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Alterações clínico-epidemiológicas em pacientes com abdome agudo não traumático durante a pandemia da COVID-19: um estudo retrospectivo

RESUMO

Objetivo:

pretendemos demonstrar as alterações clínicas e a evolução pós-operatória em pacientes com abdome agudo não traumático em tratamento conservador ou cirúrgico durante a pandemia em comparação a período semelhante no ano anterior.

Método:

estudo retrospectivo unicêntrico, incluindo pacientes que receberam tratamento clínico-cirúrgico no Hospital do Trabalhador com diagnóstico de abdome agudo entre março e agosto de 2020 e período semelhante em 2019. As variáveis estudadas variaram de dados demográficos a índices de isolamento social.

Resultados:

foram incluídos 515 pacientes, 291 receberam tratamento no período pré-pandemia e 224 na pandemia. Não houve diferença estatística em relação às comorbidades (p=0,0685), tempo para diagnóstico e procura de ajuda médica. Não foram observadas diferenças estatísticas quanto aos dias de internação (p=0,4738) e necessidade de UTI (p=0,2320). Em relação aos óbitos intra-hospitalares, observou-se relevância estatística na idade acima de 60 anos (p=0,002) e ocorreram mais óbitos no período da pandemia (p=0,032). Porém, quando analisamos os fatores associados ao número de dias até o diagnóstico por um médico, não houve diferença estatística.

Conclusão:

os dados analisados mostraram que o período de pandemia e a idade acima de 60 anos foram as variáveis que aumentaram a razão de chances para o desfecho óbito hospitalar. No entanto, o tempo de internação, dias na unidade de terapia intensiva e complicações cirúrgicas pós-operatórias, não apresentaram diferença significativa.

Palavras-chave:
Abdome Agudo; COVID-19; Procedimentos Cirúrgicos do Sistema Digestório; Emergências

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