Acessibilidade / Reportar erro

Emoção, silêncio e construção de sentido em translinguagem rumo à justiça social em Strangers

Resumo:

Este artigo é parte de uma pesquisa sobre justiça social e seu objetivo aqui é duplo: apresentar resultados parciais de uma pesquisa em andamento, que iniciou em setembro de 2019, para evidenciar que a translinguagem é mencionada apenas uma vez por um dos participantes, o que reforça a necessidade de abordá-la no ambiente educacional e ilustrar o lugar da emoção, do silêncio e da construção de sentido rumo à justiça social, por meio da análise de um curta, buscando expandir estudos de translinguagem. Isso se justifica pelo fato de que graduandos de português e inglês entendem translinguagem como usos de diversas línguas, mas não reconhecem a trans-semiosis, o silêncio e a emoção enredada na construção de sentido. Toma emprestadas visões de García; Alves ( 2019GARCÍA, O.; ALVES, J. The decoloniality of language and translanguaging: Latinx knowledge-production. Journal of Postcolonial Linguistics, v. 1, p. 26-40, 2019. Available at: https://iacpl.net/journal-of-postcolonial-linguistics-12019/the-decoloniality-of-language-and-translanguaging-latinx-knowledge-production/. Accessed on: 29 Mar. 2022.
https://iacpl.net/journal-of-postcolonia...
), García; Wei ( 2014GARCÍA, O.; WEI, L. Translanguaging: Language, Bilingualism and Education. New York: Palgrave Pivot London, 2014. 176p.), García ( 2020GARCÍA, O. Foreword: co-labor and re-performances. In: MOORE, E.; BRADLEY, J.; SIMPSON, J. (Eds.). Translanguaging as transformation: The collaborative construction of new linguistic realities. Bristol, PA: Multilingual Matters, 2020, p. xvii-xxii.), Blackledge; Creese ( 2011BLACKLEDGE, A.; CREESE, A. Multilingualism: A critical perspective. London: Continnuun International Publishing Group, 2011. 255p. Available at: https://doi.org/10.1080/15348458.2012.686412. Accessed on: 04 Feb. 2023.
https://doi.org/10.1080/15348458.2012.68...
), Canagarajah ( 2013CANAGARAJAH, S. Translingual practice: global Englishes and cosmopolitan relations. London: Routledge, 2013.), Makalela ( 2015MAKALELA, L. Translanguaging as a vehicle for epistemic access: cases for reading comprehension and multilingual interaction. Per Linguam, v. 31, n. 1, p. 15-29, 2015. Available at: https://perlinguam.journals.ac.za/pub/article/view/628/635. Accessed on: 28 Mar. 2022.
https://perlinguam.journals.ac.za/pub/ar...
, 2016MAKALELA, L. Ubunto translanguaging: an alternative framework for complex multilingual encounters. Southern African Linguistics and Applied Language Studies, v. 34, n. 3, 2016, p. 186-196. Available at: https://doi.org/10.2989/16073614.2016.1250350. Accessed on: 04 Feb. 2023.
https://doi.org/10.2989/16073614.2016.12...
, 2017MAKALELA, L. Translanguaging practices in a South African institution of higher learning: a case of Ubuntu multilingual return. In: MAZAK, C. M.; CARROLL, K. S. (Eds.). Translanguaging in higher education: Beyond monolingual ideologies. Bristol, UK: Multilingual Matters, 2017, p. 11-28.), Makalela; Dhokotera ( 2021MAKALELA, L.; DHOKOTERA, C. To know and to be of Ubuntu translanguaging. [S. l.: s. n.], 2021. 1 video (57 min). Published by the channel Bringing the Outside In. Available at: https://www.youtube.com/watch?v=b7MsbuQW8wQ . Accessed on: 29 Mar. 2022.
https://www.youtube.com/watch?v=b7MsbuQW...
), Nkadimeng; Makalela ( 2015NKADIMENG, S.; MAKALELA, L. Identity negotiation in a super-diverse community: The fuzzy languaging logic of high school students in Soweto. International Journal of the Sociology of Language, v. 2015, n. 234, p. 7-26, 2015. Available at: https://www.doi.org/10.1515/ijsl-2015-0002. Accessed on: 29 Mar. 2022.
https://www.doi.org/10.1515/ijsl-2015-00...
) em diálogo com perspectivas decoloniais de Grosfoguel ( 2013GROSFOGUEL, R. The epistemic decolonial turn: beyond political-economy paradigms. In: MIGNOLO, W.; ESCOBAR, A. (Eds.). Globalization and the decolonial option. London: Routledge, 2013, p. 65-77.), Menezes de Souza ( 2021MENEZES DE SOUZA, L. M. T.; NASCIMENTO, G. Interculturalidade e decolonialidade: trazer o corpo de volta e marcar o não marcado. [S.l.: s.n.], 2021. 1 video (169 min). Published by the channel TV UFRB. Available at: https://www.youtube.com/watch?v=j4PpGnMtsxY. Access on: 10 Jan. 2022.
https://www.youtube.com/watch?v=j4PpGnMt...
, 2019aMENEZES DE SOUZA, L. M. T. Decolonial Pedagogies, Multilingualism and Literacies. Multilingual Margins, v. 6, n. 1, p. 9-13, 2019a. Available at: https://doi.org/10.14426/mm.v6i1.135. Accessed on: 04 Feb. 2023.
https://doi.org/10.14426/mm.v6i1.135...
), Mignolo; Walsh ( 2018WALSH, C. Interculturality and decoloniality. In: MIGNOLO, W.; WALSH, C . On decoloniality . Concepts. Analytics. Praxis . Durham, NC: Duke University Press, 2018, p. 57-98.), Maldonado-Torres ( 2007MALDONADO-TORRES, N. On the coloniality of being. Cultural studies, v. 21, n. 2/3, p. 240-270, Apr. 2007. Available at: https://www.doi.org/10.1080/09502380601162548. Accessed on: 04 Feb. 2023.
https://www.doi.org/10.1080/095023806011...
), Quijano ( 2007QUIJANO, A. Colonialidad del poder y clasificación social. In: CASTRO-GOMES, S.; GROSFOGUEL, R. (Eds.). El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores; Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos y Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar, 2007, p. 93-126.) e teorias sulistas de Santos ( 2018SANTOS, B. SOUSA The end of the cognitive empire: the coming of age of epistemologies of the South. Durham, NC: Duke University Press, 2018. 392p.). Visões sobre emoção são sustentadas por Barcelos (2005) e Aragão ( 2011ARAGÃO, R. C. Emoção no ensino/Aprendizagens de línguas. In: MASTRELLA-DE-ANDRADE, M. R. (Ed.). Afetividade e emoções no ensino/ aprendizagem de línguas: múltiplos olhares. Campinas: Pontes Editores, 2011, p. 163-189. Available at: https://www.researchgate.net/publication/321753736_Emocao_no_EnsinoAprendizagem_de_Linguas. Accessed on: 15 Apr. 2022.
https://www.researchgate.net/publication...
). No que se refere ao silêncio, o artigo pauta-se em aspectos localizados e significativos como argumenta Granger ( 2004GRANGER, C. A. Silence in second language learning. A psychoanalytic reading. Clevedon, UK: Multilingual Matters Ltd., 2004. 152p.) e King ( 2013KING, J. Silence in the second language classroom. London: Palgrave Macmillan, 2013. 211p.). A metodologia é qualitativa, interpretativista, assumindo minha intersubjetividade enredada nas teorias supracitadas que informam meu lócus de enunciação para analisar o filme em questão. Os participantes são voluntários escolhidos de acordo com a sequência das respostas afirmativas para se tornarem membros desta pesquisa. O grupo é formado por cinco docentes, seis pós-graduandos e seis graduandos em línguas de universidades brasileiras públicas. Trabalhar e/ou estudar em universidades públicas foi o critério usado para os convites. Os instrumentos de geração de dados incluem entrevistas e questionários individuais e online. Uma pergunta de cada modalidade é enviada via WhatsApp e/ou e-mail para os participantes semestralmente. Este é o penúltimo semestre. Os resultados parciais revelam que a translinguagem pode expandir o potencial de experimentação, lançando emoção e silêncio em movimentos com questões religiosas, identitárias, culturais, e políticas distanciando-se da estabilidade. Tais movimentos contemplam seus próprios perigos, alívios e ambiguidade, um papel crucial na translinguagem em direção à justiça social.

Palavras-chave:
Emoção na Translinguagem; Silêncio; Decolonialidade na formação em inglês

Faculdade de Letras - Universidade Federal de Minas Gerais Universidade Federal de Minas Gerais - Faculdade de Letras, Av. Antônio Carlos, 6627 4º. Andar/4036, 31270-901 Belo Horizonte/ MG/ Brasil, Tel.: (55 31) 3409-6044, Fax: (55 31) 3409-5120 - Belo Horizonte - MG - Brazil
E-mail: rblasecretaria@gmail.com