Acessibilidade / Reportar erro

Avaliação da concordância interobservador no diagnóstico de lesões do anel pélvico posterior usando radiografia simples* * Trabalho realizado no Serviço de Ortopedia e Traumatologia, Hospital Cristo Redentor - Grupo Hospitalar Conceição, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil.

Resumo

Objetivo

Avaliar a concordância interobservador de radiologista, dois ortopedistas especialistas em quadril com experiência no tratamento de fraturas da pelve e acetábulo, dois ortopedistas gerais, dois residentes de ortopedia, e dois residentes de radiologia no diagnóstico de lesões do anel pélvico posterior usando radiografia simples.

Método

Estudo transversal, realizado em setembro de 2017. Foram selecionados retrospectivamente e de modo aleatório exames de 20 pacientes atendidos previamente com lesões traumáticas do anel pélvico posterior. Nove examinadores de diferentes áreas médicas avaliaram as radiografias simples de bacia, que foram comparadas com a tomografia computadorizada, considerada critério confirmatório de diagnóstico. A concordância interobservador foi analisada pelo teste de Kappa (κ), e com intervalos de confiança de 95% (IC95%).

Resultados

Foram encontradas pela tomografia computadorizada 28 lesões (23%; IC95%: 16-32%) em todos os casos avaliados. A concordância interobservador entre a radiografia simples e a tomografia computadorizada foi moderada nos médicos com mais experiência: o radiologista (κ = 0,461; IC95%: 0,270-0,652), os especialistas em quadril 1 e 2 (κ = 0,534; IC95%: 0,348-0,721; e κ = 0,431; IC95%: 0,235-0,627, respectivamente), e os ortopedistas gerais 1 e 2 (κ = 0,497; IC95%: 0,307-0,686; e κ = 0,449; IC95%: 0,254-0,645, respectivamente). Já com relação aos residentes de ortopedia e radiologia, a concordância interobservador foi considerada fraca. Nos diagnósticos de todos os examinadores, foram encontrados altos valores falso-negativos, principalmente nas fraturas da região posterior do ilíaco e nas fraturas do sacro.

Conclusão

Profissionais com mais experiência na área apresentam melhor capacidade de identificação de lesões do anel pélvico posterior por radiografia simples; porém, salienta-se que a radiografia simples de pelve esteve suscetível a avaliações falso-negativas da parte de todos os profissionais estudados.

Palavras-chave
educação médica; fraturas ósseas; radiologia; traumatologia

Abstract

Objective

To evaluate the interobserver agreement of a radiologist, two hip specialist orthopedists with experience in the treatment of pelvic and acetabulum fractures, two general orthopedists, two orthopedics residents and two radiology residents regarding the diagnosis of posterior pelvic ring injuries using plain radiography.

Method

A cross-sectional study conducted in September 2017. The exams of 20 patients who had been treated for traumatic lesions of the posterior pelvic ring were randomly selected.. A total of nine examiners from different medical fields evaluated the plain pelvic radiographs; those were compared with computed tomography, scans, which are considered a confirmatory diagnostic criterion. Interobserver agreement was assessed using the Kappa test (κ) and 95% confidence intervals (95%CIs).

Results

A total of 28 lesions were found by computed tomography (23%; 95%CI: 16-32%) among all of the cases evaluated. The interobserver agreement between plain radiography and computed tomography was moderate among physicians with more experience: a radiologist (κ = 0.461; 95%CI: 0.270-0.652), hip specialists 1 and 2 (κ = 0.534; 95%CI: 0.348-0.721 and κ = 0.431; 95%CI: 0.235-0.627 respectively), and general orthopedists 1 and 2 (κ = 0.497; 95%CI: 0.307-0.686 and κ = 0.449; 95%CI: 0.254-0.645 respectively). Among the orthopedics and radiology residents, the interobserver agreement was considered poor. High false negative values were found among all of the examiners, especially regarding posterior iliac fractures and sacrum fractures.

Conclusion

Professionals with greater experience in the field have a better ability to identify posterior pelvic ring lesions by plain radiography, but we emphasize that plain pelvic radiography was susceptible to false negative evaluations among all of the professionals assessed.

Keywords
medical education; bone fractures; radiology; traumatology

Introdução

A avaliação radiográfica simples da pelve se mantém o pilar diagnóstico inicial das fraturas do anel pélvico, sendo recomendada pelo programa Advanced Trauma Life Support (ATLS), do American College of Surgeons (ACS) Committee on Trauma (COT). No entanto, as lesões das estruturas constituintes do anel pélvico posterior (porção posterior do osso ilíaco, articulação sacroilíaca e sacro) são de difícil diagnóstico, podendo acarretar atraso e falha no tratamento.11 Vaccaro AR, Kim DH, Brodke DS, et al. Diagnosis and management of sacral spine fractures. Instr Course Lect 2004;53:375-385

Considera-se que os profissionais com mais experiência têm maior capacidade de diagnosticar as lesões do anel pélvico posterior por radiografia simples.22 Bucholz RW, Heckman JD, Court-Brown CM, Torneta P III. Rockwood and Green's fractures in adults. 8th ed. Philadelphia: Lippincott; 2015 No entanto, estudos demonstram alta frequência de falha no diagnóstico com o uso de radiografia simples, especialmente em lesões envolvendo as estruturas posteriores do anel pélvico, considerando imperativa a realização de tomografia computadorizada (TC), exame considerado o padrão-ouro no diagnóstico dessas lesões.33 Schicho A, Schmidt SA, Seeber K, Olivier A, Richter PH, Gebhard F. Pelvic X-raymisses out on detecting sacral fractures in the elderly - Importance of CT imaging in blunt pelvic trauma. Injury 2016;47 (03):707-710 Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a concordância interobservador de radiologista, ortopedistas especialistas em quadril, ortopedistas gerais, residentes de ortopedia, e residentes de radiologia no diagnóstico de lesões do anel pélvico posterior usando radiografia simples.

Materiais e Métodos

Estudo transversal, realizado em setembro de 2017, no Serviço de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Cristo Redentor (HCR) - Grupo Hospitalar Conceição (GHC), Porto Alegre, RS, Brasil. Esta pesquisa teve aprovação do Comitê de Ética da nossa instituição (CAAE: 72595617.7.0000.5530). Foram selecionados retrospectivamente exames de 20 pacientes de modo aleatório, por sorteio, atendidos previamente na emergência com lesões traumáticas do anel pélvico posterior. Foram incluídos na pesquisa somente casos com avaliação simultânea por radiografia simples em incidência ântero-posterior (AP) de bacia inicial e TC, sendo as TCs, na pesquisa, utilizadas como critério confirmatório de diagnóstico.

Examinadores e avaliação das imagens

Os nove examinadores eram médicos, dentre eles um radiologista com experiência mínima de dez anos na área de emergência traumatológica, dois ortopedistas especialistas em cirurgia do quadril com experiência mínima de dez anos de profissão e com experiência em cirurgia de fraturas da pelve e do acetábulo, dois ortopedistas de formação geral, dois residentes de ortopedia, e dois residentes de radiologia, todos com atuação em emergência.

A avaliação das imagens se sucedeu da seguinte forma: a) foi alocada uma sala reservada para projeção de slides com os nove examinadores; b) foi apresentada uma ficha com o desenho da pelve, permitindo que o examinador marcasse os sítios de lesões nas regiões do anel pélvico posterior: ilíaco posterior, articulação sacroilíaca, e sacro (Figura 1) para cada caso apresentado, bem como a ausência de lesão, se assim considerasse. Neste estudo, foram avaliados 120 sítios anatômicos por examinador; c) as radiografias dos casos selecionados foram apresentadas aos examinadores em projeção de slides, com tempo de 30 segundos para a apreciação de cada caso. Todos os casos selecionados apresentavam lesões do anel pélvico anterior identificáveis nas radiografias.

Fig. 1
Ficha do desenho da pelve para avaliação dos sítios de lesões nas regiões do anel pélvico posterior.

Análise dos dados

Os dados para variáveis categóricas foram apresentados por frequência (%). A concordância interobservador foi avaliada pelo teste de Kappa (κ), com intervalos de confiança de 95% (IC95%), e os valores assumidos para a concordância foram considerados da seguinte forma: 0.20: muito fraca; 0.21-0.40: fraca; 0.41-0.60: moderada; 0.61-0.80: boa; 0.81-1.00: muito boa.44 Liggieri AC, Tamanaha MJ, Abechain JJK, Ikeda TM, Dobashi ET. Concordância intra e interobservadores das diferentes classificações usadas na doença de Legg-Calvé-Perthes. Rev Bras Ortop 2015;50(06):680-5

5 Machado DG, Cerqueira SAC, de Lima AF, Mathias MB, Aramburu JPG, Rodarte RR. Statistical analysis on the concordance of the radiological evaluation of fractures of the distal radius subjected to traction. Rev Bras Ortop 2016;51(01):11-15
-66 Altman DG. Practical statistic formedical research. 3rd ed. London: Chapman and Hall; 1995 Como avaliação de referência foi assumido o diagnóstico oriundo da TC. Todas as análises foram realizadas utilizando o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS, IBM Corp., Armonk, NY, US), versão 22.0 para Windows.

Resultados

Foram determinadas pela TC 28 lesões no anel pélvico posterior, num total de 120 possibilidades de lesão (23%; IC95%: 16%-32%), uma vez que nossa ficha esquemática possibilitava identificação de 6 sítios de lesão para cada um dos 20 casos. A Tabela 1, apresenta a concordância interobservador entre a TC e a avaliação por radiografia simples. Nos examinadores com maior experiência, a concordância foi moderada: radiologista (κ = 0,461; IC95%: 0,270-0,652), especialistas em quadril 1 e 2 (κ = 0,534; IC95%: 0,348-0,721; e κ = 0,431; IC95%: 0,235-0,627, respectivamente), e ortopedistas gerais 1 e 2 (κ = 0,497; IC95%: 0,307-0,686; e κ = 0,449; IC95%: 0,254-0,645, respectivamente). Quando comparado o resultado da TC com os diagnósticos dos residentes de ortopedia e radiologia, a concordância interobservador foi considerada fraca (Tabela 1).

Tabela 1
Concordância interobservador dos diagnósticos (por radiografia simples) de lesões nas regiões do anel pélvico posterior, comparados à TC

Nos diagnósticos de todos os examinadores, foram encontrados altos valores falso-negativos: radiologista (46%), especialistas em quadril 1 e 2 (46% e 54%, respectivamente), ortopedistas gerais 1 e 2 (46% e 54%, respectivamente), residentes de ortopedia 1 e 2 (57% e 61%, respectivamente) e residentes de radiologia 1 e 2 (57% e 57%, respectivamente).

Na Figura 2 são apresentadas as 28 lesões, de acordo com seus respectivos sítios anatômicos, tendo sido encontradas na TC 3 fraturas no ilíaco posterior, 10 lesões de articulação sacroilíaca, e 15 fraturas do sacro. Na Figura 3, são apresentadas as lesões encontradas em cada sítio anatômico estudado com relação aos respectivos examinadores.

Fig. 2
Sítios avaliados na tomografia computadorizada (TC) das regiões do anel pélvico posterior (ilíaco posterior, articulação sacroilíaca e sacro) com ou sem presença de lesões.

Fig. 3
Número de lesões do anel pélvico posterior por sítio e examinador.

Discussão

Neste estudo, identificamos que profissionais experientes apresentam uma maior capacidade de diagnosticar lesões do anel pélvico posterior por meio da radiografia simples. Entretanto, a radiografia simples esteve suscetível a um elevado percentual de avaliações falso-negativas entre todos os examinadores quando comparada com a TC, ou seja, houve grande dificuldade de identificar as fraturas do ilíaco posterior e do sacro.

As lesões do anel pélvico posterior são graves e de difícil diagnóstico,77 Young JW, Burgess AR, Brumback RJ, Poka A. Pelvic fractures: value of plain radiography in early assessment and management. Radiology 1986;160(02):445-451

8 Denis F, Davis S, Comfort T. Sacral fractures: an important problem. Retrospective analysis of 236 cases. Clin Orthop Relat Res 1988;227(227):67-81

9 Kokubo Y, Oki H, Sugita D, et al. Functional outcome of patients with unstable pelvic ring fracture. J Orthop Surg (Hong Kong) 2017;25(01):2309499016684322
-1010 Dominguez S, Liu P, Roberts C, MandellM, Richman PB. Prevalence of traumatic hip and pelvic fractures in patients with suspected hip fracture and negative initial standard radiographs-a study of emergency department patients. Acad Emerg Med 2005;12(04): 366-369 exigindo, muitas vezes, estabilização de urgência que restabeleça, do ponto de vista hemodinâmico, o paciente politraumatizado1111 Heetveld MJ, Harris I, Schlaphoff G, Sugrue M. Guidelines for the management of haemodynamically unstable pelvic fracture patients. ANZ J Surg 2004;74(07):520-529

12 Osborn PM, Smith WR, Moore EE, et al. Direct retroperitoneal pelvic packing versus pelvic angiography: A comparison of two management protocols for haemodynamically unstable pelvic fractures. Injury 2009;40(01):54-60

13 Rommens PM, Hofmann A, Hessmann MH. Management of acute hemorrhage in pelvic trauma: an overview. Eur J Trauma Emerg Surg 2010;36(02):91-99
-1414 Suzuki T, Smith WR, Moore EE. Pelvic packing or angiography: competitive or complementary? Injury 2009;40(04): 343-353 e/ou procedimentos cirúrgicos subsequentes com vistas à fixação de fraturas ou luxações, permitindo o retorno do paciente à sua melhor condição funcional.

A radiografia da pelve é indicada como um dos exames de rotina no atendimento em traumas de alta energia; porém, em algumas situações, este exame é insuficiente para o diagnóstico, classificação, e estabelecimento de conduta.1515 Garras DN, Carothers JT, Olson SA. Single-leg-stance (flamingo) radiographs to assess pelvic instability: how much motion is normal? J Bone Joint Surg Am 2008;90(10):2114-2118

16 Kool DR, Blickman JG. Advanced Trauma Life Support. ABCDE from a radiological point of view. Emerg Radiol 2007;14(03): 135-141

17 Koo H, LeveridgeM, Thompson C, et al. Interobserver reliability of the young-burgess and tile classification systems for fractures of the pelvic ring. J Orthop Trauma 2008;22(06):379-384

18 Savolaine ER, Ebraheim NA, Rusin JJ, Jackson WT. Limitations of radiography and computed tomography in the diagnosis of transverse sacral fracture from a high fall. A case report. Clin Orthop Relat Res 1991;(272):122-126
-1919 Henes FO, Nüchtern JV, Groth M, et al. Comparison of diagnostic accuracy of Magnetic Resonance Imaging and Multidetector Computed Tomography in the detection of pelvic fractures. Eur J Radiol 2012;81(09):2337-2342 Os fatores que tornam a avaliação pélvica difícil por meio da radiografia isolada são a ausência de preparo do paciente, havendo a presença de artefatos como gás, conteúdo fecal, e globo vesical, além da complexa conformação tridimensional da pelve.2020 Shin DS, Jang HG, Hwang SB, Har DH, Moon YL, Chung MS. Twodimensional sectioned images and three-dimensional surface models for learning the anatomy of the female pelvis. Anat Sci Educ 2013;6(05):316-323,2121 Cohen AS, McNeill JM, Calkins E, Sharp JT, Schubart A. The "normal" sacroiliac joint. Analysis of 88 sacroiliac roentgenograms. Am J Roentgenol Radium Ther Nucl Med 1967;100(03): 559-563 Devido ao ângulo de inclinação do sacro, apenas uma visualização limitada é permitida na radiografia em incidência AP da pelve.11 Vaccaro AR, Kim DH, Brodke DS, et al. Diagnosis and management of sacral spine fractures. Instr Course Lect 2004;53:375-385

A TC muitas vezes não está disponível em centros não especializados,88 Denis F, Davis S, Comfort T. Sacral fractures: an important problem. Retrospective analysis of 236 cases. Clin Orthop Relat Res 1988;227(227):67-81,2222 Hudson S, Boyle A, Wiltshire S, McGerty L, Upponi S. Plain Radiography May Be Safely Omitted for Selected Major Trauma Patients UndergoingWhole Body CT: Database Study. Emerg Med Int 2012;2012:432537

23 Vo NJ, Gash J, Browning J, Hutson RK. Pelvic imaging in the stable trauma patient: is the AP pelvic radiograph necessary when abdominopelvic CT shows no acute injury? Emerg Radiol 2004; 10(05):246-249
-2424 Nüchtern JV, Hartel MJ, Henes FO, et al. Significance of clinical examination, CT and MRI scan in the diagnosis of posterior pelvic ring fractures. Injury 2015;46(02):315-319 além de nela o paciente ser submetido a uma maior dose de radiação. Publicações demonstraram alta frequência de falha no diagnóstico de lesões pélvicas nas radiografias, especialmente as lesões envolvendo a articulação sacroilíaca e fraturas do sacro.2525 Gill K, Bucholz RW. The role of computerized tomographic scanning in the evaluation of major pelvic fractures. J Bone Joint Surg Am 1984;66(01):34-39,2626 St Pierre RK, Oliver T, Somoygi J,Whitesides T, Fleming LL. Computerized tomography in the evaluation and classification of fractures of the acetabulum. Clin Orthop Relat Res 1984;(188):234-237 Até 30% das fraturas do sacro são identificadas tardiamente, fato este que ocasiona um efeito negativo nos desfechos de longo prazo.33 Schicho A, Schmidt SA, Seeber K, Olivier A, Richter PH, Gebhard F. Pelvic X-raymisses out on detecting sacral fractures in the elderly - Importance of CT imaging in blunt pelvic trauma. Injury 2016;47 (03):707-710,2727 RouttML Jr, Simonian PT, SwiontkowskiMF. Stabilization of pelvic ring disruptions. Orthop Clin North Am 1997;28(03):369-388,2828 Nystrom LM, McKinley TO, Marsh JL. Accuracy in radiographic assessment of pelvic ring fracture deformity: analysis of current methods. J Orthop Trauma 2013;27(12):708-715 Montana et al2929 MontanaMA, Richardson ML, Kilcoyne RF, Harley JD, ShumanWP, Mack LA. CT of sacral injury. Radiology 1986;161(02):499-503 encontraram falha no diagnóstico de 28% das disjunções da articulação sacroilíaca, e de 57% das fraturas do ilíaco e sacro adjacentes à articulação sacroilíaca, com o uso isolado de radiografia simples.

Este estudo apresenta algumas limitações: a) a qualidade inferior de algumas das radiografias selecionadas, o que é frequente no contexto de emergência; e b) a definição do número de casos selecionados, bem como dos examinadores, foi realizada por meio de amostra de conveniência.

Conclusão

Profissionais com mais experiência na área têm melhor capacidade de identificação de lesões do anel pélvico posterior por radiografia simples; porém, salienta-se que a radiografia simples de pelve esteve suscetível a avaliações falso-negativas da parte de todos os profissionais estudados, principalmente em fraturas da região posterior do ilíaco e do sacro.

  • *
    Trabalho realizado no Serviço de Ortopedia e Traumatologia, Hospital Cristo Redentor - Grupo Hospitalar Conceição, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil.

Agradecimentos

Agradecemos o apoio e a colaboração do Grupo do Quadril (HCR/GHC).

References

  • 1
    Vaccaro AR, Kim DH, Brodke DS, et al. Diagnosis and management of sacral spine fractures. Instr Course Lect 2004;53:375-385
  • 2
    Bucholz RW, Heckman JD, Court-Brown CM, Torneta P III. Rockwood and Green's fractures in adults. 8th ed. Philadelphia: Lippincott; 2015
  • 3
    Schicho A, Schmidt SA, Seeber K, Olivier A, Richter PH, Gebhard F. Pelvic X-raymisses out on detecting sacral fractures in the elderly - Importance of CT imaging in blunt pelvic trauma. Injury 2016;47 (03):707-710
  • 4
    Liggieri AC, Tamanaha MJ, Abechain JJK, Ikeda TM, Dobashi ET. Concordância intra e interobservadores das diferentes classificações usadas na doença de Legg-Calvé-Perthes. Rev Bras Ortop 2015;50(06):680-5
  • 5
    Machado DG, Cerqueira SAC, de Lima AF, Mathias MB, Aramburu JPG, Rodarte RR. Statistical analysis on the concordance of the radiological evaluation of fractures of the distal radius subjected to traction. Rev Bras Ortop 2016;51(01):11-15
  • 6
    Altman DG. Practical statistic formedical research. 3rd ed. London: Chapman and Hall; 1995
  • 7
    Young JW, Burgess AR, Brumback RJ, Poka A. Pelvic fractures: value of plain radiography in early assessment and management. Radiology 1986;160(02):445-451
  • 8
    Denis F, Davis S, Comfort T. Sacral fractures: an important problem. Retrospective analysis of 236 cases. Clin Orthop Relat Res 1988;227(227):67-81
  • 9
    Kokubo Y, Oki H, Sugita D, et al. Functional outcome of patients with unstable pelvic ring fracture. J Orthop Surg (Hong Kong) 2017;25(01):2309499016684322
  • 10
    Dominguez S, Liu P, Roberts C, MandellM, Richman PB. Prevalence of traumatic hip and pelvic fractures in patients with suspected hip fracture and negative initial standard radiographs-a study of emergency department patients. Acad Emerg Med 2005;12(04): 366-369
  • 11
    Heetveld MJ, Harris I, Schlaphoff G, Sugrue M. Guidelines for the management of haemodynamically unstable pelvic fracture patients. ANZ J Surg 2004;74(07):520-529
  • 12
    Osborn PM, Smith WR, Moore EE, et al. Direct retroperitoneal pelvic packing versus pelvic angiography: A comparison of two management protocols for haemodynamically unstable pelvic fractures. Injury 2009;40(01):54-60
  • 13
    Rommens PM, Hofmann A, Hessmann MH. Management of acute hemorrhage in pelvic trauma: an overview. Eur J Trauma Emerg Surg 2010;36(02):91-99
  • 14
    Suzuki T, Smith WR, Moore EE. Pelvic packing or angiography: competitive or complementary? Injury 2009;40(04): 343-353
  • 15
    Garras DN, Carothers JT, Olson SA. Single-leg-stance (flamingo) radiographs to assess pelvic instability: how much motion is normal? J Bone Joint Surg Am 2008;90(10):2114-2118
  • 16
    Kool DR, Blickman JG. Advanced Trauma Life Support. ABCDE from a radiological point of view. Emerg Radiol 2007;14(03): 135-141
  • 17
    Koo H, LeveridgeM, Thompson C, et al. Interobserver reliability of the young-burgess and tile classification systems for fractures of the pelvic ring. J Orthop Trauma 2008;22(06):379-384
  • 18
    Savolaine ER, Ebraheim NA, Rusin JJ, Jackson WT. Limitations of radiography and computed tomography in the diagnosis of transverse sacral fracture from a high fall. A case report. Clin Orthop Relat Res 1991;(272):122-126
  • 19
    Henes FO, Nüchtern JV, Groth M, et al. Comparison of diagnostic accuracy of Magnetic Resonance Imaging and Multidetector Computed Tomography in the detection of pelvic fractures. Eur J Radiol 2012;81(09):2337-2342
  • 20
    Shin DS, Jang HG, Hwang SB, Har DH, Moon YL, Chung MS. Twodimensional sectioned images and three-dimensional surface models for learning the anatomy of the female pelvis. Anat Sci Educ 2013;6(05):316-323
  • 21
    Cohen AS, McNeill JM, Calkins E, Sharp JT, Schubart A. The "normal" sacroiliac joint. Analysis of 88 sacroiliac roentgenograms. Am J Roentgenol Radium Ther Nucl Med 1967;100(03): 559-563
  • 22
    Hudson S, Boyle A, Wiltshire S, McGerty L, Upponi S. Plain Radiography May Be Safely Omitted for Selected Major Trauma Patients UndergoingWhole Body CT: Database Study. Emerg Med Int 2012;2012:432537
  • 23
    Vo NJ, Gash J, Browning J, Hutson RK. Pelvic imaging in the stable trauma patient: is the AP pelvic radiograph necessary when abdominopelvic CT shows no acute injury? Emerg Radiol 2004; 10(05):246-249
  • 24
    Nüchtern JV, Hartel MJ, Henes FO, et al. Significance of clinical examination, CT and MRI scan in the diagnosis of posterior pelvic ring fractures. Injury 2015;46(02):315-319
  • 25
    Gill K, Bucholz RW. The role of computerized tomographic scanning in the evaluation of major pelvic fractures. J Bone Joint Surg Am 1984;66(01):34-39
  • 26
    St Pierre RK, Oliver T, Somoygi J,Whitesides T, Fleming LL. Computerized tomography in the evaluation and classification of fractures of the acetabulum. Clin Orthop Relat Res 1984;(188):234-237
  • 27
    RouttML Jr, Simonian PT, SwiontkowskiMF. Stabilization of pelvic ring disruptions. Orthop Clin North Am 1997;28(03):369-388
  • 28
    Nystrom LM, McKinley TO, Marsh JL. Accuracy in radiographic assessment of pelvic ring fracture deformity: analysis of current methods. J Orthop Trauma 2013;27(12):708-715
  • 29
    MontanaMA, Richardson ML, Kilcoyne RF, Harley JD, ShumanWP, Mack LA. CT of sacral injury. Radiology 1986;161(02):499-503

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    13 Dez 2019
  • Data do Fascículo
    Nov-Dec 2019

Histórico

  • Recebido
    05 Mar 2018
  • Aceito
    07 Maio 2018
Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia Al. Lorena, 427 14º andar, 01424-000 São Paulo - SP - Brasil, Tel.: 55 11 2137-5400 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: rbo@sbot.org.br