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Impacto de checklists cirúrgicos no tempo dos processos operatórios: um estudo transversal

RESUMO

Objetivo:

analisar o impacto do uso de checklists no tempo médio dos processos operatórios de pacientes submetidos a artroplastias de quadril e joelho.

Método:

pesquisa transversal e analítica realizada entre novembro/2020 e março/2022 com consulta retrospectiva em amostra aleatória simples de 291 prontuários, distribuídos em três períodos (2010/2013/2016). Utilizou-se estatística descritiva e inferencial para análise dos dados; valores de p=0,05 indicaram significância.

Resultados:

houve redução do tempo de entrada-saída da sala cirúrgica (p=0,002), de cirurgia (p<0,001) e entre o início-anestesia e início-incisão (p=0,021). Não houve diferença no tempo entre os pacientes com e sem o uso dos checklists (p=0,05) com relação às variáveis início-anestesia, início-incisão, tempo de anestesia e de cirurgia.

Conclusão:

a implantação de checklists potencialmente contribuiu para reduzir o tempo de uso da sala cirúrgica. A não associação de seu uso ao aumento do tempo médio dos processos no centro cirúrgico mostra que sua aplicação não interfere negativamente nesse indicador.

Palavras-chave:
Lista de Checagem; Erros Médicos; Indicadores de Qualidade em Assistência à Saúde; Centro Cirúrgico Hospitalar; Segurança do Paciente

ABSTRACT

Objectives:

to analyze the impact of the use of checklists on the mean time of the operative processes of patients undergoing hip and knee arthroplasties.

Method:

cross-sectional and analytical research conducted between November/2020 and March/2022 with retrospective consultation in a simple random sample of 291 medical records, distributed in three periods (2010/2013/2016). Descriptive and inferential statistics were used for data analysis; p=0.05 values indicated significance.

Results:

there was a reduction in the time of entry-exit from the operating room (p=0.002), surgery (p<0.001) and between the onset-anesthesia and the beginning-incision (p=0.021). There was no difference in time between patients with and without the use of checklists (p=0.05) in relation to the variables onset-anesthesia, onset-incision, time of anesthesia and surgery.

Conclusion:

the implementation of checklists potentially contributed to reduce the time of use of the operating room. The nonassociation of its use with the increase in the mean time of the processes in the operating room shows that its application does not interfere negatively in this indicator.

Keywords:
Checklist; Medical Errors; Quality Indicators, Health Care; Surgery Department, Hospital; Patient Safety

INTRODUÇÃO

Ao mesmo tempo que avanços tecnológicos da área da saúde possibilitam incorporar, à prática profissional, novas abordagens cirúrgicas11 Mehdian R, Howard M. Artificial intelligence in trauma and orthopedics. In: Lidströmer, N., Ashrafian, H. (eds). Artificial intelligence in medicine. Springer, Cham, 2022. doi: 10.1007/978-3-030-64573-1_256.
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, observa-se acentuado risco assistencial e interesse de gestores, pesquisadores e profissionais de saúde em implementar ações para ofertar cuidados cirúrgicos e anestésicos seguros e de qualidade22 White MC, Leather, AJM, Sevdalis N, Healey A. Economic case for scale-up of the WHO surgical safety checklist at the national level in Sub-Saharan Africa. Ann. Surg. 2022;275(5):1018-24. doi: 10.1097/SLA.0000000000004498.
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. Ao considerar que a qualidade do cuidado é importante componente de desempenho do sistema de saúde, fundamentais são a eficácia, acessibilidade e equidade, para oferta de cuidados oportunos, eficientes, seguros e centrados nas pessoas, com vistas a melhorar os resultados assistenciais33 World Health Organization (WHO). Delivering quality health services: a global imperative for universal health coverage. Genebra: WHO; 2018. Available from: https://apps.who.int/iris/handle/10665/272465.-44 Busse R, Panteli D, Quentin W. An introduction to healthcare quality: defining and explaining its role in health systems. In: Busse R, Klazinga N, Panteli D, Quentin W. Improving healthcare quality in Europe: Characteristics, effectiveness and implementation of different strategies. Copenhagen (Denmark): European Observatory on Health Systems and Policies; 2019. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK549277/..

Na especialidade cirúrgica, embora haja avanços significativos, há evidências de que a mortalidade é maior entre pacientes que recebem cuidados de baixa qualidade do que por falta de acesso aos serviços55 Kruk ME, Gage AD, Arsenault C, Jordan K, Leslie HH, Roder-DeWan S, et al. High-quality health systems in the sustainable development goals era: time for a revolution. Lancet Glob Health. 2018;6(11):e1196-e1252. doi: 10.1016/S2214-109X(18)30386-3.
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. A Lista de Verificação de Segurança Cirúrgica, em formato de checklist, indicada pela Organização Mundial de Saúde e recomendada pelo Programa Cirurgias Seguras Salvam Vidas, é uma das ferramentas utilizadas para minimizar os problemas propulsores de incidentes na interação profissional-sistema e proporcionar melhorias no processo de trabalho da equipe cirúrgica, atingir as metas estabelecidas pela gestão da qualidade e fortalecer a excelência do cuidado66 Hannawa AF, Wu AW, Kolyada A, Potemkina A, Donaldson LJ. The aspects of healthcare quality that are important to health professionals and patients: A qualitative study. Patient Educ. Couns. 2022;105(6):1561-70. doi: 10.1016/j.pec.2021.10.016.
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-77 World Health Organization (WHO). Guidelines for safe surgery: safe surgery saves lives. Geneva: World Health Organization, 2009. Available from: https://www.who.int/publications/i/item/9789241598552.. Seu uso vem se comprovando como estratégia custo-efetiva aceitável para promover a segurança do paciente, o processo cirúrgico e os resultados88 Moore MR, Mitchell SJ, Weller JM, Cumin D, Cheeseman JF, Devcich DA, et al. A retrospective audit of postoperative days alive and out of hospital, including before and after implementation of the WHO surgical safety checklist. Anaesthesia. 2022;77(2):185-95. doi: 10.1111/anae.15554.
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-99 Healey A, Softeland E, Harthug S, Haaverstad R, Mahesparan R, Hjallen BM, et al. A health economic evaluation of the world health organization surgical safety checklist: a single center assessment. Ann. Surg. 2022;275(4):679-84. doi: 10.1097/SLA.0000000000004300.
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.

No hospital desta pesquisa, no biênio 2010-2011, foi realizado a adaptação do checklist proposto pela OMS para uso em centro cirúrgico, sendo a especialidade ortopedia pioneira em sua aplicação1010 Maziero ECS, Silva AEBC, Mantovani MF, Cruz EDA. Adherence to the use of the surgical checklist for patient safety. Rev. Gaúcha Enferm. 2015;36(4):14-20. doi: 10.1590/1983-1447.2015.04.53716.
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. Em 2014, implantou-se outro checklist para utilização nas unidades de internação aplicável nas fases pré e pós-operatória, cujo os objetivos foram verificar itens de segurança antes de o paciente ser transferido ao centro cirúrgico1111 Alpendre FT, Cruz EDA, Dyniewicz AM, Mantovani MF, Silva AEBC, Santos GS. Safe surgery: validation of pre and postoperative checklists. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2017;25(1):e2907. doi: 10.1590/1518-8345.1854.2907.
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. Contudo, conjectura-se que realizar pesquisas que se propõem a investigar o impacto das intervenções em segurança do paciente parece não ter acompanhado a celeridade da implantação de diferentes ferramentas, em prol de melhorias em indicadores assistenciais e de resultados cirúrgicos, com destaque para as cirurgias ortopédicas, reconhecidamente de maior risco, probabilidade de erros e óbitos1212 Barneschi G, Raspanti F, Capanna R. Patient safety in orthopedics and traumatology. In: Donaldson L, Ricciardi W, Sheridan S, Tartaglia R. (eds). Textbook of patient safety and clinical risk management. Springer, Cham. 2021;1(1):275-286. doi: 10.1007/978-3-030-59403-9_19.
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.

A necessidade crescente de otimizar os processos do centro cirúrgico e mensurar o tempo em que uma sala de cirurgia é utilizada estão entre os esforços das instituições para melhorar a eficiência do sistema1313 Rodriguez T, Soret AWMJ, Dagneaux L, Canovas F. Compared efficiency of trauma versus scheduled orthopaedical surgery operating rooms in a university hospital. Orthop. Traumatol. Surg. Res. 2019;105(1):179-83. doi: 10.1016/j.otsr.2018.10.019.
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. Mediante o histórico no desenvolvimento e implantação de checklists cirúrgicos no hospital de estudo, e a relevância de analisar os resultados de processos de promoção da qualidade assistencial, o objetivo desta pesquisa foi analisar o impacto do uso de checklists no tempo médio dos processos operatórios de pacientes submetidos a artroplastias de quadril e joelho.

MÉTODO

Trata-se de uma pesquisa transversal e analítica, de abordagem quantitativa, realizada em um hospital de ensino e de grande porte da região sul do Brasil. A coleta de dados ocorreu entre novembro de 2020 e março de 2022, e considerou os dados de internações em intervalos de tempo distintos e correspondentes aos períodos antes e após implantação de duas modalidades de checklist de segurança cirúrgica.

Em 2011 foi implantado checklist aplicável no centro cirúrgico e composto por 45 itens, organizados em quatro momentos: recepção do paciente, antes da indução anestésica, antes da incisão cirúrgica e antes de o paciente deixar a sala operatória1010 Maziero ECS, Silva AEBC, Mantovani MF, Cruz EDA. Adherence to the use of the surgical checklist for patient safety. Rev. Gaúcha Enferm. 2015;36(4):14-20. doi: 10.1590/1983-1447.2015.04.53716.
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. Em 2014 foi desenvolvido e implantado checklist pré e pós-operatório imediato e mediato aplicável nas unidades de internação cirúrgica, com 97 itens de segurança1111 Alpendre FT, Cruz EDA, Dyniewicz AM, Mantovani MF, Silva AEBC, Santos GS. Safe surgery: validation of pre and postoperative checklists. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2017;25(1):e2907. doi: 10.1590/1518-8345.1854.2907.
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.

Os dados desta pesquisa foram extraídos da tese em construção, cujo objetivo é avaliar os efeitos da implementação de checklists na redução de eventos adversos em pacientes submetidos a artroplastias de quadril e joelho em hospital de ensino brasileiro. Para o cálculo amostral foi considerado o resultado de teste piloto para estimar a prevalência de eventos adversos no período pré e pós-intervenções. O nível de significância de 5% e o poder do teste de 80% resultou em tamanho mínimo de amostra de 97 prontuários para cada período de implantação dos checklists (2010/2013/2016). A seleção aleatória simples dos prontuários elegíveis foi realizada a partir de banco de dados do hospital; os casos indisponíveis no serviço de arquivo médico foram substituídos pelos prontuários imediatamente subsequentes da lista geral de artroplastias realizadas no período de 01 de janeiro a 31 dezembro de cada ano do estudo.

Foram critérios de inclusão: prontuários de pacientes com idade ≥18 anos e com tempo de internação mínimo de 24 horas. Casos de óbitos intraoperatórios e período de internação <24 horas foram incluídos. Excluíram-se os casos com diagnóstico relacionado a doenças psiquiátricas, conforme previamente estabelecido1414 Baker GR, Norton PG, Flintoft V, Blais R, Brown A, Cox J, et al. The Canadian Adverse Events Study: the incidence of adverse events among hospital patients in Canada. CMAJ. 2004;170(11):1678-86. doi: 10.1503/cmaj.1040498.
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-1515 Mendes W, Travassos C, Martins M, Marques PM. Adaptação dos instrumentos de avaliação de eventos adversos para uso em hospitais brasileiros. Rev. Bras. Epidemiol. 2008;11(1):55-66. doi: 10.1590/S1415-790X2008000100005.
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. A coleta de dados foi realizada por revisor primário, com consulta retrospectiva de prontuários e análise dos registros contidos nas fichas pré-anestésicas, de descrição anestésica, cirúrgica e da sistematização da assistência de enfermagem perioperatória, referentes ao primeiro procedimento cirúrgico e correspondente à internação analisada (internação índice).

Esses documentos foram utilizados como base na extração de informações e preenchimento de formulário semiestruturado, elaborado para esta pesquisa, afim de caracterizar o perfil demográfico, clínico, cirúrgico e anestésico, e obter: (1) tempo de permanência do paciente na sala cirúrgica (horas); (2) tempo da duração anestésica (horas); (3) tempo da duração cirúrgica (horas); e (4) tempo entre início da anestesia e incisão cirúrgica (minutos).

Para quantificar a completude do preenchimento dos itens do checklist, os documentos foram classificados em: (A) ausência/não preenchimento de checklist; (B) preenchimento completo do checklist; e (C) preenchimento parcial do checklist.

Os dados coletados foram inseridos, por dupla digitação, em planilha do Microsoft Office Excel 2016® e, após checagem de inconsistências, foram analisados com assessoria estatística e emprego do software IBM SPSS 20 (Statistical Package for the Social Sciences).

As variáveis quantitativas foram descritas por estatística descritiva univariada e as categóricas foram descritas por frequências absolutas e relativas. Para comparar os períodos pré-intervenção, intervenção I e intervenção II (2010/2013/2016), para as variáveis quantitativas, foi usado o modelo de análise da variância (ANOVA) com um fator, ou o teste não-paramétrico de Kruskal-Wallis. As comparações múltiplas foram realizadas usado o teste post-hoc de Dunn, com os valores de p-valor corrigidos por Bonferroni. Para as comparações do tempo dos processos operatórios entre os pacientes, com e sem checklist, foi utilizado o teste não-paramétrico de Mann-Whitney. A condição de normalidade das variáveis quantitativas foi avaliada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov. Valores de p≤0,05 indicaram significância estatística.

A pesquisa foi aprovada por comitê de ética institucional sob parecer de número 3.651.686.

RESULTADOS

Foram consultados 291 prontuários relativos a pacientes submetidos a artroplastias de quadril e/ou joelho, com média de idade (respectivamente em 2010, 2013 e 2016) de 57,2 anos (desvio padrão ‒ DP±14,4), 56,5 (DP±15,5) e 59,5 (DP±15,4). O perfil demográfico, clínico e cirúrgico-anestésico está apresentado na Tabela 1.

Tabela 1
Distribuição do perfil demográfico, clínico, cirúrgico e anestésico de pacientes submetidos a artroplastias de quadril e joelho. Curitiba, PR, 2022.

A Tabela 2 mostra o tempo dos processos relacionados à cirurgia, antes e após a implantação dos checklists cirúrgicos.

Tabela 2
Distribuição da análise do tempo dos processos relacionados à cirurgia, segundo o período de implantação dos checklists. Curitiba, PR, 2022.

Entre as variáveis que apresentaram diferença significativa, observou-se redução do tempo de entrada e saída da sala cirúrgica, entre o início da anestesia e da cirurgia e do tempo operatório entre 2010 e 2016 (p<0,05), conforme mostra a Tabela 3; nas demais comparações não houve diferença no tempo.

Tabela 3
Distribuição do valor-p, de acordo com o tempo do processo cirúrgico e os períodos de comparação referente a implantação dos checklists. Curitiba, PR, 2022.

Em relação à completude da totalidade de documentos verificados, 89,7% (n=87) dos checklist estavam ausentes/não preenchidos no período de 2013; 9,3% (n=9) estavam com preenchidos parcialmente e 1% (n=1) totalmente. Em 2016, observou-se ausência do checklist em 43,3% (n=42), preenchimento parcial em 45,4% (n=44) e completo em 11,3% (n=11). Para o checklist aplicado nas unidades de internação, 5,2% (n=5) dos instrumentos estavam ausentes e 94,9% (n=92) estavam com preenchimento parcial.

Não houve diferença significativa entre o tempo de anestesia e tempo de cirurgia entre pacientes com e sem uso dos checklists (p≥0,05) (Tabela 4).

Tabela 4
Distribuição do tempo de anestesia e cirurgia dos internamentos com e sem o uso de checklists. Curitiba, PR, 2022.

DISCUSSÃO

Os resultados desta análise mostram melhorias no indicador “tempo” com o uso de checklists aplicados no centro cirúrgico e nas unidades de internação. Este achado vem ao encontro de esforços para maximizar a eficiência no uso da sala operatória e seus efeitos secundários, tais como, melhorias na segurança do paciente, produtividade do setor, satisfação da equipe de saúde, pacientes e familiares e redução de custos hospitalares1616 Rothstein DH, Raval MV. Operating room efficiency. Semin. Pediatr. Surg. 2018;27(2):79-85. doi: 10.1053/j.sempedsurg.2018.02.004.
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.

Ao observar os resultados do processo cirúrgico, antes e após a implantação dos checklists, verificou-se redução (p<0,05) do tempo médio de permanência do paciente na sala cirúrgica, entre o início da anestesia e o início da cirurgia, e do tempo cirúrgico. Esse dado diverge do encontrado em estudo norte-americano com análise de 7.265 cirurgias ortopédicas, no qual não observou diferença significativa no tempo de permanência do paciente na sala de cirurgia e no tempo de operação1717 Papaconstantinou HT, Smythe WR, Reznik SI, Sibbitt S, Wehbe-Janek H. Surgical safety checklist and operating room efficiency: results from a large multispecialty tertiary care hospital. Am J Surg. 2013;206(6):853-9. doi: 10.1016/j.amjsurg.2013.08.016.
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. Resultado diverso também foi relatado em investigação australiana acerca dos impactos da introdução de checklist, e que não identificou diferenças no tempo de permanência do paciente na sala cirúrgica até o início do procedimento ortopédico, tampouco no tempo relacionado ao término da cirurgia e a saída do paciente da sala1818 Gillespie BM, Harbeck E, Lavin J, Gardiner T, Withers TK, Marshall AP. The impact of improved surgical safety checklist participation on OR efficiencies: A pretest-posttest analysis. J. Perioper. Nurs. 2019;32(1):9-18. Available from: https://search.informit.org/doi/10.3316/informit.360628230547789.
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.

Os resultados positivos, desta pesquisa, em relação ao menor tempo dos processos cirúrgicos, possivelmente refletem a consolidação do programa de cirurgias seguras do hospital de ensino, iniciado há mais de uma década. E, são coerentes ao fortalecimento de dimensões da cultura de segurança do paciente verificadas entre profissionais atuantes nas unidades cirúrgicas e do centro cirúrgico, da mesma instituição e, em especial, àquelas relacionadas à comunicação e adequação de recursos humanos1919 Batista J, Cruz EDA, Lopez ECMS, Sarquis LMM, Seiffert LS, Wolff LDG. Effect of the administrative transition of hospital management on the safety culture in surgical units. Texto Contexto Enferm. 2020;20(1):e20190012. doi: 10.1590/1980-265X-TCE-2019-0012.
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.

Reitera-se que os checklists melhoram a comunicação entre as equipes e oportunizam o diálogo, com socialização de informações relevantes para segurança e qualidade da assistência2020 Tostes M.F.P; Galvão C.M. Surgical safety checklist: benefits, facilitators, and barriers in the nurses' perspective. Rev. Gaúcha Enferm. 2019;40(1):e20180180. doi: 10.1590/1983-1447.2019.20180180.
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. Esses benefícios contribuem para o planejamento das etapas do cuidado perioperatório, em especial, ao período que antecede a cirurgia, com a verificação de itens necessários ao ato anestésico-cirúrgico. Destaca-se aqueles indispensáveis ao início da cirurgia, como resultados de exames e documentos de autorização cirúrgica, bem como a disponibilização de materiais e equipamentos necessários para o transcorrer seguro do procedimento, evitando atrasos decorrentes de problemas de manejo e gerenciamento pré-operatório, com reflexo no menor tempo de permanência do paciente na sala cirúrgica e no hospital.

O bom desempenho dos processos de gestão do centro cirúrgico se reflete nos indicadores de qualidade assistencial e garante a sustentabilidade da organização2121 Peralta T, Santos AA, Bourscheit F, Junior NJO, Somensi RM, Treviso P. Factors that interfere in the interval time between surgeries: an observational study. Cogitare Enferm. 2022;27(1):e80800. doi: 10.5380/ce.v27i0.80800.
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. O impacto dos checklists na segurança do paciente deve ser precedido de melhorias nos processos de trabalhos na sala cirúrgica2222 Haugen AS, Sevdalis N, Softland E. Impact of the World Health Organization surgical safety checklist on patient safety. Anesthesiology. 2019;131(2):420-5. doi: 10.1097/ALN.0000000000002674.
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, como mostra esta pesquisa, potencial resultado do programa de cirurgias seguras, incluindo a implantação dos instrumentos de verificação.

Nesse contexto, as políticas ou programas em segurança do paciente cooperam na ascensão de indicadores de qualidade, já que aperfeiçoam o desempenho da equipe cirúrgica, de enfermagem e anestesiologia. O Genesis Health System recomenda a necessidade de expandir esses programas, com base em princípios de organizações de alta confiabilidade, como valor institucional central e com a finalidade de obter bons resultados da assistência, com redução de óbitos e eventos adversos2323 Cropper DP, Harb NH, Said PA, Lemke JH, Shammas NW. Implementation of a patient safety program at a tertiary health system: A longitudinal analysis of interventions and serious safety events. J Healthc Risk Manag. 2018;37(4):17-24. doi: 10.1002/jhrm.21319.
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.

Portanto, estudo mostra que o uso rotineiro dos checklists colabora para a familiarização da equipe cirúrgica na execução das etapas, otimizando a assistência cirúrgica e reduzindo o tempo operatório e de hospitalização2424 Stucky CH, Jong MJ. Surgical team familiarity: an integrative review. AORN Jornal. 2021;113(1):64-75. doi: 10.1002/aorn.13281.
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. Nesta pesquisa, a média do tempo de cirurgia passou de 138 minutos para 108 minutos; porém, ainda superior à análise de 165.474 artroplastias de quadril ou joelho, e cujos resultados mostraram tempo operatório de aproximadamente 92 minutos2525 Bohl DD, Ondeck NT, Darrith B, Hannon CP, Fillingham, Valle CJD. Impact of operative time on adverse events following primary total joint arthroplasty. J. Arthroplasty. 2018;33(7):2256-62. doi: 10.1016/j.arth.2018.02.037.
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. O mesmo estudo mostrou que o aumento no tempo operatório em 15 minutos elevou o risco de infecções de sítio cirúrgico, sepse e insuficiência renal, bem como de readmissão hospitalar e de permanência hospitalar prolongada (≥4 dias)2525 Bohl DD, Ondeck NT, Darrith B, Hannon CP, Fillingham, Valle CJD. Impact of operative time on adverse events following primary total joint arthroplasty. J. Arthroplasty. 2018;33(7):2256-62. doi: 10.1016/j.arth.2018.02.037.
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. Outra investigação, conduzida com 11.840 artroplastias de joelho, mostrou que tempo cirúrgico superior a 121 minutos foi fator preditor para infecções de ferida cirúrgica2626 Anis HK, Sodhi N, Klika AK, Mont MA, Barsoum WK, Higuera CA, et al. Is operative time a predictor for post-operative infection in primary total knee arthroplasty? J. Arthroplasty. 2019;34(7):S331-S336. doi: 10.1016/j.arth.2018.11.022.
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.

Constatou-se não haver diferenças significativas entre o tempo de anestesia e tempo de cirurgia entre os pacientes com e sem uso dos checklists. Em 2013, o tempo de início da anestesia e início da cirurgia foi superior entre os pacientes que usaram o checklist, o que pode estar relacionado a maior gravidade e complexidade dos pacientes, mas também ao tempo gasto para conduzir as etapas de conferência antes da indução anestésica (Sign in) e da incisão cirúrgica (Time Out).

Estima-se que a aplicação do checklist pode ser concluído em três minutos2727 Venneri F, Brown LB, Cammelli F, Haut ER. Safe surgery saves lives. In: Donaldson L, Ricciardi W, Sheridan S, Tartaglia R. (eds). Textbook of patient safety and clinical risk management. Springer, Cham, 2021. doi: 10.1007/978-3-030-59403-9_14.
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; entretanto, esse tempo pode ter sido superior no hospital do estudo, pois a aplicação é dependente da assimilação da ferramenta, em recente implantação no período da análise. O inverso ocorreu em 2016, em que houve menor tempo de início da anestesia e início da cirurgia, e maior tempo anestésico-cirúrgico entre os pacientes com preenchimento (parcial ou total) dos checklists. Pesquisadores da Itália identificaram associação entre o tempo de internação e a adesão ao checklist justificando, principalmente, pelas condições clínicas dos pacientes que resultam em maior risco clínico e, sucessivamente, na ocorrência de eventos adversos e prolongamento do tempo de hospitalização2828 Ferorelli D, Benevento M, Vimercati L, Spagnolo L, Maria L, Caputi A, et al. Improving healthcare workers' adherence to surgical safety checklist: The impact of a short training. Public Health Front. 2022;9(1):e732707. doi: 10.3389/fpubh.2021.732707.
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.

Destaca-se a baixa completude do checklist aplicado na sala cirúrgica em 2013, e pouca melhora do preenchimento parcial ou total para o ano de 2016, inclusive para instrumento aplicado nas unidades de internação. Este resultado reitera que a implementação de listas de verificação de segurança cirúrgica leva tempo e requer persistência e planejamento estratégico2222 Haugen AS, Sevdalis N, Softland E. Impact of the World Health Organization surgical safety checklist on patient safety. Anesthesiology. 2019;131(2):420-5. doi: 10.1097/ALN.0000000000002674.
https://doi.org/10.1097/ALN.000000000000...
. A adesão à aplicação de checklist e sua completude estão relacionadas ao valor atribuído pela equipe e aos processos gerenciais da instituição. A maturidade da cultura de segurança do paciente e exigências gerenciais, potencialmente, contribuem para o uso rotineiro e, consequentemente, para a promoção da qualidade assistencial.

Ao considerar que os checklists no hospital em estudo foram concebidos, em sua maioria, por enfermeiros gestores e pouco envolvimento de outras categorias profissionais, em especial cirurgiões e anestesiologistas, infere-se essa circunstância como possível limitador para o uso rotineiro. Acredita-se que envolver toda a equipe interdisciplinar para concepção de ferramentas que visam promover práticas seguras, a exemplo dos checklists, é elemento facilitador para sua incorporação. A falta de apoio das chefias e da gestão hospitalar, ausência de treinamento/educação e checklists implantados de forma abrupta estão entre as barreiras para a implementação de sucesso2020 Tostes M.F.P; Galvão C.M. Surgical safety checklist: benefits, facilitators, and barriers in the nurses' perspective. Rev. Gaúcha Enferm. 2019;40(1):e20180180. doi: 10.1590/1983-1447.2019.20180180.
https://doi.org/10.1590/1983-1447.2019.2...
, e que podem justificar a baixa adesão aos instrumentos. Por outro lado, são reconhecidas as barreiras impostas às inovações as quais, muitas vezes, são percebidas como modismos, ou acréscimo de tarefas.

A baixa completude dos checklists cirúrgicos no decorrer dos períodos de implantação é a principal limitação desta pesquisa. A análise retrospectiva dos dados, que depende da qualidade dos registros, se soma às limitações de estudos de base documental. Apesar desses limites, esta pesquisa contribui para evidenciar a importância do uso de checklist como ferramenta para promover os processos cirúrgicos, embora se reconheça que outros fatores possam ter contribuído para melhorias no indicador tempo, não se restringindo às variáveis analisadas.

Auditorias de rotina e treinamento/capacitação, relativas ao uso e completude dos checklists, dos potenciais resultados para prática cirúrgica, com destaque para a identificação de fragilidades e ações promotoras da eficiência dos processos, são fundamentais em busca da excelência da assistência perioperatória.

CONCLUSÃO

A implantação dos checklists potencialmente impactou na redução do tempo de entrada-saída da sala cirúrgica, da cirurgia e entre o início-anestesia e o início-incisão. Não foi identificada associação do uso dos checklists ao aumento do tempo médio dos processos em centro cirúrgico.

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  • Fonte de financiamento:

    nenhuma.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    06 Fev 2023
  • Data do Fascículo
    2023

Histórico

  • Recebido
    19 Jul 2022
  • Aceito
    29 Ago 2022
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