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Análise morfofuncional do sistema estomatognático em usuários de prótese total convencional do Centro Integrado de Saúde - CIS

RESUMO

O estudo consiste em caracterizar a fala e mastigação de usuários de prótese total convencional - PTC antes e após fonoterapia e adaptação funcional protética. Participaram 10 usuários, divididos em G1(experimental) e G2(controle). Ambos realizaram a mesma avaliação de fala e mastigação antes e após 15 dias de adaptação funcional protética. Logo, G1 passou por fonoterapia no período que antecede a adaptação funcional protética e G2 passou pela adaptação funcional protética sem intervenção Fonoaudiológica. Observou-se que G1 apresentou 60% de participantes com distorções fonéticas e/ou articulatórias e corte inadequado do alimento e 80% com um tipo mastigatório unilateral e a posteriori não foram mais verificadas alterações de fala e tipo mastigatório, porém um corte alterado em 100% do grupo. Já G2, 80% dos participantes tinham alterações de fala e mastigação e 40% um corte inadequado. Após, 60% dos sujeitos persistiram com as alterações de fala e 100% com um corte e tipo mastigatório alterado. Conclui-se que após adaptação funcional protética, G1, que realizou fonoterapia, não apresentou mais as alterações encontradas inicialmente, com exceção do corte do alimento; diferente de G2 em que as alterações persistiram, uma vez que a adaptação funcional não restabeleceu os padrões funcionais, sendo necessária intervenção Fonoaudiológica.

Descritores:
Sistema Estomatognático; Fonoterapia; Prótese Dentária.

ABSTRACT

This study aimed at characterizing the speech and chewing of users of conventional complete dentures (CCD) before and after speech therapy and prosthetic functional adaptation. The participants consisted of 10 users, divided into two groups: experimental (G1) and control (G2). Both groups underwent the same speech therapy and chewing evaluation before and 15 days after prosthetic functional adaptation; G1 underwent speech therapy in the period before prosthetic functional adaptation, and G2 underwent prosthetic functional adaptation without speech-language intervention. As observed, G1 presented 60% of participants with phonetic and/or articular distortions and inadequate cut of the food and 80% with unilateral chewing; after therapy, no speech and masticatory alterations were observed, but the altered cut was seen in 100% of the group. In G2, 80% of the participants had speech and chewing alterations and 40% had an inadequate cut. After the therapy period, 60% of the subjects remained with speech alterations and 100% with altered cut and chewing alterations. It can be concluded that after prosthetic functional adaptation, the group that underwent speech therapy did not present the alterations initially detected, except for the cut of the food, as opposed to G2 in which the changes persisted, showing that prosthetic rehabilitation alone, did not reestablish functional patterns, speech-language intervention being required.

Keywords:
Stomatognathic System; Speech Therapy; Dental Prosthesis

Introdução

O Sistema Estomatognático (S.E.) é um conjunto formado por estruturas estáticas (mandíbula, maxila, arcos dentários, ATMs e osso hióide) e dinâmicas (músculos mastigatórios, supra e infra-hioideos e de língua, lábios e bochecha) que atuam em conjunto11. Brito DO. Análise da fala, do tônus muscular orofacial e das mobilidades dos lábios, da língua e da mandíbula em usuários de prótese total superior. [monografia na internet], Universidade de Taubaté; 2010 [acesso em 08 mar 2015]. Disponível em: http://www.bdtd.unitau.br/tedesimplificado/tde_arquivos/6/TDE-2012-11-05T132816Z-350/Publico/Daniele%20de%20Oliveira%20Brito.pdf
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equilibradas e controladas pelo sistema nervoso central realizando as funções estomatognáticas: sucção, respiração, deglutição, fala e mastigação.

A fala, um dos principais meios de interação social, tem sua produção intimamente relacionada à morfofisiologia do sistema estomatognático, no qual os dentes, ossos e grupos musculares exercem um papel fundamental na determinação dos padrões acústicos e articulatórios22. Cunha CP. Dificuldade para pronunciar e a relação com a avaliação miofuncional em usuários de prótese total. [monografia na internet], Ribeirão Preto; 2004 [acesso em 12 mar 2015]. Disponível em: https://mail-attachment.googleusercontent.com/attachment/u/0/?ui=2&ik=ad843f0bf7&view=att&th=14c056c59ae8cb88&attid=0.3&disp=inline&realattid=f_i72fv0vz2&safe=1&zw&saduie=AG9B_P8wyeaH9NZ5U7Fyb6Pl2RtK&sadet=1427500258925&sadat=ANGjdJ_RN8WYCzw-Z6Q0r4ZBaDvpFOgaCM4kf6MvLKCdnTBB6HScKWh_aViyVNc&sads=jeKw1Gz4BifMvzfaGhU9E2C3WSg
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; ao mesmo ponto que para se ter uma mastigação eficiente é necessário que haja o equilíbrio entre as estruturas do S.E.

A mastigação é uma das funções mais importantes do Sistema Estomatognático, pois inicia o processo de alimentação, triturando e preparando o alimento, favorecendo a deglutição e a digestão, e consequentemente uma nutrição de qualidade. Uma mastigação eficiente requer o equilíbrio das estruturas do sistema, incluindo músculos, dentes e ossos33. Cavalcanti RVA, Bianchini EMG. Verification and morfofunctional analysis of mastication characteristics in individuals using removable dental prosthesis. Rev. CEFAC [Internet]. 2008 Dez [acesso em 12 Mar 2015]; 10(4): 490-502. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1516-18462008000400009&lng=en&nrm=iso&tlng=en
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. A mastigação deve ocorrer após o corte do alimento com os incisivos, com lábios fechados, sem ruídos ou participação exagerada da musculatura perioral, com lateralização e mastigação bilateral alternada, com movimentos rotatórios de mandíbula e com simetria de força muscular44. Medeiros AMC, Medeiros M. Motricidade Orofacial: Inter - relação entre Fonoaudiologia & Odontologia. São Paulo: LOVISE, 2006..

É notório que, apesar dos avanços na área da odontologia, o brasileiro ainda apresenta alta incidência de perda dentária, seja ela parcial ou total. O número de Próteses Totais (PTs) crescerá em torno de 2,0% até 2020, sendo que este percentual representa um aumento de aproximadamente 300 mil indivíduos necessitando de PTs55. Telles DM. Prótese Total Convencional e sobre Implantes. São Paulo: Santos Editora, 2009..

O edentulismo, promove alterações no S.E, das quais se destacam: mudanças na relação maxilomandibular e na forma das estruturas ósseas que provocam um desequilíbrio neuromuscular, o que dificulta o desempenho correto das funções estomatognáticas, podendo também interferir no processo de adaptação da prótese dentária33. Cavalcanti RVA, Bianchini EMG. Verification and morfofunctional analysis of mastication characteristics in individuals using removable dental prosthesis. Rev. CEFAC [Internet]. 2008 Dez [acesso em 12 Mar 2015]; 10(4): 490-502. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1516-18462008000400009&lng=en&nrm=iso&tlng=en
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. Além das modificações citadas, ocorre ainda a alteração da dimensão vertical de oclusão (DVO), no qual interfere na aparência estética e condição postural do desdentado.

A prótese dentária, além do benefício estético, surge como perspectiva de melhora para as funções estomatognáticas de fala, mastigação e deglutição. No entanto, tanto a adaptação protética pode ser prejudicada por alterações oromiofuncionais, quanto as funções estomatognáticas podem estar alteradas em detrimento da condição e tipo de prótese dentária33. Cavalcanti RVA, Bianchini EMG. Verification and morfofunctional analysis of mastication characteristics in individuals using removable dental prosthesis. Rev. CEFAC [Internet]. 2008 Dez [acesso em 12 Mar 2015]; 10(4): 490-502. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1516-18462008000400009&lng=en&nrm=iso&tlng=en
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, o que sugere a necessidade e importância de um trabalho integrado com a Fonoaudiologia.

A Fonoaudiologia como parte da equipe interdisciplinar pode contribuir para a adaptação protética e reabilitação das funções estomatognáticas dentro das limitações encontradas, de modo a proporcionar uma melhor qualidade de vida ao sujeito66. Felício CM, Cunha CC. Relações entre Condições Miofuncionais Orais e Adaptação de Próteses Totais. Revista Ibero-americana de Prótese Clínica e Laboratorial; 2005 [acesso em10 mar 2015] 7(36): [p.195-202]. Disponível em: https://mail-attachment.googleusercontent.com/attachment/u/0/?ui=2&ik=ad843f0bf7&view=att&th=14c056c59ae8cb88&attid=0.1&disp=inline&realattid=f_i72fv0ve0&safe=1&zw&saduie=AG9B_P8wyeaH9NZ5U7Fyb6Pl2RtK&sadet=1427494146922&sadat=ANGjdJ-7NoWvo1gwc5NEQ1tgujDzScXUPp4jWDGUDIF5MLB382ygB2ZaHYNaRFY&sads=EgY09L_4FfIAVcKXzaaNzXoBoes
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Dessa forma, o trabalho surge com os objetivos de caracterizar a fala e mastigação de usuários de prótese total convencional - PTC antes e após fonoterapia e adaptação funcional protética em um trabalho integrado entre Fonoaudiologia e Odontologia.

Apresentação do caso

Pesquisa descritiva de caráter longitudinal e interdisciplinar do tipo relatos de casos, desenvolvida com sujeitos edêntulos totais usuários de Prótese Total Convencional (PTC) atendidos no Centro Integrado de Saúde (CIS) da Instituição de origem entre os meses de junho e novembro de 2015. Aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Potiguar - UnP mediante parecer nº 1.065.231/2015.

Diante de um universo de 126 sujeitos atendidos entre os meses estabelecidos na pesquisa, apenas 10 sujeitos constituem a amostra, selecionados mediante aplicação dos critérios de inclusão: faixa etária entre 40 e 75 anos que procuraram o serviço de Odontologia da instituição de origem para adaptação de Prótese Total Convencional; e exclusão: sujeitos que apresentaram deformidades dento faciais, quaisquer problemas neurológicos e cognitivos, que eram usuários de medicamentos que poderiam desencadear aumento e/ou diminuição da salivação, que passaram por terapia Fonoaudiológica anteriormente, além de audiometria demonstrando perda auditiva de grau moderadamente severo a profundo (> 56dB), já que uma perda auditiva nesta intensidade pode repercutir em distorções fonéticas que possam se confundir com prováveis alterações resultantes de uma prótese mal adaptada.

Para realização da audiometria, utilizou-se um audiômetro do tipo interacoustics modelo AC40, calibrado em janeiro de 2015, em cabina acústica fabricada pela Televox, modelo Média, número série 2286, com ensaio em 09 de janeiro de 2015. A amostra é constituída de uma população alfabetizada, dos quais 8 são mulheres, 7 são declaradas brancas e 1 parda; e 2 homens brancos, que possuem idade entre 43 a 73 anos, 7 já utilizam PTC superior e inferior, 2 apenas superior e 1 irá fazer uso pela primeira vez. Todos os participantes foram orientados quanto às etapas da pesquisa e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

A avaliação inicial ocorreu entre os dias 27 e 29 de maio e 8, 9, 15 e 16 de julho, no qual se aplicou o protocolo de Avaliação Miofuncional Orofacial para Usuários de Próteses Dentárias adaptado por KALIL, M.T.A.C.; CAVALCANTI, R.V.A. & BIANCHINI, E.M.G.(1) (Anexo 1), 11 frases balanceadas com palavras de diferentes extensões silábicas e predomínio dos fonemas fricativos lsl, lzl, lchl e ljl (2), 19 frases caracterizadas pelo predomínio de um mesmo fonema da língua portuguesa brasileira propostas por Berretin apud Cunha (2004) (3), no qual os voluntários foram instruídos a lerem as frases em voz alta e julgar a dificuldade em pronunciá-las a partir de um score de 0 a 10, sendo 10 a frase com maior dificuldade de pronúncia.

Quanto às alterações de fala, atentou-se para a presença ou não de omissões ou substituições de fonemas, alteração de pontos articulatórios, ceceios, alterações de integibilidade de fala e amplitude de movimentos mandibulares.

A aplicabilidade do protocolo se deu através da observação anátomofuncional das estruturas estáticas (maxila, mandíbula, ATM e arcos dentários) e dinâmicas (masseter, bucinador, mentual, lábios e língua) do sistema estomatognático, palpação, contra resistência com uso de espátula de madeira, comandos verbais de mobilidade (abertura, fechamento, protrusão, retração, lateralização e vibração) e medição facial com uso do paquímetro de plástico 150mm/6 pol. DISMA.

A avaliação da função mastigatória foi realizada de forma presencial por dois avaliadores e analisada através dos registros fotográficos e filmagem por um terceiro avaliador. Para isso, foi utilizado o pão francês dormido (pão de sal), solicitando que o sujeito mastigasse cinco vezes de forma habitual, considerando, no entanto, apenas as quatro últimas mastigações, tendo em vista que o mesmo poderia direcionar a mastigação de forma atenta e controlada, uma vez que estava em situação de avaliação e filmagem, conforme protocolo proposto77. Kalil MTAC, Cavalcanti RVA, Bianchini EMG. Protocolo de Avaliação Miofuncional Orofacial para Usuários de Próteses Dentárias. In: Anais Suplemento especial da Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. 16º Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia; 2008 Set 24-27; Campos do Jordão, São Paulo, 2008. Disponível em: http://www.sbfa.org.br/portal/anais2008
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Durante a mastigação, foram analisados: o tipo de corte do alimento (anterior, lateral, com a mão ou rasga), o tipo mastigatório (unilateral ou bilateral; simultâneo ou alternado) e postura dos lábios durante a mastigação; além do número de ciclos mastigatórios de cada uma das quatro porções, realizando a média para esta variável.

Para maior fidedignidade da avaliação, foi considerado adequado: ciclos mastigatórios iguais para ambos os lados; corte do alimento na região anterior, com os incisivos centrais e laterais; mastigação bilateral com movimentos alternados e vedamento labial durante toda mastigação. Para caracterização do tipo mastigatório proposto88. Whitaker ME. Função Mastigatória: proposta de protocolo de avaliação clínica [dissertação]. Bauru (SP): Universidade de São Paulo; 2005., foi contabilizado o número de ciclos realizados em cada lado (direito e esquerdo) nas 4 porções analisadas, considerando unilateral quando houve mais de 66% dos ciclos predominante em um mesmo lado no total das 4 porções, e bilateral quando apresentou menos que 66% dos ciclos mastigatórios no total das 4 porções.

As frases foram lidas, gravadas e analisadas pelos três avaliadores. Todos os procedimentos foram realizados com uso de luvas, obedecendo aos princípios da biossegurança e fotografados e filmados por uma digital SONY® N50 MODEL No. SEL 16F28.

A amostra do estudo foi dividida em dois grupos, G1(Grupo Experimental) e G2(Grupo Controle), composto de 05 usuários cada, selecionados por conveniência, no qual os de G1 realizaram avaliação inicial, terapia fonoaudiológica pré-instalação da prótese e avaliação final 15 dias após adaptação funcional protética; e o grupo G2 realizou avaliação inicial, instalação protética e avaliação final 15 dias após adaptação funcional protética, caso algum sujeito do grupo apresentasse alteração após a adaptação funcional, o mesmo receberia a intervenção fonoaudiológica. Ambos os grupos (G1 e G2) passaram por acompanhamento odontológico, de modo a restabelecer a Dimensão Vertical de Oclusão - DVO e recuperar o suporte labial e estética; além da terapia fonoaudiológica com intuito de reabilitar as alterações oromiofuncionais encontradas, proporcionando a adaptação protética.

Concomitantemente ao atendimento odontológico, o G1 passou por terapia fonoaudiológica durante um mês e meio, totalizando 6 sessões (semanais com duração de uma hora cada) e G2 durante um mês, totalizando 4 sessões (semanais com duração de uma hora cada). A terapêutica tomou como base exercícios isométricos, isotônicos e isocinéticos, além do treino das funções estomatognáticas de fala e mastigação99. Rahal A. Exercícios utilizados na Terapia de Motricidade Orofacial (quando e por que utilizá-los). In: Marchesan IQ, Silva HJ da, Berrentin-Félix G. Terapia Fonoaudiológica em Motricidade orofacial. São Paulo: Pulso Editorial; 2012. p. 43-50.,1010. Berretin-Félix G, Silva NMA, Mituuti CT. Terapia Fonoaudiológica em Deglutição (como eu trato). In: Marchesan IQ, Silva HJ da, Berretin-Félix G. Terapia Fonoaudiológica em Motricidade Orofacial. São Paulo: Pulso Editorial; 2012. p. 147-62., por meio de treino mastigatório bilateral alternado, percepção, produção e automatização dos fonemas alvos, alongamento de fibra muscular da língua, massagens indutoras no sentido oposto a contração da fibra muscular da mímica facial, utilizando toques com pressão e vibração descontínua, realizados em comuns para ambos os grupos e selecionados de acordo com as alterações de cada indivíduo.

Em virtude do n=10, os resultados foram expostos de maneira descritiva por meio de tabelas e gráficos, não sendo necessário o uso de uma análise estatística.

Resultados

O universo da pesquisa partiu de 126 sujeitos da lista de espera do CIS, dos quais foram excluídos 116 (80 por serem usuários de prótese parcial, 12 por já terem realizado as próteses ou não ter mais interesse na confecção e 24 por não atenderem as ligações). A amostra se fez de 10 sujeitos, que foram divididos em dois grupos iguais, G1 e G2.

Constatou-se que grande maioria (60%) perdeu todos os dentes há mais de vinte anos. Quanto ao tempo de permanência com a mesma prótese, foi verificado que, nove (90%) sujeitos permaneceram com a mesma por mais de quatro anos. Sete (70%) são usuários de prótese total superior e inferior e dois (20%) apenas da superior e um (10%) irá fazer uso pela primeira vez. Constatou-se que mais da metade (60%) tendem a ter uma face mesocefálica, enquanto dolicocefálico (20%) e braquicefálico (20%).

A Tabela 1 mostra a caracterização das estruturas orofaciais (lábios, língua, bochecha, masseter) no que se refere à mobilidade e tonicidade dos sujeitos que constituem os grupos G1 e G2 a partir da avaliação inicial (com a prótese antiga). Verifica-se predomínio de alteração na mobilidade lingual (80% em G1 e 20% em G2); alteração na tonicidade (hipotonia) labial (60% em G1 e G2); alteração na tonicidade (hipotonia de um ou dois lados) de bochecha (80% em G1 e 60% em G2) e hipotonia de masseter (100% em G1 e G2).

Tabela 1:
Caracterização das estruturas orofaciais quanto à mobilidade e tonicidade nas avaliações inicial e após 15 dias de uso da prótese

Os resultados da avaliação inicial dos sujeitos quanto à prova mastigatória demonstraram predomínio do padrão mastigatório unilateral alternado observado em oito sujeitos (80%), sendo o padrão mastigatório bilateral alternado verificado em apenas um sujeito (10%), e o outro (10%) não conseguiu concluir a prova de mastigação, tendo em vista relatar não conseguir mastigar com a prótese que estava utilizando.

Verifica-se quanto ao tipo do corte do alimento, que, apenas quatro (40%) realizaram o corte anterior (com os incisivos centrais e laterais), um (10%) rasgou com os incisivos laterais, quatro (40%) realizaram o corte do alimento com a mão e um (10%) não conseguiu efetuar a prova mastigatória. Destes, 40% efetuaram o corte do alimento de forma adequada, 50% de forma inadequada e 10% não concluiu a prova.

Diante da avaliação inicial alguns participantes demonstraram alterações de fala, sejam elas alterações de pontos articulatórios, ceceios, ininteligibilidade de fala e/ou diminuição da amplitude dos movimentos mandibulares, o qual sete sujeitos (70%) apresentaram uma ou mais destas alterações fonéticas e apenas três (30%) não demonstraram alterações nestes aspectos.

As principais alterações encontradas inicialmente foram interdentalizações /t/ /d/ em (20%) dos indivíduos, distorção do /r/ (10%), diminuição de amplitude articulatória (30%), ceceio anterior (20%), ceceio lateral (10%), distorção de /f/, /v/, /s/ e /”j”/ (20%), distorção de /”ch”/ (40%) e sem alteração (30%).

A Figura 1 apresenta o julgamento quanto às dificuldades de pronúncia elencadas pelos sujeitos diante dos 23 fonemas da língua portuguesa brasileira1111. Yavas M, Hernandorena CLM, Lamprecht RR. Avaliação fonológica da criança. Porto Alegre: Artes Médicas; 1991. p. 36.. Na avaliação, o fonema elegido com maior dificuldade pelos sujeitos foi o /“ch”/ (4 sujeitos - 40%), também confirmado em avaliação fonoaudiológica, seguido do fonema africado /“dj”/ (2 sujeitos - 20%), e em igual proporção para os fonemas /z/, /v/, /R/ e [r] (cada um com 10%).

Figura 1:
Julgamento de pronúncia - fonema apresentado como maior dificuldade na avaliação inicial

Mediante a comparação da avaliação inicial e final de mastigação apresentada na Tabela 2, viu-se que G1, o qual passou por terapia fonoaudiológica antes da instalação da nova prótese, obteve adequação da mastigação (bilateral alternado e com selamento labial), realizando corte do alimento com a mão, que corrobora com estudo33. Cavalcanti RVA, Bianchini EMG. Verification and morfofunctional analysis of mastication characteristics in individuals using removable dental prosthesis. Rev. CEFAC [Internet]. 2008 Dez [acesso em 12 Mar 2015]; 10(4): 490-502. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1516-18462008000400009&lng=en&nrm=iso&tlng=en
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. Já com relação à G2, que até o momento não havia passado por terapia, permaneceu com o predomínio de mastigação unilateral alternada, com selamento labial e corte do alimento com a mão.

Tabela 2:
Caracterização da mastigação em avaliação inicial e final

A Tabela 3 apresenta a comparação entre os aspectos da avaliação de fala inicial e final (após adaptação funcional protética) por sujeito. Os resultados demonstram predomínio de três indivíduos (60%) de G1 e quatro (80%) de G2 com distorções fonéticas e/ou articulatórias na avaliação inicial e 0% de G1 e três (60%) de G2 na avaliação final.

Tabela 3:
Comparação de fala inicial e final por sujeito

Discussão

A literatura refere que no Brasil, o inquérito nacional de saúde bucal de 1986 revelou a média de dentes perdidos para os adultos de 35-44 anos em 14,9 (66,5%) e de 23,4 para os indivíduos entre 50 e 59 anos (86% do índice)1212. Peres MA, Barbato PR, Reis SCGB, Freitas CHSM, Antunes JLF. Perdas dentárias no Brasil: análise da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal 2010. Rev Saúde Pública; 2013 [acesso em 04 nov 2015]; Disponível em:http://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/76756
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Devido o tempo de uso prolongado as próteses totais sofrem uma diminuição na sua qualidade, principalmente a partir do quarto ano e que, após o oitavo ano de uso uma grande parte dos pacientes acabam apresentando problemas mastigatórios1313. Yoshizumi DT. An evaluation of factors pertinent to the success of complete denture service. Rev. The JPD [Internet]. 1964 [acesso em 06 Nov 2015]; 14: 866-78. Disponível em: http://www.thejpd.org/article/0022-3913(64)90015-0/abstract
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. Os pacientes costumam se mostrar satisfeitos com a prótese total convencional superior, entretanto, a inferior costuma apresentar problemas de retenção e estabilidade, causando insatisfação aos usuários1414. Jacometti PM. Análise das possibilidades reabilitadoras contemporâneas para pacientes edentados totais: uma revisão de literatura [monografia na internet]. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2011 [acesso em 04 nov 2015]. Disponível em: http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/35598.

O edentulismo afeta as alterações dos aspectos motores e sensoriais do processo mastigatório, favorecendo a atrofia muscular, principalmente do masseter33. Cavalcanti RVA, Bianchini EMG. Verification and morfofunctional analysis of mastication characteristics in individuals using removable dental prosthesis. Rev. CEFAC [Internet]. 2008 Dez [acesso em 12 Mar 2015]; 10(4): 490-502. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1516-18462008000400009&lng=en&nrm=iso&tlng=en
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. Próteses mal adaptadas podem levar ao padrão unilateral de mastigação, como um mecanismo de proteção e adaptação às estruturas, para evitar sequelas nestas1515. Molina OF. - Fisiopatologia craniomandibular: oclusão e ATM [monografia na internet]. São Paulo: Pancast, 1989 [acesso em: 06 nov 2015]. Disponível em: http://www.cefac.br/library/teses/1cabb4ab22ec0c080d7da62069131570.pdf, o que se mostra condizente com os nossos achados.

O corte do alimento alterado em um número significativo de sujeitos, concorda com a literatura, na qual em um estudo com uma amostra de 53 indivíduos idosos, encontrou-se 71,9% dos usuários de prótese dentária total e/ou parcial removível que tinham o corte do alimento alterado33. Cavalcanti RVA, Bianchini EMG. Verification and morfofunctional analysis of mastication characteristics in individuals using removable dental prosthesis. Rev. CEFAC [Internet]. 2008 Dez [acesso em 12 Mar 2015]; 10(4): 490-502. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1516-18462008000400009&lng=en&nrm=iso&tlng=en
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Indivíduos que não fazem uso de prótese dentária, ou que fazem uso de próteses mal adaptadas, apresentam prejuízos na fala1616. Rosa RR, Berretin-Felix G. Fala e reabilitação oral protética: revisão integrativa. Distúrb Comum. São Paulo, 2015 [acesso em 04 nov 2015] 27(1): [p.8]. Disponível em: http://revistas.pucsp.br/index.php/dic/article/view/19210/16337
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. Em geral a prótese dentária, quando não está bem adaptada, traz problemas do tipo: falar com a boca mais cerrada para não perder a estabilidade da mesma e isto acaba por causar imprecisão articulatória. A diminuição dos movimentos mandibulares também fica evidente, assim como aparecem movimentos alterados da mandíbula e de lábios numa tentativa de compensar e melhorar a precisão da fala1717. Marchesan IQ. Tratado em fonoaudiologia da SBFa - alterações de fala de origem musculoesquelética. Rev. CEFAC. 2004 [acesso em 08 nov 2015]. [p. 24] Disponível em: http://www.cefac.br/library/artigos/532b6d8decce12f268ef6d79e7117f2a.pdf
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A dificuldade na produção do fonema /ch/ elencada por uma parte dos participantes se faz discordar da literatura, no qual o fonema /s/ é apontado como o mais influenciado, visto que os trespasses vertical e horizontal oferecem o percurso mandibular para sua pronúncia1818. Hilgenberg PB, Porto VC. Avaliação fonética em pacientes portadores de próteses dentárias. RGO - Rev Gaúcha Odontol. 2011;59(0):75-9..

Os achados de G2 apresentam-se de acordo com o que afirma a literatura, no qual após a instalação das próteses há uma prevalência da mastigação unilateral, supostamente porque se mantém um modo adquirido anteriormente22. Cunha CP. Dificuldade para pronunciar e a relação com a avaliação miofuncional em usuários de prótese total. [monografia na internet], Ribeirão Preto; 2004 [acesso em 12 mar 2015]. Disponível em: https://mail-attachment.googleusercontent.com/attachment/u/0/?ui=2&ik=ad843f0bf7&view=att&th=14c056c59ae8cb88&attid=0.3&disp=inline&realattid=f_i72fv0vz2&safe=1&zw&saduie=AG9B_P8wyeaH9NZ5U7Fyb6Pl2RtK&sadet=1427500258925&sadat=ANGjdJ_RN8WYCzw-Z6Q0r4ZBaDvpFOgaCM4kf6MvLKCdnTBB6HScKWh_aViyVNc&sads=jeKw1Gz4BifMvzfaGhU9E2C3WSg
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. Os resultados de G1, no entanto, diferem de estudo22. Cunha CP. Dificuldade para pronunciar e a relação com a avaliação miofuncional em usuários de prótese total. [monografia na internet], Ribeirão Preto; 2004 [acesso em 12 mar 2015]. Disponível em: https://mail-attachment.googleusercontent.com/attachment/u/0/?ui=2&ik=ad843f0bf7&view=att&th=14c056c59ae8cb88&attid=0.3&disp=inline&realattid=f_i72fv0vz2&safe=1&zw&saduie=AG9B_P8wyeaH9NZ5U7Fyb6Pl2RtK&sadet=1427500258925&sadat=ANGjdJ_RN8WYCzw-Z6Q0r4ZBaDvpFOgaCM4kf6MvLKCdnTBB6HScKWh_aViyVNc&sads=jeKw1Gz4BifMvzfaGhU9E2C3WSg
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, uma vez que realizada a terapia fonoaudiológica houve adequação dos padrões mastigatórios que perduraram pós instalação das novas próteses, residindo a importância do acompanhamento fonoaudiológico para estruturação dos padrões funcionais.

Os valores demonstram a eficácia da terapia fonoaudiológica com relação às alterações de fala em G1 e sugere que a prótese isolada não readéqua os padrões alterados de fala, conforme verificado em G2.

Após avaliação inicial de ambos os grupos, o G1 foi submetido à terapia no período de confecção das próteses, cujo protocolo consiste de seis sessões com duração de 60 min uma vez por semana. O balizador de tempo de terapia1919. Grupo de Trabalho instituído pela comissão de saúde do CFFa, Academia Brasileira de Audiologia e Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. BTTF: Balizador de Tempo de Tratamento em Fonoaudiologia. [acesso em 06 Mai 2015]. Disponível em: http://www.fonoaudiologia.org.br/publicacoes/BALIZADOR%20DE%20TEMPO.pdf
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sugere tempo de tratamento menor que 6 meses, frequência 2x/semana com duração de 30 minutos cada, o que se enquadra no tempo realizado. Apenas três (60%) sujeitos compareceram em todas as sessões e os demais (40%) realizaram apenas cinco, pois não houve comparecimento dos mesmos. As terapias tiveram como objetivos específicos fortalecer musculatura lingual, bucinador, lábios, masseter e musculatura da mímica facial, bem como trabalhar mobilidade de língua, bucinador, mastigação bilateral e realizar treinamento de fala, além de alongar musculatura de língua em um sujeito (20%), que apresentava frênulo lingual curto. Quando se faz uso de prótese é necessário que se realizem exercícios para mobilidade, tônus, propriocepção e monitoramento das funções a fim de que a motricidade atinja padrões compatíveis com a reabilitação oral66. Felício CM, Cunha CC. Relações entre Condições Miofuncionais Orais e Adaptação de Próteses Totais. Revista Ibero-americana de Prótese Clínica e Laboratorial; 2005 [acesso em10 mar 2015] 7(36): [p.195-202]. Disponível em: https://mail-attachment.googleusercontent.com/attachment/u/0/?ui=2&ik=ad843f0bf7&view=att&th=14c056c59ae8cb88&attid=0.1&disp=inline&realattid=f_i72fv0ve0&safe=1&zw&saduie=AG9B_P8wyeaH9NZ5U7Fyb6Pl2RtK&sadet=1427494146922&sadat=ANGjdJ-7NoWvo1gwc5NEQ1tgujDzScXUPp4jWDGUDIF5MLB382ygB2ZaHYNaRFY&sads=EgY09L_4FfIAVcKXzaaNzXoBoes
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.

Após a avaliação final, o G2 necessitou de terapia fonoaudiológica (conforme alterações observadas nas (Tabelas 2 e 3), que foi realizada de maneira similar ao processo terapêutico de G1, com quatro sessões (não se fez necessário além disso) com duração de 60 min uma vez por semana. Todos os participantes de G2 necessitaram de terapia, embora apenas quatro se disponibilizaram e um desistiu da terapia antes de dar início. As terapias voltaram-se principalmente para o treino funcional de fala e mastigação, porém adequando também a musculatura nos casos em que estava alterada.

Os exercícios realizados (comuns para ambos os grupos) foram isométricos, isotônicos e isocinéticos99. Rahal A. Exercícios utilizados na Terapia de Motricidade Orofacial (quando e por que utilizá-los). In: Marchesan IQ, Silva HJ da, Berrentin-Félix G. Terapia Fonoaudiológica em Motricidade orofacial. São Paulo: Pulso Editorial; 2012. p. 43-50.,1010. Berretin-Félix G, Silva NMA, Mituuti CT. Terapia Fonoaudiológica em Deglutição (como eu trato). In: Marchesan IQ, Silva HJ da, Berretin-Félix G. Terapia Fonoaudiológica em Motricidade Orofacial. São Paulo: Pulso Editorial; 2012. p. 147-62., assim como treino mastigatório, percepção, produção e automatização dos fonemas alvos, alongamento de fibra muscular da língua, massagens indutoras no sentido contrário a contração da fibra muscular da mímica facial, utilizando toques com pressão e vibração descontínua (Anexo 2). Apesar de não ser o objetivo principal, ao final da última sessão os sujeitos relataram melhora na fala, fortalecimento da musculatura, mastigação mais equilibrada com movimentos mandibulares mais amplos, o que confirma com a avaliação, o qual foi visto musculatura de face normotensa, língua com tonicidade e mobilidade adequada para usuários de PTC, fala inteligível, articulação equilibrada e mastigação bilateral.

Uma das limitações importante desse estudo foi o número reduzido de participantes (n= 10) com uso de prótese dentária que realizaram avaliação fonoaudiológica e puderam ser incluídos no estudo. Contudo, a mesma limitação também foi encontrada em outros estudos fonoaudiológicos33. Cavalcanti RVA, Bianchini EMG. Verification and morfofunctional analysis of mastication characteristics in individuals using removable dental prosthesis. Rev. CEFAC [Internet]. 2008 Dez [acesso em 12 Mar 2015]; 10(4): 490-502. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1516-18462008000400009&lng=en&nrm=iso&tlng=en
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,2020. Ayres A, Baltezan RL, Presotto M, Santos RB dos, Só MVR, Levy DS et al. Alterações Miofuncionais em Adultos e Idosos Usuários de Prótese Dentária. Rev. Fac. Odontol. Porto Alegre, 2012 [acesso em 08 nov 2015] 53(3):[p.6]. Disponível em:http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/115832/000954485.pdf?sequence=1
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. Esses dados apontam novamente a importância do trabalho interdisciplinar, bem como a importância da avaliação fonoaudiológica acontecer de forma integrada a adaptação da prótese dentária.

Outro viés a ser discutido refere-se a heterogeneidade da amostra, no qual 7 faziam uso de PTC superior e inferior, 2 apenas da superior e 1 iria fazer uso pela primeira vez. Por apresentarem padrões e adaptações distintas, algumas variáveis apresentaram limitações quanto à comparação. A inclusão de tais sujeitos foi realizada devido ao número limitante de usuários de PTC que procuraram o serviço de odontologia da instituição de origem, no entanto, sugere-se que para os próximos estudos a amostra se constitua de um grupo o mais homogêneo possível.

Conclusão

Mediante à metodologia empregada no presente trabalho, verificaram-se inicialmente, em ambos os grupos, alterações de tonicidade e mobilidade das estruturas oromiofuncionais, predomínio de mastigação unilateral, corte do alimento inadequado e alterações de fala do tipo interdentalização de /t/ e /d/, ceceio anterior /s/ e /z/, distorção do fonema /ch/ e diminuição da amplitude articulatória. Posteriormente à adaptação funcional protética, G1, que realizou fonoterapia, não apresentou mais as alterações encontradas inicialmente, com exceção do corte do alimento, o que sugere a eficácia da terapêutica empregada; diferente de G2 em que as alterações persistiram, uma vez que a adaptação funcional por si só não restabeleceu os padrões funcionais, sendo necessária intervenção Fonoaudiológica.

Agradecimentos

Agradecemos a toda equipe de odontologia da instituição a qual nos permitiu o desenvolver desse trabalho multiprofissional.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Set 2017

Histórico

  • Recebido
    18 Abr 2017
  • Aceito
    11 Ago 2017
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