Acessibilidade / Reportar erro

Prevalência do transtorno de ansiedade e de depressão e fatores associados no pós-parto de puérperas

Resumo

Objetivos:

verificar a prevalência do transtorno de ansiedade e de depressão e fatores associados no pós-parto de puérperas no município de Ponta Grossa, Paraná.

Métodos:

estudo transversal, realizado no ambulatório de atendimento de recémnascidos do município de Ponta Grossa, Paraná, nos anos de 2016 e 2017. Foram avaliadas 250 puérperas com aplicação de formulário para levantamento de ansiedade e depressão, dados socioeconômicos, gestacionais. Realizou-se análise descritiva e de correspondência múltipla.

Resultados:

a maioria das puérperas (81,2%) foi considerada sem depressão ou depressão leve, 14,4% com depressão leve a moderada e 4,4% com depressão moderada a grave. Em relação a ansiedade 68,4% apresentaram grau mínimo, 21,6% ansiedade leve, 7,6% ansiedade moderada e 2,4% ansiedade severa. No que tange aos fatores associados a depressão pós parto, nenhuma variável sociodemográfica e relacionada ao parto apresentouse associada. Já no que se refere à ansiedade, a cor amarela/indígena, a falta de suporte paterna e ter interrompido a gestação apresentaram associação às condições mais avançadas de ansiedade.

Conclusão:

não houve associação entre condições demográficas e de saúde com a depressão pós-parto, mas, em relação à ansiedade, a cor amarela/indígena, a falta de suporte paterna e a interrupção de gestações anteriores apresentaram associação as condições mais avançadas de ansiedade.

Palavras-chave:
Depressão; Ansiedade; Gestante; Período pós-parto

Abstract

Objectives:

to check the prevalence of anxiety and depression disorder and associated factors during the postpartum period in puerperal women in the city of Ponta Grossa, Paraná.

Methods:

cross-sectional study conducted in an outpatient clinic for newborn care in the city of Ponta Grossa, Paraná, Brazil, in 2016 and 2017. 250 puerperal women were evaluated with the application of a form to collect anxiety/depression, socioeconomic and gestational data. Descriptive and multiple correspondence analyses were performed.

Results:

most puerperal women (81.2%) had no depression or a mild depression, 14.4% with mild to moderate depression and 4.4% with moderate to severe depression. In relation to anxiety, 68.4% presented a minimum degree, 21.6% mild anxiety, 7.6% moderate anxiety and 2.4% severe anxiety. Concerning the associated factors with postpartum depression, no sociodemographic variables or those related to childbirth were associated. As for anxiety, yellow/indigenous skin color, lack of paternal support and having interrupted pregnancy were associated with more advanced anxiety conditions.

Conclusion:

there was no association between demographic and health conditions with postpartum depression; however, regarding anxiety, the yellow/indigenous skin color, the lack of paternal support and the interruption of previous pregnancies were associated with more advanced anxiety conditions.

Key words:
Depression; Anxiety; Pregnant woman; Postpartum period

Introdução

Os transtornos de ansiedade e os sintomas depressivos têm aumentado de maneira expressiva ao longo do tempo, sobretudo pelo modo de vida moderna.11 Beltrami L, De Moraes AB, De Souza APR. Ansiedade materna puerperal e risco para o desenvolvimento infantil. Disturb Comun. 2013; 25 (2): 229-39. Estimativas apontam que até 2020 a depressão será provavelmente a segunda maior causa de morbidade no mundo.22 De Oliveira MJM, Dunningham W. Prevalência e fatores de risco relacionados a depressão pós-parto em salvador. Rev Bras Neurol Psiquiatr. 2015; 19 (2): 72-83.

Depressão é considerada problema grave de saúde pública, tendo predomínio no sexo feminino, muitas vezes precedida por eventos vitais marcantes, como a gestação, o parto e o período pós-parto.33 Abelha L. Depressão, uma questão de saúde pública. [Editorial] Cad Saúde Coletiva. 2014; 22 (3): 223.,44 Ruschi GEC, Sun SY, Mattar R, Filho AC, Zandonade E, de Lima VJ. Aspectos epidemiológicos da depressão pós-parto em amostra brasileira. Rev Psiquiatr do Rio Gd do Sul. 2007; 29 (3): 274-80.

A depressão pós-parto (DPP) apresenta variações em sua ocorrência, com maiores prevalências em países menos desenvolvidos. No Brasil, autores apontam que a DPP apresenta prevalências variando entre 10 e 15% e aproximadamente 50% dos casos são diagnosticados.22 De Oliveira MJM, Dunningham W. Prevalência e fatores de risco relacionados a depressão pós-parto em salvador. Rev Bras Neurol Psiquiatr. 2015; 19 (2): 72-83.,55 Brito CNO, Alves S V, Ludermir AB, de Araújo TVB. Depressão pós-parto entre mulheres com gravidez não pretendida. Rev Saúde Pública. 2015; 49 (33): 1-9.

Quando a mulher engravida, normalmente a chegada da criança é carregada de expectativas, mudanças e desafios. Após o nascimento, a mãe depara-se com o bebê real, produção sua e que pode ser diferente daquele que imaginou. Portanto, tem-se uma mulher puérpera que tenta equilibrar as tarefas atribuídas a ela na condição de mãe (adaptação da rotina da casa, questões financeiras, emocionais e sociais), juntamente com a transformação hormonal, física e emocional pela qual passa.66 Greinert BRM, Milani R G. Depressão Pós-Parto: Uma Compreensão Psicossocial. Psicol Teor Prát. 2015; 17 (1): 26-36.

A gestação e o puerpério precisam ser vistos com especial atenção66 Greinert BRM, Milani R G. Depressão Pós-Parto: Uma Compreensão Psicossocial. Psicol Teor Prát. 2015; 17 (1): 26-36. observando-se várias alterações no comportamento feminino e na vida do casal. Neles, espera-se um ideal, um modelo de mãe perfeita, uma imagem romanceada da maternidade, que está alicerçada sob um rígido padrão incapaz de admitir qualquer vestígio de sentimentos ambivalentes que ela possa vir a sentir.77 Angelo RCO, Sabino LF, Schwingel PA, Lima APO, Zambaldi CF, Cantilino A, et al. Pain and associated factors in depressed and non depressed puerperal women. Rev Dor. 2014; 15 (2): 100-6. Tais exigências explicam porque no primeiro mês do puerpério o risco para desenvolver depressão é três vezes maior, quando comparado a outros períodos da vida da mulher.88 Cantilino A, Zambaldi CF, Sougey EB, Rennó Jr J. Transtornos psiquiátricos no pós-parto. Rev Psiquiatr Clin. 2010; 37 (6): 788-294.

No que diz respeito aos sintomas da depressão associada ao nascimento de um bebê, iniciam geralmente entre a quarta e a oitava semana após o parto alcançando habitualmente sua intensidade máxima nos seis primeiros meses, sendo a segunda causa de adoecimento de mulheres no mundo, podendo levar ao suicídio, um dos principais fatores de mortalidade entre mulheres em idade fértil.99 Marques L de C, Silva WRV, Lima VP, Nunes JT, Ferreira AGN, Fernandes MN de F. Saúde mental materna: rastreando os riscos causadores da depressão pós-parto. Jounal Heal NPEPS. 2016; 1 (2): 145-59. Os sintomas da depressão pós-parto estão associados principalmente ao humor depressivo, medo, ansiedade, desânimo e até pensamentos autodestrutivos ou desejos de causar danos à criança.99 Marques L de C, Silva WRV, Lima VP, Nunes JT, Ferreira AGN, Fernandes MN de F. Saúde mental materna: rastreando os riscos causadores da depressão pós-parto. Jounal Heal NPEPS. 2016; 1 (2): 145-59. Arrais et al.1010 Arrais AR, Araujo TC, Ferreira C. Pré-Natal Psicológico: perspectivas para atuação do psicólogo em saúde materna no Brasil. Rev Soc Bras Psicol Hosp. 2016; 19 (1): 103-16. destacam a existência de três distúrbios que são característicos do período puerperal: a melancolia da maternidade (baby blues), a depressão pós-parto e a psicose puerperal.

Angelo et al.,77 Angelo RCO, Sabino LF, Schwingel PA, Lima APO, Zambaldi CF, Cantilino A, et al. Pain and associated factors in depressed and non depressed puerperal women. Rev Dor. 2014; 15 (2): 100-6. descrevem que muitas vezes a depressão e ansiedade são transtornos de humor usualmente associados à persistência do quadro doloroso. Nesta perspectiva, em função da tríade medo-tensão-dor que coexistem com a gravidez, parto e pós-parto, em que o quadro emocional está diretamente relacionado às funções musculares e fisiológicas, poderá então ocorrer, na mulher, a evolução da depressão no pós-parto.

Diante do exposto o objetivo deste estudo foi verificar a prevalência do transtorno de ansiedade e de depressão e fatores associados no pós-parto de puérperas no município de Ponta Grossa, Paraná.

Métodos

Trata-se de um estudo epidemiológico transversal, realizado em um ambulatório de atendimento de recém-nascidos do município de Ponta Grossa, todas as puérperas do município são atendidas nesse serviço para aplicação das primeiras doses de vacina nos recém-natos. A coleta de dados foi realizada no período de março de 2016 a março de 2017.

Foram avaliadas 250 puérperas (amostra de conveniência) com aplicação de formulário para levantamento de dados socioeconômicos e de ansiedade e depressão. Os critérios de inclusão na pesquisa foram: mulher em fase de puerpério com a última gestação tendo ocorrido em uma data igual ou inferior a quatro semanas da data de aplicação dos questionários e aceite participar da pesquisa. Os critérios de exclusão foram: se negar a participar ou que não concluíssem o preenchimento dos formulários.

Primeiramente foi esclarecido o objetivo da pesquisa a todas as puérperas convidadas, sendo então disponibilizado a elas o termo de consentimento livre e esclarecido. Após o aceite de participação, foi aplicado um questionário para levantamento de dados socioeconômicos, elaborado pelos autores. As variáveis de interesse foram: idade, escolaridade, raça, religião, emprego, planejamento do filho e aceitação da gravidez por parte dela, do pai e da família, estado civil, renda, número de consultas pré-natais realizadas, preferência pelo sexo da criança e a data de nascimento da criança.

Para o levantamento da prevalência de ansiedade aplicou-se o questionário de ansiedade de Beck II – BAI versão em português, sendo caracterizada "ansiedade grau mínimo" quando a pontuação variou entre 0 a 7 pontos, "ansiedade leve" de 8 a 15"ansiedade moderada" de 16 a 25 e "ansiedade severa" de 26 a 63 pontos.

Para a avaliação de depressão pós- parto, foi utilizado o questionário de depressão de Beck – BDI II (versão em português) composto por 21 perguntas com diferentes alternativas a respeito de como o sujeito tem se sentido recentemente, podendo haver como resultado: "ausência de depressão ou depressão leve", quando pontuou menos de 10 pontos, "leve a moderada" entre 10 e 18, "moderada a grave" entre 19 e 29 e "depressão grave" entre 30 e 63 pontos.1111 Gomes-Oliveira MH, Gorenstein C, Neto FL, Andrade LH, Wang YP. Validation of the Brazilian Portuguese Version of the Beck Depression Inventory-II in a community sample. Rev Bras Psiquiatr. 2012; 34 (4): 389-94.

Inicialmente, procedeu-se a avaliação da frequência relativa das variáveis segundo a classificação da BDI (sem depressão ou depressão leve, depressão leve a moderada, depressão moderada a grave e depressão grave) e segundo a classificação da BAI (grau mínimo de ansiedade, ansiedade leve, moderada e severa). As variáveis avaliadas foram: escolaridade, raça, religião, emprego, estado civil, renda, planejamento, apoio familiar, apoio do pai, interrupção gestacional e preferência pelo sexo da criança.

Após a obtenção das frequências relativas, verificaram-se os perfis de ansiedade e depressão com análise de correspondência múltipla. A análise de correspondência múltipla é uma alternativa de análise de componentes principais ou análise fatorial para dados qualitativos. Dado que as variáveis dependentes (classificação da BDI e BAI) não são binárias, o uso de uma alternativa a análises convencionais fez-se necessário. Nesta análise, a tabela de contingência ou tabela de frequência cruzada produzida quando do cruzamento de duas ou mais variáveis é transformada em uma matriz com as probabilidades condicionais dos valores originais da tabela. De modo que o produto final mostra um espaço bidimensional definido pelos dois mais importantes eixos de variabilidade das variáveis. Desta forma, a associação entre as variáveis é verificada pela proximidade dos eixos formados por cada uma e a intensidade destas associações é verificada pela distância dos mesmos à origem assumindo que, quanto mais distante da origem, menos aleatório o comportamento da variabilidade do vetor.1212 Greenacre MJ. Correspondence analysis in practice. 2 ed. Chapman & Hall/CRC, editor. Boca Raton; 2007. 280 p. Assim, quando distantes dos eixos e próximos entre si, os vetores foram considerados significativos e associados.

As análises foram realizadas no ambiente R (R Core Team, 2017)1313 The R Core Team. R: A language and environment for statistical computing [Internet]. R Foundation for Statistical Computing, editor. Viena, Austria; 2017. Available from: http://www.r-project.org/
http://www.r-project.org/...
e a análise de correspondência múltipla com o pacote “ca”.1414 Greenacre M, Nenadić O. Correspondence Analysis in R, with Two- and Three-dimensional Graphics: The ca Package. J Stat Softw. 2007; 20 (3): 1-13.

O estudo foi aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Estadual de Ponta Grossa sob parecer n° 1.176.598/2015.

Resultados

Na Tabela 1, são descritas as frequências de depressão na classificação BDI, segundo as variáveis de estudo. Não houve mulheres classificadas como depressão grave, 81,2% foram consideradas como sem depressão ou depressão leve, 14,4% como depressão leve a moderada e 4,4% como depressão moderada a grave. Entre as frequências das variáveis sociodemográficas, 45,2% do total estavam sem depressão e frequentaram até o ensino médio, 50,0% da raça branca, 40,2% da religião católica, 48,8% estavam desempregadas ou encostadas, 66,8% casadas ou em união estável e 46,0% com renda familiar de 1 a 3 salários mínimos (Tabela 1).

Tabela 1
Frequência de depressão em puérperas na classificação BDI, segundo condições sociodemográficas e de saúde. Ponta Grossa, Paraná; 2017.

Para as variáveis relacionadas à gestação, ainda na Tabela 1, 43,6% do total estavam sem depressão e o parto foi cesárea, 45,2% a gestação foi planejada, 76,0% tiveram muito apoio familiar, 75,6% tiveram muito apoio do pai, 80,4% não interromperam gestação e 61,6% não tinham preferência pelo sexo (Tabela 1).

Na Tabela 2, estão apresentadas as variáveis de estudo segundo a classificação da BAI. A maior frequência foi de grau mínimo de ansiedade, com 68,4%, seguindo de 21,6% de ansiedade leve, 7,6% de ansiedade moderada e 2,4% de ansiedade severa. Entre as frequências das variáveis sociodemográficas, 36,8% do total estavam em grau mínimo de ansiedade e frequentaram até o ensino médio, 40,0% da raça branca, 34,5% da religião católica, 39,2% estavam desempregadas ou encostadas, 56,4% casadas ou em união estável e 39,2% com renda familiar de 1 a 3 salários mínimos (Tabela 2).

Tabela 2
Frequência de ansiedade em puérperas na classificação BAI, segundo condições sociodemográficas e de saúde. Ponta Grossa, Paraná; 2017.

Para as variáveis relacionadas à gestação, ainda na Tabela 2, 33,2% do total estavam em grau mínimo de ansiedade e o parto foi vaginal, 39,6% a gestação foi planejada, 64,0% tiveram muito apoio familiar, 63,2%% tiveram muito apoio do pai, 68,0% não interromperam gestação e 50,0% não tinham preferência pelo sexo (Tabela 2).

Nas Figuras 1 e 2 estão apresentadas as análises de correspondência múltipla de acordo com a classificação da BDI (Figura 1) e BAI (Figura 2). Não houve um perfil de associação significativo entre depressão e as variáveis sociodemográficas ou as relacionadas ao parto. Conforme apresentado na Figura 1, os vetores principais (BDI_1 = sem depressão ou depressão leve, BDI_2 = depressão leve a moderada e BDI_3 = depressão moderada a grave) não apresentaram-se próximos de outras variáveis e/ou distantes dos eixos.

Figura 1
Análise de correspondência múltipla entre variáveis sociodemográficas e condições de saúde e depressão em puérperas na classificação BDI. Ponta Grossa, Parana; 2017.
Figura 2
Análise de correspondência múltipla entre variáveis sociodemográficas e condições de saúde e ansiedade em puérperas na classificação BAI. Ponta Grossa, Paraná; 2017.

Já para a ansiedade, pode-se inferir que na avaliação das variáveis sociodemográficas, houve associação significativa entre a ansiedade moderada e a raça amarela/indígena. E, na avaliação das variáveis relacionadas à gestação, houve associação significativa entre a ansiedade severa e o pouco apoio do pai e ter interrompido a gestação. Conforme apresentado na Figura 2, os vetores principais (BAI_1 = grau mínimo de ansiedade, BAI_2 = ansiedade leve, BAI_3 = ansiedade moderada ou BAI_4 = ansiedade severa) mostraram-se associados a um dos vetores de raça nas variáveis sociodemográficas e do apoio do pai e interrupção da gestação nas variáveis relacionadas à gestação.

Discussão

No presente estudo verificou-se prevalência de depressão e ansiedade nos níveis importantes (de moderada a grave) abaixo dos parâmetros encontrados em outros estudos.1515 Faisal-Cury A, Menezes PR. Ansiedade no puerpério: prevalência e fatores de risco. Rev Bras Ginecol Obstet. 2006; 28 (3): 171-8.,1616 Silva M de AP, Demitto M, Agnolo C, Torres M, Carvalho M, Pelloso S. Tristeza materna em puérperas e fatores associados. Rev Port Enferm Saúde Ment. 2017; 18 (18): 8-13.

Os dados de prevalência para depressão e ansiedade em mulheres no período pós-parto é bastante discrepante, variando de 7,2% a 39,4%.1515 Faisal-Cury A, Menezes PR. Ansiedade no puerpério: prevalência e fatores de risco. Rev Bras Ginecol Obstet. 2006; 28 (3): 171-8.,1616 Silva M de AP, Demitto M, Agnolo C, Torres M, Carvalho M, Pelloso S. Tristeza materna em puérperas e fatores associados. Rev Port Enferm Saúde Ment. 2017; 18 (18): 8-13. Esta variabilidade entre a frequência de depressão e ansiedade poderia ser atribuída a heterogeneidade da amostra, diferenças econômicas e culturais, bem como os diversos métodos, escalas de avaliação e critérios, além da dificuldade de angariar dados fidedignos.

No entanto, mesmo com discrepâncias intensas acerca da prevalência da ansiedade e depressão no pós-parto é certo que as mulheres requerem atenção especial nesta fase da vida acerca destas condições. Neste período as mulheres estão mais propensas a desenvolver distúrbios psíquicos.1717 Figueira PG, Diniz LM, Filho HC da S. Características demográficas e psicossociais associadas à depressão pós-parto em uma amostra de Belo Horizonte. Rev Psiquiatr Rio Gd Sul. 2011; 33 (2): 71-5.,1818 Abuchaim E de SV, Caldeira NT, Di Lucca MM, Varela M, Silva IA. Depressão pós-parto e autoeficácia materna para amamentar: prevalência e associação. Acta Paul Enferm. 2017; 29 (6): 664-70.,1919 Poles MM, Carvalheira APP, Carvalhaes MA de BL, Parada CMG de L. Sintomas depressivos maternos no puerpério imediato: fatores associados. Acta Paul Enferm. 2018; 31 (4): 351-8. Ao tornar-se mãe, ocorre uma transição de vida importante que requer adaptação as mudanças, novos papais são exigidos, as atividades sociais são modificadas ou deixadas em segundo plano, acontecem cobranças socioculturais, familiares e pessoais, ocorrem transformações em nível hormonal, físico e emocional, condições que favorecem instabilidade emocional, que em maior ou menor grau, podem gerar quadros de ansiedade e depressão.1717 Figueira PG, Diniz LM, Filho HC da S. Características demográficas e psicossociais associadas à depressão pós-parto em uma amostra de Belo Horizonte. Rev Psiquiatr Rio Gd Sul. 2011; 33 (2): 71-5.,1818 Abuchaim E de SV, Caldeira NT, Di Lucca MM, Varela M, Silva IA. Depressão pós-parto e autoeficácia materna para amamentar: prevalência e associação. Acta Paul Enferm. 2017; 29 (6): 664-70.,1919 Poles MM, Carvalheira APP, Carvalhaes MA de BL, Parada CMG de L. Sintomas depressivos maternos no puerpério imediato: fatores associados. Acta Paul Enferm. 2018; 31 (4): 351-8.,2020 Hartmann JM, Mendoza-Sassi RA, Cesar JA. Depressão entre puérperas: prevalência e fatores associados. Cad Saúde Pública. 2017; 33 (9): 1-10.,2121 De Melo, Synara Barbosa Jordão RRR, Guimarães, Fernanda Jorge Perrellii JGA, Cantilino A, Sougey EB. Sintomas depressivos em puérperas atendidas em Unidades de Saúde da Família. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2018; 18 (1): 171-7.

Os transtornos psiquiátricos predispõem várias repercussões negativas sobre a paciente, a criança e as relações familiares, a curto, médio e longo prazo.11 Beltrami L, De Moraes AB, De Souza APR. Ansiedade materna puerperal e risco para o desenvolvimento infantil. Disturb Comun. 2013; 25 (2): 229-39.,1717 Figueira PG, Diniz LM, Filho HC da S. Características demográficas e psicossociais associadas à depressão pós-parto em uma amostra de Belo Horizonte. Rev Psiquiatr Rio Gd Sul. 2011; 33 (2): 71-5.,1818 Abuchaim E de SV, Caldeira NT, Di Lucca MM, Varela M, Silva IA. Depressão pós-parto e autoeficácia materna para amamentar: prevalência e associação. Acta Paul Enferm. 2017; 29 (6): 664-70.,2121 De Melo, Synara Barbosa Jordão RRR, Guimarães, Fernanda Jorge Perrellii JGA, Cantilino A, Sougey EB. Sintomas depressivos em puérperas atendidas em Unidades de Saúde da Família. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2018; 18 (1): 171-7. Para a mulher, a depressão pós-parto, pode se arrastar por vários anos, além de potencializar as chances de outros quadros depressivos.1717 Figueira PG, Diniz LM, Filho HC da S. Características demográficas e psicossociais associadas à depressão pós-parto em uma amostra de Belo Horizonte. Rev Psiquiatr Rio Gd Sul. 2011; 33 (2): 71-5.,1818 Abuchaim E de SV, Caldeira NT, Di Lucca MM, Varela M, Silva IA. Depressão pós-parto e autoeficácia materna para amamentar: prevalência e associação. Acta Paul Enferm. 2017; 29 (6): 664-70.,2121 De Melo, Synara Barbosa Jordão RRR, Guimarães, Fernanda Jorge Perrellii JGA, Cantilino A, Sougey EB. Sintomas depressivos em puérperas atendidas em Unidades de Saúde da Família. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2018; 18 (1): 171-7. Ainda, a relação com a criança também fica prejudicada, podendo influenciar negativamente no aleitamento materno,1515 Faisal-Cury A, Menezes PR. Ansiedade no puerpério: prevalência e fatores de risco. Rev Bras Ginecol Obstet. 2006; 28 (3): 171-8.,1818 Abuchaim E de SV, Caldeira NT, Di Lucca MM, Varela M, Silva IA. Depressão pós-parto e autoeficácia materna para amamentar: prevalência e associação. Acta Paul Enferm. 2017; 29 (6): 664-70. na habilidade materna de responder à demanda envolvida nos cuidados, capacidade de engajamento positivo e contato emocional com o bebê.1717 Figueira PG, Diniz LM, Filho HC da S. Características demográficas e psicossociais associadas à depressão pós-parto em uma amostra de Belo Horizonte. Rev Psiquiatr Rio Gd Sul. 2011; 33 (2): 71-5. O impacto sobre a criança também é significativo. Para além dos supracitados, estes podem apresentar dificuldades no desenvolvimento emocional e comportamental, bem como atraso no desenvolvimento cognitivo e no ganho ponderal.11 Beltrami L, De Moraes AB, De Souza APR. Ansiedade materna puerperal e risco para o desenvolvimento infantil. Disturb Comun. 2013; 25 (2): 229-39.,1717 Figueira PG, Diniz LM, Filho HC da S. Características demográficas e psicossociais associadas à depressão pós-parto em uma amostra de Belo Horizonte. Rev Psiquiatr Rio Gd Sul. 2011; 33 (2): 71-5.,2222 Gonçalves APAA, Pereira P de S, Oliveira V de C, Gasparino R. Reconhecendo e intervindo na depressão pós-parto. Rev Saúde Foco. 2018; (10): 264-8. Além disso, sentimentos depressivos são capazes de alterar a autopercepção da mulher e gerar conflitos nos seus relacionamentos familiares.2121 De Melo, Synara Barbosa Jordão RRR, Guimarães, Fernanda Jorge Perrellii JGA, Cantilino A, Sougey EB. Sintomas depressivos em puérperas atendidas em Unidades de Saúde da Família. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2018; 18 (1): 171-7.

Diferentemente do encontrado na literatura, a depressão nas mulheres investigadas no presente estudo, não apresentou-se associada a nenhuma variável sociodemográfica ou as relacionadas ao parto,1717 Figueira PG, Diniz LM, Filho HC da S. Características demográficas e psicossociais associadas à depressão pós-parto em uma amostra de Belo Horizonte. Rev Psiquiatr Rio Gd Sul. 2011; 33 (2): 71-5.,1919 Poles MM, Carvalheira APP, Carvalhaes MA de BL, Parada CMG de L. Sintomas depressivos maternos no puerpério imediato: fatores associados. Acta Paul Enferm. 2018; 31 (4): 351-8.,2020 Hartmann JM, Mendoza-Sassi RA, Cesar JA. Depressão entre puérperas: prevalência e fatores associados. Cad Saúde Pública. 2017; 33 (9): 1-10.,2222 Gonçalves APAA, Pereira P de S, Oliveira V de C, Gasparino R. Reconhecendo e intervindo na depressão pós-parto. Rev Saúde Foco. 2018; (10): 264-8.,2323 Zaconeta AM, De queiroz IFB de, Amato AA, Da motta LDC, Casulari LA. Depression with postpartum onset: a prospective cohort study in women undergoing elective cesarean section in Brasilia, Brazil. Rev Bras Ginecol Obstet. 2013; 35 (3): 130-5.,2424 Alfaia RDM, Reis LR, Magalhães MM. Uso da Escala de Edinburgh pelo enfermeiro na identificação da depressão pós parto: revisão integrativa da literatura. Rev Ciênc Soc. 2016; 1 (1): 1-19. condição que poderia estar ligada `a utilização no presente estudo de um método mais robusto de análise (classificação BDI e BAI), diferente do comumente utilizado na literatura. Não obstante, também não existe um consenso na literatura, mas, os principais fatores de risco citados são: ser solteira, ocorrência de disforia no pós-parto, sintomas depressivos e ansiosos durante a gravidez, história de depressão, eventos de vida estressantes durante a gravidez, complicações médicas no pós-parto e ausência de suporte social.1717 Figueira PG, Diniz LM, Filho HC da S. Características demográficas e psicossociais associadas à depressão pós-parto em uma amostra de Belo Horizonte. Rev Psiquiatr Rio Gd Sul. 2011; 33 (2): 71-5.,1919 Poles MM, Carvalheira APP, Carvalhaes MA de BL, Parada CMG de L. Sintomas depressivos maternos no puerpério imediato: fatores associados. Acta Paul Enferm. 2018; 31 (4): 351-8.,2020 Hartmann JM, Mendoza-Sassi RA, Cesar JA. Depressão entre puérperas: prevalência e fatores associados. Cad Saúde Pública. 2017; 33 (9): 1-10.,2222 Gonçalves APAA, Pereira P de S, Oliveira V de C, Gasparino R. Reconhecendo e intervindo na depressão pós-parto. Rev Saúde Foco. 2018; (10): 264-8.,2323 Zaconeta AM, De queiroz IFB de, Amato AA, Da motta LDC, Casulari LA. Depression with postpartum onset: a prospective cohort study in women undergoing elective cesarean section in Brasilia, Brazil. Rev Bras Ginecol Obstet. 2013; 35 (3): 130-5.,2424 Alfaia RDM, Reis LR, Magalhães MM. Uso da Escala de Edinburgh pelo enfermeiro na identificação da depressão pós parto: revisão integrativa da literatura. Rev Ciênc Soc. 2016; 1 (1): 1-19.

Já para a ansiedade em níveis elevados, verificou-se, no presente estudo, associação com a cor, pouco apoio do pai e ter interrompido a gestação. A ansiedade maior das mulheres amarela/indígena, em detrimento as brancas, pode ser explicada pelo reflexo desta desigualdade racial nas diversas dimensões da vida social existente e bem consolidadas no Brasil. Segmentos socialmente menos favorecidos, incluindo pretos, pardos e indígenas, apresentam níveis mais elevados de adoecimento e de morte por causas evitáveis, menor acesso e utilização de serviços de saúde, maiores níveis de mortalidade materna, maior risco de terem um pré-natal inadequado e pior gradiente de cuidado em saúde em todo o ciclo gravídico e puerperal.2525 Leal M do C, da Gama SGN, Pereira APE, Pacheco VE, Do Carmo CN, Santos RV. A cor da dor: iniquidades raciais na atenção pré-natal e ao parto no Brasil. Cad Saúde Coletiva. 2017;33 (Supl.1): 1-17.

A falta de suporte social, em especial do pai, destacou-se como um fator predisponente de ansiedade. Estudos concordam com o presente achado, inferindo que a ajuda e o apoio emocional nos cuidados pós-natais são fatores protetores.11 Beltrami L, De Moraes AB, De Souza APR. Ansiedade materna puerperal e risco para o desenvolvimento infantil. Disturb Comun. 2013; 25 (2): 229-39.,1717 Figueira PG, Diniz LM, Filho HC da S. Características demográficas e psicossociais associadas à depressão pós-parto em uma amostra de Belo Horizonte. Rev Psiquiatr Rio Gd Sul. 2011; 33 (2): 71-5.,2424 Alfaia RDM, Reis LR, Magalhães MM. Uso da Escala de Edinburgh pelo enfermeiro na identificação da depressão pós parto: revisão integrativa da literatura. Rev Ciênc Soc. 2016; 1 (1): 1-19. Ter auxílio neste processo de construção de ser mãe, destes novos papéis e habilidades que a maternidade exige diminui sentimentos de medo e insegurança, e também de culpa e incapacidade.11 Beltrami L, De Moraes AB, De Souza APR. Ansiedade materna puerperal e risco para o desenvolvimento infantil. Disturb Comun. 2013; 25 (2): 229-39.,1717 Figueira PG, Diniz LM, Filho HC da S. Características demográficas e psicossociais associadas à depressão pós-parto em uma amostra de Belo Horizonte. Rev Psiquiatr Rio Gd Sul. 2011; 33 (2): 71-5.,2121 De Melo, Synara Barbosa Jordão RRR, Guimarães, Fernanda Jorge Perrellii JGA, Cantilino A, Sougey EB. Sintomas depressivos em puérperas atendidas em Unidades de Saúde da Família. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2018; 18 (1): 171-7.,2222 Gonçalves APAA, Pereira P de S, Oliveira V de C, Gasparino R. Reconhecendo e intervindo na depressão pós-parto. Rev Saúde Foco. 2018; (10): 264-8. Se tal suporte não for suficiente, o vínculo mãe-bebê pode ser dificultado, podendo ser inexistente ou exacerbado, gerando sintomas impactantes na vida do casal e dos filhos.11 Beltrami L, De Moraes AB, De Souza APR. Ansiedade materna puerperal e risco para o desenvolvimento infantil. Disturb Comun. 2013; 25 (2): 229-39.

O estudo de Beltrami et al.,11 Beltrami L, De Moraes AB, De Souza APR. Ansiedade materna puerperal e risco para o desenvolvimento infantil. Disturb Comun. 2013; 25 (2): 229-39. verificou que mães com suporte do cônjuge foram as que apresentaram níveis mínimos de ansiedade. Ao contrário, no caso das mães solteiras ou sem companheiro, houve associação positiva com a presença de ansiedade já que estas mulheres estavam realmente sós e sem apoio para o cuidado com o filho. Logo, o suporte familiar, tem grande peso para a manutenção da saúde mental e enfrentamento de situações estressantes, além da adequação de comportamentos maternos em relação aos filhos.2424 Alfaia RDM, Reis LR, Magalhães MM. Uso da Escala de Edinburgh pelo enfermeiro na identificação da depressão pós parto: revisão integrativa da literatura. Rev Ciênc Soc. 2016; 1 (1): 1-19.

A relação da ansiedade com ter interrompido a gestação pode ser justificada pela maior fragilidade em que a mulher se encontra ao ter vivenciado durante a gestações passadas condições estressoras significativas,2020 Hartmann JM, Mendoza-Sassi RA, Cesar JA. Depressão entre puérperas: prevalência e fatores associados. Cad Saúde Pública. 2017; 33 (9): 1-10. como a morte. Existe uma suposição de que esses abortos podem levar a consequências psicológicas adversas e elas podem externalizar de formas diferentes a experiência de parto passado. A mãe pode depositar nesta nova fase de vida uma preocupação excessiva quanto a saúde e desenvolvimento do bebê, possibilidade de perda e pelas perspectivas sobre sua condição de vida futura, atrelada a uma sensação de susceptibilidade e incapacidade, e estas podem elevar quadros de ansiedade.2121 De Melo, Synara Barbosa Jordão RRR, Guimarães, Fernanda Jorge Perrellii JGA, Cantilino A, Sougey EB. Sintomas depressivos em puérperas atendidas em Unidades de Saúde da Família. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2018; 18 (1): 171-7.

Frente ao exposto, é importante que os gestores de saúde invistam em ações de atenção à saúde mental materna, em todo o período gravídico e puerperal, que atendam ao reconhecimento dos fatores de risco individuais e coletivos aos diagnóstico precoce e os mecanismos de prevenção, proteção, tratamento, recuperação e manutenção da saúde mental das mulheres, para garantia de qualidade de vida destas e seus familiares.

Nessa linha de raciocínio, a incorporação de um profissional na área de saúde mental junto as pacientes de risco, e capacitação de equipes de saúde que atendem o pré-natal, parto e puerpério para manejo e suporte adequado das pacientes, neste momento tão delicado, seria uma ajuda valiosa para evitar os impactos negativos destes distúrbios na vida da mãe e da criança.2020 Hartmann JM, Mendoza-Sassi RA, Cesar JA. Depressão entre puérperas: prevalência e fatores associados. Cad Saúde Pública. 2017; 33 (9): 1-10.

O desenho do estudo, transversal, não permite estabelecer inferências causais entre ansiedade e depressão pós-parto e as variáveis sociodemográficas e obstétricas estudadas. Ainda, não pode se inferir se o nível de ansiedade e depressão era causa ou consequência das variáveis explicativas estudadas. Vale destacar também que o presente estudo utilizou-se de duas escalas de autoavaliação e não critérios psiquiátricos para classificar a depressão e ansiedade. No entanto, as limitações apontadas não desmerecem a importância do estudo em disseminar o conhecimento destes agravos em puérperas.

Conclui-se que a prevalência de depressão e ansiedade nos níveis importantes (de moderada a grave) encontrada nas puérperas investigadas foram abaixo dos parâmetros encontrados em outros estudos. Esta condição não exime a responsabilidade dos gestores para ter um olhar cauteloso acerca da temática e investir em estratégias que minimizem ainda mais estes quadros, visto que seus impactos para vida da mãe, criança e familiares é bastante significativo. Não houve associação entre condições demográficas e de saúde com a depressão pós-parto, mas, em relação à ansiedade, a cor amarela/indígena, a falta de suporte paterna e a interrupção de gestações anteriores apresentaram associação as condições mais avançadas de ansiedade.

References

  • 1
    Beltrami L, De Moraes AB, De Souza APR. Ansiedade materna puerperal e risco para o desenvolvimento infantil. Disturb Comun. 2013; 25 (2): 229-39.
  • 2
    De Oliveira MJM, Dunningham W. Prevalência e fatores de risco relacionados a depressão pós-parto em salvador. Rev Bras Neurol Psiquiatr. 2015; 19 (2): 72-83.
  • 3
    Abelha L. Depressão, uma questão de saúde pública. [Editorial] Cad Saúde Coletiva. 2014; 22 (3): 223.
  • 4
    Ruschi GEC, Sun SY, Mattar R, Filho AC, Zandonade E, de Lima VJ. Aspectos epidemiológicos da depressão pós-parto em amostra brasileira. Rev Psiquiatr do Rio Gd do Sul. 2007; 29 (3): 274-80.
  • 5
    Brito CNO, Alves S V, Ludermir AB, de Araújo TVB. Depressão pós-parto entre mulheres com gravidez não pretendida. Rev Saúde Pública. 2015; 49 (33): 1-9.
  • 6
    Greinert BRM, Milani R G. Depressão Pós-Parto: Uma Compreensão Psicossocial. Psicol Teor Prát. 2015; 17 (1): 26-36.
  • 7
    Angelo RCO, Sabino LF, Schwingel PA, Lima APO, Zambaldi CF, Cantilino A, et al. Pain and associated factors in depressed and non depressed puerperal women. Rev Dor. 2014; 15 (2): 100-6.
  • 8
    Cantilino A, Zambaldi CF, Sougey EB, Rennó Jr J. Transtornos psiquiátricos no pós-parto. Rev Psiquiatr Clin. 2010; 37 (6): 788-294.
  • 9
    Marques L de C, Silva WRV, Lima VP, Nunes JT, Ferreira AGN, Fernandes MN de F. Saúde mental materna: rastreando os riscos causadores da depressão pós-parto. Jounal Heal NPEPS. 2016; 1 (2): 145-59.
  • 10
    Arrais AR, Araujo TC, Ferreira C. Pré-Natal Psicológico: perspectivas para atuação do psicólogo em saúde materna no Brasil. Rev Soc Bras Psicol Hosp. 2016; 19 (1): 103-16.
  • 11
    Gomes-Oliveira MH, Gorenstein C, Neto FL, Andrade LH, Wang YP. Validation of the Brazilian Portuguese Version of the Beck Depression Inventory-II in a community sample. Rev Bras Psiquiatr. 2012; 34 (4): 389-94.
  • 12
    Greenacre MJ. Correspondence analysis in practice. 2 ed. Chapman & Hall/CRC, editor. Boca Raton; 2007. 280 p.
  • 13
    The R Core Team. R: A language and environment for statistical computing [Internet]. R Foundation for Statistical Computing, editor. Viena, Austria; 2017. Available from: http://www.r-project.org/
    » http://www.r-project.org/
  • 14
    Greenacre M, Nenadić O. Correspondence Analysis in R, with Two- and Three-dimensional Graphics: The ca Package. J Stat Softw. 2007; 20 (3): 1-13.
  • 15
    Faisal-Cury A, Menezes PR. Ansiedade no puerpério: prevalência e fatores de risco. Rev Bras Ginecol Obstet. 2006; 28 (3): 171-8.
  • 16
    Silva M de AP, Demitto M, Agnolo C, Torres M, Carvalho M, Pelloso S. Tristeza materna em puérperas e fatores associados. Rev Port Enferm Saúde Ment. 2017; 18 (18): 8-13.
  • 17
    Figueira PG, Diniz LM, Filho HC da S. Características demográficas e psicossociais associadas à depressão pós-parto em uma amostra de Belo Horizonte. Rev Psiquiatr Rio Gd Sul. 2011; 33 (2): 71-5.
  • 18
    Abuchaim E de SV, Caldeira NT, Di Lucca MM, Varela M, Silva IA. Depressão pós-parto e autoeficácia materna para amamentar: prevalência e associação. Acta Paul Enferm. 2017; 29 (6): 664-70.
  • 19
    Poles MM, Carvalheira APP, Carvalhaes MA de BL, Parada CMG de L. Sintomas depressivos maternos no puerpério imediato: fatores associados. Acta Paul Enferm. 2018; 31 (4): 351-8.
  • 20
    Hartmann JM, Mendoza-Sassi RA, Cesar JA. Depressão entre puérperas: prevalência e fatores associados. Cad Saúde Pública. 2017; 33 (9): 1-10.
  • 21
    De Melo, Synara Barbosa Jordão RRR, Guimarães, Fernanda Jorge Perrellii JGA, Cantilino A, Sougey EB. Sintomas depressivos em puérperas atendidas em Unidades de Saúde da Família. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2018; 18 (1): 171-7.
  • 22
    Gonçalves APAA, Pereira P de S, Oliveira V de C, Gasparino R. Reconhecendo e intervindo na depressão pós-parto. Rev Saúde Foco. 2018; (10): 264-8.
  • 23
    Zaconeta AM, De queiroz IFB de, Amato AA, Da motta LDC, Casulari LA. Depression with postpartum onset: a prospective cohort study in women undergoing elective cesarean section in Brasilia, Brazil. Rev Bras Ginecol Obstet. 2013; 35 (3): 130-5.
  • 24
    Alfaia RDM, Reis LR, Magalhães MM. Uso da Escala de Edinburgh pelo enfermeiro na identificação da depressão pós parto: revisão integrativa da literatura. Rev Ciênc Soc. 2016; 1 (1): 1-19.
  • 25
    Leal M do C, da Gama SGN, Pereira APE, Pacheco VE, Do Carmo CN, Santos RV. A cor da dor: iniquidades raciais na atenção pré-natal e ao parto no Brasil. Cad Saúde Coletiva. 2017;33 (Supl.1): 1-17.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    21 Fev 2022
  • Data do Fascículo
    Oct-Dec 2021

Histórico

  • Recebido
    27 Maio 2019
  • Revisado
    01 Jun 2021
  • Aceito
    25 Ago 2021
Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira Rua dos Coelhos, 300. Boa Vista, 50070-550 Recife PE Brasil, Tel./Fax: +55 81 2122-4141 - Recife - PR - Brazil
E-mail: revista@imip.org.br