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EDITORIAL

À comunidade científica

No dia 12 de setembro, no XXV Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia e I Encontro Baiano de Fonoaudiologia, ocorrido na cidade de Salvador, os editores das revistas da nossa área estiveram presentes para discutir algumas questões pertinentes para a melhor editoração dos nossos periódicos.

Estiveram presentes os representantes de cada um dos quatro periódicos, a saber, CoDAS (Profa Dra. Ana Luiza Navas), Distúrbios da Comunicação (Profa. Dra. Leslie Piccolotto Ferreira), Revista CEFAC (Prof. Dr. Hilton Justino), ACR (Profa. Dra. Eliane Schochat e Profa. Dra. Katia de Almeida). Sob a moderação da Profa. Dra. Léslie Piccolotto Ferreira e relatoria da Profa. Dra. Maria Cecilia M. Pinheiro Lima, as discussões foram resumidas no texto que segue abaixo. A divulgação deste tem como objetivo informar todos os pesquisadores da nossa área e colaborar assim para a melhor indexação dos nossos periódicos.

1. Questões éticas na pesquisa e publicação

Foi discutida a questão do plágio e do auto plagio. Caso o software específico detecte um alto índice de similaridade entre conteúdos publicados na internet e o manuscrito, o autor deverá ser alertado e deve rever, mesmo se for auto plagio. Há também o caso de autores que submetem partes de uma pesquisa para diferentes revistas, ou autores que enviam um artigo para uma revista e no caso de ser negado, imediatamente submetem em outra, sem nem mesmo considerar as normas específicas desta. Como muitos de nossos revisores fazem parte do conselho editorial de várias revistas, o mesmo artigo é lido pela mesma pessoa em várias ocasiões. Os editores das revistas concordam que esse tema deveria ser discutido inclusive com os alunos da Graduação.

2. Formação dos alunos de graduação e pós-graduação em divulgação científica

Foi dada a ideia de incentivar a criação de oficinas e de rodas de conversa sob o tema como elaborar um artigo. Essas atividades poderiam ser assumidas pelas Instituições de ensino e mesmo pela SBFa. A oferta de cursos na modalidade EAD seria uma solução para o problema, tendo em vista que muitas Instituições possuem salas para vídeo conferência. Além disso, foi sugerido que se faça uma oficina para os pareceristas das revistas e que os alunos de pós-graduação possam participar também pois serão os futuros pareceristas na nossa área.

3. Desenho das pesquisas e temas já publicados e sem contribuição

A qualidade dos artigos submetidos, assim como a qualidade dos pareceres que são enviados, e a demora nas respostas dos parecerista foram tópicos discutidos entre os presentes. É muito importante que os pareceristas sejam pontuais, que enviem suas considerações no prazo estipulado pela revista. Muitas vezes, o problema de prazo para finalizar a avaliação de um artigo é maior, quando o artigo entra para a segunda ou terceira rodada de verificação das mudanças sugeridas. Foi destacado o fato do parecerista não acessar as cartas de resposta dos autores e em função disso, continuar cobrando as mudanças, atrasando assim ainda mais o processo. Outro problema que aparece são os pareceres que trazem informações opostas (um parecerista aceita o trabalho e o outro não), o que leva o editor a enviar para um terceiro, atrasando o processo. O papel do editor associado foi exaltado no sentido de ser acionado no caso de desempate. Esse poderia ser solicitado a dar parecer até antes de enviar os trabalhos para os pareceristas ad-hoc, no sentido de minimizar o tempo de análise por parte dos parecerista, quando a qualidade do artigo não é satisfatória, em função de procedimentos metodológicos não compatíveis com a proposta, ou temáticas já superadas quanto a importância para o crescimento da área. Foi trazida a questão de que muitos artigos estão sendo enviados sem uma leitura mais minuciosa do orientador, com erros até mesmo ortográficos e sintáticos. Foi levantada a possibilidade de se cobrar uma taxa de submissão, com o intuito de intensificar a atenção dos autores no envio de textos melhor elaborados.

4. Avaliação dos trabalhos submetidos pelos parecerista

Foi discutida a necessidade de formação dos pareceristas e do fato de que as revistas poderiam encaminhar uma posição dos editores para auxiliá-los em como fazer uma boa análise do trabalho. Como as revistas têm recebido muitos artigos, os critérios estão a cada dia mais rigorosos com relação à aprovação e isso deveria ser esclarecido aos pareceristas. Um bom parecer é aquele que explicita as questões que merecem revisão, apontando questões metodológicas e maior consistência quanto a discussão dos achados. Deve-se ter uma atenção maior para as revisões bibliográficas, pois muitos autores são citados em função de declarações que não foram feitas por eles. Os editores tem dificuldade com os artigos da área de saúde coletiva, pois recebem diferentes pareceres ou pareceres discrepantes para um mesmo artigo, tendo em vista os diferentes modelos metodológicos e escassez de pareceristas na área. Outro ponto discutido na reunião seria como classificar os trabalhos elaborados no Mestrado Profissional, uma vez que os produtos desses mestrados se apresentam na forma de desenvolvimento tecnológico. Uma sugestão seria as revistas incluírem uma categoria nova como, por exemplo, inovação tecnológica. Outra questão que surgiu foi o tema revisão bibliográfica. Existem vários tipos de revisão (narrativa, sistemática e integrativa), e os que são encaminhados em maior número são os considerados de revisão sistemática, com ou sem metanálise, mas que nem sempre são dessa natureza, pois não respondem a uma pergunta de pesquisa claramente formulada. Isto deve ser colocado no delineamento da pesquisa, no corpo do trabalho. Assim, a maioria dos artigos que chegam seria considerada uma revisão narrativa, pois não respondem a uma pergunta de pesquisa. Em geral, a revisão narrativa acontece quando a revista convida um especialista em um tema para que ele faça uma determinada revisão. A revisão sistemática citada pela Base de Dados Cochrane de Revisões Sistemáticas deverá ser inserida na revista Cefac e foi apontada como interessante pelo grupo. Outro tema que apareceu foi a questão dos descritores e palavras-chave. O termo Fonoaudiologia foi retirado da BIREME anteriormente, mas agora voltou para ser usado como um descritor. Entretanto, esse termo não deve ser utilizado nas pesquisas realizadas por fonoaudiólogos, a não ser nos casos de pesquisas voltadas ao ensino (formação) da Fonoaudiologia. Um exemplo dado foi a do termo Medicina que não aparece em todos os artigos escritos por médicos. Um tema discutido também foi o uso dos descritores em inglês, que deve ter como base os termos do DeCS. Uma sugestão para as revistas seria de solicitarem, além do termo, o código que o descreve.

5. Divulgação dos trabalhos em redes sociais etc.

Os editores estão utilizando as redes sociais, tais como: facebook, twitter, instagram. Solicitaram que os artigos sejam citados pelos autores nas redes sociais a fim de divulgar mais nossas produções. Ao final da reunião, todos foram informados que a Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia irá disponibilizar seu site para a divulgação dos quatro periódicos da área.

Léslie Piccolotto Ferreira
Maria Cecilia Marconi Pinheiro
Lima Ana Luiza Navas

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Set 2017
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