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Translinguagem como toque de clarim e grito de guerra do Sul Global

Abstract

Este trabalho procura atentar para o papel do fenômeno chamado “translinguagem” como um despertador e, ao mesmo tempo, um grito de guerra contra a hegemonia do Norte Global, no que diz respeito à forma com ele tradicionalmente vem desdenhando o Sul Global, desmerecendo as aspirações deste, que são inteiramente procedentes, de reivindicar um campo de atuação com condições equitativas para todos que nele atuam – aproveitando-se de características subversivas da transliguagem. Aponta-se que é fácil perder de vista o que realmente está em jogo, perigo este que corremos principalmente quando lançamos os olhos para o fenômeno de translinguagem como sendo, meramente, uma questão de transitar entre diferentes línguas livremente, sem quaisquer restrições. Neste trabalho, pretendo focar numa dimensão importante do fenômeno que chamarei de “a política de translinguagem”. Com o uso deste termo, pretendo sustentar que as pessoas, notadamente em contextos pós-coloniais, têm recorrido à translinguagem como um meio bastante efetivo de desafiar os últimos vestígios do poder colonial que persistem entre elas, graças aos efeitos da colonialidade. Elas o fazem por intermédio de um esforço de turvar as águas, utilizando a translinguagem – um processo que será examinado em maiores detalhes com referência a obras literárias pós-coloniais. Escritores pós-coloniais como Arundhati Roy são mestres dessa tática.

PALAVRAS-CHAVE:
política de translinguagem; colonialidade; Sul Global; Arundhati Roy

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