da linguagem, onde crianças nascidas prematuras já apresentam atrasos na avaliação de determinadas habilidades pré-linguísticas1818. Schuymer L, Groote I, Beyers W, Striano T, Roeyers H. Preverbal skills as mediators for language outcome in preterm and full term children. Early Hum Dev. 2011;87(4):265-72.

19. Jansson-Verkasalo E, Ruusuvirta T, Huotilainen M, Alku P, Kushnerenko E, Suominen K et al. Atypical perceptual narrowing in prematurely born infants is associated with compromised language acquisition at 2 years of age. BMC Neurosci. 2010;30(11):88.

20. Lobo MA, Galloway JC. Assessment and stability of early learning abilities in preterm and full-term infants across the first two years of life. Res Dev Disabil. 2013;34(5):1721-30.
-2121. Crestani AH, Moraes AB, Souza APR. Análise da associação entre índices de risco ao desenvolvimento infantil e produção inicial de fala entre 13 e 16 meses. Rev. CEFAC. 2015;17(1):169-76.. A condição de nascimento afeta o desenvolvimento da linguagem a partir da aquisição das habilidades pré-verbais. Pode-se citar como exemplo, atrasos na expressão do balbucio, que são os sons iniciais produzidos pela criança, por volta dos quatro meses1818. Schuymer L, Groote I, Beyers W, Striano T, Roeyers H. Preverbal skills as mediators for language outcome in preterm and full term children. Early Hum Dev. 2011;87(4):265-72..

Observa-se, mediante os artigos que estudaram a influência dos fatores de risco sobre o desenvolvimento da linguagem, que os comprometimentos decorrentes desses fatores estão presentes ao longo da vida das crianças e perduram até a adolescência2222. Ballot DE, Potterton J, Chirwa T, Hilburn N, Cooper PA. Developmental outcome of very low birth weight infants in a developing country. BMC Pediatr. 2012;1(12):11.. Crianças nascidas pré-termo ou com baixo peso apresentam atrasos em idade escolar e durante todo o processo de aprendizagem.

Ao serem comparadas com crianças nascidas a termo, apresentam pior desempenho e déficits na cognição em geral, consciência fonológica, memória de trabalho, e outras habilidades metalinguísticas essenciais para o sucesso do aprendizado da leitura e escrita2323. Taylor HG, Klein N, Anselmo MG, Minich N, Espy KA, Hack M. Learning problems in kindergarten students with extremely preterm birth. Arch Pediatr Adolesc Med. 2011;165(9):819-25.

24. Luu TM, Vohr BR, Allan W, Schneider KC, Ment LR. Evidence for catch-up in cognition and receptive vocabulary among adolescents born very preterm. Pediatrics. 2011;128(2):313-22.

25. Ribeiro LA, Zachrisson HD, Schjolberg S, Aase H, Rohrer-Baumgartner N, Magnus P. Attention problems and language development in preterm low-birth-weight children: cross-lagged relations from 18 to 36 months. BMC Pediatr. 2011;29(11):59.
-2626. Dall'oglio AM, Rossiello B, Coletti MF, Bultrini M, Marchis C, Ravà L et al. Do healthy preterm children need neuropsychological follow-up? Preschool outcomes compared with term peers. Dev Med Child Neurol. 2010;52(10):955-61..

Em um estudo de revisão da literatura, autores abordaram a relação entre prematuridade, peso ao nascimento e desenvolvimento de linguagem de crianças brasileiras, e verificaram uma associação entre prematuridade, baixo peso ao nascer e desenvolvimento de linguagem66. Zerberto AB, Cortelo FM, C Filho EB. Association between gestational age and birth weight on the language development of Brazilian children: a systematic review. J Pediatr. 2015;91(4):326-32..

Em estudos que fizeram comparações entre crianças nascidas pré-termo e crianças nascidas a termo, houve evidências de que os prematuros apresentaram pior desempenho nos indicadores de linguagem. Também foi observado que as crianças nascidas com menor peso obtiveram pior desempenho nas avaliações de linguagem quando comparadas com as crianças com maior peso e idade gestacional mais próxima de 37 semanas, dados que vão de encontro aos achados de estudos que compuseram a presente revisão2727. Caldas CSO, Takano AO, Mello PRB, Souza SC, Zavala AA. Desempenho nas habilidades da linguagem em crianças nascidas prematuras e com baixo peso e fatores associados. Audiol Commun Res. 2014;19(2):158-66.,2828. Lamônica DAC, Carlinoii FC, Alvarenga KF. Avaliação da função auditiva receptiva, expressiva e visual em crianças prematuras. Pró-Fono R. Atual. Cient. 2010;22(1):19-24..

Durante avaliações padronizadas, crianças nascidas pré-termo têm apresentado menores escores em escalas de inteligência, teste de percepção visual, teste de integração visuo-motora, memória e atenção, comprometimentos que vão além do próprio desenvolvimento da linguagem, apesar de influenciá-lo2626. Dall'oglio AM, Rossiello B, Coletti MF, Bultrini M, Marchis C, Ravà L et al. Do healthy preterm children need neuropsychological follow-up? Preschool outcomes compared with term peers. Dev Med Child Neurol. 2010;52(10):955-61.,2929. Vieira MEB, Linhares MBM. Desenvolvimento e qualidade de vida em crianças nascidas pré-termo em idades pré-escolar e escolar. J. Pediatr. 2011;87(4):281-91..

Os estudos selecionados, em sua maioria, recomendam que as crianças que apresentam um ou mais fatores de risco devem ser acompanhadas periodicamente quanto ao desenvolvimento da fala e linguagem e, se necessário, encaminhadas para intervenção precoce1212. Silva GMD, Couto MIV, Molini-Avejonas DR. Identificação dos fatores de risco em crianças com alteração fonoaudiológica: estudo piloto. CoDAS. 2013;25(5):456-62.,2020. Lobo MA, Galloway JC. Assessment and stability of early learning abilities in preterm and full-term infants across the first two years of life. Res Dev Disabil. 2013;34(5):1721-30.. Ressaltam, ainda, que esse acompanhamento pode minimizar o efeito das adversidades do nascimento3030. Isotani SM, Azevedo MF, Chiari BM, Perissinoto J. Linguagem expressiva de crianças nascidas pré-termo e termo aos dois anos de idade. Pró-Fono R. Atual. Cient. 2009;21(2):155-60. e que a não intervenção pode resultar em custos significativos de saúde, visto que essas crianças apresentarão dificuldades durante todo o seu desenvolvimento3131. Stene-Larsen K, Brandlistuen RE, Lang AM, Landolt MA, Latal B, Vollrath ME. Communication impairments in early term and late preterm children: a prospective cohort study following children to age 36 months. J Pediatr. 2014;165(6):1123-8..

A contribuição da intervenção precoce sobre o desenvolvimento do recém-nascido em risco tem sido estudada por diversos autores1313. Shapiro-Mendoza C, Kotelchuck M, Barfield W, Davin CA, Diop H, Silver M et al. Enrollment in early intervention programs among infants born late preterm, early term, and term. Pediatrics. 2013;132(1):61-9.,3232. Gross MS, Paniagua LM. Atuação fonoaudiológica em estimulação precoce nas cidades de Caxias do Sul-RS e Flores da Cunha-RS. Distúrb. Comum. 2012;24(1):53-60.,3333. Hekavei T, Oliveira JP. Evoluções motoras e linguísticas de bebês com atraso de desenvolvimento na perspectiva de mães. Rev. bras. educ. espec. 2009;15(1):31-44.. Programas de intervenção precoce tem como objetivo acompanhar, orientar e estimular o desenvolvimento do bebê em risco. Um desses estudos acerca do tema destaca a importância da intervenção multidisciplinar precoce e aponta benefícios significativos em relação ao desenvolvimento dos bebês, quando comparado às crianças que não passaram pela intervenção1111. Chen GF, Zhang YF, Chen MQ, Wang XL, Long Q, Kong Q, et al. Early multi-disciplinary intervention reduces neurological disability in premature infants. Zhongguo Dang Dai Er Ke Za Zhi. 2014;16(1):35-9.. Outros autores destacam, ainda, que aqueles que recebem qualquer terapia de intervenção precoce demonstraram melhores desempenhos com relação às funções cognitivas, comparado àqueles que não receberam1313. Shapiro-Mendoza C, Kotelchuck M, Barfield W, Davin CA, Diop H, Silver M et al. Enrollment in early intervention programs among infants born late preterm, early term, and term. Pediatrics. 2013;132(1):61-9.,3434. Mcmanus BM, Carle AC, Poehlmann J. Effectiveness of part C early intervention physical, occupational, and speech therapy services for preterm or low birth weight infants in Wisconsin, United States. Acad Pediatr. 2012;12(2):96-103..

Um estudo de revisão da literatura acerca do tema “estimulação precoce em prematuros” verificou efeitos positivos e clinicamente significativos da intervenção sobre vários aspectos envolvendo as mães e os RN prematuros. Os autores advertem ainda que estas devem incluir apoio psicossocial e educacional para os pais, e intervenções terapêuticas visando o desenvolvimento das crianças3535. Benzies KM, Magill-Evans JE, Hayden KA, Ballantyne M. Key components of early intervention programs for preterm infants and their parents: a systematic review and meta-analysis. BMC Pregnancy Childbirth. 2013;13(1):S10..

A importância da relação mãe-bebe também foi referida nos estudos selecionados, visto que a estimulação precoce tem como um dos princípios, a orientação aos pais para a estimulação do desenvolvimento da criança. Buscando verificar o impacto da interação mãe-criança no desenvolvimento da linguagem oral de crianças pré-termo, pesquisa verificou que as mães consideravam mais importante educar e controlar o comportamento das crianças do que estimulá-las e as crianças, por sua vez, apresentaram desempenho abaixo do esperado em todos os testes envolvendo a linguagem. Diante disto, os autores concluíram que esses resultados abaixo do esperado podem ser atribuídos à quantidade e qualidade da interação mãe-criança, insuficiente3636. Brocchi BS, Leme MIS. A relação entre a interação mãe-criança no desenvolvimento da linguagem oral de recém-nascidos prematuros. Audiol. Commun. Res. 2013;18(4):321-31..

Dois dos estudos selecionados para esta revisão concluíram que a prematuridade não influenciou no desenvolvimento psicomotor e na aquisição do vocabulário das populações estudadas.

O primeiro estudo buscou comparar o desenvolvimento neuropsicomotor de lactentes nascidos pré-termo (com idade corrigida) e a termo com idade entre seis e 12 meses e investigar seus fatores associados. Ao analisarem os resultados, os autores não observaram diferença significante entre o desenvolvimento de crianças nascidas pré-termo e a termo; porém, para comunicação expressiva, verificaram que os prematuros apresentaram índices de desenvolvimento mais baixos3737. Eickmann SH, Malkes NFA, Lima MC. Desenvolvimento neuropsicomotor de lactentes pré-termo com 6 a 12 meses de vida. Sao Paulo Med. J. 2012;130(5):299-306.. Mesmo os resultados apresentados não sendo estatisticamente significativos, verifica-se pior desempenho nos testes realizados com crianças nascidas pré-termo, como foi constatado em diversos estudos já citados nessa revisão.

O segundo estudo, buscou investigar os fatores associados à aquisição de vocabulário em crianças aos dois anos de idade, nascidas com 28 semanas de gestação ou menos, e verificou que não houve associação significante entre a idade gestacional e o vocabulário. Os fatores clínicos que se correlacionaram com problemas na aquisição do vocabulário aos dois anos foram apenas as incapacidades graves3838. Marston L, Peacock JL, Calvert SA, Greenough A, Marlow N. Factors affecting vocabulary acquisition at age 2 in children born between 23 and 28 weeks' gestation. Dev Med Child Neurol. 2007;49(8):591-6..

Vale ressaltar que os autores do estudo acima analisaram apenas um aspecto da linguagem (vocabulário), enquanto outros estudos analisaram o desempenho de crianças prematuras em vários aspectos (cognição, linguagem receptiva e expressiva, processamento fonológico, memória de trabalho, entre outros) que poderiam ser afetados pelo fator de risco prematuridade3939. Goes FV, Meio MDBB, Mello RR, Morsch D. Evaluation of neurodevelopment of preterm infants using Bayley III scale. Rev. Bras. Saude Mater. Infant. 2015;15(1):47-55.. Dessa forma, aponta-se como limitação desde estudo a análise de apenas uma variável. Caso outras tivessem sido estudadas, poderiam ter verificado alterações ou atrasos no desenvolvimento da linguagem, como constatado na maior parte dos estudos incluídos nesta revisão.

Conclusão

A presente revisão integrativa buscou identificar evidências na literatura a respeito da influência dos fatores de risco sobre o desenvolvimento da linguagem da criança e apontar as contribuições da intervenção precoce para o desenvolvimento da mesma.

A partir da análise dos estudos, foi apontado que os fatores de risco: peso ao nascer, Idade Gestacional e índice de Apgar influenciam negativamente no desenvolvimento da linguagem das crianças, e essa influência pode ser notada desde as habilidades pré-verbais, perdurar até a adolescência e gerar problemas na idade escolar e de aprendizagem como um todo.

Recomenda-se, portanto, o atendimento precoce e qualificado destas crianças, uma vez que contribui para que se desenvolvam adequadamente, sendo possível evitar e/ou minimizar riscos e alterações futuras.

Referências

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Fev 2017

Histórico

  • Recebido
    08 Nov 2016
  • Aceito
    11 Jan 2017
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