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Isquemia mesentérica aguda e COVID-19: uma revisão integrativa da literatura

RESUMO

A doença do novo coronavírus 2019 (COVID-19) disseminou-se rapidamente pelo mundo após os primeiros casos serem relatados em dezembro de 2019 na China. Apesar da prevalência dos sintomas respiratórios, manifestações extrapulmonares foram sendo identificadas. Particularmente, houve um aumento de casos de Isquemia Mesentérica Aguda (IMA), elevando sua incidência para 1,9%-3,8% em pacientes infectados. O objetivo deste estudo foi investigar a existência de uma associação entre IMA e a COVID-19 através da literatura. Realizou-se uma Revisão Integrativa da Literatura. A pergunta de pesquisa foi “isquemia mesentérica em pacientes com COVID-19: coincidência ou associação?”. Após a busca na base de dados e aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, elegeu-se 44 estudos para análise. A COVID-19 foi confirmada por RT-PCR e exames de imagem, foram identificadas manifestações gastrointestinais, alterações laboratoriais e achados de imagem primordialmente tomográfica. A maioria dos pacientes foi submetida à laparotomia. As explicações incluem lesão endotelial direta pela ligação do vírus ao receptor ECA-2, correlação entre hiperinflamação e hipercoagulabilidade, desregulação do sistema renina-angiotensina-aldosterona e fatores associados à gravidade do quadro. A IMA é uma emergência de alta morbimortalidade associada, nesses casos pode ser consequência principalmente do mecanismo tromboinflamatório associado ao SARS-CoV-2. Um alto nível de suspeita clínica, diagnóstico e tratamento precoces são cruciais diante dessa complicação; um regime de anticoagulação deve ser considerado conforme as evidências e diretrizes vigentes..

Palavras-chave:
Isquemia Mesentérica; COVID-19; SARS-CoV-2

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