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Protocolo para a profilaxia do tromboembolismo venoso em cirurgia de varizes dos membros inferiores

RESUMO

O tromboembolismo pulmonar é a complicação mais temida do tromboembolismo venoso (TEV) e a terceira causa de mortalidade cardiovascular no mundo, atrás apenas do infarto agudo do miocárdio e do acidente vascular cerebral. O risco de TEV é praticamente universal nos pacientes hospitalizados, especialmente naqueles com redução da mobilidade. Embora variável em incidência entre os pacientes clínicos e cirúrgicos, até 66,6% dos eventos relacionados às internações, podem ocorrer após a alta, permanecendo este risco por até 90 dias. Apesar de todo investimento feito na profilaxia do TEV nas últimas décadas, ainda não existem consensos ou diretrizes específicos para a sua prevenção em pacientes submetidos à cirurgia convencional de varizes dos membros inferiores. A adoção de um modelo de avaliação de risco validado para a profilaxia do TEV, embasado na literatura vigente, poderá ajudar na implementação e padronização da profilaxia do TEV na cirurgia convencional de varizes de membros inferiores, além deste benefício, poderá levar a diminuição do tempo de internação hospitalar e do número de reinternações.

Palavras-chave:
Tromboembolismo Venoso; Embolia Pulmonar; Segurança do Paciente; Prevenção e Controle; Protocolos

ABSTRACT

Pulmonary embolism is the most feared complication of venous thromboembolism (VTE) and the third leading cause of cardiovascular mortality in the world, after acute myocardial infarction and stroke. The risk of VTE is virtually universal in hospitalized patients, especially those with reduced mobility. Although variable in incidence between clinical and surgical patients, up to 66.6% of events related to hospitalizations can occur after discharge, with this risk remaining for up to 90 days. Despite all the investment made in VTE prophylaxis in recent decades, there is still no consensus or specific guidelines for its prevention in patients undergoing conventional surgery for varicose veins of lower limbs. The adoption of a validated risk assessment model for VTE prophylaxis, based on the current literature, may help in the implementation and standardization of VTE prophylaxis in conventional lower limb varicose vein surgery, in addition to this benefit, it may lead to a reduction in the length of hospital stay and the number of readmissions.

Keywords:
Venous Thromboembolism; Pulmonary Embolism; Patient Safety; Prevention & Control; Protocols

INTRODUÇÃO

O tromboembolismo pulmonar (TEP) é a complicação mais temida do tromboembolismo venoso (TEV) e a terceira causa de mortalidade cardiovascular no mundo, atrás apenas do infarto agudo do miocárdio e do acidente vascular cerebral11 Geerts WH, Bergqvist D, Pineo GF, et al. Prevention of VTE: American College of Chest Physicians Evidence - Based Clinical Practice Guidelines (8th Edition). Chest. 2008;133(6 Suppl):381S-453S. doi: 10.1378/chest.08-0656.
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. Estima-se que, em todo planeta, ocorram aproximadamente 10 milhões de novos casos de TEV a cada ano11 Geerts WH, Bergqvist D, Pineo GF, et al. Prevention of VTE: American College of Chest Physicians Evidence - Based Clinical Practice Guidelines (8th Edition). Chest. 2008;133(6 Suppl):381S-453S. doi: 10.1378/chest.08-0656.
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, porém este número pode estar subestimado devido aos casos de pacientes oligossintomáticos ou que apresentem sinais e sintomas inespecíficos tanto de TEP, como de trombose venosa profunda (TVP).

O risco de TEV é quase universal em pacientes hospitalizados, especialmente, naqueles com redução da mobilidade22 Chindamo MC, Marques MA. Role of ambulation to prevent venous thromboembolism in medical patients: where do we stand? J Vasc Bras. 2019;18:e20180107. doi: 10.1590/1677-5449.180107.
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,33 Jha AK, Larizgoitia I, Audera-Lopez C, Prasopa-Plaizier N, Waters H, Bates DW. The global burden of unsafe medical care: analytic modelling of observational studies. BMJ Qual Saf. 2013;22(10):809-15. doi: 10.1136/bmjqs-2012-001748.
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. Embora variável em incidência entre os pacientes clínicos e cirúrgicos11 Geerts WH, Bergqvist D, Pineo GF, et al. Prevention of VTE: American College of Chest Physicians Evidence - Based Clinical Practice Guidelines (8th Edition). Chest. 2008;133(6 Suppl):381S-453S. doi: 10.1378/chest.08-0656.
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, até 66,6% dos eventos de TEV relacionados às internações, podem ocorrer após a alta, permanecendo este risco por até 90 dias44 Marques, Marcos. Profilaxia do tromboembolismo venoso em procedimentos venosos. In: Merlo, Ivanésio; Peclat de Oliveira, Julio Cesar; Kikuchi, Rodrigo. Flebologia estética na prática clínica. 1ª ed. Rio de Janeiro: Di Livros, 2020. p. 487-495.

5 Spencer FA, Lessard D, Emery C, Reed G, Goldberg RJ. VTE in the outpatient setting. Arch Intern Med. 2007;167(14):1471-5. doi: 10.1001/archinte.167.14.1471.
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-66 Rocha ATC, Pinheiro TB, Souza PRSP, Marques MA. Protocolos de profilaxia de tromboembolismo venoso (TEV) em hospitais brasileiros - PROTEV Brasil. J Vasc Bras. 2020;19:e20190119. doi: 10.1590/1677-5449.190119.
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e apesar de todo investimento feito na profilaxia do TEV nas últimas décadas, ainda não existem consensos ou diretrizes específicos para a sua prevenção em pacientes que serão submetidos a cirurgia convencional de varizes dos membros inferiores (MMII)44 Marques, Marcos. Profilaxia do tromboembolismo venoso em procedimentos venosos. In: Merlo, Ivanésio; Peclat de Oliveira, Julio Cesar; Kikuchi, Rodrigo. Flebologia estética na prática clínica. 1ª ed. Rio de Janeiro: Di Livros, 2020. p. 487-495..

Estima-se que até 60% dos episódios de TEP, ocorre durante ou após a hospitalização por motivos clínicos ou cirúrgicos55 Spencer FA, Lessard D, Emery C, Reed G, Goldberg RJ. VTE in the outpatient setting. Arch Intern Med. 2007;167(14):1471-5. doi: 10.1001/archinte.167.14.1471.
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,66 Rocha ATC, Pinheiro TB, Souza PRSP, Marques MA. Protocolos de profilaxia de tromboembolismo venoso (TEV) em hospitais brasileiros - PROTEV Brasil. J Vasc Bras. 2020;19:e20190119. doi: 10.1590/1677-5449.190119.
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, mas o conceito de que a internação hospitalar representa um fator de risco independente para o TEV, como uma intercorrência nosocomial, tanto para pacientes clínicos, como para pacientes cirúrgicos, ainda não está claramente estabelecido em toda a comunidade médica77 Paiva EF, Rocha ATC. Como implementar uma diretriz da teoria a prática. Exemplo da profilaxia para tromboembolismo venoso. Acta Med Port. 2009;22:21-32..

No Brasil, apesar de ter havido redução de 31% na mortalidade ajustada por idade, devido ao TEP, nos últimos 21 anos, de 3,04 para 2,09/100.000 habitantes77 Paiva EF, Rocha ATC. Como implementar uma diretriz da teoria a prática. Exemplo da profilaxia para tromboembolismo venoso. Acta Med Port. 2009;22:21-32., ainda há variação importante entre as cinco regiões, provavelmente por diferenças na qualidade dos serviços oferecidos, na ausência ou presença de educação continuada para as equipes médicas e não médicas, no acesso e disponibilidade aos métodos de diagnóstico complementares e falhas na notificação da doença.

Além disto, mesmo recomendações já bem estabelecidas em diretrizes por sua eficácia e segurança, como por exemplo, a profilaxia do TEV em pacientes cirúrgicos, muitas vezes têm grande resistência em sua adoção sistemática, pela falta de conhecimento e familiaridade da equipe médica com o tema, superestimação dos possíveis efeitos adversos e complicações, resistência pessoal às mudanças de rotinas já bem estabelecidas ou simplesmente, por esquecimento do tema77 Paiva EF, Rocha ATC. Como implementar uma diretriz da teoria a prática. Exemplo da profilaxia para tromboembolismo venoso. Acta Med Port. 2009;22:21-32..

A implementação de uma nova diretriz de uma prática médica, pode ser uma tarefa complexa. A literatura nos mostra que, embora rotineiramente utilizadas, medidas isoladas, como a educação continuada ou a simples distribuição de um protocolo contendo essas recomendações, têm pouco impacto na mudança de condutas77 Paiva EF, Rocha ATC. Como implementar uma diretriz da teoria a prática. Exemplo da profilaxia para tromboembolismo venoso. Acta Med Port. 2009;22:21-32.,88 Shojania KG, Duncan BW, McDonald KM, Wachter RM, Markowitz AJ. Making health care safer: a critical analysis of patient safety practices. Evid Rep Technol Assess. 2001;2001(43):i-x.. A adoção de múltiplas condutas como, por exemplo, implementação de um algoritmo de fácil aplicabilidade, educação médica continuada, distribuição de material educativo, alertas em prontuários eletrônicos ou físicos e o uso de aplicativos em telefones celulares, que ajudem ao médico a aplicar rotineiramente as recomendações em seus pacientes, é mais efetiva do que qualquer uma dessas medidas de forma isolada, e essa implementação depende não apenas da participação de cada indivíduo, mas do envolvimento de toda a equipe de atendimento aos pacientes (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e farmacêuticos). Além disto, o apoio do corpo admirativo do hospital é fundamental para o incentivo às medidas preventivas e para a avaliação e obtenção de resultados provenientes da intervenção proposta88 Shojania KG, Duncan BW, McDonald KM, Wachter RM, Markowitz AJ. Making health care safer: a critical analysis of patient safety practices. Evid Rep Technol Assess. 2001;2001(43):i-x..

Por outro lado, existem medidas reconhecidamente eficazes e seguras de profilaxia do TEV (farmacológica e/ou mecânica), tornando-o a principal causa de morte hospitalar prevenível88 Shojania KG, Duncan BW, McDonald KM, Wachter RM, Markowitz AJ. Making health care safer: a critical analysis of patient safety practices. Evid Rep Technol Assess. 2001;2001(43):i-x.. Entretanto, existem algumas barreiras para a adoção destas medidas em hospitais, sendo uma delas a dificuldade em estabelecer a avaliação do risco sistemática do TEV, tanto em pacientes clínicos quanto em cirúrgicos66 Rocha ATC, Pinheiro TB, Souza PRSP, Marques MA. Protocolos de profilaxia de tromboembolismo venoso (TEV) em hospitais brasileiros - PROTEV Brasil. J Vasc Bras. 2020;19:e20190119. doi: 10.1590/1677-5449.190119.
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7 Paiva EF, Rocha ATC. Como implementar uma diretriz da teoria a prática. Exemplo da profilaxia para tromboembolismo venoso. Acta Med Port. 2009;22:21-32.
-88 Shojania KG, Duncan BW, McDonald KM, Wachter RM, Markowitz AJ. Making health care safer: a critical analysis of patient safety practices. Evid Rep Technol Assess. 2001;2001(43):i-x..

Diversos estudos em hospitais brasileiros observaram a subutilização da profilaxia do TEV, reiterando dados do estudo ENDORSE99 Cohen AT, Tapson VF, Bergmann J-F, et al. Venous thromboembolism risk and prophylaxis in the acute hospital care setting (ENDORSE study): a multinational cross-sectional study. Lancet. 2008;371(9610):387-94. doi: 10.1016/S0140-6736(08)60202-0.
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, segundo o qual, a média da adequação de profilaxia de TEV no mundo é de cerca de 50% em pacientes clínicos e cirúrgicos com alto risco.

Desde a publicação da oitava edição das diretrizes para a prevenção e tratamento do TEV do Colégio Americano de Pneumologia (ACCP, do inglês American College of Chest Physicians)11 Geerts WH, Bergqvist D, Pineo GF, et al. Prevention of VTE: American College of Chest Physicians Evidence - Based Clinical Practice Guidelines (8th Edition). Chest. 2008;133(6 Suppl):381S-453S. doi: 10.1378/chest.08-0656.
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, em 2008, ficou estabelecido que a adoção de uma sistematização e de uma diretriz ou algoritmo de profilaxia de TEV, em qualquer perfil de paciente, é responsabilidade não só da equipe médica, mas também da instituição hospitalar77 Paiva EF, Rocha ATC. Como implementar uma diretriz da teoria a prática. Exemplo da profilaxia para tromboembolismo venoso. Acta Med Port. 2009;22:21-32.,88 Shojania KG, Duncan BW, McDonald KM, Wachter RM, Markowitz AJ. Making health care safer: a critical analysis of patient safety practices. Evid Rep Technol Assess. 2001;2001(43):i-x..

A utilização de um modelo de avaliação de risco (MAR) validado para a profilaxia do TEV, embasado na literatura vigente poderá ajudar a adoção e padronização da profilaxia do TEV na cirurgia convencional de varizes de MMII que serão realizadas, e com isto, diminuir a morbimortalidade deste procedimento. Além deste benefício, poderá levar a diminuição do tempo de internação hospitalar e do número de reinternações, beneficiando diretamente o paciente e o Sistema Único de Saúde (SUS), pela redução dos custos do procedimento e maior disponibilização de leitos para outros procedimentos.

Adotar uma normatização para a profilaxia de TEV em hospitais é uma recomendação formal de inúmeras diretrizes, sociedades médicas e instituições governamentais nacionais e internacionais para ajudar a garantir a segurança dos pacientes66 Rocha ATC, Pinheiro TB, Souza PRSP, Marques MA. Protocolos de profilaxia de tromboembolismo venoso (TEV) em hospitais brasileiros - PROTEV Brasil. J Vasc Bras. 2020;19:e20190119. doi: 10.1590/1677-5449.190119.
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7 Paiva EF, Rocha ATC. Como implementar uma diretriz da teoria a prática. Exemplo da profilaxia para tromboembolismo venoso. Acta Med Port. 2009;22:21-32.
-88 Shojania KG, Duncan BW, McDonald KM, Wachter RM, Markowitz AJ. Making health care safer: a critical analysis of patient safety practices. Evid Rep Technol Assess. 2001;2001(43):i-x.. Porém, esta exige a participação institucional e multidisciplinar e de educação continuada para obter êxito.

Incidência e consequência do TEV em cirurgia de varizes de MMII

A real incidência do TEV na cirurgia convencional de varizes de MMII, ainda permanece desconhecida, variando na literatura de 0,4 a 5,3%1010 Van Rij AM, Chai J, Hill GB, Christic RA. Incidence of deep vein thrombosis after varicose vein surgery. Br J Surg. 2004;91(12):1582-5. doi: 10.1002/bjs.4701.
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. Embora alguns especialistas argumentem que os eventos de TVP distal ou TEP oligosintomáticos tenham baixa morbimortalidade, o impacto socioeconômico e psicológico de um diagnóstico de TVP ou TEP não pode ser desprezado.

Do ponto de vista prático, a grande maioria dos pacientes com estes diagnósticos, independentemente da localização, magnitude ou dos sintomas, irá iniciar o tratamento anticoagulante, que envolve custos elevados, risco de hemorragia e necessidade de acompanhamento médico e exames regulares, por pelo menos seis meses44 Marques, Marcos. Profilaxia do tromboembolismo venoso em procedimentos venosos. In: Merlo, Ivanésio; Peclat de Oliveira, Julio Cesar; Kikuchi, Rodrigo. Flebologia estética na prática clínica. 1ª ed. Rio de Janeiro: Di Livros, 2020. p. 487-495.

5 Spencer FA, Lessard D, Emery C, Reed G, Goldberg RJ. VTE in the outpatient setting. Arch Intern Med. 2007;167(14):1471-5. doi: 10.1001/archinte.167.14.1471.
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6 Rocha ATC, Pinheiro TB, Souza PRSP, Marques MA. Protocolos de profilaxia de tromboembolismo venoso (TEV) em hospitais brasileiros - PROTEV Brasil. J Vasc Bras. 2020;19:e20190119. doi: 10.1590/1677-5449.190119.
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-77 Paiva EF, Rocha ATC. Como implementar uma diretriz da teoria a prática. Exemplo da profilaxia para tromboembolismo venoso. Acta Med Port. 2009;22:21-32.. Além disto, o diagnóstico de TVP ou TEP durante a internação pode aumentar o período de permanência do paciente no hospital, ocupando por mais tempo este leito hospitalar e, portanto, provocar o adiamento de algum outro procedimento programado para outro paciente, o que pode levar a um aumento na fila e no tempo de espera destes no SUS, além de onerá-lo ainda mais. E, mesmo que o TEV ocorra fora do ambiente hospitalar, após a alta, ele pode resultar em reinternação do paciente, o que acabaria provocando os mesmos tipos de problemas citados acima.

Outro ponto muito importante a ser considerado é que os pacientes que se submetem à cirurgia de varizes de MMII, muitas vezes ainda são produtivos economicamente, e o surgimento do TEV, uma complicação potencialmente prevenível, pode levar ao absenteísmo do trabalho, aumento do custo para a seguridade social e provocar, eventualmente, queda na renda familiar.

Modelo de avaliação de risco (MAR)

A profilaxia do TEV é um componente chave na proteção e segurança dos pacientes que serão submetidos à cirurgia convencional de varizes de MMII, e sua eficácia está relacionada, entre outras coisas, a identificação dos pacientes que têm mais risco de desenvolvê-lo44 Marques, Marcos. Profilaxia do tromboembolismo venoso em procedimentos venosos. In: Merlo, Ivanésio; Peclat de Oliveira, Julio Cesar; Kikuchi, Rodrigo. Flebologia estética na prática clínica. 1ª ed. Rio de Janeiro: Di Livros, 2020. p. 487-495.,1111 Hull RD. Relevance of immobility and importance of RAM for medically ill patients. Clin Appl Thromb. 2013;19(3):268-276. doi: 10.1177/1076029612452781.
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,1212 Caprini JA. Risk assessment as a guide to thrombosis prophylaxis. Curr Opin Pulm Med. 2010;16(5):448-52. doi: 10.1097/MCP.0b013e32833c3d3e.
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,1414 Pannuci CJ, Swintun L, MacDonald JK, Henke K, Brooke BS. Individualized VTE risk stratification using the 2005 Caprini Score to identify benefits and harms of chemoprophylaxis in surgical patients. Ann Surg. 2017;265(6):1094-1103. doi: 10.1097/SLA.0000000000002126.
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Identificar quais pacientes são de alto risco para o desenvolvimento de TEV no pós-operatório pode ser difícil em muitos casos, mas existem diversos MAR que são ferramentas úteis e validadas na abordagem pré-procedimento, admissão e alta hospitalar, como o escore de Caprini, por exemplo, que podem ser adotadas para esta finalidade44 Marques, Marcos. Profilaxia do tromboembolismo venoso em procedimentos venosos. In: Merlo, Ivanésio; Peclat de Oliveira, Julio Cesar; Kikuchi, Rodrigo. Flebologia estética na prática clínica. 1ª ed. Rio de Janeiro: Di Livros, 2020. p. 487-495.,1111 Hull RD. Relevance of immobility and importance of RAM for medically ill patients. Clin Appl Thromb. 2013;19(3):268-276. doi: 10.1177/1076029612452781.
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,1212 Caprini JA. Risk assessment as a guide to thrombosis prophylaxis. Curr Opin Pulm Med. 2010;16(5):448-52. doi: 10.1097/MCP.0b013e32833c3d3e.
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Escore de Caprini (EC)

O EC é um MAR validado em um grande estudo retrospectivo com amostra de pacientes de cirurgia geral, vascular e urológica e utilizado, na prática, para avaliação do risco de TEV em pacientes cirúrgicos, indistintamente1212 Caprini JA. Risk assessment as a guide to thrombosis prophylaxis. Curr Opin Pulm Med. 2010;16(5):448-52. doi: 10.1097/MCP.0b013e32833c3d3e.
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,1515 Gould MK, Garcia DA, Wren SM, et al. Prevention of VTE in nonorthopedic surgical patients: antithrombotic therapy and prevention of thrombosis, 9th ed: ACCP evidence-based clinical practice guideline. Chest. 2012;141(2 Suppl):e227S-e277S. doi: 10.1378/chest.11-2297.
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O EC é útil para estratificação individual do risco de TEV e escolha da conduta mais adequada para a profilaxia farmacológica e/ou mecânica, além disto, é uma ferramenta dinâmica que pode ser utilizada na reavaliação do paciente quantas vezes for necessária, visto que as mudanças no seu status clínico podem acarretar alteração na pontuação e, portanto, na conduta adotada1212 Caprini JA. Risk assessment as a guide to thrombosis prophylaxis. Curr Opin Pulm Med. 2010;16(5):448-52. doi: 10.1097/MCP.0b013e32833c3d3e.
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,1414 Pannuci CJ, Swintun L, MacDonald JK, Henke K, Brooke BS. Individualized VTE risk stratification using the 2005 Caprini Score to identify benefits and harms of chemoprophylaxis in surgical patients. Ann Surg. 2017;265(6):1094-1103. doi: 10.1097/SLA.0000000000002126.
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O EC (Tabela 1) é baseado em diversas características clínicas dos pacientes, com pontuações diferentes, que variam entre um e cinco pontos, cada uma e classifica o paciente cirúrgico em geral, incluindo o vascular, em quatro categorias de risco: muito baixo risco (0 pontos), baixo risco (1-2 pontos), moderado risco (3-4 pontos) e alto risco (≥5 pontos), com risco estimado de desenvolvimento de TEV, quando não adotadas as medidas de profilaxia farmacológica e/ou mecânica, de <0,5%, 1,5%, 3,0% e 6,0%, respectivamente1212 Caprini JA. Risk assessment as a guide to thrombosis prophylaxis. Curr Opin Pulm Med. 2010;16(5):448-52. doi: 10.1097/MCP.0b013e32833c3d3e.
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,1515 Gould MK, Garcia DA, Wren SM, et al. Prevention of VTE in nonorthopedic surgical patients: antithrombotic therapy and prevention of thrombosis, 9th ed: ACCP evidence-based clinical practice guideline. Chest. 2012;141(2 Suppl):e227S-e277S. doi: 10.1378/chest.11-2297.
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Tabela 1
Escore de Caprini: modelo de avaliação de risco de TEV para pacientes cirúrgicos.

Os pacientes classificados como moderado (3-4 pontos) ou alto risco (≥5 pontos), no EC, têm a incidência de TEV reduzida quando submetidos à farmacoprofilaxia, sem que o risco de sangramento maior supere o benefício, portanto, esta conduta acaba por oferecer uma relação de eficácia e segurança satisfatória44 Marques, Marcos. Profilaxia do tromboembolismo venoso em procedimentos venosos. In: Merlo, Ivanésio; Peclat de Oliveira, Julio Cesar; Kikuchi, Rodrigo. Flebologia estética na prática clínica. 1ª ed. Rio de Janeiro: Di Livros, 2020. p. 487-495.,1212 Caprini JA. Risk assessment as a guide to thrombosis prophylaxis. Curr Opin Pulm Med. 2010;16(5):448-52. doi: 10.1097/MCP.0b013e32833c3d3e.
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,1515 Gould MK, Garcia DA, Wren SM, et al. Prevention of VTE in nonorthopedic surgical patients: antithrombotic therapy and prevention of thrombosis, 9th ed: ACCP evidence-based clinical practice guideline. Chest. 2012;141(2 Suppl):e227S-e277S. doi: 10.1378/chest.11-2297.
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Já os pacientes classificados como muito baixo (0 pontos) ou baixo risco (1-2 pontos), têm menor risco de desenvolvimento de TEV e, portanto, não devem ser submetidos à farmacoprofilaxia, pois o risco de sangramento maior pode superar o benefício proposto44 Marques, Marcos. Profilaxia do tromboembolismo venoso em procedimentos venosos. In: Merlo, Ivanésio; Peclat de Oliveira, Julio Cesar; Kikuchi, Rodrigo. Flebologia estética na prática clínica. 1ª ed. Rio de Janeiro: Di Livros, 2020. p. 487-495.,1212 Caprini JA. Risk assessment as a guide to thrombosis prophylaxis. Curr Opin Pulm Med. 2010;16(5):448-52. doi: 10.1097/MCP.0b013e32833c3d3e.
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,1515 Gould MK, Garcia DA, Wren SM, et al. Prevention of VTE in nonorthopedic surgical patients: antithrombotic therapy and prevention of thrombosis, 9th ed: ACCP evidence-based clinical practice guideline. Chest. 2012;141(2 Suppl):e227S-e277S. doi: 10.1378/chest.11-2297.
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Avaliação do rico de sangramento

Poucos estudos ou diretrizes descrevem ou classificam os fatores de risco para sangramento relacionado à farmacoprofilaxia em geral. A nona edição da diretriz da terapia antitrombótica e profilaxia do TEV do ACCP sugere uma lista de fatores de risco para sangramento maior em cirurgia vascular baseada nos fatores de risco de cirurgia em geral, abdominal e pélvica (Tabela 2), como base para avaliação do perfil risco de sangramento do paciente1515 Gould MK, Garcia DA, Wren SM, et al. Prevention of VTE in nonorthopedic surgical patients: antithrombotic therapy and prevention of thrombosis, 9th ed: ACCP evidence-based clinical practice guideline. Chest. 2012;141(2 Suppl):e227S-e277S. doi: 10.1378/chest.11-2297.
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Tabela 2
Fatores de risco para sangramento maior em pacientes cirúrgicos.

Recomendações atuais de profilaxia do TEV em cirurgia de varizes de MMII

Ainda existe grande discussão da melhor forma de profilaxia do TEV para os pacientes que serão submetidos a cirurgia convencional de varizes de MMII44 Marques, Marcos. Profilaxia do tromboembolismo venoso em procedimentos venosos. In: Merlo, Ivanésio; Peclat de Oliveira, Julio Cesar; Kikuchi, Rodrigo. Flebologia estética na prática clínica. 1ª ed. Rio de Janeiro: Di Livros, 2020. p. 487-495.,1010 Van Rij AM, Chai J, Hill GB, Christic RA. Incidence of deep vein thrombosis after varicose vein surgery. Br J Surg. 2004;91(12):1582-5. doi: 10.1002/bjs.4701.
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,1616 Qureshi MI, Davies AH. Thromboprophylaxis following superficial venous intervention. Phlebology. 2016;31(2):77-80. doi: 10.1177/0268355515594502.
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17 Colucci G, Tsakiris DA. Thrombophilia screening: universal, selected, or neither? Clin Appl Thromb Hemost. 2017;23(8):893-899. doi: 10.1177/1076029616683803.
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-1818 Johnson SA, Eleazer GP, Rondina MT. Pathogenesis, diagnosis and treatment of VTE in older adults. J Am Geriatr Soc. 2016;64(9):1869-78. doi: 10.1111/jgs.14279.
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. É importante ressaltar que esta cirurgia é um procedimento eletivo, com tempo de internação hospitalar habitualmente curto, sem necessidade inicial de restrição ao leito, com anestesia loco-regional e de curta duração44 Marques, Marcos. Profilaxia do tromboembolismo venoso em procedimentos venosos. In: Merlo, Ivanésio; Peclat de Oliveira, Julio Cesar; Kikuchi, Rodrigo. Flebologia estética na prática clínica. 1ª ed. Rio de Janeiro: Di Livros, 2020. p. 487-495.,1010 Van Rij AM, Chai J, Hill GB, Christic RA. Incidence of deep vein thrombosis after varicose vein surgery. Br J Surg. 2004;91(12):1582-5. doi: 10.1002/bjs.4701.
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,1616 Qureshi MI, Davies AH. Thromboprophylaxis following superficial venous intervention. Phlebology. 2016;31(2):77-80. doi: 10.1177/0268355515594502.
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. Portanto, usualmente, de baixo risco para o desenvolvimento de TEV, apesar da própria presença de veias varicosas ser considerada um fator de risco independente no EC (1 ponto)44 Marques, Marcos. Profilaxia do tromboembolismo venoso em procedimentos venosos. In: Merlo, Ivanésio; Peclat de Oliveira, Julio Cesar; Kikuchi, Rodrigo. Flebologia estética na prática clínica. 1ª ed. Rio de Janeiro: Di Livros, 2020. p. 487-495..

A diretriz do National Institute for Health and Care Excellence (NICE) recomenda que todos os pacientes devem ser obrigatoriamente avaliados quanto ao risco de TEV e de sangramento na admissão hospitalar, e reavaliados 24h após o procedimento para a readequação da profilaxia, caso esta seja necessária. Essa diretriz também recomenda a adoção da farmacoprofilaxia para os pacientes classificados como de alto risco para o desenvolvimento de TEV que serão submetidos à cirurgia convencional de varizes de membros inferiores1313 Treasure T, Hill J. NICE guidance on reducing the risk of venous thromboembolism in patients admitted to hospital. BMJ. 2010;340:c95. doi: 10.1258/jrsm.2010.100086.
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.

A nona diretriz para prevenção e tratamento do TEV do ACCP1515 Gould MK, Garcia DA, Wren SM, et al. Prevention of VTE in nonorthopedic surgical patients: antithrombotic therapy and prevention of thrombosis, 9th ed: ACCP evidence-based clinical practice guideline. Chest. 2012;141(2 Suppl):e227S-e277S. doi: 10.1378/chest.11-2297.
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, orienta o gerenciamento da profilaxia em diversas situações clínicas e cirúrgicas, sugerindo o uso de um MAR para categorizar o risco dos pacientes que serão submetidos aos diversos tipos de cirurgias, incluindo a cirurgia vascular (venosa ou arterial) e, de acordo este risco, sugere o uso de métodos mecânicos (compressão pneumática intermitente ou elastocompressão) e/ou farmacológicos (heparina de baixo peso molecular [HBPM] ou heparina não fracionada [HNF]).

Sugestão simplificada de medidas profiláticas para o TEV em cirurgia de varizes de MMII de acordo com o EC

Pacientes com EC de muito baixo (0 pontos) ou baixo (1-2 pontos) risco

Deambulação precoce e elastocompressão.

Não há recomendação de farmacoprofilaxia.

Pacientes com EC de moderado (3-4 pontos) ou alto (≥5 pontos) risco

Deambulação precoce

Elastocompressão

Farmacoprofilaxia com HBPM (preferencialmente) ou HNF, caso não haja risco maior de sangramento.

Paciente com EC de moderado (3-4 pontos) ou alto (≥5 pontos) risco, com contraindicação a farmacoprofilaxia com HNF ou HBPM

Deambulação precoce

Elastocompressão

Farmacoprofilaxia com fondaparinux.

Paciente com EC de moderado (3-4 pontos) ou alto (≥5 pontos) risco, com contraindicação a farmacoprofilaxia (Tabela 3)

Tabela 3
Contraindicações ao uso de farmacoprofilaxia em cirurgia de varizes de membros inferiores.

Deambulação precoce

Elastocompressão

Posologia simplificada da farmacoprofilaxia do TEV para cirurgia de varizes de MMII em pacientes de moderado (3-4 pontos) ou alto (≥5 pontos) risco de acordo com o EC

HBPM (preferencialmente)

Enoxaparina

20mg (moderado risco) ou 40mg (alto risco), via subcutânea, uma vez ao dia, por sete a dez dias.

Dalteparina

2.500 UI (moderado risco) ou 5.000 UI (alto risco), via subcutânea, uma vez ao dia, por sete a dez dias.

HNF

5.000 UI, via subcutânea, a cada 8 horas (alto risco) ou a cada 12h (moderado risco), de sete a dez dias.

Em casos de contraindicação a HNF ou HBPM

Fondaparinux

2,5mg, via subcutânea, uma vez ao dia, de sete a dez dias.

A farmacoprofilaxia deve ser iniciada dentro das primeiras 24h do pós-operatório. Caso a anestesia tenha sido por bloqueio espinhal, o manejo da profilaxia deve ser feito de acordo com a Tabela 4.

Tabela 4
Manejo da farmacoprofilaxia para a manipulação do neuroeixo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Uma vez que na prática diária há falhas por parte da equipe médica na avaliação sistemática do risco de TEV e na prescrição de profilaxia farmacológica ou mecânica1919 Rocha AT, Braga P, Ritt G, Lopes AA. Inadequação de tromboprofilaxia venosa em pacientes clínicos hospitalizados. Rev Assoc Med Bras. 2006;52(6):441-6. doi: 10.1590/S0104-42302006000600026.
https://doi.org/10.1590/S0104-4230200600...
-2020 Instituto Qualisa de Gestão. http://www.iqg.com.br/pbsp/metas.php.
http://www.iqg.com.br/pbsp/metas.php....
, é imprescindível que a Equipe de Cirurgia Vascular seja responsável pela promoção de protocolo para conduzir a avaliação do risco e guiar a profilaxia para os pacientes considerados de alto risco. Alguns órgãos de acreditação21 sugerem que um MAR deva ser padronizado, específico e individualizado, vinculado a um menu de opções de profilaxia (farmacológica e/ou mecânica) e que conte ainda com uma lista de contraindicações. A adoção de um MAR de TEV é um processo contínuo com envolvimento da instituição e de vários membros da equipe de saúde para torná-lo parte da rotina e assim melhorar os indicadores de gestão.

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  • Fonte de financiamento:

    nenhuma.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    22 Ago 2022
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    12 Mar 2022
  • Aceito
    03 Jun 2022
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