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Consciência fonológica em adultos não alfabetizados

Resumo:

OBJETIVO:

analisar a estimativa da habilidade em consciência fonológica de adultos não alfabetizados.

MÉTODOS:

participaram da pesquisa 44 adultos, de ambos os sexos, com a idade superior a 28 anos. Os adultos foram divididos em dois grupos, a saber: (1) não alfabetizados, (2) alfabetizados na infância. Utilizou-se os seguintes instrumentos: Ficha sobre dados sociodemográficos; Teste de Habilidades Preditoras da Leitura (THPL), composto por tarefas de rima, aliteração e segmentação, administrados de forma individual e em um tablet.

RESULTADOS:

ocorreu diferença significante na estimativa de habilidade em consciência fonológica entre os dois grupos. Destaca-se que a habilidade na tarefa de rimar foi significantemente superior no grupo de adultos alfabetizados. Observou-se que a tarefa de segmentar palavras foi considerada a mais difícil. Os resultados sugerem um padrão de habilidade, a saber: Aliteração > rima > segmentação. Um dado interessante refere-se ao tempo de execução da tarefa; foi verificado que houve diferença estatisticamente significante no que se refere ao tempo de execução das tarefas de aliteração, segmentação e rima entre os dois grupos analisados.

CONCLUSÃO:

ao verificar a correlação entre tempo de execução e habilidade na tarefa, foi possível perceber que a correlação não ocorreu nos dois grupos da mesma forma: no grupo de alfabetizados houve correlação positiva e no grupo de não alfabetizados correlação negativa.

Descritores:
Leitura; Fonética; Escolaridade

Abstract:

PURPOSE:

to analyze the estimation of ability in phonological awareness of illiterate adults.

METHODS:

forty four adults, over the age of twenty eight and of both sexes, participated in the survey. The adults were divided into two groups, namely: (1) illiterate and (2) literate in childhood. The following instruments were used: Data on demographic data; Predictors of Reading Skills Test (THPL) test consists of tasks of rhyme, alliteration, and segmentation, administered individually and on a tablet.

RESULTS:

it occurs a significant difference in estimating ability in phonological awareness between the two groups. It is noteworthy that the ability to rhyme in the task was significantly higher in adult literacy. It was observed that the task of segmenting words has been considered more difficult. The results suggest a standard of skill, namely Alliteration> rhyme> targeting. An interesting finding relates to the execution time of the task, it was found that there was a statistically significant difference with regard to the execution time of the tasks of alliteration, rhyme and segmentation between the two groups.

CONCLUSION:

when verified the correlation between runtime and skill in the task, it was revealed that the correlation did not occur in both groups the same way: the group of positive correlation literate and illiterate group of negative correlation.

Keywords:
Reading; Phonetics; Educational Status

Introdução

O ato de ler, embora pareça ser natural ao homem, é uma habilidade que deve ser ensinada e aprendida. Diferente da fala que é uma habilidade interconectada com a genética humana e habilita a criança desde os primeiros meses de vida a discriminar os sons da fala, o ato de ler requer uma modificação neural que dê condições para a decodificação dos símbolos gráficos e sonoros que representam a fala, é uma capacidade adquirida com o ensino, e que apesar de parecer uma tarefa simples, é um ato complexo e multifacetado que envolve fatores sociais, cognitivos, emocionais e ambientais.

O 11° Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos11 UNESCO. Education for all by 2015. Will we make it?, Paris: UNESCO Publishing & Oxford University Press, 2007., revela que dez países são responsáveis por 72% do percentual de adultos analfabetos no mundo, dentre eles, o Brasil figura em 8º lugar, embora existam iniciativas governamentais, como os programas Brasil Alfabetizado e a Educação para Jovens e Adultos (EJA) na tentativa de ajudar a solucionar esse déficit social, ainda há muito a fazer. Países com alto índice de analfabetismo são marcados pela falta de desenvolvimento social e econômico 11 UNESCO. Education for all by 2015. Will we make it?, Paris: UNESCO Publishing & Oxford University Press, 2007..

Ler é extrair sentido do que é lido, de maneira que não se pode falar em leitura se não houver compreensão 22 Viana FL, Ribeiro IS, Fernandes I, Ferreira A, Leitão CGS, Gomes S et al. O ensino da compreensão leitora: da teoria á prática pedagógica. Coimbra: Almedina; 2010.. Evidentemente, é um processo que leva o sujeito a extrair significado das informações contidas em um texto. Está além da decodificação de um símbolo ou uma correspondência grafema-fonema 33 Roazzi A, Minervino CASMM, Melo MRA. A aprendizagem da leitura e da escrita: princípios teóricos, históricos, níveis conceituais e aspectos motivacionais do processo de aprendizagem do código alfabético. In: Roazzi A, Paula FV, Santos MJ. Leitura e escrita: a sua aprendizagem na teoria e pratica. Curitiba: Juruá Editora; 2014. p. 19-40.. Para se alcançar a compreensão plena de um texto, é necessário que o indivíduo tenha automatizado os processos de decodificação das palavras escritas.

Dentre algumas habilidades que favorecem o aprendizado da leitura, tem-se a consciência fonológica que pode ser entendida como a capacidade de perceber que a fala pode ser decomposta em unidades fonológicas (frases, palavras, sílabas e letras), e tais unidades podem ser manipuladas para formarem novas palavras e para se criarem novos sentidos 44 Alves UK. O que é consciência fonológica. In: Lamprecht R, Dutra APB ,Scherer APR, Barreto FM, Alves UK, Santos RMS et al. Consciência dos sons da língua: subsídios teóricos e práticos para alfabetizadores, fonoaudiólogos e professores de língua inglesa. Porto Alegre: EDIPUCRS; 2009. p. 31-46. 66 Pavão V. Dislexia e disortografia: a importância do diagnóstico. IGT na Rede. 2005;2(3):1-6.. Esta habilidade é adquirida conforme o grau de complexidade, onde parte-se do processo mais simples para o mais complexo; tem-se: Palavra - Sílaba - Fonema44 Alves UK. O que é consciência fonológica. In: Lamprecht R, Dutra APB ,Scherer APR, Barreto FM, Alves UK, Santos RMS et al. Consciência dos sons da língua: subsídios teóricos e práticos para alfabetizadores, fonoaudiólogos e professores de língua inglesa. Porto Alegre: EDIPUCRS; 2009. p. 31-46..

A consciência fonológica é dividida em níveis, sendo estes: consciência da sílaba, consciência de elementos intra-silábicos e consciência fonêmica. A consciência de sílaba e de elementos intra-silábicos permite que o sujeito reconheça rimas, unidades fonológicas semelhantes no final das palavras (mamão/fogão), e reconheça também unidades fonológicas semelhantes no início das palavras (pata/panela) que são as aliterações 44 Alves UK. O que é consciência fonológica. In: Lamprecht R, Dutra APB ,Scherer APR, Barreto FM, Alves UK, Santos RMS et al. Consciência dos sons da língua: subsídios teóricos e práticos para alfabetizadores, fonoaudiólogos e professores de língua inglesa. Porto Alegre: EDIPUCRS; 2009. p. 31-46. 77 Freitas G. Consciência fonológica: rimas e aliterações no português brasileiro. Letras de Hoje. 2003;38(2):155-70.. A consciência de sílaba e de fonemas além de auxiliar na aquisição da leitura, é forte preditora para o domínio da escrita. Entre todas essas tarefas, a consciência fonêmica é considerada o nível mais complexo da consciência fonológica 44 Alves UK. O que é consciência fonológica. In: Lamprecht R, Dutra APB ,Scherer APR, Barreto FM, Alves UK, Santos RMS et al. Consciência dos sons da língua: subsídios teóricos e práticos para alfabetizadores, fonoaudiólogos e professores de língua inglesa. Porto Alegre: EDIPUCRS; 2009. p. 31-46. 88 Chraim AM. Relações implicacionais entre desenvolvimento da consciência fonológica e instrução alfabética na educação de adultos inseridos em entornos sociais grafocêntricos [dissertação]. Florianópolis (SC): Universidade Federal de Santa Catarina; 2012..

Desde a década de 70 existem pesquisas 44 Alves UK. O que é consciência fonológica. In: Lamprecht R, Dutra APB ,Scherer APR, Barreto FM, Alves UK, Santos RMS et al. Consciência dos sons da língua: subsídios teóricos e práticos para alfabetizadores, fonoaudiólogos e professores de língua inglesa. Porto Alegre: EDIPUCRS; 2009. p. 31-46. 77 Freitas G. Consciência fonológica: rimas e aliterações no português brasileiro. Letras de Hoje. 2003;38(2):155-70. 99 Capovilla AGS, Capovilla FC, Suiter I. Processamento cognitivo em crianças com e sem dificuldades de leitura. Psicologia em estudo. 2004;9(3):449-58. 1515 Cardoso AMS, Silva MM, Pereira MMB. Consciência fonológica e a memória de trabalho de crianças com e sem dificuldades na alfabetização. CoDAS. 2013;25(2):110-4.que investigam a importância da consciência fonológica para a aquisição da leitura, dentre essas pesquisas, é enfático que tal habilidade seja facilitadora para o aprendizado da leitura. Verificou-se também que o treino em consciência fonológica contribui para a superação de dificuldades na leitura 55 Liberman IY, Shankweiler D, Liberman AM. The alphabetic principle and learning to read. Haskins Laboratories Status Report on Speech Research. 1990;101(102):1-13. 1616 Capovilla AGS, Capovilla FC. Efeitos do treino de consciência fonológica em crianças com baixo nível sócio-econômico. Psicologia: Reflexão e Critica. 2000;13(1):07-24. 1717 Justino MISV, Barrera SD. Efeitos de uma intervenção na abordagem fônica em alunos com dificuldades de alfabetização. Psicologia: Teoria e Pesquisa. 2012;28(4):399-407.. Correia e Martins 1818 Correa MF, Martins CC. O papel da consciência fonológica e da nomeação seriada rápida na alfabetização de adultos. Psicologia: Reflexão e Critica. 2012;25(40):802-8. afirmaram que a consciência fonológica se revelou a habilidade mais significante para o domínio da leitura em adultos no processo de alfabetização. Pesquisas com adultos não alfabetizados e adultos alfabetizados avaliaram o desempenho em habilidades de consciência fonológica, revelando, efetivamente, que o grupo de adultos não alfabetizados demonstrou desempenho inferior nestas habilidades, enquanto o grupo de adultos alfabetizados denota a consistência e permanência destas habilidades.

Os adultos não alfabetizados apresentaram melhor desempenho em tarefas de rima, aliteração e segmentação de sílabas, do que em tarefas de segmentação fonêmica 1919 Mota HB, Romero MV, Kaminski TI, Souza DV, Berticelli A. Desempenho de adultos não-letrados em avaliação das habilidades em consciência fonológica. Rev CEFAC. 2012;14(2):249-53.. Alguns fatores contribuintes para falhas no desempenho em consciência fonológica, entre os adultos não alfabetizados, advieram da falta de escolarização e do baixo nível socioeconômico 1919 Mota HB, Romero MV, Kaminski TI, Souza DV, Berticelli A. Desempenho de adultos não-letrados em avaliação das habilidades em consciência fonológica. Rev CEFAC. 2012;14(2):249-53. 2323 Ardila A, Bertolucci PH, Braga LW, Caldas AC, Judd T, Kosmidis MH, Matute E, Nitrini R, Solis FO, Rosselli M. Illiteracy: The Neuropsychology of Cognition Without Reading. Archives of Clinical Neuropsychology. 2010;25:689-712.. Em especial, destaca-se o desempenho inferior dos adultos analfabetos em tarefas envolvendo segmentos fonêmicos, mais do que em tarefas que envolvem sílabas, ou, com detecção de rima. Os autores informam que a habilidade em detectar rima e a habilidade de segmentar sílabas são influenciadas pelo processo de alfabetização, contudo, não existe correlação entre o desempenho nas duas tarefas, o que significa que as habilidades não seriam interdependentes 2425 Moita PMS, Minervino CASM, Chambel MTC. Tecnologia a favor da leitura: construção de um instrumento adaptativo informatizado. Atas do 10o.Encontro Nacional - 8o. Internacional - de investigação em Leitura, Literatura Infantil e Ilustração. Portugal: Fundação Calouste Gulbenkian, 2014.. Em particular, a descoberta implica que as habilidades de segmentação não dependem de desenvolvimento prévio de identificar os aspectos sonoros da fala, deste modo, o indivíduo pode ser capaz de segmentar sílabas, mesmo que a pessoa não seja capaz de apreciar a similaridade de som, e vice-versa 2425 Moita PMS, Minervino CASM, Chambel MTC. Tecnologia a favor da leitura: construção de um instrumento adaptativo informatizado. Atas do 10o.Encontro Nacional - 8o. Internacional - de investigação em Leitura, Literatura Infantil e Ilustração. Portugal: Fundação Calouste Gulbenkian, 2014.. No entanto a investigação sobre o desempenho nas habilidades de consciência fonológica em adultos não alfabetizados ainda é alvo de muitas especulações. Conforme Lopes, em revisão sistemática sobre a temática consciência fonológica e leitura abrangendo amostras com crianças, adolescentes e adultos no período entre 2000 e outubro de 2013, dentro de um achado de 37 artigos que pesquisaram sobre a temática nesse intervalo de tempo, apenas quatro artigos utilizaram adultos em sua amostra.

Sabendo que o Brasil está em 8º lugar no ranking mundial de países com maior índice de adultos analfabetos, e sendo constatada a consciência fonológica como uma forte habilidade facilitadora para a aquisição da leitura, essa pesquisa teve como objetivo analisar a estimativa de habilidade em consciência fonológica de adultos não alfabetizados.

Métodos

Participantes

A presente pesquisa foi aceita pelo Comitê de Ética da Universidade Federal da Paraíba com o número de Protocolo 377.659. A coleta de dados realizou-se mediante a voluntariedade dos participantes comprovada pelo termo de consentimento livre e esclarecido. Participaram da pesquisa 44 adultos, sendo 26 do sexo feminino e 18 do sexo masculino, com idades entre 28 e 56 anos (M= 40,9; Dp= 7,6). Para a seleção da amostra foi utilizada a técnica de amostragem por conveniência. Os sujeitos foram divididos em dois grupos, sendo um de adultos não alfabetizados, e o outro de adultos alfabetizados. Os adultos não alfabetizados eram alunos do projeto de extensão Zé Peão da instituição de origem, projetos que visam à alfabetização de adultos na cidade João Pessoa-PB.

Foram considerados como critérios de inclusão: sujeitos sem qualquer suspeita de retardo mental; não poderia estar frequentando classes de alfabetização a mais de dois meses, salvo, se após este período ainda não tivesse dominado as habilidades de leitura e escrita. Devido a dificuldade de se encontrar sujeitos no perfil de não alfabetizados em sistemas de ensino, inclui-se também adultos não alfabetizados que não participavam de um programa de alfabetização. Os sujeitos alfabetizados foram selecionados por conveniência a partir da rede de contatos do pesquisador, atendendo ao critério de terem idade próxima aos sujeitos não alfabetizados.

Instrumentos

Para contemplar os objetivos da presente investigação, utilizou-se os seguintes instrumentos: Ficha sobre dados sociodemográficos, para coletar dados gerais sobre o participante; Teste de Habilidades Preditoras da Leitura (THPL), este, um teste informatizado, desenvolvido por Moita et al. (2014) 2524 Morais J, Content A, Bertelson PCL, Alegria J. Literacy training and speech segmentation. Cognition. 1986;24(1-2):45-64., visa analisar habilidades cognitivas relacionadas a competência leitora, é um instrumento baseado em Testes Adaptativos Informatizados e na Teoria de Resposta ao Item (TRI).

O THPL é composto por tarefas de rima, aliteração, segmentação (consciência fonológica) e memória visual. As tarefas são apresentadas em um espaço virtual para serem respondidas, individualmente, com auxílio de um dispositivo móvel (tablet). Nas tarefas de rima e aliteração são apresentadas uma figura-estímulo (com a representação sonora) e três figuras-teste; entre as figuras-teste uma rimava ou aliterava com a figura-estímulo. Na tarefa de segmentação é apresentada uma figura-estímulo (com a representação sonora) e são apresentadas cinco possibilidades de resposta que podem corresponder a quantidade de segmentos, havendo apenas uma possibilidade correta de resposta. O THPL possibilita, ao aplicador, acesso imediato ao desempenho individual do examinando logo após a finalização do mesmo. Os resultados ficam disponíveis para o usuário do sistema (aplicador) e para o administrador do sistema.

O banco de dados do THPL é formado por itens com vários níveis de dificuldade, porém, na medida em que vão sendo respondidos, os itens irão variar quanto ao nível de dificuldade. Em virtude dessa adaptação do instrumento à habilidade do examinando, nota-se que cada um irá começar por um item com o mesmo nível de dificuldade, contudo, ao longo do teste cada um terá respondido a um conjunto diferente de itens. No presente estudo foram utilizadas as tarefas de rima, aliteração e segmentação.

Procedimentos

A aplicação do THPL, instrumento utilizado nesta pesquisa, deu-se pelo uso de um tablet (Sistema operacional IOS 7) e, quando necessário, o participante tinha a sua disposição fones de ouvido para melhor compreensão da tarefa a ser realizada. O teste foi aplicado de forma individual e cada participante levava, em média, 30 minutos para a realização do teste. Aos participantes foi garantido o anonimato e a confidencialidade das suas respostas.

Os resultados da Ficha de dados sociodemográficos classificaram, desde o sexo dos participantes, até idade e profissão. A análise estatística aplicada aos dados, obtidos por meio do THPL, utilizou o teste U de Mann Whitney, nível de significância adotado p<0,05.

Resultados

Os resultados serão apresentados visando atender aos objetivos propostos. Referentes a Ficha de dados sociodemográficos, os resultados classificaram sexo dos participantes, idade e profissão. Quanto ao sexo, a amostra desta pesquisa consiste em 44 sujeitos ao todo, dos quais 26 são do sexo feminino e 18 do sexo masculino, com idades variando entre 28 e 56 anos (M= 40,9; Dp= 7,6). No tocante ao quadro profissional classificou-se os sujeitos em 5 principais áreas de atuação, das quais tem-se: sujeitos autônomos, sujeitos da engenharia civil, estudantes, funcionários públicos e sujeitos do serviço doméstico. A frequência de ocorrência das profissões, diferenciadas por grupos analisados estão representadas na Figura1.

Figura 1:
Frequência do quadro profissional da amostra

A análise estatística aplicada aos dados, obtidos por meio do THPL, resultou na estimativa das habilidades/proficiência de cada indivíduo. Foram realizadas análises estatísticas descritivas para obtenção de média, mediana, desvio padrão, mínimo e máximo.

Considerando que todas as medidas utilizadas são de natureza intervalar e que cada grupo continha menos de 30 participantes por grupo, foram realizados testes de normalidade e homogeneidade de variância para verificar se os pressupostos de análise paramétrica seriam atendidos (Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov). Não foi encontrada normalidade e homogeneidade de variância para todas as condições envolvidas na análise (p<0,05). Diante da especificidade dos grupos foram realizados testes não-paramétricos, no caso em questão em termos de comparações entre grupos, utilizou-se o teste U de Mann Whitney. Nível de significância adotado p<0,05.

A Tabela 1 sumaria os resultados descritivos (média, desvio padrão, mínimo e máximo) referentes ao percentual de acertos nas tarefas propostas aos dois grupos analisados [adultos alfabetizados (AL) e não alfabetizados (NAL)]. Ambos os grupos analisados (NAL e AL) obtiveram melhores resultados no desempenho da tarefa de aliteração (aproximadamente 90% e 98% de acertos respectivamente), destaca-se também que os adultos alfabetizados tiveram maior percentual de acerto em todas as três tarefas analisadas.

Tabela 1:
Análises descritivas dos resultados*

Observa-se que a tarefa de segmentar foi possivelmente a tarefa mais difícil a ser realizada pelo grupo de não alfabetizados, fato este que pode ser analisado a partir da diferença entre o percentual de acerto nas tarefas (Tabela 1).

Os dados da Tabela 2 apresentam algumas medidas descritivas das habilidades dos adultos alfabetizados e não alfabetizados nas tarefas de rima, aliteração e segmentação. Vale ressaltar que a escala da habilidade do THPL varia de −3,0 a +3,0.

Tabela 2:
Estimativa de habilidade em consciência fonológica (tarefas de rima, aliteração e segmentação) em grupos de adultos alfabetizados e não alfabetizados

Na Tabela 2 nota-se que, assim como os resultados para percentual de acertos, os AL apresentaram resultados superiores aos NAL na estimativa de habilidade em consciência fonológica com destaque para a habilidade na tarefa de rima que apresentou uma diferença média de 2,02. Os dados mostram que a habilidade média em aliteração (2,75 e 1,73 respectivamente) foi maior que em segmentação e rima nos dois grupos e que a tarefa de segmentação obteve os piores resultados nos dois grupos. De forma a analisar se tais diferenças seriam significante utilizou-se o Teste Mann-Whitney e conforme os resultados obtidos para cada tarefa, aliteração (U=378,00 p=0,001), segmentação (U=406,00; p=0,001) e rima (U=432,00; p=0,001), os valores obtidos foram estatisticamente significante em todos os casos (p =0,001).

Os resultados sugerem que ocorreu o mesmo padrão de habilidade para os dois grupos, a saber (da maior para a menor): Aliteração > rima > segmentação. Neste sentido, levanta-se a hipótese que aliterar é mais fácil do que segmentar para os grupos analisados.

Após a análise dos resultados por tarefa, foi verificada a estimativa média da habilidade em consciência fonológica (aliteração + rima + segmentação), obtida pelos grupos por meio do THPL. A Tabela 3 sumaria os resultados.

Os resultados apresentados na Tabela 3 sugerem que existe diferença estatisticamente significante (U=437,5; p<0,0001) na habilidade em consciência fonológica entre os dois grupos analisados, neste sentido, observa-se que o grupo de alfabetizados obteve melhores resultados do que o grupo de não alfabetizados.

Tabela 3:
Estimativa média da habilidade em consciência fonológica no THPL*

A Tabela 4 sumaria os resultados das análises descritivas (média, mediana, desvio padrão, valor mínimo e máximo), para o tempo gasto em cada tarefa analisada (aliteração, rima e segmentação). Observa-se que nos dois grupos investigados a tarefa de aliteração necessitou de mais tempo para ser realizada, seguida da tarefa de rima e posteriormente segmentação. Assim, em relação ao tempo para execução tem-se a seguinte análise: aliteração > rima > segmentação, para os dois grupos, entretanto em todas as tarefas o grupo de alfabetizados levou menos tempo do que o grupo de não alfabetizados para executar as tarefas.

Tabela 4:
Descrição dos valores descritivos do tempo gasto em cada tarefa*

Foi verificado que houve diferença estatisticamente significante no que se refere ao tempo de execução das tarefas de aliteração, segmentação e rima (p=0,05; p=0,001; p=0,004, respectivamente) entre os dois grupos analisados.

Por último foi verificada a relação entre tempo e estimativa média de habilidade em cada tarefa executada pelos grupos. Os resultados sugerem a existência de correlação positiva e significante na tarefa de segmentação e rima no grupo dos alfabetizados (r = 0,59; p = 0,0004 e r = 0,56; p= 0,007, respectivamente), identificou-se que quanto mais tempo o individuo utilizou para executar a tarefa maior foi a sua habilidade na mesma. Entretanto não foi observada correlação entre tempo de execução e a tarefa de aliteração no grupo de alfabetizados.

No que se refere ao grupo de não alfabetizados foi observada apenas correlação positiva e significante entre tempo e a tarefa de aliteração (r = 0,58; p = 0,004). Apesar de não ser significante a ocorrência de correlação entre tempo de execução e a tarefa de segmentação, destaca-se que a correlação foi negativa (r = -0,26; p =0,23), fato que não ocorreu nas demais tarefas, portanto, quanto maior a habilidade possivelmente menor o tempo de execução.

Discussão

O presente estudo objetivou analisar a estimativa de habilidade em consciência fonológica em adultos não alfabetizados. O estudo englobou adultos alfabetizados e adultos não alfabetizados que estivessem inclusos em programas de alfabetização. Todos os sujeitos foram submetidos a testes que avaliavam a habilidade e desempenho em tarefas de aliteração, rima e segmentação.

Nesta investigação observou-se que: (1) existe diferença no desempenho e na habilidade em tarefas de rima, aliteração e segmentação entre adultos analfabetos e alfabetizados; (2) a tarefa de segmentar foi a mais difícil de ser executada; (3) a tarefa de aliterar foi a mais fácil de ser executada; (4) o padrão de dificuldade em ambos os grupos foi (do mais fácil para o mais difícil) aliterar>rimar>segmentar; (5) em relação ao tempo de execução o padrão foi (mais rápido para o mais lento) segmentar < rimar < aliterar.

Os resultados analisados revelaram que o grupo de não alfabetizados obteve um desempenho inferior aos adultos alfabetizados em todas as tarefas de consciência fonológica analisadas. Desempenho semelhante foi encontrado em outras pesquisas que compararam crianças com dificuldade de leitura e crianças sem dificuldade de leitura99 Capovilla AGS, Capovilla FC, Suiter I. Processamento cognitivo em crianças com e sem dificuldades de leitura. Psicologia em estudo. 2004;9(3):449-58. 1616 Capovilla AGS, Capovilla FC. Efeitos do treino de consciência fonológica em crianças com baixo nível sócio-econômico. Psicologia: Reflexão e Critica. 2000;13(1):07-24. 2626 Capellini SA, Lanza SC. Desempenho de escolares em consciência fonológica, nomeação rápida, leitura e escrita. Pró-Fono R. Atual. Cient. 2010;22(3):239-44.e adultos alfabetizados com adultos não alfabetizados1919 Mota HB, Romero MV, Kaminski TI, Souza DV, Berticelli A. Desempenho de adultos não-letrados em avaliação das habilidades em consciência fonológica. Rev CEFAC. 2012;14(2):249-53. 2727 Melo RB, Correa J. Consciência fonológica e a aprendizagem da leitura e escrita por adultos. Estudos e pesquisa em Psicologia. 2013;13(2):460-79..

A facilidade para a tarefa de aliteração, seguida da tarefa de rima e a dificuldade para a execução da tarefa de segmentação no grupo de adultos não alfabetizados, coincide com o mesmo padrão de habilidade em crianças pré-leitoras, conforme Dias e Minervino 2828 Dias ÉB, Minervino, CASM. Palavras são palavras rimadas ou aliteradas: análise da relação da complexidade das propriedades da palavra no desempenho de crianças nas tarefas de detecção de rima e aliteração [Monografia]. João Pessoa (PB): Universidade Federal da Paraíba; 2013. e Pereira e Minervino 2929 Pereira EELD, Minervino CASM. Palavras em pedaços; pedaços de palavras: Análise do Desempenho de Pré-Leitores e Leitores Iniciantes em Tarefa de Segmentação [Monografia]. João Pessoa (PB): Universidade Federal da Paraíba; 2013.que também utilizaram o THPL para avaliar o nível de desempenho em crianças pré-leitoras e leitoras iniciantes. Resultados parcialmente semelhantes foram encontrados em pesquisas em que se compararam jovens e adultos não alfabetizados, no início e no final do ano letivo, no processo de alfabetização, apontando uma hierarquia de dificuldade em habilidade de consciência fonológica, onde a tarefa de segmentação de sons esteve como a mais difícil. No entanto, a tarefa mais fácil veio a ser a de rimar, seguida da tarefa de aliteração. Apesar dessa diferença na posição de hierarquia, foi encontrada uma correlação significante entre o desempenho de leitura no final do ano letivo com o desempenho nas tarefas de julgamento de rima e segmentação 2020 Melo RB. A relação entre consciência fonológica e a aquisição da leitura e da escrita de jovens e adultos [Tese]. Rio de Janeiro (RJ): Universidade Federal do Rio de Janeiro; 2006. 2727 Melo RB, Correa J. Consciência fonológica e a aprendizagem da leitura e escrita por adultos. Estudos e pesquisa em Psicologia. 2013;13(2):460-79..

Como já mencionado a consciência fonológica é uma habilidade que se correlaciona positivamente com o desenvolvimento da leitura44 Alves UK. O que é consciência fonológica. In: Lamprecht R, Dutra APB ,Scherer APR, Barreto FM, Alves UK, Santos RMS et al. Consciência dos sons da língua: subsídios teóricos e práticos para alfabetizadores, fonoaudiólogos e professores de língua inglesa. Porto Alegre: EDIPUCRS; 2009. p. 31-46. 77 Freitas G. Consciência fonológica: rimas e aliterações no português brasileiro. Letras de Hoje. 2003;38(2):155-70. 99 Capovilla AGS, Capovilla FC, Suiter I. Processamento cognitivo em crianças com e sem dificuldades de leitura. Psicologia em estudo. 2004;9(3):449-58. 1515 Cardoso AMS, Silva MM, Pereira MMB. Consciência fonológica e a memória de trabalho de crianças com e sem dificuldades na alfabetização. CoDAS. 2013;25(2):110-4.. Dentre as habilidades que a compõe, a habilidade de segmentar exige do individuo atenção sobre os sons da fala, é necessário que ele consiga identificar as sílabas que compõe uma palavra, bem como cada fonema que compõe uma sílaba, essa reflexão sonora da palavra, requer a ativação de sua memória de trabalho fonológica e léxico mental1010 Viana FL, Teixeira MM. Aprender a ler - da aprendizagem informal à aprendizagem formal. Portugal: Asa; 2002. 1414 Capellini SA, Conrado TLBC. Desempenho de escolares com e sem dificuldades de aprendizagem de ensino particular em habilidade fonológica, nomeação rápida, leitura e escrita. Rev CEFAC. 2009;11(2):183-93.. Portanto para execução de tarefas de segmentação, seja esta em nível silábico, intra-silábico ou fonêmico, é necessário familiaridade sonora e gráfica com a língua55 Liberman IY, Shankweiler D, Liberman AM. The alphabetic principle and learning to read. Haskins Laboratories Status Report on Speech Research. 1990;101(102):1-13.. Já as habilidades de rimar e aliterar são mais fáceis de serem adquiridas e podem surgir antes mesmo do aprendizado da conversão grafema-fonema, ou seja, independente do ambiente escolar77 Freitas G. Consciência fonológica: rimas e aliterações no português brasileiro. Letras de Hoje. 2003;38(2):155-70..

A habilidade de segmentar, principalmente a segmentação fonêmica, é um dos níveis mais difíceis de ser alcançado dentre as habilidades de consciência fonológica, com o ensino formal essa habilidade é melhor desenvolvida44 Alves UK. O que é consciência fonológica. In: Lamprecht R, Dutra APB ,Scherer APR, Barreto FM, Alves UK, Santos RMS et al. Consciência dos sons da língua: subsídios teóricos e práticos para alfabetizadores, fonoaudiólogos e professores de língua inglesa. Porto Alegre: EDIPUCRS; 2009. p. 31-46. 55 Liberman IY, Shankweiler D, Liberman AM. The alphabetic principle and learning to read. Haskins Laboratories Status Report on Speech Research. 1990;101(102):1-13. 88 Chraim AM. Relações implicacionais entre desenvolvimento da consciência fonológica e instrução alfabética na educação de adultos inseridos em entornos sociais grafocêntricos [dissertação]. Florianópolis (SC): Universidade Federal de Santa Catarina; 2012.. Os participantes do grupo de adultos não alfabetizados, revelaram baixo desempenho na tarefa de segmentação, é interessante lembrar que estavam no inicio do processo de alfabetização, diante de tal resultado levanta-se a hipótese de que a tarefa de segmentação não faz parte ou ainda não foi trabalhada como conteúdo programático do programa do Zé Peão e Ibraema, fato que ao ser implantado poderia favorecer, conforme a literatura, a aceleração do processo de alfabetização.

As conclusões de Melo e Correia 2727 Melo RB, Correa J. Consciência fonológica e a aprendizagem da leitura e escrita por adultos. Estudos e pesquisa em Psicologia. 2013;13(2):460-79.fortalecem a hipótese de que a habilidade de segmentação deve ser inclusa ou melhor trabalhada em programas de alfabetização de adultos, nota-se que ao analisarem se as habilidades de consciência fonológica seriam as melhores preditoras para o desempenho em leitura de adultos não alfabetizados, utilizando-se regressão múltipla (stepwise) envolvendo julgamento de rima, segmentação de sons, nível de leitura e de escrita inicial, o conhecimento de letras maiúsculas e minúsculas e o índice de memória operacional, encontrou-se resultados que apontaram a tarefa de segmentação como uma boa preditora do progresso na leitura dos jovens e adultos avaliados.

Numa perspectiva prática, o perfil revelado nas habilidades avaliadas mostrou que a tarefa de segmentação esteve como a mais difícil de execução para os dois grupos, porém com maior diferença significante no grupo de adultos não alfabetizados. Tal resultado aponta para que essa habilidade deva ter maior atenção em programas de alfabetização de adultos, pois em pesquisas anteriores se mostrou fortemente relacionada com a habilidade em leitura2020 Melo RB. A relação entre consciência fonológica e a aquisição da leitura e da escrita de jovens e adultos [Tese]. Rio de Janeiro (RJ): Universidade Federal do Rio de Janeiro; 2006. 2727 Melo RB, Correa J. Consciência fonológica e a aprendizagem da leitura e escrita por adultos. Estudos e pesquisa em Psicologia. 2013;13(2):460-79..

Considerações Finais

A presente investigação procurou analisar a habilidade de adultos não alfabetizados em tarefas de consciência fonológica, habilidade essa, de grande relevância para a aquisição da leitura. Para atender os objetivos desse estudo, analisou-se o nível de desempenho dos sujeitos avaliados em tarefas de rima, aliteração e segmentação. Observou-se que o grupo de adultos não alfabetizados teve um desempenho inferior aos adultos alfabetizados, revelando que apesar de terem o domínio da linguagem oral e de suas experiências de vida serem mais aperfeiçoadas do que em crianças, a consciência fonológica é uma habilidade que só é plenamente desenvolvida com o ensino formal.

Sabe-se que a consciência fonológica não é a única habilidade que favorece o aprendizado da leitura, outros fatores cognitivos, bem como, fatores sociais, ambientais e emocionais fazem parte desse processo. Dessa forma, em âmbitos teóricos os resultados deste estudo corroboram com as pesquisas que enfatizam a importância da consciência fonológica para a aquisição da leitura e da escrita, e agregam às pesquisas realizadas com o público de adultos não alfabetizados, a fim de expandir essa área de pesquisa ainda escassa e gerar novos olhares de pesquisas, voltados para a relação entre habilidades de segmentar e aquisição de leitura em adultos não alfabetizados.

Os adultos que se propõem a aprender a ler, além de enfrentarem barreiras socioeconômicas, descasos com a estrutura física e preconceito social, devem vencer a si mesmos, seus próprios medos, preconceitos e percepções de sua potencialidade. Já existem muitos desafios a serem enfrentados para este público chegar a um ambiente de ensino e, além de tudo, enfrentar dificuldades com o método de ensino constitui um problema que pode ser sumariamente amenizado. Destaca-se, todavia, que os resultados desta pesquisa vêm a colaborar para o aperfeiçoamento em programas de alfabetização de adultos.

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  • Fonte de auxílio: CNPq

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Out 2015

Histórico

  • Recebido
    04 Nov 2014
  • Aceito
    27 Fev 2015
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